Durante uma breve passagem por território galego, efectuada há alguns dias, não deixei de satisfazer o meu "vicio" de ler jornais de papel, neste caso os jornais galegos. Todos eles traziam desenvolvidas notícias sobre a rede de velocidade elevada na Galiza. Penso que poderá ser interessante transmitir aos leitores do RoP o que vai fazer-se nas terras dos nossos irmãos do norte da Galécia.
No encontro havido na véspera em Madrid, entre o ministro do Fomento do governo central e o presidente da Xunta de Galicia, ficou estabelecido o programa da rede, a sua calendariazação e as verbas envolvidas.
Concretamente, haverá uma linha principal Madrid-Segóvia-Zamora-Ourense-Santiago-Corunha. O troço Ourense-Santiago estará a funcionar em 2011, electrificado e com bitola internacional, com velocidade de 250 km/hora. Em 2012 entrará em serviço Madrid-Zamora, com as mesmas características. O troço Zamora-Ourense (230km) será curioso. A linha, segundo parece, será basicamente a actual mas com novas superestruturas, em bitola ibérica e sem electrificação. A velocidade máxima será de 180km/hora, mas o traçado de alguns troços montanhosos forçará a limitações pontuais de 110km/hora.
Os resultados práticos serão uma redução do tempo Corunha-Madrid (600km), que é actualmente de 8 horas e passará em 2012 para 5.30 horas. Em 2014 quando entrar em serviço um novo traçado entre Zamora e Puebla de Sanabria, electrificado, com bitola europeia e 250km/hora, o tempo passará para 4.45 horas, ou seja um ganho de mais de 3 horas em relação ao presente.
Curioso é o detalhe de, entre Zamora e Ourense, vir a ser utilizado um novo modelo do Talgo com dupla locomoção(eléctrica e diesel-eléctrica) e com um sistema que permite que a mesma locomotora circule nos dois tipos de bitola.
Ficou a promessa de Madrid (apenas a promessa) de que em 2015 ou 2016 estará concluída a nova linha entre Puebla de Sanabria e Ourense o que permitirá fazer Corunha-Madrid em pouco mais de 3 horas.
Mas a velocidade elevada na Galiza não se fica apenas por este percurso. Haverá linhas Vigo-Ourense e Vigo-Santiago-Corunha, previstas para funcionar em 2012. Suponho que seja esta linha que, prolongada para sul, venha a chegar ao Porto. Todavia parece que este pormenor não foi oficialmente aflorado na reunião de Madrid, talvez porque os espanhois sintam que em Portugal ainda não foram tomadas decisões credíveis e definitivas.
A factura total, sem material circulante, será de 4.678 milhões de euros.
Tentarei, noutro post, fazer alguns comentários. Não de natureza técnica, para os quais sou incompetente, mas sim de natureza genérica. Para aqueles primeiros ficamos a desejar que o nosso amigo Antonio Alves esteja disposto a partilhar connosco os seus conhecimentos na matéria.
p.s. Para quem se sinta tentado a apontar este enorme investimento de Espanha como um exemplo a ser seguido em Portugal, eu quero lembrar que as circunstâncias são totalmente diferentes. Em Portugal, dos milhares de milhões de Euros a gastar, ficará no país pouco mais que o valor do cimento, da brita e da água, além da mão de obra maioritariamente estrangeira. Em Espanha quase tudo ficará no país, porque quase tudo virá da indústria espanhola, a começar pelas composições. São duas realidades sem comparação possível.
No encontro havido na véspera em Madrid, entre o ministro do Fomento do governo central e o presidente da Xunta de Galicia, ficou estabelecido o programa da rede, a sua calendariazação e as verbas envolvidas.
Concretamente, haverá uma linha principal Madrid-Segóvia-Zamora-Ourense-Santiago-Corunha. O troço Ourense-Santiago estará a funcionar em 2011, electrificado e com bitola internacional, com velocidade de 250 km/hora. Em 2012 entrará em serviço Madrid-Zamora, com as mesmas características. O troço Zamora-Ourense (230km) será curioso. A linha, segundo parece, será basicamente a actual mas com novas superestruturas, em bitola ibérica e sem electrificação. A velocidade máxima será de 180km/hora, mas o traçado de alguns troços montanhosos forçará a limitações pontuais de 110km/hora.
Os resultados práticos serão uma redução do tempo Corunha-Madrid (600km), que é actualmente de 8 horas e passará em 2012 para 5.30 horas. Em 2014 quando entrar em serviço um novo traçado entre Zamora e Puebla de Sanabria, electrificado, com bitola europeia e 250km/hora, o tempo passará para 4.45 horas, ou seja um ganho de mais de 3 horas em relação ao presente.
Curioso é o detalhe de, entre Zamora e Ourense, vir a ser utilizado um novo modelo do Talgo com dupla locomoção(eléctrica e diesel-eléctrica) e com um sistema que permite que a mesma locomotora circule nos dois tipos de bitola.
Ficou a promessa de Madrid (apenas a promessa) de que em 2015 ou 2016 estará concluída a nova linha entre Puebla de Sanabria e Ourense o que permitirá fazer Corunha-Madrid em pouco mais de 3 horas.
Mas a velocidade elevada na Galiza não se fica apenas por este percurso. Haverá linhas Vigo-Ourense e Vigo-Santiago-Corunha, previstas para funcionar em 2012. Suponho que seja esta linha que, prolongada para sul, venha a chegar ao Porto. Todavia parece que este pormenor não foi oficialmente aflorado na reunião de Madrid, talvez porque os espanhois sintam que em Portugal ainda não foram tomadas decisões credíveis e definitivas.
A factura total, sem material circulante, será de 4.678 milhões de euros.
Tentarei, noutro post, fazer alguns comentários. Não de natureza técnica, para os quais sou incompetente, mas sim de natureza genérica. Para aqueles primeiros ficamos a desejar que o nosso amigo Antonio Alves esteja disposto a partilhar connosco os seus conhecimentos na matéria.
p.s. Para quem se sinta tentado a apontar este enorme investimento de Espanha como um exemplo a ser seguido em Portugal, eu quero lembrar que as circunstâncias são totalmente diferentes. Em Portugal, dos milhares de milhões de Euros a gastar, ficará no país pouco mais que o valor do cimento, da brita e da água, além da mão de obra maioritariamente estrangeira. Em Espanha quase tudo ficará no país, porque quase tudo virá da indústria espanhola, a começar pelas composições. São duas realidades sem comparação possível.
Embora o caminho mais directo para salamanca/valladolid (o que nos interessa) seja pelo proposto traçado aveiro-salamanca, e como este muito provavelmente não será construído, teremos que garantir que a nossa ligação a vigo se concretize. caso contrário lisboa ficará com o monopólio da bitola europeia em portugal.
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