02 julho, 2009

"Anjos, anjas e anjinhos"

Nunca compreendemos esta coisa de haver cabeças de lista que são candidatos à presidência da Câmara e não a vereadores. Tal engenharia psico-política não existe no nosso quadro constitucional nem em qualquer decorrência legal. O cabeça de lista é candidato á presidência, é presidente se ganhar, é vereador se perder. Neste segundo caso poderá fazer oposição, poderá fazer coligação, poderá não ter pelouro ou poderá ser-lhe distribuído um pelouro. É assim que está estabelecido e é assim que as coisas funcionam em democracia.
Quem são estas aves do Sétimo Céu, este espécie de anjos e de anjas, que fazendo de nós anjinho e anjolas, dizem que são candidatos à Câmara e não a vereadores? Meros narcisistas que corrompem a pureza da democracia com as vanitas vanitatum (vaidades das vaidades) e degradam a imagem da política da república ao traírem os mandatos do eleitorado.
Como temos sido acossados por canídeos teleguiados por cobardes para nos morderem os tornozelos com calúnias, em pretensas contradições entre o que defendemos e o que praticamos quando fomos candidatos a Gondomar em 1998, vem a propósito esclarecer:
1 - Fomos a Gondomar depois da Distrital por unanimidade ter decidido avocar o processo de Gondomar, em cuja Concelhia imperava a divisão meio por meio, e onde se perfilava como candidato um personagem vindo do PSD, de perfil mais do que duvidoso, como mais tarde se veio a confirmar; fomos indicados pela 'Distrital' por unanimidade e depois aclamados pela 'Concelhia' também por unanimidade; foi também pela imagem tenebrosa que o PS daria em Gondomar com o referido pretendente a candidato e por ninguém no partido se dispor a substituí-lo e a enfrentar o chamado "Major", que nos dispusémos àquele combate de vitória difícil até porque estava em ascensão, em pleno 2º mandato. Ainda assim, embora as sondagens apontassem para 15% para o PS, tivéssemos metade do PS Gondomar em campanha permanente contra nós, e a outra metade da Federação a fazer o mesmo fustigando-nos pelas costas enquanto dávamos o peito às balas, às ameaças físicas e um atentado com tentativa de atropelamento do que resultou um ferido, obtivemos 20%. (Alguns desses agentes são hoje proeminentes na liderança da Federação e em Gondomar ainda lá estão os mesmos já lá vão 10 anos com os resultados brilhantes que se vêem). Mal soubemos dos resultados declaramos que o povo elegeu o Sr. Valentim para presidente e a nós para vereadores de oposição.
2 - Iniciámos com o Ricardo Bexiga (nº.2) o trabalho de oposição na vereação com bastante sucesso, sem nunca faltar a qualquer reunião, até que, poucas semanas volvidas, o PS Gondomar em reunião da sua Comissão Política decidiu aprovar por maioria uma moção em que me retirava a confiança política e me pedia para desamparar a loja. Parte dos meus apoiantes, que também foram muitos e entusiastas, nesse sábado decidiram viajar e não pude contar com o seu voto...
3 - Falámos com o então presidente da Federação que nos deu carta branca para fazer o que entendêssemos e suspendemos o mandato passando a ser substituídos durante um ano pelo Sr. Arménio, posto que, conforme imposição legal, e não se verificando qualquer reviravolta na posição do PS Gondomar que ainda aguardamos, renunciamos ao cargo. Eis a verdade cristalina dos factos. E fiquemo-nos por aqui.
Nota:
A publicação deste post foi devidamente autorizada pelo seu autor, o Dr. Pedro Baptista e copiado do seu blogue Servir o Porto, a quem desde já agradeço a amabilidade.

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