Usarei esta eloquente frase do famoso filósofo alemão, do século XVIII, para afugentar categoricamente, aqueles espíritos de contradição tradicionais, sempre disponíveis a branquear pecados velhos, para os transformar em transcendentais virtudes. Vá de retro..., pois!
Imaginem um engenheiro de pontes a quem lhe entregavam a responsabilidade de elaborar um projecto para a construção de uma ponte, e lhe facultavam o tempo e as condições necessárias para a sua eficiente execução, e que, quando está para inaugurar a obra, quatro anos mais tarde do que havia calculado no projecto, a dita ponte se desmorona. Procedidas as devidas investigações, os peritos concluem ter havido uma derrapagem nos cálculos de engenharia. O que diriam de tal engenheiro? Que estaria senil? Que enlouquecera? Que era um irresponsável? E, que destino teria tal criatura num país civilizado? O hospício ou a cadeia, responderiam.
Pois, é exactamente isto que, em Portugal, acontece com uma precisão angustiante , na conclusão das grandes (e pequenas também), obras públicas. Derrapagem. Foi este, o nome escolhido para classificar a incompetência crónica, ou o despudor profissional dos gestores de tais empreitadas. Parece até, que se está a falar de corridas de automóveis, em piso molhado... Entre derrapagem e incompetência, desde que não batamos contra um muro, quem não prefere a primeira expressão?
O Tribunal de Contas, detectou várias causas para a derrapagem temporal (mais 4 anos!) , da ampliação do Aeroporto Sá Carneiro, e 100 milhões de euros mais caras! Apontou as seguintes razões: Impacto Ambiental, Análise da Proposta, Serviços Externos, Suspensão de Obras, o Euro 2004 (que jeito deu, afinal), o Mau Tempo, e por fim, o Planeamento.
Vejamos:
Impacto Ambiental - 1ª. desculpa da ANA
atraso na entrega da Declaração de Impacto Ambiental
1ª. conclusão nossa
não existia, não podia existir, o Ministério do Ambiente.
Análise da Proposta - 2ª. desculpa da ANA
demora na análise (18 mêses) para a construção do terminal.
2ª. conclusão nossa
não existia, nem podia existir um responsável por essa tarefa (excepto, ao fim do mês...).
Serviços Externos - 3ª. desculpa da ANA
dificuldade de decisão na recolocação dos serviços exteriores à ANA. A Alfândega.
3ª. conclusão nossa
a dificuldade já vem de trás, e é plural.
Obras Suspensas - 4ª. desculpa da ANA
é difícil (outra vez) executar obras de ampliação numa estrutura mantendo-a a funcionar, o que obrigou à suspensão frequente das obras.
4ª. conclusão nossa
se a avozinha não tivesse morrido...
Euro 2004 - 5ª. desculpa da ANA
Suspensão dos trabalhos e reajuste do plano, quando se soube (em1999) da realização do Euro 2004.
5ª. conclusão nossa
de todas, a única desculpa real aceitável para os atrasos da obra, visto ser a menos previsível.
Mau tempo - 6ª. desculpa da ANA
O Inverno de 2000/2001. Péssimas condições metereológicas.
6ª. conclusão nossa
um estudo, não tem de compaginar e admitir esta possibilidade?
Planeamento - 7ª. desculpa da ANA
Atrasos provocados por dúvidas, indefinições e alterações dos projectos
7ª. conclusão nossa
Dúvidas, indefinições, e alterações dos projectos quando e sempre que acontecem revelam maus estudos, má articulação entre cooperantes.
PS-Tudo isto, por mais compreensível que se queira ser, não justifica derrapagens desta grandeza e sistemáticas. Pelo contrário, agrava as suspeitas sobre o enriquecimento súbito de parte dos agentes envolvidos nestas empreitadas.
Imaginem um engenheiro de pontes a quem lhe entregavam a responsabilidade de elaborar um projecto para a construção de uma ponte, e lhe facultavam o tempo e as condições necessárias para a sua eficiente execução, e que, quando está para inaugurar a obra, quatro anos mais tarde do que havia calculado no projecto, a dita ponte se desmorona. Procedidas as devidas investigações, os peritos concluem ter havido uma derrapagem nos cálculos de engenharia. O que diriam de tal engenheiro? Que estaria senil? Que enlouquecera? Que era um irresponsável? E, que destino teria tal criatura num país civilizado? O hospício ou a cadeia, responderiam.
Pois, é exactamente isto que, em Portugal, acontece com uma precisão angustiante , na conclusão das grandes (e pequenas também), obras públicas. Derrapagem. Foi este, o nome escolhido para classificar a incompetência crónica, ou o despudor profissional dos gestores de tais empreitadas. Parece até, que se está a falar de corridas de automóveis, em piso molhado... Entre derrapagem e incompetência, desde que não batamos contra um muro, quem não prefere a primeira expressão?
O Tribunal de Contas, detectou várias causas para a derrapagem temporal (mais 4 anos!) , da ampliação do Aeroporto Sá Carneiro, e 100 milhões de euros mais caras! Apontou as seguintes razões: Impacto Ambiental, Análise da Proposta, Serviços Externos, Suspensão de Obras, o Euro 2004 (que jeito deu, afinal), o Mau Tempo, e por fim, o Planeamento.
Vejamos:
Impacto Ambiental - 1ª. desculpa da ANA
atraso na entrega da Declaração de Impacto Ambiental
1ª. conclusão nossa
não existia, não podia existir, o Ministério do Ambiente.
Análise da Proposta - 2ª. desculpa da ANA
demora na análise (18 mêses) para a construção do terminal.
2ª. conclusão nossa
não existia, nem podia existir um responsável por essa tarefa (excepto, ao fim do mês...).
Serviços Externos - 3ª. desculpa da ANA
dificuldade de decisão na recolocação dos serviços exteriores à ANA. A Alfândega.
3ª. conclusão nossa
a dificuldade já vem de trás, e é plural.
Obras Suspensas - 4ª. desculpa da ANA
é difícil (outra vez) executar obras de ampliação numa estrutura mantendo-a a funcionar, o que obrigou à suspensão frequente das obras.
4ª. conclusão nossa
se a avozinha não tivesse morrido...
Euro 2004 - 5ª. desculpa da ANA
Suspensão dos trabalhos e reajuste do plano, quando se soube (em1999) da realização do Euro 2004.
5ª. conclusão nossa
de todas, a única desculpa real aceitável para os atrasos da obra, visto ser a menos previsível.
Mau tempo - 6ª. desculpa da ANA
O Inverno de 2000/2001. Péssimas condições metereológicas.
6ª. conclusão nossa
um estudo, não tem de compaginar e admitir esta possibilidade?
Planeamento - 7ª. desculpa da ANA
Atrasos provocados por dúvidas, indefinições e alterações dos projectos
7ª. conclusão nossa
Dúvidas, indefinições, e alterações dos projectos quando e sempre que acontecem revelam maus estudos, má articulação entre cooperantes.
PS-Tudo isto, por mais compreensível que se queira ser, não justifica derrapagens desta grandeza e sistemáticas. Pelo contrário, agrava as suspeitas sobre o enriquecimento súbito de parte dos agentes envolvidos nestas empreitadas.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...