Ontem, tive de ir à baixa do Porto. Como ainda não tinha tomado o café, e porque me ficava a caminho, decidi entrar no referencial Café Aviz. Seriam 10 horas da manhã, portanto, não era propriamente cedo. No café, que é relativamente grande, além de mim, estavam mais 3 pessoas. Sim, três pessoas apenas (comigo quatro), no Aviz! O silêncio, contrastava penosamente com o alvoroço e o frenesim de outrora, onde, para além dos estudantes, se reuniam e conversavam os comerciantes das redondezas, e outras pessoas que por ali trabalhavam.
Em frente, onde devia estar a icástica e antiga livraria Aviz, restava um edifíco vazio e sujo, sem quaisquer sinais de reabilitação presente ou futura. Logo ao lado, uma outra livraria cujo nome não fixei, (datava do ano 1906), encontrava-se com as grades de segurança ainda fechadas. Algum tempo depois, chegou um homem, que presumi ser o proprietário, que abriu as grades e as portas a um público que não se conseguia vislumbrar. Eram quase dez e meia, e além deste homem, ninguém mais vi entrar naquele estabelecimento, o que me fez depreender que, acumularia a dupla função de proprietário/empregado...
Antes de entrar no Aviz, tinha descido a pé, a Rua do Almada, onde pude observar o panorama desolador de vários prédios a acusarem ruína e a servirem de abrigo a mendigos e pombos. Alguns, já nem sequer tinham tecto, nem janelas. Desta rua, onde há relativamente pouco tempo, o comércio de ferragens e de ferramentas fora vivo e pujante, apenas sobravam, dispersas, umas pequenas lojas de resistentes, à espera do golpe final.
O cenário não me trouxe novidade, mas serviu para reconfirmar a incúria e a ineficácia das directrizes de reabilitação urbana seguidas pela classe política. É deprimente e chocante. Mas, o que choca a valer, é sabermos da existência entre nós de alguns «cérebros dinâmicos e bem pensantes», com teóricas responsabilidades na matéria, que assobiam para o ar, perante este violento e aterrador espectáculo de depauperação, do coração de uma cidade.
A esses, o justo castigo, a divina conta, só será uma realidade, no dia em que essas ruínas do passado se abaterem sobre os seus corpos imprestáveis, de parasitas.
Antes de entrar no Aviz, tinha descido a pé, a Rua do Almada, onde pude observar o panorama desolador de vários prédios a acusarem ruína e a servirem de abrigo a mendigos e pombos. Alguns, já nem sequer tinham tecto, nem janelas. Desta rua, onde há relativamente pouco tempo, o comércio de ferragens e de ferramentas fora vivo e pujante, apenas sobravam, dispersas, umas pequenas lojas de resistentes, à espera do golpe final.
O cenário não me trouxe novidade, mas serviu para reconfirmar a incúria e a ineficácia das directrizes de reabilitação urbana seguidas pela classe política. É deprimente e chocante. Mas, o que choca a valer, é sabermos da existência entre nós de alguns «cérebros dinâmicos e bem pensantes», com teóricas responsabilidades na matéria, que assobiam para o ar, perante este violento e aterrador espectáculo de depauperação, do coração de uma cidade.
A esses, o justo castigo, a divina conta, só será uma realidade, no dia em que essas ruínas do passado se abaterem sobre os seus corpos imprestáveis, de parasitas.
Não demorará muito até que esse cenário se comece a estender para a parte dita "moderna" do Porto -- a crise ainda agora começou!
ResponderEliminarQuarta-feira, 4 de Março de 2009
ResponderEliminarAs encomendas do João
Neste estádio (antas) não gozavam com a nossa cara. Eram outros tempos. Outra imponência, outros adeptos. Hoje, no novo estádio, entre esses mesmos sofredores há também os de fato e gravata que só lá vão por convite e quase não abrem a boca. Que se conformam com arbitragens como a de João Ferreira no último clássico. Que gozou com o FC Porto do início ao fim, terminando apontando aquela falta ao minuto 91 no canto com receio que a encomenda não ficasse como desejava o seu patrão. Como prémio pelo penalty não assinalado, as expulsões de Derlei, Polga e Pedro Silva perdoadas, o João, que afinal voltou aos velhos tempos, está já escalado para um novo frete ao regime. Naval-Benfica. É esta a nova encomenda do João sem medo. Ou do João, pode ser o João... E os novos Portistas, os que comem pipocas como numa sala de cinema, vão aceitar com toda a naturalidade a dualidade de critérios que o João vai demonstrar em apenas uma semana. Mas eu, não. Nem sequer vou ver o jogo. Nem sequer ouvir o Cruz dos Santos a destilar ódio ao FCP analisando as arbitragens no DD do vermelhão de Paredes. Eu só quero que chegue sábado e que o meu clube ganhe no Mar, mais uma batalha, com Rui Costa a apitar de forma isenta, como sempre lhe reconheci. E no domingo, aí sim talvez vá ao cinema comer umas pipocas.
Publicada por calabote
http://inocencio-calabote.blogspot.com/
Meu caro Rui continue a mostrar aos incautos, como está anossa cidade, para ver se eles acordam definitivamente.
ResponderEliminarUm abraço