O corporativismo político ou profissional, contrariamente ao que os seus militantes supõem, não os protege, nem a eles próprios, nem à actividade que desempenham. Bem pelo contrário, torna-os, decorrentemente, cumplíces das asneiradas que muitos dos seus colegas praticam afectando toda a sociedade.
Criticar construtivamente um colega de profissão, explicar com seriedade e rigor, os aspectos negativos do seu trabalho ou das suas atitudes, pode ajudá-lo a corrigi-lo, melhorá-lo até, e a evitar também que a crítica se estenda genérica e indiscriminadamente a toda a classe. No entanto, não é isso que habitualmente acontece. Do mais irrelevante ao mais alto escalão hierárquico, a reacção óbvia, quase instintiva é defender o colega. Isso, sucede, mesmo quando alguém é acusado de crimes hediondos, como, por exemplo, os de pedofilia. E, quando o fazem de forma espalhafatosa, usando o mediatismo das televisões e jornais (como aconteceu no caso Casa Pia), agrava mais a situação.
Ocorreu-me esta realidade, depois de ter ouvido num canal de Tv (o Porto Canal) o treinador Mário Reis, homem, por sinal afável e simpático, falar sobre Jesualdo Ferreira do jogo de ontem no Dragão, do FCPorto com o Sporting, tentando sempre desculpabilizá-lo, opostamente às críticas que eram dirigidas telefonicamente ao treinador portuense por alguns adeptos portistas pela forma como conduziu a equipa azul e branca. Mário Reis, escolheu o caminho mais cómodo, que foi resumir o descontentamento dos adeptos ao facto de não terem vencido o jogo.
Francamente, considero esta maneira de analisar a reacção do público, não só pouco original, como um modo nada respeitável de aceitar e menorizar a opinião de quem, afinal, contribui mais para que o negócio do futebol não acabe, ou seja: os adeptos.
Sem pretender entrar em detalhes de tácticas e técnicas, do jogador A ou B, creio não dizer nenhuma asneira, se afirmar que o maior defeito de Jesualdo é não conseguir transmitir segurança aos adeptos e aos próprios jogadores.
A forma como os jogadores jogam, com lançamentos em profundidade algo anárquicos, é extremamente desagradável o que obriga todos os sectores da equipa a esforços acrescidos. Mesmo quando a equipa marca e está em vantagem, o público sente-se desconfortável, porque o sistema de jogo que Jesualdo privilegia, permite que o adversário (seja ele qual for) jogue à vontade até à grande área portista, onde os jogadores já em desespero de causa, procuram defender conforme podem. Não é à toa que agora, quase todas as equipas marcam no Dragão. Isto acontece, sobretudo quando o FCPorto joga no seu estádio e tem de assumir as despesas da casa com ataque planeado, que é sistema para o qual Jesualdo não sabe, ou não quer, talhá-lo. Jesualdo Ferreira é um treinador de contra ataque, mas sem grande beleza, sem rotinas consistentes. A beleza que ocasionalmente podemos apreciar, deve-se mais a iniciativas individuais dos jogadores, do que a rotinas de jogo da equipa. Para esse estilo de jogo, o Coo Adriaanse fazia bem melhor. Também não defendia bem, mas atacava dando espectáculo, e os jogadores eram muito disciplinados (até, o Quaresma!).
Finalmente, outro aspecto que me irrita em Jesualdo, é a sua falta de pro-actvidade com os jogadores enquanto o jogo decorre. Quando as coisas não estão a correr-lhe bem, não sabe comunicar para dentro do campo em tempo útil, e procede às substituições quase sempre tardiamente e muitas vezes completamente incompreensíveis, como fazer entrar os jogadores a poucos minutos do fim. Eu não consigo entender isto.
Aconteça o que acontecer, mesmo que o FCPorto volte a ser campeão (o que começo a ter dúvidas), ninguém me convence da qualidade do futebol que este treinador é capaz de produzir.
Os adeptos, não querem ópera (como alguns patetas dizem), se quisessem, não seria num estádio de futebol que a iriam procurar... Querem só futebol, e do bom, de preferência. Se há alguém a quem devemos elogiar, face à qualidade do espectáculo que lhe tem sido oferecido por Jesualdo, esse alguém, são os portistas, que continuam a encher o estádio.
Cabe ao treinador recompensá-los pela paciência...
O prazo de validade do professor começa a chegar ao limite. Trata-se de um treinador com ideias pré concebidas das quais não abdica, independentemente do clube que representa.
ResponderEliminarNem o facto de no FC Porto ter sido bicampeão nacional faz dele melhor treinador do que era. É que neste Clube são poucos os que nada conquistaram.
Está por isso na hora de, subtilmente para não provocar melindres, se procurar uma alternativa ambiciosa e credível, de forma a devolver à equipa a cultura e a desenvoltura futebolística que o Clube estava habituado e os adeptos merecem.
Meu caro Rui, você é um expert. Fica, resumidamente, o que penso:
ResponderEliminarMais do mesmo.
Mais um resultado negativo, mais uma fraca exibição, mais uma exibição que frustrou as expectactivas, que estavam altas depois do bom jogo - mau resultado - de Madrid.
Tudo começa nas opções de Jesualdo: se na capital espanhola ainda se percebe a entrada de P.Emanuel - faltavam pouco mais de 10 minutos, o resultado era
razoável e havia a perspectiva do Atlético dar tudo por tudo -, ontem, não encontro nenhuma justificação.
Que ganhou o F.C.Porto, com P.Emanuel a defesa lateral-direito? Ganhou solidez defensiva? Não, não ganhou, porque o capitão portista tem tendência para fechar no meio, deu espaço e abriu autênticas auto-estradas, por onde o Sporting atacou e criou mais perigo. Ganhou alguma coisa ofensivamente? Não, não ganhou, porque P.Emanuel raramente passa o meio-campo. Então porque jogou o Nº3 a lateral? Porque Jesualdo tem medo, não arrisca nada e mesmo sabendo que uma vitória, significaria um grande passo em frente na luta pelo título, a mensagem que o treinador do Tricampeão transmitiu, foi de receio, temor, excessivo respeito, de uma equipa, que na quarta-feira tinha levado 5-0 do Bayern. Não pensar que seriam favas contadas ou que a vitória seria fácil, de acordo, mas nem tanto à terra nem tanto ao mar.
O que fez Jesualdo para ganhar?
Alguém percebe, que as substituições, tenham sido feitas - com excepção da entrada de T.Costa para saída de Cissokho, lesionado -, a 7 e 1 minutos do fim? Que poderiam fazer Farías e Tarik, senão queimar tempo?
Estamos, como em 2004/2005, a entregar o ouro aos bandidos. Assim vai ser muito complicado ganhar a Liga.
Não foi assim que o F.C.Porto construiu o seu prestígio e se tornou cá dentro e lá fora, uma equipa temida, respeitada e ganhadora.
Um abraço
Oportuno este seu post, que aplaudo sem reservas, por muito que não traga nada de novo. Com uma ou outra excepção, o nosso clube há muito que acumula exibições cinzentas em que o entusiasmo e a alegria estão ausentes. Não ponho em causa o brio dos jogadores mas é patente que já estão tão fartos do treinador como os adeptos estão. Então, dirão os optimistas incuráveis, o Porto vai ganhando, está em primeiro lugar, e o treinador não presta? Em minha opinião, o Porto ganha porque tem dois ou três jogadores de nivel superior que, quando estão em dia sim, resolvem um jogo à custa do mérito individual.Veja-se o jogo de Madrid.
ResponderEliminarUm dos piores erros do presidente foi ter prolongado o contracto de JF ao fim do segundo ano. Espero que recupere a sua habitual lucidez e que escolha um treinador decente para a próxima época. Alguém que transforme os jogos do Porto num festival de entusiasmo(como no tempo do Bobby Robson)que faça renascer a alegria e a confiança dos adeptos,que nos tire desta depressão em que estamos a mergulhar. E já agora,alguém que não sofra de ódios de estimação como o professor (professor de quê?) que corre com jogadores jovens e promissores (Castro, Paulo Machado, Helder Barbosa, Candeias, Vieirinha, dos que me lembro) e outros não tão jovens mas bons, como Luiz Aguiar, Ibson e até Pitbull - que marcava livres directos como poucos - a favor de algumas das "abéculas" sem nivel que se mantêm no nosso plantel.
Meus caros,
ResponderEliminarContra a opinião publicada, parece-me que estamos todos de acordo.
Mas, nem por isso, cairemos na tentação ridícula dos lencinhos brancos que os lisboetas copiaram de nuestros hermanos. As coisas no FCPorto nuca chegam a tanto.
Um abraço a todos
O Atletico de Madrid, venceu hoje essa maquina de futebol que é o Barcelona!!!!!!.........
ResponderEliminarA arbitragem condicionou o jogo com nitido prejuizo do FCP.
ResponderEliminarO "tratamento" que a rtp, dá ao FCP, merece uma tomada forte de posição do FCP???!!!
ResponderEliminar28-02-2009
ResponderEliminar"O João, pode ser o João".
O "padrinho" da arbitragem portuguesa gosta muito de João Ferreira e de certeza que foi ele que deu a ordem para o metralha de Setúbal ser o escolhido para o jogo de hoje.
A intenção seria travar a caminha do FC Porto rumo ao Tetra mas, mais uma vez, o presidente do Benfica não conseguiu derrubar o nosso clube. Ao contrário dos jogadores do Sporting que, durante os noventa minutos, derrubaram tudo o que lhes apareceu pela frente à margem das leis. Sem que o metralha mandasse um deles tomar banho mais cedo. E ainda resmungavam sempre que ele assinalava as faltas, incrivel!
Mas para além de não castigar com cartões da cor dele as entradas assassinas dos jogadores do Sporting, João Ferreira marcou faltas ao Hulk que só ele viu, mostrou um cartão amarelo ao Tomás Costa por ele sorrir...enfim, a arbitragem que Luís Filipe Vieira desejava.
Mas, contra tudo e contra todos, o nosso clube continua isolado na frente com vantagem. E o Sporting continua a ameaçar o segundo lugar do Benfica. O resto são tretas.
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