Há uma questão que paira na mente de muitos portuenses que nenhum órgão de comunicação ainda se lembrou de levantar, de forma explícita e pública, que é: qual o limite de confiança disponível para os portuenses continuarem a "investir" nos partidos e na classe política? Até onde, poderá chegar esse limite? Quantos mais anos de asneiras, de falsas promessas, de pouca seriedade, precisam de decorrer, para os portuenses se disporem a dizer basta, de forma autoritária?
O Porto neste momento é uma cidade claramente diabolizada pelo centralismo (não se espantem que apareça daí a nada um comentador hipócrita a negá-lo). Ser do Porto, sem estar rendido aos muitos "encantos" da capital, é como ser uma espécie de judeu no meio de nazis. Está na «moda» desprezar o Porto, até os políticos (de cá) a seguem sem se incomodarem com a consequente exposição da sua baixeza de carácter, da sua absoluta e total cobardia. Estão lá, no Poder, governam-se, e pelo menos, até às próximas eleições, o seu lugar está garantido. Por outro lado, esta gentinha desqualificada, pela-se, só de pensar em levantar a voz ao big boss, com um medo horrível de desestabilizar a paz podre que vai reinando na aparelho (agência de emprego para cordeiros).
Claro que, aos órgãos de comunicação, genericamente, não lhes interessa muito auscultar a opinião popular, e a dos portuenses ainda menos, pelas razões atrás referidas. Todos têm medo de ficar "mal na fotografia", de falarem demais sobre os problemas do Porto com receio de se identificarem com as suas causas ou com a s suas "cores". O Porto, é um assunto quase tabu. A televisão (RTP) extasia-se com a produção de debates do tipo "Prós e Contras", porque ainda vive do feedback voyerista dos shares e das audiências, o que a induz a leituras de identificação erróneas quanto aos objectivos de verdadeiro serviço público. Os debates públicos para serem democráticos, deviam ter uma componente pública entre os participantes e menos a de meros espectadores de plateia, como agora têm. Os debates tal como são concebidos desvirtuam a génese democrática, são uma fraude, são apenas um espelho narcisista das elites. E eu não gosto de elites. Para ser elite basta muitas vezes o dinheiro, e o dinheiro não confere, nem inteligência, nem humanismo. O dinheiro compra, só.
Comecei este post com uma dúvida, mas vou terminá-lo com uma certeza. A dúvida, é uma espécie de "enigma" que é levantado à nossa capacidade de sofrimento e tolerância. A certeza - a pretexto de algum messianismo latente no espírito de muitos portuenses -, é que não haverá partido, associação ou movimento satisfatório, se não for capaz de implantar o rigor e restaurar o respeito nos seus hábitos e ideários. Primeiro dentro de si mesmos, depois cá para fora, para os cidadãos.
É que, sabem, enquanto cidadão elemento de uma Democracia, ainda não consegui descobrir qual é o artigo constitucional que me faculta o direito de punir seriamente (sem mariquices) a traição, e por esta altura posso garantir-vos que a Lista dos políticos é a mais numerosa.
Realmente mais que a costumada parvoice centralista em relação à Cidade o que mais incomoda é a forma como quem de cá chega a áreas do poder na capital e se esquece das origens.
ResponderEliminarAlém disso estamos entregues a uma Câmara inenarrável, desde o lamentável presidente à oposição, além de que não vejo propostas fortes e credíveis para arranjar pessoas que invertam esta situação. ( Rui Moreira, por exemplo? - digo eu... ).
Há que dar um safanão neste marasmo.
Jorge,
ResponderEliminarno mínimo, podíamos retirar o proveito possível do comportamento deplorável dos "nossos" representantes políticos e do estado semi-hipnótico da sociedade civil portuense, que é o de compreendermos que esta democracia não nos dá grandes garantias no presente e para o futuro.
É mais que chegado o momento de exigirmos outra "produtividade" política e de preferência com respeitinho ...