25 julho, 2009

Ainda sobre o jornal Grande Porto

O semanário Grande Porto, além de ter sido lançado sem qualquer campanha de marketing visível (será falta de confiança no sucesso da coisa por parte da Sojornal?), ainda hoje, um mês depois do lançamento, não conseguiu colocar em funcionamento a sua presença na rede. O que não é coisa de somenos: nos tempos que correm é praticamente um suicídio.

Passemos agora ao jornal propriamente dito. Passando por cima do grafismo antiquado e pouco atractivo, o que mais me desilude é a absoluta incapacidade de pensar fora da caixa. É o mesmo jornalismo da época pré-internet, que entrevista as pessoas do costume, com as perguntas de sempre. Numa região que conta com instituições de renome internacional como Serralves e a Casa da Música, a Casa das Artes de famalicão, universidades como a UPorto, UMinho e Univ de A‏veiro, laboratórios científicos famosos, engenheiros que vencem prémios internacionais, arquitectos de renome mundial, o jornal não consegue entrevistar outros além dos habituais e recorrentes do costume. Já todos estamos fartos de ver, ouvir e ler o Manuel Serrão e restantes. Um jornal semanário, que pretende ter futuro, não ocupa as suas melhores páginas com entrevistas a postulantes da jet coisa. E depois eu gostava também de poder ler mais sobre Braga, Matosinhos, Vila Real, Nova Iorque, Kuala Lumpur, Barack Obama e seu programa de saúde, sobre economia e mesmo sobre Lisboa sem aquele comparativismo néscio e provinciano do costume que eternamente estabelece analogias e me faz lembrar aquele igualmente bacoco provincianismo que em lisboa se cultiva sempre que qualquer bicho careta famoso no estrangeiro cá coloca os butes e leva com a costumeira pergunta do que acha de Lisboa, do fado, dos portugueses e do allgarve. Já não há paciência. Prefiro comprar o i, jornal lisboeta, e não há mal nenhum nisso, onde posso ler os artigos de opinião de Paul Krugman. Sem "pertenças". Se levarmos a "pertença" ao limite ainda me obrigam a votar no Renato Sampaio ou no Rui Rio. Fonix!

6 comentários:

  1. No Porto,repete-se sempre o mesmo. Qualquer simulacro de projecto de comunicação social que se tenta concretizar,vem sempre acompanhado de uma fatalidade: chama-se subserviência.

    Há mais olhos que barriga, e as pessoas são muito pouco ambiciosas. Desde que lhe garantam o pilim ao fim do mês, limitam-se a ser a voz do dono. Parece-me ser esse o caso.

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  2. Caro Antonio Alves, é claro que o seu post é basicamente uma farpa que me é dirigida, e com uma grande dose de mau humor que me parece deslocado. O meu amigo disse, num comentário ao post do Rui Valente sobre o Grande Porto, que não gostava do jornal. Está no seu direito e eu respeito a sua opinião. Eu comentei que o lia com agrado e expliquei porquê. Infelizmente parece-me que tomou isso como uma espécie de ataque pessoal. Não era a minha intenção e lamento se dei essa impressão. Over and out. No hard feelings.

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  3. caro amigo,

    longe de mim tal intenção. eu cá não tenho hard feelings nem faço ataques pessoais sem razões muito ponderadas. limito-me a discordar pontualmente consigo e com humor, como disse, o que é sempre melhor do que sem.

    abraço :-)

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  4. Meus caros amigos,

    anda muita adrenalina no ar...

    Caro Rui Farinas, eu já o conheço relativamente bem para saber quanto o incomoda tudo o que lhe "cheire" a centralismo, mas pode estar certo que o António Alves também não morre de amores pelo beija-mão a Lisboa.
    Os extremos às vezes tocam-se, e aqui o que aconteceu foi uma simples confusão. Depois, temos os nossos próprios temperamentos, formas diferentes de dizer o mesmo.

    Caro António Alves,

    o jornal "I", também não me entusiasmou por aí além, pelo menos o de hoje [domingo].

    Quanto ao Grande Porto, reconheço que há muita aresta a burilar, e pouca substância.

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  5. o i é apenas um exemplo. é ligeiro, uma espécie de revista diária. mas o GP é bastante pior que o i. opinião minha obviamente.

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  6. Outra «coincidência», ou não, é que tanto o jornal "i" como o "Grande Porto", pertencem ao Grupo Sojormedia e partilham o corpo redactorial de ambos...

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...