Apesar das minhas reticências quanto ao êxito do novo semanário regional "Grande Porto" colocado hoje nas bancas dos jornais, não quero deixar de saudar o primeiro dia de vida e desejar-lhe muitos e felizes anos de existência. Mais do que politicamente correcto, para um portuense ou qualquer anti-centralista, é uma obrigação fazê-lo. Mas [lá estou eu a ser "picuinhas"], para o primeiro dia de vida começa mal. Acalmem-se os mais precipitados, porque vou explicar porque digo isto, apesar de não ser meu costume criticar só por criticar.
Quase todas as semanas tenho o prazer de ter, pelo menos uma vez, uns agradáveis minutos de conversa com o nosso colaborar Rui Farinas, pessoa de quem me tornei rapidamente amigo pela sua maneira de ser, frontal e inconformado. Hoje, foi um desses momentos. Porque a conversa para aí nos conduziu, a dado momento o Rui Farinas lembra-me que era esta sexta-feira que saía o jornal "Grande Porto" e pergunta-me se eu o tinha visto na tabacaria, dado já lá ter ido comprar o Público. Disse-lhe que não sabia, até porque me esqueci que era hoje o dia de lançamento.
Já depois de me ter despedido do Rui, fui à tabacaria dar uma espreitadela para ver se descobria o semanário, e foi aí que comecei a torcer o nariz. Não havia meio de o encontrar. Até que perguntei à menina se dispunha do expectantemente "anunciado" jornal, ao que me respondeu que sim, ainda que com pouca convicção. Mas, lá o conseguiu descobrir bem escondido na estante colocado no extremo oposto ao da entrada...
Numa primeira impressão, não me desagradou o aspecto e quanto ao conteúdo ainda é cedo para retirar conclusões significativas. Um pequeno detalhe, que agradará seguramente a muitos leitores [incluindo ao próprio R. Farinas, porque sei o que pensa sobre o assunto], é o da página de programação de TV incluir, finalmente, e pela 1ª. vez na história da imprensa "nacional", uma coluna dedicada ao Porto Canal! Outro detalhe interessante: a colaboração do António Almeida Felizes, autor do blogue Regionalização.
Sabemos que os critérios de exposição de produtos de uma loja, pautam por priorizar a componente comercial, o que se vende melhor, e colocá-los nos locais com maior visibilidade, mas não deixa de ser um sinal de ignorância por parte da gerência do estabelecimento, não dar instruções aos seus empregados no sentido de posicionar o jornal em lugar destacado, de mais a mais, tratando-se de um jornal, novo e regional!
É nestes pequenos-grandes pormenores que se "percebe" a mentalidade da neo-classe empresarial [e sobretudo política], nortenha no que concerne à produção regional. Curiosamente, pude ler ontem num saco de um certo hiper-mercado famoso qualquer coisa como isto: "Prefira produto nacional, compre em tal parte". Eu só gostava de saber o que passa pela cabeça de alguma gentinha virulenta que vive e nasceu no Porto para terem medo de dizer: compre melhor, compre produto regional! Só o efeito pernicioso do centralismo e suas influências podem explicar estes "medos". Mas, se é disso que se trata, o que podemos nós pensar de uma democracia que gera fenómenos desta natureza, bem mais vincados e aterradores do que no tempo da outra senhora?
Não seria tudo tão simples, se os fiéis à Ordem Imperial, fizessem rapidamente as malas, rumassem todos a Lisboa e nos desamparassem a loja?
Oxalá prospere e se torne um semanário de referência.
ResponderEliminarRui, então nada sobre o dabate sobre o estado da capital?
Um abraço
Meu caro VilaPouca, só isto:
ResponderEliminarRepugnância! Chega?
o abraço da ordem
Ao contrário do autor, como tinha encomendado o n.º 1 desse novo semanário na tabacaria onde compro os outros jornais, não tive dificuldade em adquiri-lo. E um exemplar estava na montra dessa tabacaria (T. Mateca, Av. Fernão de Magalhães junto à Praça Velasquez, passe a publicidade).Razões eventuais: melhor espírito comercial e a localização na cidade, já que fica nas Antas, presumo eu.
ResponderEliminarQuanto ao jornal, vamos lá a ver, como continua nos próximos números.
Cumprimentos