20 novembro, 2008

Os senhores Ministros

Nem queiram imaginar a dimensão das vantagens para a economia nacional, dos investimentos feitos por ex-governantes no estrangeiro, especificamente, em off-shores! É melhor nem pensar, para não sermos acometidos por um enfarte do miocárdio...
Dias Loureiro, ex-ministro da Administração Interna (imaginem), juntamente com José Oliveira e Costa, ex-líder do BPN e da SLN, adquiriu e sediou, em Porto Rico (não confundir com o Porto, pobre), duas empresas "tecnológicas", onde investiu cerca de 56 milhões de euros, à socapa das autoridades, escapando assim às contas das mesmas. Mas, calma, tudo isto será, como é costume em Portugal, devidamente esclarecido, o que, em bom português, quer dizer, devidamente branqueado. É só uma questão de tempo. O tempo, é para os políticos, a lixívia da consciência.
Mais "divertido" ainda (mas, não surpreendente), é o partido do Governo, que devia ser o primeiro a exigir o apuramento imediato das responsabilidades, ter inviabilizado as audições parlamentares acerca da bronca BPN, com a sempre eterna carta do baralho "legalista" (desculpa), de a mesma se encontrar sob investigação judicial. As investigações judiciais em curso, não sendo tão poderosas como a lixívia do tempo, constituem uma espécie de tira-nódoas prévio, que complementa e potencia a lavagem. O Governo, está a imitar a história do gato escondido com o rabo de fora e por alguma(s) razão deve ser...
Obviamente, que perante este espectáculo permanente de degradação moral ao mais alto nível, não haverá ao cimo da terra, nenhum chico esperto, mesmo clonado de Einstein, que me persuada a aceitar compatibilidades entre funções políticas e empresariais, sem se arriscar a levar com o rótulo de vigarista e corrupto!
Pois, foi isso mesmo que, segundo informa o Público de hoje, na página 3, fez Dias Loureiro quando submeteu em Abril de 2002 à apreciação da Assembleia da República esta questão, por pretender manter-se ligado simultaneamente a altos lugares administrativos de várias empresas com os de deputado, "em regime de não exclusividade" (belo argumento, não?).
Isto, dizem eles: é legal, é democrático. Pois eu direi, é pouca vergonha, é crime travestido de mérito e elitismo!
Senhores juristas e magistrados, por favor, imponham a Lei. A Lei, é a persuasão impositora do bom senso quando alguém não é capaz de o praticar por si mesmo. Numa Democracia de verdade , a Lei, nunca pode ser anti-democrática. Não o será, apenas e se, não for cumprida, seja quem for o prevaricador.
Tal como está, pode até conduzir o país a novas ditaduras.

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