05 abril, 2009

O preço da infâmia

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A balbúrdia instalada neste canto miserável do planeta é tamanha que já ninguém consegue separar o trigo do joio, ou seja, ninguém é capaz de saber ao certo quem fala verdade e quem mente. Mais. A impressão que o tempo vem reforçando com desprezível vigor é que, em matéria de seriedade, ninguém está totalmente inocente.
É, principalmente através dos jornais, que os cidadãos tomam conhecimento de factos como o Freeport e podem retirar as devidas ilações, estando porém condicionadas pela credibilidade do orgão que os transmitem. Este é outro problema sobre os demais. Ainda há, apesar de tudo, jornais mais credíveis que outros, mas nem mesmo assim os podemos ler sem recorrer a uma prudente inspecção crítica.
Passamos estes últimos anos a ser espectadores pouco mais que passivos de uma das maiores conspirações da vida social do país, onde tudo se fez e inventou, para derrubar um clube de futebol através do seu timoneiro. Mesmo os mais cautelosos adeptos e admiradores de Pinto da Costa, tiveram dificuldade em se convencerem dos elementos acusatórios que choviam de todo o lado* contra ele. A parra era sempre mais farta que a uva, e estas quase sempre mirradas e sem sumo que a justificasse. De difamação em difamação, corroborada marginalmente por pessoas de cuja responsabilidade se exigia a máxima sobriedade e isenção, as terríveis suspeitas incessantemente propagadas foram-se diluindo em pouco mais que ruídos residuais.
Simultaneamente, nos bastidores do poder político e económico, outros protagonistas, com outras responsabilidades, aproveitavam a boleia persecutória sobre o virtual «D. Corleone» portista, para matar dois coelhos de uma só cajadada: permitiam que a caça ao Homem prosseguisse, esperançados que a vítima fosse abatida e que o clube do regime tirasse disso partido (o Benfica), ao mesmo tempo que iam movendo altas influências no sentido de orientarem, no segredo dos Deuses, mas faustosamente, as suas vidas privadas. Só que, o tiro saiu-lhes pela culatra, e a montanha acabou por parir, não o rato que esperavam, mas outros, bem diferentes e com maiores responsabilidades ... A montanha, afinal, está a parir sim, ratazanas, mas dos escombros da política.
Começamos finalmente a ter consciência, que o filme que o Botelho pariu, além de medíocre, devia ter cenários sulistas, com destaque para o estuário do Tejo e outro tipo de protagonistas, com mais status, para ter algum sucesso, a Norte e até, quem sabe, em todos os pontos cardeais do país...
Mas, no fim desta salada russa de intrigas, de compadrios, acusações, de informação contra-informada, resta algo de confrangedor e sórdido, que é a inevitabilidade do público meter tudo no mesmo saco e misturar os verdadeiros corruptos com simples homens de valor, como Pinto da Costa é. Efectiva e merecidamente.
* da Central de desinformação lisboeta

10 comentários:

  1. É pá...tive de ler duas vezes!
    Aos poucos, mais devagar que desejariamos, mas lá vamos levando o barco a bom Porto.

    Bom domingo.

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  2. Descubra as diferenças


    "Há diferenças decisivas. Não uma, mas muitas diferenças. Demasiadas diferenças, até, para que Sporting e Benfica se sintam com hipóteses de roubar o título aos dragões. A começar pela abismal diferença de classe dos jogadores. A equipa principal do FC Porto seria titular em qualquer equipa dos grandes de Lisboa. Os suplentes também. Alguns dos que nem se sentam no banco, igualmente, e até mesmo uns quantos que por aí jogam, emprestados a outras equipas, não deixariam de, pelo menos, fazer uma perninha na maioria dos jogos.

    Já seria o suficiente para que a diferença se explicasse, tão nítida que ainda é. Mas há mais. Há mais força física e mais força psicológica. Há mais disciplina em campo e mais respeito pela actividade profissional que cada um desempenha. Por isso, o FC Porto não é apenas melhor. É mais forte, mais rápido, mais crente, mais competitivo, por isso, obviamente, mais vencedor."

    (vítor serpa em 'a bola')



    De longe a longe lá conseguem ver algo!!!

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  3. estupidezes


    "Na terça-feira, quando o FC Porto for jogar a Old Traford, vou estar a torcer por ti (Alex Ferguson, ndb). Para mim, o Barcelona e o teu Manchester são as equipas europeias por quem o meu coração bate. Não gosto de Real, Chelsea, AC Milan, Bayern, Arsenal, Inter ou Liverpool. Quando esses jogam, a coisa é-me indiferente. Agora, quando jogam Manchester ou Barcelona, desejo-lhes sempre a vitória. A única exceção, claro, é quando jogam contra o Benfica.
    (...)
    Não sou hipócrita, nem gosto desse nacionalismo bacoco e provinciano que diz que temos de apoiar as equipas portuguesas contra as estrangeiras. É uma estupidez."

    ('e-mail aberto', domingos amaral, 'record' em papel)



    gosto sobretudo da afirmação que o filho do professor freitas do amaral - desculpem-me mas não lhe (re)conheço qualquer outro atributo - faz no 'mail' dirigido a alex ferguson que tornou público hoje no 'record', segundo e último parágrafo acima transcrito.
    realmente é uma estupidez um indivíduo que escreve num jornal desportivo não (querer) saber que a pontuação das equipas portuguesas conta para a qualificação de outras mais - a do seu 'benfica', por exemplo, que tem sido um dos maiores beneficiários líquidos daquilo que o 'fc do porto' tem vindo a amealhar nos últimos anos por essa europa fora.
    de qualquer maneira é sempre bom termos conhecimento destas manifestações ressabiadas vindas da parte de figuras mais ou menos conhecidas.
    não vá um dia tropeçarmos com elas e podermos enganar-nos julgando estar diante de algum carácter de excepção. o que não é o caso.
    Do blogue do ABoronha


    E o pai???!!!

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  4. Esperemos que esse intriguista e idiota do Domingos Amaral, não se lembre de seguir a carreira política como fez o pai, Freitas do Amaral, caso contrário é mais um a juntar-se ao clube dos oportunistas de que já Eça de Queiroz falava.

    Dá para entender o elevado nível de educação que o pai lhe deve ter dado...

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  5. Eu tenho algum desconforto quando vejo ou ouço -mais do que quando o leio- o Vasco Pulido Valente. Parece estar sempre a agonizar de uma difícil digestão, mas, o que ele escreve -mais pensado talvez- é acutilante...E a referência a Sá Carneiro é indubitável, não esqueço a escandaleira ocorrida nos idos de 70, dos empréstimos concedidos pelo BES -o BES dos Viscondes- à família do defunto...A afirmação Anti-Nacionalista do Minguinhos Amaral, não surpreende, é bom que se guardem esses recortes jornalísticos, par que quando for oportuno se lhos dediquem sem peias...Serve também para ilustrar as suas posições Futeboleiras ao longo destes últimos meses e confirmar, a visão parcial que muitos contestavam ser-lhe possível atribuir!

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  6. Quanto à acusação feita sobre Pinto da Costa eu tenho uma opinião já antiga e que se resume básicamente no seguinte pensamento: -Não acredito na piedade e na bondade dos diversos agentes desportivos. Não faço como muitos, é excepções. Para mim, que cheguei a observar os meandros do Futebol embora a nível muito rés-Pública, tenho que se puderem, todos, aproveitam o barco que conduz ao objectivo pretendido...E tenho também, que entre os grandes, o pior colocado para beneficiar dessas posições é o FCdoPorto, obviamente porque tem menos simpatizantes e especialmente, por não ter muitos deles com poder decisivo ou bem colocados nos sectores-chave do Desporto Nacional, tal como acontece na Sociedade Portuguesa em Geral!...Vejam que na Cidade do Porto no mais alto cargo representativo Local, temos um Benfiquista travestido de axadrezado!...Regressando ao início, é do senso geral que a permanência no Poder traz consigo regressão e degenerescência, portanto, é necessária a mudança periódica para favorecer a regeneração e evitar a formação de tumores e enquistamentos, tal como acontece no nosso Organismo...Para além disso terá havido facilitação, mesmo depois de se saber com antecedência, que muitos andavam na perseguição de determinadas coordenadas...Tenho para mim, que o aparecimento da Salgado foi intencional...A sua relação com o Orelhas e outros personagens trazidos à colação, já devia vir de longe, mandava a prudência que se tivesse muito cuidado com o aparecimento de certos epifenómenos...Assim como a bem actual reversão da ManAna também não surpreendeu, "mana que mama num lado, mama no outro assim que puder e vice-versa"...É a perversão do Português, desde os cabelos ate ao tutano, ou vece-virsa!

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  7. Nacionalismo e Anti-Nacionalismo são palavras que só ganham consistência quando regressamos à nossas origens. Sou do Porto em primeiro lugar pois aqui nasci e vivi sempre, depois do Norte do País e só depois sou Português!...Assim como sou amigo dos meus Pais e Avós, depois gosto muito dos meus irmãos e só depois disso, serei amigo dos meus amigos!
    Querem que eu seja serventuário dos meus desconhecidos e despreze os meus familiares?...Contracenso insanável!

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  8. Meireles,

    o arfar de VPV deve ser do tabaquinho, e o senhor também já não está propriamente na adolescencia da vida.

    O facto é que vai dizendo algumas verdades. Já tenho as minhas sérias reservas se será capaz de revelar a mesma clarividência se alguém lhe falar de Regionalização...

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  9. Pois, caro Rui Valente deve ser do tabaco, embora me pareça estar a caminhar para a senilidade a passos de gigante...Torna-se difícil de aguentar por vezes aquela dupla mortífera, o VascoPulido por um lado e a GataBorralheiraPeleEsticada por outro...Muitas vezes não sei se hei-de mudar, se aguentar estoicamente e dar um desconto sobre-humano para todos esses elementos acessórios de que falou.
    Na discussão da Regionalização ele pode tomar a posição mais conservadora, aliás sempre achei que ele era uma personalidade conservadora, mas de vez em quando, o homem surpreende-me com passagens brilhantes, por isso faço um esforço para o escutar com atenção, creio que devido ao isolamento, mantém traços muito particulares se não inovadores...E tento não olhar para os lábios disformes da Manuela...Lembro-me logo do Michael Jackson...

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  10. Essa da Manuela e do Michael Jackson teve realmente piada, caro Meireles.

    O sentido do ridículo anda pelas ruas da amargura, nem os espelhos parecem ter serventia lá para as bandas da «cosmopolita» aldeia à beira Tejo...

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...