24 outubro, 2009

O Governo menor

Extraído de um excelente artigo da autoria de António Barreto no jornal Público de hoje, reproduzo o seguinte último parágrafo:
«Os partidos políticos, como nunca desde 1974, estão a milhas da gravidade dos problemas nacionais. Eventualmente, nem sequer os percebem. Não partilham com os cidadãos as suas inquietações, se as têm. Preferem esta estratégia de terra queimada e de campos devastados, na esperança de que os cemitérios sejam férteis. Dispostos a exigir todos os sacrifícios da população, são incapazes de fazer os seus, de renunciar ao seu orgulho ou de moderar o seu apetite predador. Anunciam-se maus tempos para este pobre país».

É claro que, sendo um ex-governante a escrever este tipo de coisas sobre uma classe a que já pertenceu, deve-lhe ser dado o benefício da "inexperiência democrática" e das próprias dificuldades económico-financeiras da época [Portugal não estava ainda integrado na CEE nem recebía os famosos fundos de coesão] . António Barreto, desempenhou no 1º Governo Constitucional de 1976 a 1978, entre outras funções, o cargo de Ministro da Agricultura e Pescas.
Conquanto isto não possa servir de desculpa para as asneiras que desde então começaram a germinar, naquela altura só tinham decorrido pouco mais de 2 anos da Revolução dos Cravos...


PS-For falar em sacrifícios e apetite devorador, preparem-se para ouvir falar mal do Barak Obama. É que ele decidiu reduzir a 50% os ordenados dos Directores Executivos das Instituições Financeiras americanas. Um acto de coragem deste jaez, vai passar a ser, num ápice, sinónimo de demagogia. Não vão precisar de esperar muito. Estejam atentos aos comentários das nossas elites da m...

5 comentários:

  1. ... então foi por isso que reduziram de 50% o complemento de reforma dos combatentes! Para dar o exemplo na poupança. Talvez assim eles morram mais depressa, e poupam-se os outros 50%...

    ResponderEliminar
  2. Eu acho curioso estes ex-ministros que vão para os governos, ganham nome nos governos, saem e passam a vida a criticar os governos e os partidos. É assim com A.Barreto, D.Bessa, Campos e Cunha, Medina Carreira e tantos outros, que coitados, estão a passar mal na vida e tudo por causa de terem sido governantes e terem pertencido a partidos. Veja-se o exemplo do João Cravinho que manda muitas bocas, mas aceitou o tacho no Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento.

    Um abraço

    ResponderEliminar
  3. Victor,
    a comparação é «excessiva», mas em Portugal já sabe como é: somos óptimos a copiar maus exemplos, e péssimos a imitar os bons.

    ResponderEliminar
  4. Vila Pouca,

    é verdade o que diz, mas este António Barreto passou pelos bastidores do Poder num período ainda recente ao 25 de Abril. Tem algumas atenuantes, coisa que já se torna intragável de digerir com os governos dos últimos 20 anos!

    Tornaram-se nuns crápulas quase assumidos. Além disso, este não escreve com paninhos quentes, chama os bois pelo nome.

    Abraço

    ResponderEliminar
  5. O partido Socialista pode impor
    a lei da rolha aos seus militamtes,
    (não a todos; só aos mais fracos)
    agora a mim, e outros como eu que
    não têm qualquer compromisso com
    nenhum partido; não impõe nada.

    A onde está o exemplo desta gentinha que nos governa ?...
    Nesta crise em que estamos;estes iluminados da democracia: deduziram
    algum dinheiro aos seus vencimentos?...nada pelo contrário
    vão é apressarem-se a aumentarem.

    Mas aos ex-combatentes reduziram para metade; e ainda tiveram a lata de anexarem esta esmola anual às pensões.
    Esta gentinha mal formada, devem ver os ex-combatentes como a escória desta sociadade.

    Em tempo de crise: comem todos por
    igual.

    Há muita gentinha, em que os partidos ainda dão muito jeito, para umas promoções no trabalho e
    para ganharem uns cobres.

    Quanto a toda essa gente política
    que já passaram por lá, e nada fizeram.Têm o direito de fazer
    os seus comentários; alguns são
    comentários ressabiados,outros nem
    por isso.

    O PORTO È GRANDE VIVA O PORTO.

    ResponderEliminar

Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...