05 junho, 2008

A xenofobia futebolística dos nabos

A intelectualite aguda de determinadas figuras públicas se não for tratada a tempo, arrisca-se a tornar-se em doença crónica. Há-as, de vários tipos, e pode ter diversos nomes e tons. Uma das mais publicitadas pelos media do centralismo, chama-se "síndroma do pacheco-pereirismo". É tóxica, mói, corrói e "inflói", mas não é mortal. É incurável, porque é uma doença do foro psiquiátrico profundo, e porque, além disso, como quase todas as doenças, é estúpida.

Um dos sintomas deste síndroma, é a aversão ao futebol. Não a todo o futebol, claro, mais a um do que a outro. Depende da côr, e da região onde é praticado. É uma doença chata, porque atrofia bastante o cérebro e contagia os mais influenciáveis. Além disso, quando instalada, provoca nas pessoas uma sensação fantasista de sabedoria cujo efeito colateral mais comum é o de fazê-las cair no ridículo.
Segundo apurados estudos da comunidade ciêntifica internacional, esta doença ataca preferencialmente homens que na infância não tinham o menor jeito para dar um chuto na bola e se sentiam inferiorizados por serem excluídos das peladinhas com os amigos. Outros tôscos, mas de mente mais sadia, resolviam o problema facilmente, optando inteligente e alegremente por jogar à baliza, continuando assim a partilhar o convívio com os amigos.
Por paradoxal que pareça, estes doentes revelam-se afoitos a criticar as coisas más do futebol e tímidos a descobrir-lhe virtudes. Esquecem-se, por exemplo, que instituições de maior relêvo e responsabilidade civil, como Govêrnos e autarquias locais são incapazes de afastar do mundo da droga e da criminalidade tanta gente como o futebol. Esquecem-se (vá-se lá saber porquê), os postos de trabalho que geram, mas lembram-se da corrupção. Cinicamente. Tão cinicamente como esquecem a corrupção de todos os outros sectores da vida pública e privada.
A isto, pode chamar-se xenofobia intelectual. E xenofobia, seja ela de que tipo fôr, é sempre xenofobia.

8 comentários:

  1. 'só hoje tomei conhecimento deste blogue e confesso que gosto, é por isso de visita obrigatória a partir de agora.. como nortenho e portista o meu obrigado por escrever o que tantos de nós pensam mas que não têm jeito ou capacidade para se esprimirem.. continuação de bom blogue..'

    manuel magalhães

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  2. Parabéns pelo post.

    Contundente e com um sentido de humor intelegentíssimo.

    Saudaçoes.

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  3. Todos os portistas que forem ver a selecção aos ecrãs gigantes na baixa e ribeira deverão levar as cores do nosso clube, numa manifestação inequívoca de apoio ao FCP.

    Um abraço,

    Galaico

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  4. Caros Tripeiros,

    Vocês, são a prova provada, que sentem a vossa cidade muito para além do futebol.
    Naturalmente, sendo o FCPorto praticamente a única instituição local que ainda não foi derrubada pelo centralismo político e social de Lisboa e a que vos deu mais alegrias do qualquer outra, vocês (como eu) sentem na pele o que certos tecnocratas são incapazes de perceber: a revolta.

    Neguem qualquer colaboração com iniciativas geradas a partir de Lisboa (como concertos, desportos, visitas a museus, etc.), não leiam os s/ jornais, boicotem-nos.

    Se alguns de vós tiverem posses para tal, vão antes a Madrid...

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  5. Visito este sítio há muito e estou sempre de acordo com o que afirma.
    Bem haja pela defesa que faz da nossa terra.
    Pela minha parte, muito obrigado.

    J. Mota

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  6. E SE POSSIVEL FAZEREM-SE ACOMPANHAR DE UMA BANDEIRA PRETA.

    PELA CIDADE DO PORTO, QUE ESTÁ DE LUTO CONTRA O CENTRALISMO E PELAS MALDADES CONTRA O FCPORTO.

    PENSO SER UMA IDEIA A DINAMIZAR?

    QUAL A VOSSA OPINIÃO,

    ABRAÇO

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  7. Ó Rui o Pacheco Pereira - porque será que me lembrei dele? - era o dono da bola, não tinha jeitinho nenhum, era gordo, mas era o dono da bola e se ele não jogasse...ninguém jogava!
    Tadinhos dos pobres de espírito.
    Um abraço

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  8. Ó Dg.Vila Pouca,

    Dono da bola? Acha mesmo que ele tinha pedalada para isso?

    Estou a brincar. Eu percebi bem o "filme" que imaginou.

    abraço

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