06 outubro, 2009

Entrevista de Lobo Xavier a Elisa Ferreira

O jornal Público de hoje saiu com uma entrevista de Lobo Xavier (CDS/PP) a Elisa Ferreira que teve lugar no carismático café Majestic. Em determinado ponto da entrevista Lobo pergunta a Elisa:
- Como vê a crítica generalizada à ideia de que se candidatou à Câmara do Porto mas construiu primeiro uma rede para que, se as coisas corressem mal, não ficar totalmente desprotegida?
Resposta de Elisa:
- A CDU e o PS consideraram que não havia problema nenhum, e havia até algumas vantagens em candidatar a Câmaras pessoas que também eram candidtas ao Parlamento europeu. Outros pensaram de outra maneira. Cada Partido escolheu a sua estratégia.
Começa aqui o erro que muitos políticos cometem, que consiste em orientar sistematicamente as suas estratégias pelo parecer dos partidos sem procurarem antes sentir o pulso à opinião e ao sentir das populações. Pessoalmente, e como disse no post anterior, estou disposto a "perdoar" a Elisa Ferreira a gafe política de não ter renunciado ao cargo europeu e apostar tudo no Porto. Mas, pergunto-me se outros portuenses estarão na disposição de fazer o mesmo.
Descontando o cancro local dos eleitores portuenses que votam em Rui Rio a pensar no Benfica ou no trampolim em que o amigo Presidente pode vir a tornar-se para darem o grande salto das suas carreiras profissionais ou empresarias, Elisa Ferreira com um pouco mais de experiência vencia Rui Rio sem grande dificuldade. Rui Rio só é querido pela elite mais hipócrita e interesseira da nossa cidade. Alguns dos seus "ilustres" apoiantes são autênticos saltimbancos de "luxo".
Repare-se quem circula já em torno da sua candidatura:
Paulo Portas [o verdadeiro artista, «amigo» de mercados em épocas eleitorais], que nunca quis saber do Porto para nada. Miguel Veiga, um «distinto» e rico advogado «do Porto» que tem da cultura uma noção muito snob e privada, e a recém derrotada líder do PSD, a cinzentona Manuela Ferreira Leite. O que é que esta gente tem a ver com as gentes do Porto? Nada! Não passam de demagôgos. E porventura, assim mesmo, Elisa pode vir a ter muitas dificuldades para reconquistar esse pôvo.
Terminei a leitura da interessante entrevista perguntando cá para os meus botões em quem é que Lobo Xavier irá votar nestas autárquicas...

7 comentários:

  1. Não fiquei nada entusiasmado com esta entrevista da Elsa. Às 22 horas vou ver o debate no Porto Canal,talvez ela me convença. Mas não me interpretem mal,votaria nela de olhos fechados...
    Um abraço.

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  2. Caro Rui Farinas

    eu já nem sei se devamos dar importância ao que os políticos prometem em campanha eleitoral ou mesmo aos seus lindos projectos. A grande dúvida, o nosso problema-mor é descobrir se estão dispostos a levar à letra o que prometem.
    Ontem, no Porto Canal, pareceu-me estar mais descontraída e esclarecida.

    Um abraço

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  3. É caso para dizer:

    Coitada da cidade do Porto!!!
    com esta gentinha.

    Ou

    Quem te viu e quem te vê.

    Grande e belo Rio Douro: comtaminado por outro rio.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.

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  4. "Rui Rio teve uma atitude de marialva no Porto"
    in DN

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  5. Entrevista com Elisa Ferreira
    "Deixou-se o trabalho de Siza a meio"
    por João Céu e SilvaHoje


    É verdade que nunca se alisboetou?

    Tem dúvidas? Toda a gente que me conhece sabe bem que sou portuense, portista e do Norte.

    Prefere Porto à S. João ou à Serralves?

    Os dois! Há dias para tudo.

    Quem tem razão: Cavaco ou Sócrates?

    Sócrates, é evidente.

    Al Gore ficaria arrepiado com a situação ambiental do Porto?

    Ficava desiludido porque fizemos a metade do caminho e depois estacionámos.

    Álvaro Siza deixou o Porto mais feio?

    Não deixou o Porto mais feio. Deixou-se o trabalho do Álvaro Siza a meio.

    Miguel Portas ou Paulo Portas?

    Miguel Portas.

    Acha que a energia nuclear é solução?

    Não.

    Enche o depósito do carro em Espanha?

    Não e até prefiro andar a pé e de transporte público.

    Gosta de tripas?

    Adoro tripas! E sou membro da Confraria das Tripas com muito gosto e honra. Quem não gosta de tripas não gosta do Porto.

    Fernando Gomes foi bom autarca?

    Ninguém é perfeito. Foi um grande autarca, o último grande presidente da câmara, e recolocou o Porto na agenda.

    Vai ser sempre independente no PS?

    Neste momento, é a minha perspectiva.

    Tem saudades de estar no Governo?

    Não. Já fiz o tirocínio que tinha de fazer, gostei muito e basta. Agora quero vir para o Porto.

    O Norte e a Galiza podem ter um papel comum?

    Claro que sim. É um bloco com mais de sete milhões de habitantes e a Galiza está mais perto do Porto do que de Madrid. Se fizermos uma promoção inteligente e prepararmos a cidade, reforça-se uma dinâmica económica com vantagens para ambos.

    TGV Lisboa-Porto-Vigo vale a pena?

    Se há dúvidas sobre o mercado para Lisboa-Madrid, na linha Porto-Lisboa não há. É estrategicamente importante para o País avançarmos rapidamente com esta obra.
    in DN

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  6. Entrevista com Elisa Ferreira
    "Passámos do ovo estrelado para o 'donut'"
    por João Céu e SilvaHoje


    Gaia está a sobrepor-se ao Porto. O Porto tem meios para contrariar essa situação?

    O Porto não pode entrar numa competição com os municípios vizinhos, tem é de promover uma articulação de estratégias e recuperar a ideia de que o Porto tinha a excelência. Antes era como um ovo estrelado, que tinha uma gema riquíssima que difundia para a envolvente, enquanto hoje parece um 'donut'. As pessoas foram escorraçadas e a dinâmica cultural foi tratada com o epíteto de "estes são os subsidiodependentes".

    É o caso do Teatro Rivoli?

    Que é subsidiodependente, naturalmente! Porque não só o Rivoli está em quase exclusividade entregue a uma empresa privada - que é muito bem-vinda e tem de continuar a actuar no Porto - mas não me interessa que o grande equipamento cultural da cidade e toda a política cultural se esgote a patrocinar um produtor e em condições pouco claras.

    Até porque existe o Teatro Sá da Bandeira, que está abandonado.

    Que começa a ter problemas de segurança estrutural, porque é um teatro antigo, que precisa de ser renovado. Uma das coisas que são confrangedoras é que, tendo nós a Casa da Música, Serralves, o Teatro Nacional de S. João, entre outros, e muitas instituições e companhias, não há nenhum espaço institucional em que a câmara sente à sua volta todos estes actores e diga "vamos coordenar um programa para a cidade".

    Um dos seus apoiantes, Carlos Tê, diz que é preciso provocar uma agitação cultural.

    Sim, porque vejo a cultura como um investimento que tem uma função tripla: afirmar a identidade das cidades e dos espaços; um factor de democracia e democratização pelo conhecimento e uma grande fonte de riqueza económica. Porque, numa cidade de serviços, que tem gastronomia e um comércio com muita tradição, é preciso olharmos para a cultura e oferecer um produto que redinamize a dinâmica existente.

    Considera que o Porto parou no tempo?

    Tenho a certeza. Essa é uma constatação muito triste e a que não posso fugir. Uma cidade não pode viver se não atrai empresas e tem emprego e nenhum destes vectores funciona no caso do Porto, um concelho que desde 2001 mais percentagem de população perdeu - só ombreia com Pampilhosa da Serra. E esse é um cenário confrangedor para um portuense.
    In DN

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  7. Seria uma autarca menos conflituosa?

    Decerto, pois os seus dois mandatos foram sempre de conflito. Com o Futebol Clube do Porto, com a imprensa, com o Governo central, com os grupos de teatro… Esta afirmação pelo conflito dá uma imagem crispada da cidade que não é a verdadeira e o que ele teve foi uma atitude de marialva no Porto, ao criar uma grande operação de marketing que fez com que todos pensassem imediatamente que era muito corajoso. Se há seis milhões de benfiquistas, então ele tem mais de metade do País a construir-lhe um altar, o que é uma maneira muito capciosa de se servir do futebol para fazer política.

    Elisa Ferreira ao DN (vale a pena ler a entrevista na integra)

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...