25 janeiro, 2010

Haiti, Lisboa, e os castigos de Deus...

No rescaldo da tragédia do Haiti, a multidão de sobreviventes reuniu-se junto aos destroços num acto redentor de fé cristã para pedir perdão a Deus. Ouviam-se pessoas, muitas das quais porventura inocentes, arrependidas a rezar e clamar perdão pelos crimes cometidos.
Antes do terramoto, reinava a violência e a criminalidade nas ruas de Port aux Prince e era tanta e tão frequente que levou a população a atribuir à calamidade um castigo de Deus.
Mal comparando, subitamente, dei comigo a fazer uma analogia do "peso de má consciência" haitiano com o do lisboeta caso o terramoto de 1755 tivesse agora outra réplica. Lisboa, está situada numa zona de alto risco sísmico.
Neste momento, nem numa tragédia dessa dimensão seria capaz de lhes estender a mão. Os meus sentimentos com aquela parte do país estão na fronteira entre o desprezo e o ódio. Não tenho como escondê-lo, nem quero.
Oxalá, a má sorte dos haitianos não se repita em Lisboa, porque não serei eu que darei um passo para os ajudar, ao contrário do que faria com qualquer povo, em qualquer lugar do Mundo, até a um animal.
Duvido mesmo, que numa hora trágica como essas, o medo ou a cobardia lhes despertasse a humildade para reconhecer as malfeitorias escabrosas que andaram a fazer ao resto do país, principalmente ao Porto e ao Norte.

11 comentários:

  1. Claro que ajudava meu amigo!
    Isso será da boca pra fora!
    Os Lisboetas são boa gente,o problema deste país são os lisbonenses!Ou devo dizer "lisbonários"?

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  2. Infelizmente já dei comigo a pensar nisso, e dizer a mim mesmo que se os visse a afogar não lhes dava a mão. Lamento ter de pensar assim mas é o que me vai na alma.

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  3. Os lisboetas devem ter pensado o mesmo e por via das dúvidas organizaram -tipo Banco Tomás Bettencourt- um espectáculo de promoção, lavagem de imagem e unidade benfiquista...Através de uma "aparente" ajuda humanitária...Eu até estou um pouco de acordo, só tenho algumas dúvidas no seguinte: -Que relação especial temos nós com o Haiti, os Franceses até têm, Zidane até é Francês, eu sei a Fundação é Zidane/Luís Figo ou talvez mais Luís Figo/Zidane e atrás do Luís Figo lá vem o Rui Costa, vem o Eusébio, até vem o Nuno Rogeiro...Ouviram aquela das colecções dos cromos de infância?...Tinham todos!...Que saudades...Já repararam que estes jogos, nunca, mas nunca, se realizaram no Dragão ou na finita Antas?...Estranho, ou talvez não?
    O Porto é longe mas o Haiti é aqui tão perto...

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  4. ... era mais "bela proposição"...

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  5. Os jogadores de Futebol Profissional Hulk e Sapunaru, são estrangeiros.
    Ganham a vida portanto no nosso país ( são imigrantes) e estão a ser vitimas de uma enorme injustiça.
    Basta ler ou ter conhecimento sobre os acontecimentos do famosissimo tunel da Luz em 2009 (Nacional e FCP) e sobretudo ver muito atentamente o video dos acontecimentos em 2008 no mesmo tunel, para não ficarmos com muitas duvidas.
    Portugal não pode esquecer-se que tem milhões de emigrantes pelo mundo fora e não gostaria de os ver alvos de graves injustiças.

    Os Blogues portistas ou portuenses (individual ou colectivamente), as diversas casas do FCP espalhadas pelo país e as claques do FCP (legalizadas) deveriam dirigir carta às Embaixadas (Brasileira e Romena) relatando a situação e pedindo a sua atenção paraeste assunto( pois quer o FCP, quer os jogadores provavelmente não o podem fazer)dando do facto conhecimento a alguma CS ??
    Tirar este assunto do "patamar desportivo", para "outros patamares" ( menos poluidos ?) ajudaria a uma Justiça mais adequada ??
    Ajudaria claramente a dizer que o "mundo portista" está atento e não adormecido ??
    Faz sentido o exposto ??
    É possivel e conveniente ??
    Um portista preocupado.

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  6. Gente do Norte a Prosegur de quem aqueles energumeos da Mesquita Magrebina são funcionarios deve ser banida das nossas Empresas. Eu ja comecei....

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  7. Meireles, tudo serve para a propaganda à boa maneira salazarenta...

    Um abraço

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  8. Quero, sem dúvida, corroborar as palavras do Kosta de Alhabaite, e dizer como ele "Sábia preposição"!

    Parabéns Rui pelo excelente texto!


    Renato

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  9. Costumo ler os seus textos. Acompanho o seu blogue. E foi gracas a ele que acabei por tomar consciencia da "polarizacao / centralizacao" existente em Lisboa. Obrigada por me ter aberto os olhos quanto ao "estrangulamento" evidente em relacao ao resto do país, fora da zona da capital. Mas queria dizer-lhe que apartir de hoje perde uma leitora do seu blogue. Eu nao sou de Lisboa nem do Porto. Sou de Coimbra, cidade onde pouco se ouve falar das rivalidades entre o Porto e Lisboa. É bom ter a consciencia do que se passa no nosso país.
    Mas textos como este, dizendo que nao estenderia a mao para ajudar uma outra cidade, num caso tao grave como um terramoto? Mas o que é isto? Que idade é que tem? Caramba, tanta idiotice por este mundo fora...

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  10. Ana,

    Vamos por partes. Não sei também que idade terá, mas, espanta-me que tenha sido preciso ler este blogue para se dar conta das vicissitudes e injustiças do centralismo.
    Espanta-me também, que sendo leitora do Renovar o Porto
    só agora se tenha lembrado de comentar para se insurgir contra o teor deste post e não ter deixado uma palavra de apoio em nenhum dos que o antecederam. Daí, reservar-me o direito de suspeitar das suas origens conimbricenses...

    Há um ditado que deve conhecer, que diz que "quem não se sente não é filho de boa gente". Como sou filho de boa gente, sou portuense e amo a minha cidade, sinto-me ofendido quando a maltratam e agridem. É o caso.

    Se estivéssemos num país a sério, onde a Justiça funcionasse, provavelmente nunca escreveria o que aqui escrevi, mas como não estamos, não posso permitir que me agridam,sem reagir.
    Neste momento, repito, estou totalmente a leste de qualquer instinto solidário para quem ofende e prejudica a minha cidade. É como se me batessem a mim, percebe?

    E não pense que lhe fica bem, dar-se ares de uma pessoa mais civilizada que eu, porque a sua indignação é parcial. Você está longe de perceber o que realmente é o Centralismo, senão não faria este comentário.

    Vou-lhe recordar uma coisa. Hoje, você, eu e muita gente está a ususfruir de alguns direitos e liberdades porque alguém lutou por ela e deu literalmente o corpo às balas, percebe? Pela sua susceptibilidade percebe-se que nunca teríamos mudado de regime, porque como sabe os militares de Abril revoltaram-se com armas, ainda que sem sangue. Mais. Se calhar, foi mesmo por não ter havido vítimas que os nossos políticos não levaram a Democracia a sério e tornaram este país na pocilga que conhece.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...