02 junho, 2008

Sr. Pachêco Pereira, que tem a dizer desta promiscuidade?

Pouco me anima o facto do Dr. Rui Rio ter um "despertar" demasiado lento, de não gostar de berrar contra Lisboa e de estar agora a dar sinais de vida. Indo directo ao assunto, estou convencido que não foi essa a razão da sua timidez reinvindicativa no passado próximo ou remoto, nem tão pouco a sua súbita representação perante o Governo central no débil papel de homem defensor dos interesses do Porto, mas antes o aproximar das eleições autárquicas que costuma induzir os políticos à tradicional dança de sedução eleitoralista. Há quem diga e creia, que ele é sério, mas o que não é seguramente, é burro. Mas nós, também não somos.
Acho muito bem que processe (se tiver genica para isso), o Govêrno por desviar os fundos do QREN que nos eram destinados para continuar a engorda da vaca sagrada chamada Lisboa, mas não é por isso que mudarei a minha opinião àcerca dele. É uma carta fora do baralho, i-r-r-e-v-e-r-s-í-v-e-l.
Várias vezes aqui escrevi, tentando explicar as razões (e as emoções), que me levaram a perder toda a confiança no regime democrático português o que, em poucas palavras, se pode resumir a esta constatação: os mecanismos democráticos de controlo dos cidadãos relativamente ao poder político são demasiado lentos e disfuncionais. Há pois, que os alterar. Quando isto for feito ou, em alternativa, quando - e se - este país, um dia se pautar por padrões de qualidade de vida mais simétricos e elevados, então talvez me disponha a aceitar as regras do jogo. Até lá, não contem com o meu voto de apoio.
Há por aí uns iluminados que acham pouco "ético" analisarmos a política e os políticos por questões de carácter, e eu continuo a não perceber porquê, quando é o carácter, sobre qualquer saber técnico ou ciêntífico que confere (ou não) qualidade ao que se faz. Suspeito mesmo, que esses existencialistas tenham "boas" razões para pensar assim, mas não serão seguramente as mais nobres...
É tão importante o carácter dos indivíduos, como tirar uma radiografia aos pulmões para detectar um tumor.
Estou-me a lembrar - mais uma vez -, por esta altura em que as televisões "não provincianas" da capital injectam doses maciças de orgulho pueril na cabeça dos pobres emigrantes portugueses, se o sempre crítico Pacheco Pereira vai voltar a chumbar no exame de carácter (ou da falta dele) e se fará algum comentário negativo a esta patranha patrioteira que por acaso (e para azar dele) não está a ser protagonizada com a "promíscuidade" dos portuenses... Quando assim é , quando não é o Porto ou o FCP a estar na berlinda, o seu "carácter" manda-o remeter-se ao silêncio e a assobiar para o ar. Aí, os seus escrúpulos de cidadão "superior", evaporam-se sem deixar rasto. Como é que um tipo destes podia não gostar de Rui Rio? São iguais!? Por isso, não são necessários à nossa cidade. Só estorvam.
PS-Ah, deixem-me ressalvar uma coisa antes que apareça por aí um esperto a "ensinar-nos" que o FCP não é o Porto. Eu corrijo. Na verdade o FCP não é o Porto, mas é certamente muito mais
Porto do que o Benfica e Sporting juntos.

3 comentários:

  1. Caro Rui Valente.

    Este promiscuo só fala quando se trata de "bater" no FCPorto.

    Sobre a selecção lisboeta e os politicos, nomeadamente o presidente da república, ele não abre o bico e não há promiscuidade.

    Façam como eu que deixei de ouvir a sua faladura e ignoro-o, considerando-o um fora da lei ao serviço de algumas elites do seu partido e que ganha muito dinheiro só para dizer mal dos seus companheiros. O Luis F.Menezes que o diga !

    Portanto, caros amigos, ignorai este individuo e quando for necessário criticá-lo, FORÇA.

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  2. Meu caro Rui não é por causa das eleições autarquicas, mas por causa das legislativas, que o homem agora é vice da M.F.Leite.Só que ele já não engana ninguém...espero eu!
    Hoje no Público mais um parecer que arrasa as escutas.Processo Fátima Felgueiras.
    Um abraço

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  3. Caro D. Vila Pouca,

    Vai dar ao mesmo. Com eleições à porta, já consegue emitir alguns sons, só não sei é se o Sócrates o consegue ouvir...
    Ainda o vamos ver com o cachecol do FCP (salvo-seja!).

    Políticos!

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...