05 maio, 2010

Criemos um Movimento para nortear. A sério.

O Porto e a grande região Norte do país precisam urgentemente de se demarcar dos partidos políticos existentes. Não adianta continuarmos a reclamar pelos nossos direitos legítimos ou por justiça porque, da esquerda à direita, os partidos já deram provas sobejas de não se comoverem com os nossos problemas. O crescente desprezo a que temos sido votados nestes últimos 20 anos pelos vários Governos, quer pelo PSD, quer pelo PS, quer mesmo pelos partidos da oposição, não nos deixa outra alternativa: temos de fundar um novo partido político assumidamente vocacionado para o Norte de Portugal.

As nossas motivações são muitas, e profundamente legítimas, porque o Governo continua apostado em ignorar-nos, em penalizar-nos mais do que em nos apoiar. Portanto, temos de esquecer  definitivamente o Governo, o Presidente da República, e os partidos da oposição, porque também eles se mostram acomodados e contaminados pelo carreirismo profissional. A história da actriz [ou lá o que ela é] Inês de Medeiros, e as suas absurdas remunerações de transporte para manter residência em Paris, são a mais recente prova da falta de pudor que assolou a classe política. Teremos de esquecer  rapidamente estes protagonistas e encontrar outros, mais sérios e mais empenhados. 

A decisão de portajar as SCUTS, exclusivamente no Norte, precisamente a região que os Governos ajudaram a empobrecer, os desvios do QREN para a capital, a região mais rica do país, a redução do investimento público, a concentração de eventos culturais e desportivos, e o desvio de outros para Lisboa , extravasaram os limites da decência. Perderam-nos todo o respeito. Só temos, portanto, uma forma de o recuperar: organizando-nos cívica, legal , e politicamente, gerando um grande Movimento coeso e solidário para defender o NORTE de Portugal. Assim mesmo, sem papas na língua nem medos de bichos papões inexistentes. Afinal de contas só estamos a reclamar o que nos têm roubado impunemente. O  povo do NORTE tem toda a legitimidade para estar descontente, decepcionado, revoltado mesmo com a forma discriminatória como continua a ser tratado. Estamos em Democracia, garantem-nos. Então, escolhámos nós próprios quem queremos e como queremos governar-nos.

Não nos iludemos. O futebol, não foge à regra. O que estão a fazer ao FCPorto e aos clubes do Norte em geral [embora com menor impacto, por serem clubes mais pequenos], não é apenas uma consequência de rivalidades desportivas, vai muito para além. Estão a empobrecer-nos não só económica como socialmente. Querem roubar-nos a nossa identidade. Nós somos de uma região historicamente ligada às primeiras raízes do país, e não podemos permitir, só porque se estabeleceu em Lisboa a capital, que ela nos retire o direito ao progresso e à autonomia. Chegou a hora de sermos nós a decidir o nosso destino. Procure-mo-lo daqui para a frente. Continuemos a denunciar as arbitrariedades, mas acompanhemos atentamente a coisa pública, colaboremos abertamente em novos projectos que eventualmente nos possam interessar. Não permitamos que nos dividam, criemos um partido novo. Organizemo-nos. 

PS-Aproveite o tema para responder à sondagem plasmada na coluna à sua direita

12 comentários:

  1. Vamos a isso! Só queremos o que temos direito, mais nada.

    Um abraço

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  2. Se houver um Movimento para nortear a sério com diz o Rui, temos que nos livrar deste boys dos partidos que estão aqui no Norte a fazerem o que os seus partidos lisboetas centralistas mandam.
    Então não é; que o Bloco e o PCP pela voz dos seus dirigentes alfacinhas chauvinistas, bairristas, centralistas e benfiquistas aprovam as grandes obras na cidade deles e que se f... o norte (é que nem falo em nós) e estes lacaios do partido de cá do Norte acenam com a cabeça a dizer sim! com esses que querem lá saber do futuro dos trabalhadores, e aplaudem as grandes Obras para os monopólios das empresas ligadas à construção civil.
    E o outro não menos alfacinha vermelho do PSD, que quer entreter a regionalização a uma experiência piloto de 4 anos no Algarve.
    Só me apeteçe dizer .... pariu e a quém os apoiar.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO

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  3. Mais uma vez aqui expresso a minha disponibilidade para colaborar.

    Aguardo ansiosamente novidades deste movimento de que tem vindo a falar. Agora falta é dar o passo em frente.

    Ficamos á espera da boa nova.

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  4. Também como o Rui Valente, acredito que uma regionalização efectiva é que talvez conseguisse pôr um pouco de ordem no centralismo anti-democrático da Capital.
    Afinal Portugal é tão pequeno que não se justifica reclamar a independência do Distrito do Porto, mas que penso nela e que perante as atrocidades sofridas pela região, me apetece propor, apetece.
    Depois os nossos políticos são essencialmente eleitoralistas e por conseguinte como na região de Lisboa existem aproximadamente o dobro dos habitantes da região do Porto, daí o facto da balança pender sempre mais para Lisboa.

    Um abraço

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  5. Contem comigo.

    Os partidos existentes não querem saber da nossa região, até porque foram lá criados. Provas? Que tal 26 anos de experiência?

    Bruno Paiva

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  6. Caros Amigos!

    Torna-se muito urgente criarmos o Partido ou Movimento do Norte, porque desta maneira nos podemos defender de todos os ataques a que estamos a ser alvos!

    Vamos, urgentemente, em frente na procura dos nossos direitos.

    Apelo ao Rui Valente ao Rui Farina, ao Kosta e a outros amigos,já que eu não tenho blog, que promova uma reunião para começarmos a desenvolver este projecto, que nos libertará das amarras da tutela da capital do império!

    Força amigos, vamos lutar pelos nossos direitos e pelo direito dos nossos filhos e dos nossos netos!

    Um abraço,

    Renato oliveira

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  7. Confio que brevemente todos tenhamos a possibilidade de ver os nortenhos passar aos actos,ultrapassando o bla,bla inconsequente daqueles que só sabem falar mas que se refugiam na inércia comodista quando é preciso actuar.

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  8. Aveiro é Norte05/05/10, 22:45

    é preciso um líder! que envergonhe os politicos "colaboracionistas"...se aparecer acredito que os nortenhos se safem!

    Sou Portista mas não sou portuense faz-me muita impressão como é que não se revoltam perante os constantes insultos a que são sujeitos. Mesmo no futebol, de cada vez que os portistas se deslocam ao sul é um fartar vilanagem de violência da polícia e uma desprotecção total. Vimos agora os meninos da capital a serem levados ao colo pela bófia...

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  9. Já é mais do que hora de fazer alguma coisa pela região Norte e bater o pé ao poder central que cada vez esta mais central.

    Abraço

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  10. Transmontano em Lisboa há 10 anos e farto de ver o desprezo que este pais tem a tudo que esteja abaixo de setubal e acima de alverca.
    Mais um com vontade de mudar o status quo e lutar por um país mais ewuilibrado, justo e com identidade.

    É necessário começar a germinar estas ideias.

    Atentamente acompanhando, pois farto de arbitrariedades e de propaganda ando eu.

    Ver a passividade das forças da cidade do porto e da região sobre todos os problemas, injurias que a cidade e a região têm sofrido é penoso....

    Como é possivel que durante este ultimo fim de semana, nem o presidente da camara, nem governadores civis nem nada tenham vido defender a cidade e os seus habitantes, e se dá tempo de antena sem contraditório a estes abutres que vivem na capital!?!

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  11. Para mim, já há muito que cheguei a essa conclusão. Com os actuais políticos (salvo raras excepções)submetidos por interesses próprios ou partidários às directrizes dos chefes instalados em Lisboa, nunca o Norte voltará a ter a importância que teve em 1974-75 ou antes.
    Por isso, só um novo partido ou movimento de libertação do Norte poderá fazer algo, já que isolados nada conseguiremos, mas unidos, todos os que partilham as mesmas ideias, poderemos conseguir acabar com esta desigualdade e injustiça a que assistimos todos os dias.
    Só um último aspecto: cuidado com os infiltrados, autênticos submarinos, ao serviço de Lisboa e seus interesses.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...