25 janeiro, 2018

Fado: "Isto é uma ordem!"

Quero escrever um poema

Possivelmente um pouco comprido
Porque me vou por na pele dum bandido
Quero adulterar a poesia
E fazer uma combinação de palavras
Verdadeira, embora dura e fria
Completamente despida de amor
Porque me vou por na pele dum corruptor
Sei que o resultado vai ser degradante
Porque vou vestir a pele dum narcotraficante
Sei o que escrevo porque não estou demente
Porque vou vestir a pele dum presidente
Sei que este é um trabalho sem ter esplendor
E nunca o pode ser porque trato aqui dum ditador
Um tipo cheio de dinheiro mas que é maltês
E que apodreceu o edifício do futebol português
É muito rico mas faz figura de urso
E como outros o fazem, preparo-lhe este discurso
Que começa desta forma desastrada e desordeira
Como não podia deixar de ser, desta maneira:
-Atenção benfiquistas
Não façam caso das notícias com verdade
Ordeno-vos que sigam apenas as minhas pistas
Só escrevem a verdade os maus jornalistas
E há por aí alguns jornais e revistas
Que ao nosso clube tentam denegrir
Mas eu tenho o controlo de tudo e continuo a sorrir
Acima de tudo não liguem aquelas notícias
Que descrevem as minhas atrozes sevícias
Não escutem o mentiroso do Francisco J. Marques
Que devia andar era a arrumar carros nos parques 
Se tiverem o arrojo e a pouca vergonha
De mudarem para o Porto Canal
Eu dou-vos um tratamento que vão parar ao hospital
Sou neste momento o dono deste império
E falo a sério muito embora eu ande longe de ser sério
Adiram todos os que ainda não o fizeram à Benfica TV
E se não o fizeram têm de me explicar o porquê
Comprem o Record e sobretudo A Bola
Nem que depois se sintam avariados da tola
A TVI24 é o melhor canal do país
Porque é controlado pelo José Eduardo Moniz
O que se diz por aí sobre a famosa porta dezoito
Não passa duma intrujice e duma aleivosia
Aquilo é apenas a porta da nossa drogaria
Aquilo que se diz sobre missas rezadas pelos nossos padres
É falso, porque os visados são apenas nossos compadres
Os que dizem que eu controlo o governo, a justiça desportiva
Os meios de comunicação, feia invenção,
O conselho de arbitragem, a federação e a liga
Tudo isso não passa duma cantiga
Eu é que sei manter a nossa imensa chama bem viva
Os que assim falam decerto enfrentarão castigos
Porque me invejam por eu em todo o lado ter imensos amigos
Por vezes há um ou outro doutor
Que me pede bilhetes porque já me fez algum favor
E eu respondo com elevação e educação, qual corrupção?
Por isso benfiquistas vos ordeno porque nunca é demais
Estão proibidos de ler certos jornais
Por isso vos digo incondicionais lampiões
Tenho cuidado com certos canais das televisões
Quero que cada benfiquista durma descansado
Porque o penta-campeonato já está comprado
E para terminar em beleza
Tenho a certeza
Todo o lesado do BES que seja um anormal
Não se esqueça de ir festejar para o Marquês de Pombal

Enra Bandoa Guias


(Extraído do Baluarte Dragão)

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Factos breves


Do mundo da política lisbonária":

O 1º.Ministro António Costa sabe falar. O que já não é nada mau para a exigência do povo português. Falar, não é predicado invulgar na classe política, até falam de mais. É habitual no meio, soltarem sons perigosamente estridentes para a saúde dos tímpanos.

Então, não foi António Costa quem disse (cito) que "o PS era o motor da descentralização"? É sim, senhor! Então não se nota? Deu provas disso quando se lembrou de inventar o grande berbicacho da putativa transferência do INFARMED para o Porto (que tudo aponta ser mais um embuste) depois de nos ter cedido (a custo) a candidatura à Agencia Europeia para o Medicamento e só depois de ter optado por Lisboa...

Porém, há um pormenor que pode explicar tão generosa e fracassada intenção: na forja, estava a candidatura de Lisbo"nal" (o JN diz Portugal...) à instalação dum novo centro de operações da Google! E para onde vai, para onde vai? Adivinham? Para Oeiras, sim senhor! Então querem mais provas do que é uma verdadeira descentralização?  Mas que potente motor tem este PS! Descentraliza que se farta! Tão bem, e tão rápido, que o motor deve ser da Ferrari! Com tamanha potência ainda vamos instalar a fábrica da Bugatti em S. Mamede! Viva o PS! Desta vez,  vou mesmo votar.

Do mundo do futebol:   


Se não fôr o Benfica, vai ser o Sporting. Não há ninguém que me convença que os árbitros portugueses são sérios. Não são, são as suas atitudes que o provam. O vídeo árbitro serve tanto como colocar algemas de veludo em pulsos de assassinos. O FCPorto ontem foi superior ao Sporting e perdeu o jogo porque mais uma vez lhe foi ROUBADO um golo. Mais uma vez. E já são muitas. Constantes. Cadeia, é o sítio desta seita. Não quero dizer mais. 

24 janeiro, 2018

Espero que o futuro próximo não venha a dar-me razão


Universo Porto - da Bancada

Cada vez que termina o programa Universo Porto da Bancada, dois sentimentos me invadem, sem que nada se altere em relação aos programas anteriores. O primeiro sentimento, é de admiração, uma admiração crescente pelo trabalho executado por Francisco J. Marques, e também - porque é de elementar justiça reconhecê-lo -, do Pedro Bragança e de José Cruz.   Pouco me importa se estão a ser pagos para o fazer, porque se estão, merecem-no. Como também não me perturba o facto de eu próprio, e outros bloguistas portistas andarmos há uns bons anos a defender o FCPorto de borla, sem que ninguém do clube (a não ser alguns adeptos), o reconheça.

Foi o próprio presidente Pinto da Costa quem afirmou publicamente que não lia blogues, e se não lê, não pode ter opinião. É a ele sim, que atribuo a responsabilidade pela fragilidade que o nosso clube tem mostrado perante a opinião pública e sobretudo os adeptos, porque é ele o Presidente. Ponto. E se compreendo que a sua resiliência não é a mesma por questões de saúde ou da própria idade, deixo de compreender quando ele afirma sentir-se bem, quando vemos que isso não corresponde à realidade. Cala-se, não comunica com os adeptos, e quando fala, diz banalidades.

O outro sentimento, é de cepticismo. O tempo vai passando, confirmando as suspeitas sobre a objectividade prática do que é denunciado no Universo Porto da Bancada. Claro que, se nos colocarmos no lugar de FJMarques, temos de compreender a postura prudente com as investigações. Duvidar da Polícia Judiciária e da própria Procuradora-Geral (que curiosamente, andam a tentar calar), seria contraproducente, mas já não podemos dizer o mesmo do Governo, e ainda menos dos órgãos desportivos (Liga e FPF). Na melhor das hipóteses, caso aconteça o improvável, que seria uma intervenção rápida da Justiça (em Tribunal), é possível admitirmos um abrandamento da máquina mafiosa do Benfica de modo a travar eventualmente os impulsos protectores das arbitragens a seu favor e contra o FCPorto.

Mas, estamos em Portugal, num Portugal onde muitos dos protagonistas ligados à corrupção e a este polvo gigante, de criminadidade diversa, são gente da banca, da política, da comunicação social e da advocacia... Nós até temos a razão, eles tem o Poder. Um poder indigno, é verdade, mas o único que tem passeado à vontade  negócios obscuros sobre as malhas da Justiça.

É isso que explica o meu ceticismo. Parece-me ingénuo que as cúpulas do FCPorto acreditem numa Justiça célere, - o que não é costume em Portugal - quando a investigação se afigura lenta e o Benfica continua a ser escandalosamente protegido e beneficiado por tudo e por todos (excepto nós, portistas). Será uma grande injustiça para mim, e para aqueles que pensam como eu, sermos nós a ter razão, e por uma boa causa, com tão tristes resultados, face à possibilidade de sermos outra vez ludibriados, sem paralelamente termos blindado o nosso clube dessa ameaça através de uma exposição a órgãos de Justiça  da UE ou do TAS pelo corpo administrativo do FCPorto.

Um programa como o Universo Porto da Bancada é extremamente útil, e louvável, mas não infunde o respeito suficiente para travar gente habituada a lidar (e cooperar) com o crime. Para grandes bandidos, só uma Justiça poderosa. 
  
PS:-Na Revista Dragões Pinto da Costa disse isto:
"Espero que esta seja uma semana de afirmação do portismo",  a propósito da presença do FCPorto na Final Four da Taça da Liga e do convívio com os deputados adeptos do FCPorto. Contrariando o que sempre pensou  da Taça da Liga (mal), agora já fala em portismo e cita os deputados portistas como se até hoje tivessem mexido uma palha para defender o clube. 

Já sei, para nós tudo tem de ser feito dentro das normas, para os vermelhos que até têm políticos como comentadores arruaceiros, a coragem e o sentido crítico não existem. Com amigos políticos desses bem podemos com os inimigos.

Ministério Público concentra caso dos "vouchers" e dos "emails" num só processo 


Ministério Público concentra casos dos
Decisão de juntar os dois casos foi tomada pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa. Judiciária já concluiu investigação às ofertas do Benfica a árbitros, observadores e delegados.                                                                                                                                         (Sábado)


23 janeiro, 2018

Por que será?


que olho para o Governo, e fico com a ideia que estou num infantário cheio de catraios mal comportados?

E por que será também que não fiquei surpreendido com a negligência como esse mesmo Governo tratou do problema da bancada do estádio do Estoril após o relatório do LNEC?

A resposta é simples: porque me lembrei do modo cuidado e diligente como o 1º. Minitro (que eu não elegi felizmente) resolveu os dois incêndios do ano findo, bem como o respeito que mostrou pelas cento e tal vítimas mortais.

PS:

O que nos vale e enobrece, é sabermos que temos na UE um Centeno só comparável ao Ronaldo! Como é importante este Portugal! Qu'a grande Orgulho! Já me sinto outro, porra!  

22 janeiro, 2018

O Porto Canal do nosso descontentamento! É assim que se forja a união?


Quem enfiar o barrete que se assuma! Se quem concorda ser possível dar-se com Deus e com o Diabo e depois se queixa da hipocrisia dos outros, então é melhor ficar calado.

Antes de me explicar, reafirmo o que sempre prometi: nunca deixarei de dizer o que penso só para agradar a alguém. Gosto muito do FCPorto, será sempre o meu clube até morrer, mas não misturo esse amor com quem o dirige. Na melhor das hipóteses, não me custa nada reconhecer (até tenho muito prazer) o mérito a quem o dirige, desde que o faça com seriedade, competência e bons resultados. Foi isso que fiz com Pinto da Costa quando o merecia, mas não é isso que farei se esses pressupostos não espelharem a realidade. Antes de Pinto da Costa aparecer no FCPorto já eu era portista, e apesar de lhe reconhecer méritos passados, recuso-me a concordar com o modo quase ausente como agora tem gerido o clube. Não só não concordo, como não acredito que seja bom para o FCPorto. Aliás, para que não fiquem dúvidas, quaisquer que sejam as modalidades, os êxitos do FCPorto de ora em avante serão por mim atribuídos exclusivamente aos atletas e respectivos treinadores, e finalmente aos adeptos. Mais ninguém.

Voltando às explicações, começo por dizer o seguinte. Quando se toma uma decisão importante com traços de alguma ambíguidade, é preciso pensar bem para saber se não estaremos a meter um inimigo dentro de casa. Fui, como sabem, um apoiante da opção mista da linha editorial do Porto Canal. Sabia que não ia ser fácil, e que era preciso ponderar muito bem nos prós e nos contras dessa iniciativa, antes de seguir com o projecto. O FCPorto avançou, escolhendo para Director Geral alguém sem o perfil indicado para um cargo onde se exigia, além de dotes de comunicação, capacidade de liderança, e particularmente uma ampla visão política. Este projecto devia ter sido acompanhado de protocolos entre as autoridades das regiões para acautelar eventuais colisões, entre o desporto e a sociedade civil. Isso não foi feito, e como era de prever, as incompatibilidades estão a vir à tona de forma crescente. Mas, vamos a factos.

O Porto Canal decidiu realizar a Gala da "Braga Cidade Europeia do Desporto 2018", com Júlio Magalhães e Ana Guedes como apresentadores. Na plateia, encontrava-se o presidente da Câmara de Braga, político de quem (até ver) tenho a melhor opinião, mas também o bronco do presidente do Sporting de Braga e o inefável Hermínio Loureiro, pessoas conhecidas nas hostes portistas por serem de um anti-portismo primário e fiéis aliados do clube do regime. Como se isto não bastasse, o Porto Canal empenhou-se, com deferência, a entrevistar o Hermínio Loureiro como se nada tivesse contra ele, quando todos sabemos que tem. Pergunto: que interpretação podemos dar às prioridades do Porto Canal, quando elege gente desta estirpe para entrevistar? Ignorância pura e dura, oportunismo de jornalista amadora, ou hipocrisia profissional? 

Tenho a certeza que ninguém gostou desta deferência do Porto Canal, mesmo que a transmissão televisiva tenha sido paga para o efeito, tendo em consideração o clima crispado entre os dois clubes. Só a falsa ingenuidade pode explicar que uma coisa não tem a ver com a outra, porque por essa ordem de ideias teríamos de aceitar com igual disponibilidade a transmissão de um evento da mesma natureza se fosse o Benfica, ou o Sporting, coisa  que não faria o mínimo  sentido, como concordarão.

Importa também recordar que já não é a primeira vez que em Braga fecham as portas ao Porto Canal. De momento não recordo aonde, mas sei que isso aconteceu num jogo da formação e nas modalidades. Além de que, até prova em contrário, é o clube FCPorto o proprietário e maior accionista do Porto Canal. Como diria A. Guterres, é só fazer as contas...

Neste cenário incongruente, a roçar o absurdo, não sei que peso deva dar às próximas declarações do Francisco J. Marques e restantes comentadores do Universo Porto da Bancada quando falarem da hipocrisia de terceiros, sabendo que ela existe dentro de portas, com o país inteiro a contemplá-la. Mal de nós, se continuarmos a pensar que para nos afirmarmos ao país, como clube e como órgão de informação social, temos de vender a alma ao diabo.

Coragem, precisa-se, com carácter de urgência! 

OFF TOPIC:

O Expresso divulgou no sábado que o Novo Banco está a reestruturar a dívida de mais de 400 milhões de euros de Luís Filipe Vieira ao BES (recorde-se que Vieira é um dos maiores devedores a este banco que foi intervencionado pelo Estado e cuja ruína destruiu as vidas de tantos milhares de portugueses).
A operação de reestruturação é complexa. Basicamente, o Novo Banco decidiu entregar os melhores ativos de uma empresa de Vieira a um fundo, administrado por uma empresa chamada Capital Criativo, para que possa explorá-los e rentabilizá-los.
Curiosamente, a tal Capital Criativo é administrada por Nuno Gaioso, que é vice-presidente e administrador do SAD do Benfica de Vieira, e em parte detida por Tiago Vieira, que é filho de Luís Filipe Vieira.
Em síntese: o Novo Banco contratou um homem de mão de Vieira e uma empresa do filho de Vieira para gerirem a dívida de Vieira. Entretanto, os lesados do BES continuam a arder.
Se o Benfica é, desde o Estado Novo, um clube de regime, Vieira afirma-se, cada vez mais, como uma eminência parda deste regime: mexendo-se nas sombras, tudo lhe é permitido; várias das mais altas figuras do Estado prestam-lhe vassalagem; isto apesar de nada na sua vida pública indiciar que se trata de uma pessoa respeitável.
(Fonte: Baluarte Dragão)

Nota de RoP: a União Europeia saberá que tem no seu seio um país que dá aval a uma vigarice desta envergadura? 

21 janeiro, 2018

Novo alerta à navegação!


Bem diz o refrão, que " o seguro morreu de velho. Para quem não saiba o que quer dizer, significa que, quem não antecipa a tragédia arrisca-se a ser tomado por ela. Isto é tão popular que nem devia estar com estas explicações. Sucede que a actual liderança do FCPorto não nos dá garantias, tão repetidas têm sido as asneiras a par  do silêncio daquele que FOI um dos melhores dirigentes desportivos do mundo.  

Pela minha parte, não posso fazer mais do que recomendar aquilo que me parece prudente para defender o FCPorto de novos dissabores. Já se foram 4 campeonatos, e outros se poderão seguir se não arrepiarmos caminho na defesa do nosso clube. Deixar essa responsabilidade nas mãos de um simples director de comunicação, parece-me curto e altamente injusto para ele próprio, porque não só não representa a autoridade máxima do FCPorto, como pode deixar Franscisco J. Marques entregue a si próprio no caso de as investigações serem subtilmente boicotadas pelo próprio governo. Não é uma coisa impossível em Portugal, basta estar atento às reaccções do secretário de Estado dos Desportos e do próprio 1º Ministro para admitirmos essa possibilidade. Todos, incluindo o Presidente da República e os próprios partidos com assento parlamentar, parecem ter combinado um pacto de não agressão com o Benfica. É como se nada de relevante estivesse a acontecer. O tempo passa, e entretanto o FCPorto continua a ser altamente prejudicado pelos árbitros, com ou sem vídeos, porque não há máquina no mundo que faça sérios, os homens desonestos. Em Portugal o problema das arbitragens é a fraca têmpera dos árbitros, enquanto lá fora se ensaia o Vídeo Arbitro apenas para os ajudar a cometer menos erros. 

O FCPorto como principal vítima do VA, devia usar esse  poderoso facto para apresentar na Comissão Europeia uma queixa fundamentada nas inúmeras provas que dispõe (imagens e mails), e mesmo na cumplicidade do Governo, e da própria comunicação social, alegando estar em causa o próprio regime democrático. Argumentos não faltam. A começar pela irresponsabilidade do próprio Secretário do Desporto que, não só se demite dos seus deveres, como ainda esgrime oratórias mais próximas de um adversário que de uma verdadeira entidade do Estado, e independente. Em vez de um moderador, o FCPorto tem no Governo um adversário.

Ignoro até que ponto será possível apresentar directamente uma exposição deste tipo à UE, já que na UEFA a tendência é para confiar na palavra das estruturas desportivas da justiça, o que poderia atrasar ainda mais o processo. Em último caso nada se perderia com a divulgação deste escândalo às duas entidades (UE e UEFA), para obrigar o Governo a provar que existe. De outra maneira tudo vai continuar envolto num manto de silêncio e, o que é pior, de contra-informação (que é o que já estão a fazer com o caso da bancada no Estoril). Tudo isto, está a suceder como tenho vindo a alertar repetidamente, porque quanto mais confusões forem criadas, mais confusa se tornará a conclusão das investigações. Aos poucos, o Benfica vai-se aproximando da tabela da frente no Campeonato, e não havendo sinais de contenção nos favorecimentos dos árbitros, com o VE para ajudar os infractores e a ausência dele para prejudicar o FCPorto, corremos sérios riscos de sermos ultrapassados na classificação geral e de nos sabotarem mais um campeonato.

Para terminar, só acrescento isto: Pinto da Costa não terá qualquer desculpa se tal vier a acontecer ou se o processo acabar bloqueado. Confiar apenas nas instituições do Estado neste momento não é nada recomendável. Só podemos confiar na Polícia Judiciária do Porto e na Procuradora Geral da República (a tal que o PS quer empurrar para a rua...). Os resultados da investigação começam a tardar para a quantidade e a qualidade das provas que têm vindo a público, e que ninguém ainda foi capaz de testemunhar serem falsas, ou falseáveis. 

Com Universo Porto de Bancada, ou sem ele, os mafiosos continuam a provocar estragos em todas as frentes como se fossem as pessoas mais responsáveis do Mundo. E a Justiça tarda. E se tarda, não pode ser justa.



18 janeiro, 2018

Desprezo os políticos, não tenho como negá-lo. Nem quero!


Pensando sério, o currículo de Portugal, no que concerne a educação e à aceitação natural dos regulamentos, não é nada edificante. Além da ingenuidade, ou a burrice de certos indivíduos, só os políticos se sentem confortáveis com esta realidade. Eles bem tentam dourar a pílula com apelos avulsos ao nosso sentido pátrio, mas pouco fazem para o fundamentar, quando são os primeiros a prevaricar em praticamente tudo em que se metem. É uma perda de tempo tentarem convencer-nos que sem os partidos não há democracia, porque isso vale tanto como dizer que sem gangues não há crime organizado. Para os políticos, só contam as alegorias simpáticas, as realistas, essas, são demagógicas. Percebe-se, mas isso não credibiliza a classe. Como não credibiliza as frequentes alterações à Constituição, para tão fracos resultados.

É com muito desgosto que faço estas afirmações, mas prefiro reconhecer a realidade do que fingir que vivo noutro país, como certos patriotas de circunstância fazem para purgar a consciência do seu contributo pessoal para a péssima reputação de que o país goza.

Após os primeiros anos de ensaio do regime democrático, o tempo suficiente para perceber o rumo confuso que lhe estavam a dar, fui prevenindo alguns amigos avessos ao futebol que, ao contrário do que pensavam, o futebol talvez os ajudasse a perceber coisas que os seus preconceitos de intelectuais e a política não deixam ver. Pelo contrário, até as encobre, como acontece com o escândalo dos emails benfiquistas.

O preconceito intelectual presume conviccções frageis, e uma delas é não querer olhar para determinadas áreas simplesmente por parecer mal. Se alguns levaram tempo a saber que o centralismo existe, talvez o tivessem detectado mais cedo se olhassem para o futebol com  outros olhos. Por exemplo, o Pacheco Pereira, que gosta de comentar política, e a quem reconheço alguma honestidade intelectual, não se coibiu de falar da promiscuidade entre a política e o futebol e dar apoio ao Rui Rio por ter virado as costas ao FCPorto quando chegou à Câmara do Porto. No caso do Benfica que é infinitamente mais grave, já não fez o mesmo, deixando cair a máscara da integridade. Depois, queixam-se de serem incompreendidos. Para mim, a honestidade só tem um rosto, e não pode comportar excepeções para ser respeitada.

A avaliar pelo comportamento do actual Secretário de Estado do Desporto e pelos repetidos disparates que saem da sua boca, só posso concluir que se António Costa mantém um garoto desta estirpe no Governo, é porque pensa como ele, logo, não é o político hábil que se pensa e é tão garoto como ele.

Falei no início deste artigo na falência educacional do país, e mantenho essa opinião sem me sentir necessariamente constrangido com o acabo de dizer dos políticos acima referenciados por uma razão muito simples: quem se demite das responsabilidades não merece respeito. E tanto menos merecem respeito, quanto mais altas forem as responsabilidades dos cargos e teimarem em nos desrespeitar a nós cidadãos. E também por mentirem nas palavras e sobretudo nas acções...

Olho por olho, dente por dente.  


15 janeiro, 2018

O progresso é uma treta, e o optimismo também


Sempre desconfiei dos optimistas. Em sociedades onde o consumo é a mola que domina os outros valores, é impossível acreditar na bondade do futuro. Os optimistas são por tradição incoerentes, porque quando acreditam nalguma coisa avançam, sem perderem tempo a reflectir nas consequências, mas que elas existem, existem.

Sempre me fez muita confusão o entusiasmo excessivo gerado à volta das grandes descobertas, tanto na ciência como na tecnologia, sem antes se consolidar o sucesso expectável das pequenas. Na classe das grandes descobertas, dou como exemplo a exploração do espaço, com a chegada do homem à Lua em 1969, e mais recentemente a instalação de uma sonda em Marte,e os custos colossais que elas implicam. Em contraste, no grupo das descobertas menores e de mais fácil acesso, temos o problema do combate aos incêndios que nos sugere logo a seguinte questão: serão as façanhas do espaço economicamente mais viáveis que um plano global tecnicamente evoluído de combate aos fogos no nosso próprio planeta? Serão mesmo, quando ainda existe tanta água nos oceanos e a dessalinização é hoje uma realidade? Será a tecnologia de combate aos fogos mais cara e sofisticada que as sondas e as aeronaves interplanetárias? Admitindo que sim (o que não acredito), os custos teriam naturalmente de ser  divididos por todos os países do mundo, o que não é o caso dos países exploradores do espaço planetário.

Com os medicamentos o optimismo inconsciente da ciência é semelhante. Nem sempre são lançados no mercado farmaceutico produtos com o tempo de testes suficiente para descobrir o grau de gravidade dos efeitos secundários, e o argumento não deixa de ser algo leviano, ainda que aceitável, por assentar no facto inevitável das consequências negativas.

Sem polemizar, cito o caso do Omeprazol (para o estômago). Por experiência própria, reconheço os seus pontos positivos em comparação com os medicamentos anteriores, no entanto é a própria comunidade ciêntifica que hoje já admite graves efeitos colaterais do seu uso prolongado (como a Alzheimer).

Na área da comunicação e da informática as contradições são as mesmas, o que por si só, recomendaria outra moderação aos optimistas militantes, porque nem sempre a pressa é sinónimo de progresso, como os exemplos atrás expostos comprovam. Os jovens, sobretudo, são muito vulneráveis com o que é novo e entusiasmam-se facilmente com os "brinquedos" das novas tecnologias, mas quem tira o proveito real são os seus criadores.

O progresso tecnológico está longe de corresponder ao progresso económico das populações, particularmente em países pseudo-desenvolvidos, como Portugal. Se por um lado encontramos anúncios nos jornais a pedir empregados para a indústria textil e do calçado por carência de mão de obra qualificada, por outro, sabemos quão forretas são as condições salariais oferecidas pelos empresários.

Se reconhecemos as vantagens da internet, também devemos questionar os efeitos negativos dessa ferramenta. Alguns deles são de fácil avaliação, sendo a pior delas mais prejudicial aos consumidores. As grandes empresas estão a transferir custos seus para os clientes, e nem por isso baixam os preços pelos serviços prestados. A tendência é essa, objectivamente. Será justo para os consumidores, aceitarem tal permuta sem uma redução dos custos? Ao pagarmos as facturas pela Net, estamos implicitamente a reduzir os custos de empresas como a EDP, a NOS, a MEO, a ÁGUA e o GÁS, etc., em sêlos do Correio, envelopes, papel, tinta, impressoras. Se quisermos arquivar em papel estes documentos, esses custos agora são todos nossos. Depois, ainda há quem se espante com o colapso dos CTT...

Os optimistas sempre encontram pretextos para contrariar o lado negativo das coisas, mas isso nem sempre é sério, e infelizmente não torna a vida dos mais pobres mais rica, portanto há que ter mais prudência antes de vermos a vida côr-de-rosa.     
    
Assim vai o mundo. Queimamos o planeta terra, mas procuramos outros planetas. Será também para os queimar?

12 janeiro, 2018

A indignação portista está revelar-se


Basta dar uma olhadela pelas redes sociais para percebermos o sentimento de revolta que paira na grande comunidade portista.  Há já mesmo quem proponha uma intervenção de força na cidade, e isso é muito significativo. À medida que se vão descobrindo as manigâncias e cumplicidades do Benfica, aumenta a indignação de milhares de pessoas, o que é um óptimo sinal. A causa é nobre, tão nobre quanto contrastante com os motivos que a inspiram. Como portuense e portista, ganhá-la dáva-me mais prazer que a victória do FCPorto na Champions. Então,  se ganhássemos as duas batalhas, era oiro sobre azul. Não faço ideia se alguma coisa vai acontecer, mas estou convencido que nada vai ficar como dantes. Alguma coisa de sério tem de ser feito, sob pena de o feitiço se virar contra o feiticeiro, caso a PJ tarde a concluir as investigações.

Apesar de termos sido confrontados com resmas de processos escandalosos, como a corrupção dos submarinos e dos CTT´s, os buracos do BPP, do BPN e BES, a Operação Furacão e Monte Branco, a privatização do Totta, o caso "Sócrates", os crimes hediondos de Duarte Lima e muitos outros, nenhum tem uma área de influência tão vasta e comprometedora para o próprio Estado como o caso dos emails. Se os outros casos tinham muitos cúmplices, o Benfica tem-nos imensamente mais, dadas as pessoas e instituições que de uma forma ou outra cooperaram nos seus esquemas mafiosos.

O Governo e os partidos políticos vão ter de pensar muito bem na forma como tencionam tratar deste grande problema, porque, enquanto nos outros casos os deputados puderam esgrimir argumentos consoante a ligação com os acusados, com o FCPorto é um assunto politicamente mais delicado, porque pode significar a perda de milhares de votos, que é das poucas coisas que os políticos não podem, nem gostam de centralizar e muito menos desperdiçar...      



  

11 janeiro, 2018

Câmara do Porto unânime contra fecho de postos dos CTT

A recomendação foi apresentada na reunião pública do executivo pela vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, mas a redação final do texto foi sugerida pelo presidente da Câmara, o independente Rui Moreira, tendo levado toda a equipa de vereadores a manifestar “o seu protesto face à anunciada intenção de encerramento de mais balcões dos CTT no Porto, atendendo ao serviço público que assim fica prejudicado”.
A autarquia aprovou ainda “solicitar ao Governo que verifique se empresa está a cumprir caderno de encargos da privatização e, em qualquer caso, tome as medidas necessárias para que o serviço público, com a sua componente de proximidade, seja garantido às populações”.
Rui Moreira, classificou estes novos encerramentos como “absolutamente preocupantes”.
“Temos um Estado cada vez mais exíguo que parece que está capitulando”, observou.
Moreira disse estar “absolutamente de acordo” com as preocupações manifestadas na moção da CDU, nomeadamente quanto à cidade do Porto, “onde se têm transferido custos para as juntas de freguesia”.
No seu entender, o serviço postal “continua a ser essencial para muitas pessoas”, pelo que a Câmara deveria perguntar ao Governo “se há incumprimento do caderno de encargos da privatização” da empresa.
De acordo com o autarca, “mesmo que não haja incumprimento, é preciso chamar a atenção de que é necessário encontrar formas de mitigar estes efeitos”.
Relativamente à moção inicial da CDU, Rui Moreira pediu para que a mesma fosse dirigida ao Governo, em vez de interpelar diretamente a empresa, algo que Ilda Figueiredo aceitou.
Segundo a vereadora, “algumas das responsabilidades [dos CTT] foram assumidas pelas juntas de freguesia, mas estão a custar-lhes caro porque recebem muito mais do que gastam”.
A comunista indicou ainda ter informações de que os CTT “têm novas propostas para novas passagens para freguesias do Porto”.
“É escandaloso que seja o erário público a cumprir um serviço público que a empresa se comprometeu a cumprir. As juntas de freguesia estão a suportar custos sem a cobertura total da despesa”, vincou.
Para o vereador do PS, Manuel Pizarro, o encerramento dos CTT é “muito grave para a cidade e o país”.
“Acho que não vão passar muitas semanas sem que eu venha defender em público a renacionalização dos CTT”, avisou.
Para Pizarro, os CTT têm “uma componente social que não é despicienda e que não pode ser esquecida”, parecendo que o “caderno de encargos da privatização não assegura o serviço público”.
Para Álvaro Almeida, do PSD, o encerramento de balcões dos CTT não está relacionado com a privatização da empresa, ocorrendo porque “o mundo mudou”.
“Eu já não recebo cartas nenhumas a não ser a das Águas do Porto. Trata-se de ajustar os modelos de negócio à nova realidade”, observou.
O vereador eleito pelo PSD destacou que, apesar disso, “há obrigações que a empresa tem de cumprir”, caso contrário “o Governo deve recorrer a mecanismos legais para que cumpra”.
Quanto aos encerramentos previstos para o Porto, Álvaro Almeida considerou que, na cidade, “o problema parece ser mais de mobilidade do que outra coisa”, pelo que se deve “atuar na mobilidade e não na multiplicação dos serviços”.
Os CTT confirmaram no passado dia 2 o fecho de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação, que, segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, vai afetar 53 postos de trabalho.
No Porto, os postos em causa são os da Galiza e da Asprela.
A empresa referiu que o encerramento de 22 lojas situadas de norte a sul do país e nas ilhas “não coloca em causa o serviço de proximidade às populações e aos clientes, uma vez que existem outros pontos de acesso nas zonas respetivas que dão total garantia na resposta às necessidades face à procura existente”.
Em causa estão os seguintes balcões: Junqueira (concelho de Lisboa), Avenida (Loulé), Universidade (Aveiro), Termas de São Vicente (Penafiel), Socorro (Lisboa), Riba de Ave (Vila Nova de Famalicão), Paços de Brandão (Santa Maria da Feira), Lavradio (Barreiro), Galiza (Porto), Freamunde (Paços de Ferreira), Filipa de Lencastre (Sintra), Olaias (Lisboa), Camarate (Loures), Calheta (Ponta Delgada), Barrosinhas (Águeda), Asprela (Porto), Areosa (Gondomar), Araucária (Vila Real), Alpiarça, Alferrarede (Abrantes), Aldeia de Paio Pires (Seixal) e Arco da Calheta (Calheta, na Madeira).
A decisão de encerramento motivou já críticas de autarquias e utentes.

09 janeiro, 2018

O seguro morreu de velho. E o FCPorto estará de acordo?

Não sei se hei-de elogiar, ou temer, o excesso de confiança de alguns portistas. Sabendo que os árbitros tudo têm feito para prejudicar o FCPorto, continuam a confiar que os jogadores e Sérgio Conceição bastam para superar esse grande obstáculo. São uns grandes adeptos, sem dúvida, mas receio que tanta confiança lhes venha a causar grandes dissabores num futuro próximo. 

Também tenho grande confiança na equipa e no treinador. Sobre isso, não tenho dúvidas.  No entanto, teria mais garantias se estivéssemos a falar apenas do futebol jogado. Mas não estamos. Estamos sim, a jogar contra forças obscuras, e mal intencionadas, que tudo fazem e continuarão a fazer, para impedir que o FCPorto seja campeão. Se não conseguirem levar o Benfica ao colo do invejado penta, passará a ser o Sporting o novo protegido. Está visto e confirmado, os árbitros já deram provas da sua grande cobardia. Entre optar pelos batoteiros, ou pelos recatados, a escolha caiu sobre os primeiros. Eles sabem muito bem quem são uns e outros. Sabem que com os vigaristas estão mais protegidos pelo poder, e se o poder lhes garante boas "negociatas", a escolha é coerente...  Bastaria lembrar as arbitragens contra o FCPorto, que de tão más, nem conseguimos distinguir os árbitros maus, dos medíocres (veja-se a triste figura que um dos "melhores" árbitros portuguêses fez no domingo).

Apesar de não gostar, tenho-me repetido nos últimos tempos. Vejo-me impelido a fazê-lo por uma questão de sensatez. Não peçam ao Sérgio Conceição e aos jogadores, mais do que eles podem dar, porque apesar de determinados e competitivos, são apenas jogadores. Não têm de ser mais do que isso. Profissionalmente falando, têm dado tudo. Peçam sim, a quem manda, que defenda mais e melhor o clube e os seus atletas. Nas modalidades e na formação já se notam sinais de revolta nos jogadores que não podem ser dissociados do que está a acontecer. Os atletas sentem como ninguém a discriminação terrível de que o FCPorto está a ser alvo, sobretudo quando jogam fora, e isso acaba por desanimá-los. Os planteis do Andebol, do Hóquei são tão bons, ou melhores, que os dos adversários, mas têm sentido uma hostilidade que vai para além da rivalidade  nas deslocações. Trata-se de lidar com gente ligada ao banditismo que já terão arquitectado com clubes amigos esquemas de provocação para desestabilizar os nossos jogadores. O FCPorto já devia ter tomado providências para impedir que estas coisas alastrem e possam resultar numa desgraça.


Há que perceber uma coisa, e de uma vez por todas: antigamente, a mística do FCPorto, os slogans guerreiros como o "Somos Porto", tinham um líder a conferir-lhes genuidade e é isso que hoje falta. Além de que, a realidade agora é diferente, os jogadores já não se prendem tanto ao clube, querem olhar pelo seu futuro, e ninguém lhes pode levar a mal, o que não quer dizer que não se empenhem. Pelo contrário, é isso mesmo que causa admiração nesta equipa de Sérgio Conceição, vê-los tão motivados a travar uma batanha tão desigual, quando deviam limitar-se a jogar bom futebol e a ganhar, que é para isso que são pagos. 

Até ao momento não vi da parte do presidente Pinto da Costa nenhuma iniciativa de vulto no sentido de proteger os atletas e o clube. Estamos dependentes de uma investigação cujo desfecho não podemos prever, quer no seu prazo, quer na eficiência do castigo. Até lá, os bandidos têm carta branca para continuar a causar estragos, e a côrte de cartilheiros não vai travar a vigarice, que é o seu ofício principal.

Estamos em Portugal. Temos um Governo que já deu provas de ignorar os sinais iminentes de perigo. Morreram mais de 100 pessoas em dois incêndios, contra os quais não foi capaz de reagir à altura das responsabilidades.  Será preciso dizer mais? 


08 janeiro, 2018

Com o FCPorto é promiscuidade, com o Benfica é solidariedade, não é anjinhos?

Quando um Governo dá exemplos destes, que podemos esperar dele, que confiança
merece? Se eu estivesse no lugar do Rui Moreira enviava um comunicado ao Governo 
a informar que a partir de agora ia para o Dragão sentar-me ao lado de Pinto da Costa 
e que processava o primeiro energúmeno que abrisse a boca para falar de cumplicidade. 
Era o que eu fazia, podem crer, e com muito gozo!
Hipócritas!

07 janeiro, 2018

Chega de queixas, obriguemos o Governo a agir!

Se publiquei o artigo anterior, do jornalista Manuel Luís Mendes,  foi porque lhe reconheci algum valor e sentido de oportunidade. Nesta perspectiva, nada tenho a acrescentar, a não ser que o conteúdo peca por não ir um pouco para além do óbvio. Não dá para acreditar que nesta altura do campeonato haja algum jornalista (para não dizer, algum português), que não tenha conhecimento do escândalo dos emails e do silêncio que os media procuram manter sobre o mesmo o tempo que puderem. Claro que, à medida que o garrote dos factos aperta e os obriga a enfrentar a realidade, aos poucos, lá vão soletrando a custo a questão dos emails, ainda que sempre acompanhada de muito desconforto, mas mesmo assim sem poderem ignorar totalmente  o que está a acontecer.

Na prática, o que quero dizer sobre este assunto é o seguinte: já cansa falar de factos, é preciso interpretá-los, investigá-los, e a partir daí agir em conformidade com as respectivas conclusões. Já todos sabemos que a RTP, como empresa de comunicação e serviços públicos, paga com o dinheiro de todos os contribuintes, devia ter um comportamento condizente com esse estatuto, e não tem. Pergunto:  é só de agora que a RTP  anda a abastardar essas obrigações? Desde quando é que a RTP deixou de ser isenta no tratamento com os clubes de futebol, ou se preocupou em dar o mesmo tempo de antena aos três principais clubes portugueses? Desde quando é que a RTP não privilegiou o Benfica? Sabemos bem que a RTP anda a discriminar o FCPorto há muitos anos, portanto isso já não é  novidade. Com os media privados passa-se a mesma coisa. Só com uma diferença: a RTP, sendo estatal, devia ser punida, porque fazendo discriminação, está a ir ao bolso dos contribuintes não benfiquistas, ou seja, rouba-os. Já imaginaram os milhões que nos estão a dever? Que teria o Governo para argumentar contra a esta realidade?  Atrever-se-ia a lançar-nos areia para olhos? A mentir na nossa cara?

O centralismo, o poder excessivo leva a estes abusos, e quem o tem, tudo faz para dele nunca abdicar. Portanto, é coisa velha, saturada de factos, e isso cansa, e o que cansa arrisca a esquecer-se.. Ora, é preciso impedir que tal aconteça e incutir objectividade ao conhecimento dos factos, sobretudo quando estes comportam vestígios de ilegalidade, como o escândalo dos emails. E se forem ilegais como tudo faz crer, significa que causam danos a terceiros, logo, importa atalhar tanto quanto possível a sua investigação e consequente julgamento na Justiça.

Do meu ponto de vista, a reacção do FCPorto face ao problema espelha um pouco a postura dos cidadãos no regime de Salazar, com tímidas queixas e excesso de cautelas perante ocorrências altamente suspeitas que lhe têm causado prejuízos enormes, parecendo ignorar a legitimidade que a Constituição lhe confere. Ninguém mais do que eu duvida da credibilidade do actual regime. A democracia portuguesa é débil e muito teórica, mas é precisamente essa percepção que devia estimular o FCPorto a  desafiá-la. Era isso que devia fazer, pressionar o Governo sem perturbar as investigações em curso, para o obrigar a optar entre decisões democráticas, ou a assumir-se como um governo ditatorial. Trata-se de obrigar os responsáveis do regime a retratarem-se. O Governo tem de ser chamado às suas responsabilidades, com decisões idóneas, sem o deixar fugir dos seus deveres. Os dirigentes do FCPorto parecem ainda pensar como  pessoas integradas no antigo regime. Constitucionalmente, Portugal ainda é um regime democrático mas o Governo tem de o provar com atitudes condizentes, e deixar de encobrir estas vigarices, mesmo pondo em causa o "bom nome" do Benfica. Mas isso, não importa, é irrelevante para a dignidade de um verdadeiro Estado de Direito. Não podemos dar demasiada importância a isso, sob pena de estarmos a pactuar com comportamentos sórdidos de quem devia ser eticamente exemplar.

O FCPorto não devia reconhecer autoridade, quer à Federação, quer aos Conselhos de Arbitragem que a integram, quer à própria Secretaria de Estado do Desporto, porque já provaram ser de tal modo incompetentes que mais parecem cúmplices do Benfica. Parece-me desnecessário dizer mais. O prazo para os modos civilizados já terminou. O persistente silêncio dos destinatários trataram de o esgotar... Esta gente sabe que está a ser protegida, e por isso a tendência é para abusarem, para provocarem até situações conflituosas, estratégias para aplicar castigos e expulsões, procurando fragilizar o nosso clube, e desta maneira deixarem abertas as portas do penta ao Benfica. Isto, é mais que óbvio. Pela minha parte já desisti de acreditar na inocência dos árbitros. Todos! Uns mais descarados, outros mais subtis, todos se têm mostrado altamente comprometidos com o que está a acontecer.

Caso o FCPorto tencione bloquear esta conspiração (premeditada), não pode dar-se ao luxo de aguardar pelo término das investigações, porque quando der por ela já fomos esmagados pelo regime. É tempo de colocar este enorme escândalo na esfera política e obrigar todos os partidos a retratarem-se. Se formos impedidos de o fazer, não vale a pena continuarmos a fingir que não percebemos, e estaremos a dizer ao Mundo que afinal o 25 de Abril foi uma grande vigarice, que a Democracia não existe, e que a PIDE ainda mexe e deixou muitos descendentes.


06 janeiro, 2018

Serviço público ou privado?


Imagem de perfil de Manuel Luís Mendes
Manuel Luís Mendes

Quando houve, no país, o debate sobre os malefícios e benefícios da televisão pública, ficou claro que a sua existência se devia ao facto da informação neutra e equidistante ficar mais salvaguardada numa estação televisiva pública do que sob a alçada de uma entidade privada sempre mais sujeita aos interesses particulares, do que ao bem público.
Por isso, a RTP seria a única a defender o pluralismo e neutralidade da informação, algo que os privados não garantiriam.
Só que na transmissão do jogo entre o FCPorto e o Rio Ave a parcialidade foi demasiado notória.
Durante todo o encontro não houve uma palavra para a espetacular exibição dos portistas!
Não. Para os comentadores houve sim muitas dificuldades por parte dos vila-condenses que não conseguiam suster os ataques dos dragões.
O mérito não foi, pois, dos líderes do campeonato mas do demérito do adversário.
Chegou – se ao cúmulo de terem ficado escandalizados com uma entrada mais dura de Soares a merecer amarelo, mas nunca vermelho, como pediam os comentadores. Depois, qualquer situação mais incómoda e simples para os da casa, era um perigo constante e um alarme incrível…
Serviço público? Talvez, mas a Benfica TV não faria melhor…
O que importa é que o FCP fez uma exibição de gala e se não houvesse tanto desperdício a goleada seria histórica.
Essa a realidade, embora os telecomentadores de serviço a tenham iludido. 
Como estamos no Natal, haja tolerância, esperando que, no novo ano, algo mude para que tudo não fique na mesma…
Admitindo que no melhor pano cai a nódoa, seria avisado que a RTP ganhasse a consciência de que tem um estatuto que defende o interesse do país e não de um qualquer facciosismo de circunstância. Deveria ser – a tem de ser! – como a seleção nacional de futebol :a equipa de todos nós. Tem de saber que é mais um serviço cívico do que uma empresa particular. O seu lucro é a informação rigorosa e não os dividendos dos acionistas. 
E se algum profissional da casa, não aceitar esta postura, então só lhe resta um caminho :sair pela porta por onde entrou para a Benfica TV, Sporting TV ou Porto Canal…
Aliás, isso aconteceu com vários jornalistas e daí não veio nenhum mal ao mundo. Pelo contrário, houve bom senso e seriedade. Não enganaram quem lhes pagava e foram servir outros patrões.  Tudo certo, pois. 
Inadmissível é parecerem o que não são : independentes. Como diz o povo, quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele…
Quanto ao Governo, que tutela o setor, não pode assobiar para o lado e fazer de avestruz. Tem de ser mais interventivo. 
É que sujeita – se a perder, no desporto, os créditos que tem granjeado noutras áreas, com consequências eleitorais imprevisíveis. 
Boas Festas  a todos os leitores do Porto24, independentemente de clubes, são os nossos votos sinceros. 
(de Porto24)

05 janeiro, 2018

Assim não, senhor Pinto da Costa!

O texto a seguir, é a argumentação do FCPorto para justificar a desistência do recurso da suspensão com 3 jogos do hoquista Jorge Silva, no último jogo com o clube mais corrupto do mundo, o Benfica. 

A saber:

"O FC Porto não vai recorrer da suspensão de três jogos aplicada ao hoquista Jorge Silva, depois da expulsão no Pavilhão da Luz, na sequência de um lance em que o argentino Carlos Nicolia, jogador do Benfica, acrescentou uma boa dose de teatro, hesitando entre agarrar-se à perna ou ao rosto durante o exercício de dramatização. Mesmo seguros de que a razão lhes assiste, os responsáveis portistas não vão solicitar a revisão da decisão da dupla de arbitragem junto do Conselho de Justiça e têm uma boa razão para isso: até hoje ainda não receberam resposta ao recurso interposto a propósito da expulsão do mesmo Jorge Silva em Oliveira de Azeméis, em maio do ano passado, num lance em que o avançado não teve qualquer intervenção", escreveu o clube.
(O JOGO)
Assim, não! Isto é inacreditável. Deixar de recorrer da defesa de um atleta como Jorge Silva, expulso de forma abjecta por um árbitro manifestamente desonesto, com as consequências que tal comportam para o FCPorto, justificando a decisão por não terem recebido resposta do primeiro recurso enviado ao Conselho de Justiça sem ensaiar outras alternativas, é o mesmo que dizer: vá lá, continuem, podem roubar à vontade! Isto é um baixar de braços pusilânime que nada empolga quem trabalha no clube, nem quem é seu adepto. Uma vergonha para o FCPorto!

Às vezes, pergunto-me se a insanidade mental invadiu a SAD portista, ou se é apenas uma consequência da terceira idade. Se não há dinheiro para defender o clube, mais vale fechar a loja. Isto é miserável!

04 janeiro, 2018

À atenção do Programa Universo Porto da Bancada

É este o rosto do Nuninho (a senhora está a mais).  Ele bem se
esconde, mas a Net tem destes inconvenientes...

Não sei se é por ingenuidade, ou para não perder totalmente a "atenção" do Jornal de Notícias - que já não é muita -, tanto Francisco J. Marques como os responsáveis pelo blogue Baluarte Dragão, parecem andar distraídos com o alinhamento editorial deste diário portuense. Não é a pluralidade de opinião que aqui está em causa, é o critério com que é usado. Critério esse que só ainda não copia absolutamente o padrão da imprensa centralista de Lisboa porque ainda é cedo, mas já deram passos enormes nesse sentido (desonra lhes seja feita).  

Como é sabido, o JN é o único jornal nacional sediado no Porto que durante anos se afirmou de norte a sul do país, sem precisar de se descaracterizar. Lastimavelmente, começou a perder essa peculiaridade há uma dezena de anos, sem deixar de "privilegiar" o Porto e o Norte, como é natural a um jornal fundado nesta região.  Para os portuenses, pelo menos para aqueles que sentem os malefícios do centralismo, a última remodelação directiva (e administrativa)  piorou em todos os sentidos, principalmente o político. Como raposas matreiras, logo trataram de ampliar a cobertura a outras regiões mais a sul, com Lisboa à cabeça, sem deixar obviamente (para já...) de atender o Porto e o Norte. Assim, enquanto os deixarmos seguir esta estratégia, até podem gabar-se que descentralizaram mais o jornal, e que até aumentaram as vendas. Mas isso, será sempre um argumento pervertido e mercantilista, porque parte de quem o dirige é completamente alheio à região e aproveita-se de uma estrutura criada de raiz no Porto, por gente do Porto, para dela tirar partido em benefício dos interesses egocêntricos da capital.

A última intervenção de um dos traidores do JN (jornal da cidade que lhe deu emprego), de seu nome Nuno Miguel Maia, um obcecado a quem Pinto da Costa supostamente terá feito muito mal, tal é a perseguição que lhe anda a fazer há anos, é bem reveladora. Lá vem ele assinar o artigo abaixo plasmado, sempre, sempre a apoiar o Benfica e a procurar prejudicar o FCPorto. Não ficarei nada espantado se um destes dias vier a público o seu nome como mais um avençado do Benfica. 

É tempo, de Francisco J. Marques, assim como o Baluarte Dragão se deixarem de salamaleques com o JN, porque já não é um jornal de portuenses. Longe disso, é mais um jornal capturado por centralistas que, como se constata, nada de útil trazem à cidade.  E só se atreve a abordar o caso dos emails para não perder clientela, mas nem por isso deixa de publicar aberrações como a do energúmeno Nuno Miguel Maia. Muito do que agora é confirmado no Universo Porto da Bancada já eu percebia, mesmo sem elementos comprovativos de índole jurídicos. Regi-me por algo mais pragmático, que consiste em saber ler muito bem a diferença entre o ser, e o parecer. Não me enganei. Fosse isto sorte, estaria multimilionário! Confirmem-no aqui, se assim entenderem (Data de 08/11/2012)...

Como é possível conviver tão bem com o lixo?

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03 janeiro, 2018

Benfica, o clube mais corrupto do planeta

Podemos dizer, sem corrermos o risco de falhar, que a teia mafiosa montada pelo actual presidente do Benfica no futebol nacional, é o maior escândalo a que o mundo assistiu desde que este desporto existe. Já aconteceram outros casos, inclusivé nos próprios órgãos dirigentes da FIFA (7 elementos, em Maio de 2015), mas nos campeonatos europeus, apenas se conhecem esquemas de corrupção com a Juventus, Lazio e Fiorentina, em Itália, e em França, o Marselha. Nenhum deles teve a dimensão e a a vaga de cumplicidade que se está a detectar com o Benficagate.

Na Itália, país conhecido por habituais tendências mafiosas, todos os clubes implicados foram despromovidos, a Juventus também com a perda de títulos conquistados nos dois anos anteriores, só o Milan se safou por falta de provas, e no caso do Marselha, foi-lhe retirado o título de campeão e o seu presidente preso. Não obstante a gravidade destes casos, nenhum tinha uma rede de poderes e de influências tão grande e tão diversificada como a que tem o Benfica. Isto, é assustador para os portugueses de bem, e uma vergonha incomensurável para um universo enorme de figuras públicas tidas como respeitáveis.

Não imagino como isto irá acabar, porque dada a enormidade das figuras envolvidas no escândalo, será praticamente impossível punir todos os que cooperaram directa e indirectamente com esta rede de chantagistas. Porém, algo terá de ser feito por quem de direito (investigadores e juízes) para salvar o país da vergonha mundial. Um dia, que não imagino quando será mas que terá fatalmente de acontecer, quer o senhor primeiro ministro, quer o senhor presidente da República - contrariados ou não -, lá terão de sair a terreiro para tentar convencer-nos que são aquilo que não são, isto é: homens superiores. Não vale a pena. Só lhes pedimos é que pelo menos deixem a Justiça trabalhar, e que não interfiram.

Mais que o mundo pestilento do Benfica contemporâneo, importa acreditar que ainda haja no país meia dúzia de homens e mulheres de honradez inequívoca, com autoridade moral para o limpar. Pena é, que uma justiça tão lenta vá permitindo aos bandidos continuarem na senda do crime, e a competirem com quem trabalha honradamente.

Além de imoral, é uma injustiça dobrada.

31 dezembro, 2017

Senhor Pinto da Costa, decida-se e defenda o clube com dignidade!


Continuo a pensar que para agilizar a resolução do escândalo dos emails será preciso algo mais que denunciá-los. Não se trata de pressionar os investigadores, porque é importante que a investigação seja feita com o maior dos rigores, e para isso é preciso tempo. No entanto, tendo em conta a dimensão deste caso e as influências que com certeza estão a ser movidas para o abafar, é fundamental que o FCPorto assuma uma posição mais determinada para o evitar, ou no mínimo, para bloquear a sua profusão.

Não duvido que dentro do clube haja gente com experiência jurídica para escolher a melhor estratégia para casos desta natureza, mas também não podemos esquecer que a liderança do presidente não é mesma de outros tempos, e que a sua capacidade de antecipação de prevenir os problemas agora deixa muito a desejar. Se a liderança pessoal de Pinto da Costa não é a mesma (e não é, de facto), então que haja o bom senso entre os elementos da SAD para a partilharem, no sentido de ajudar o presidente a encontrar a solução mais indicada para o FCPorto. Repito, para o FCPorto, ou seja, para o universo portista. Todo!

É preciso não esquecer que este escândalo tem contornos mafiosos gigantescos, com gente mal formada e intelectualmente corrompida, disposta a tudo para manter o poder e respectivos privilégios. Por isso, continuam activos e confiantes na sua missão, e não vão parar enquanto não forem detidos pelas autoridades. Atenção que isto não é só no futebol que acontece, é em todas as modalidades praticamente, como pudemos ainda ontem confirmar no jogo de hóquei, onde os jogadores do Benfica só conseguiram ganhar com a ajuda preciosa de um árbitro descaradamente corrupto. Digam o que disserem, os pontos da victória do Benfica já ninguém os tira, pelo menos em tempo útil...Não são as denúncias dos emails isoladas que vão restituir ao FCPorto os pontos perdidos por influência dos árbitros, até porque como atrás referi, ninguém pode dar como garantido que a resolução deste escândalo seja concluída a tempo de travar os danos entretanto causados ao  FCPorto.

Até a RTP, e o exército de chulos (e chulas) que ali fingem fazer serviço público, não teve problemas para justificar a não transmissão do jogo com o Paços de Ferreira, lançando as culpas para a Liga de Clubes, o alvo a abater do Polvo dos cartilheiros...  Enfim, tudo isto é tão vergonhoso, que me faz corar, só de imaginar o que vão pensar deste país os cidadãos estrangeiros de países civilizados! Então, quando souberem que os media e o próprio governo corroboram num escândalo destas dimensões, não apenas por omissão, mas também com cumplicidade. Insisto nesta tecla: o FCPorto tem motivos fortíssimos para desafiar o Governo a explicar-se, mas com respeito e seriedade. Porque, o secretário de Estado do Desporto que o representa, está provado e comprovado, é absolutamente disfuncional, e desonesto! Se eu neste espaço público não me privo de o afirmar - e não é por má educação -, por que é que o FCPorto, com um afamado departamento  jurídico, não obriga o Governo a retratar-se? 

Resumindo e concluindo: se chegados ao fim da temporada desportiva tivermos sido outra vez ludibriados, com perdas e danos, porque nada fizemos para acelerar o processo das investigações, confiando demasiado na celeridade da Justiça, de nada irá adiantar a lamúria, e outros responsáveis terão de se retratar, coisa em que não acredito no FCPorto dos últimos anos...

PS-Não quero fazer de ave de mau agoiro, não senhor.  Quero apenas seguir o exemplo do seguro que morreu de velho...

BOAS SAÍDAS DE 2017, E MELHORES ENTRADAS PARA 2018!

29 dezembro, 2017

Não adoto este silêncio

Rosário Gamboa 

"Não adoto este silêncio" é o lema do movimento de denúncia de um sistema internacional de adoções ilegais, que emergiu com base em peças de jornalismo de investigação (Alexandra Borges; Judite França). Mas devia ser um lema geral. *Calar perante a injustiça ou o sofrimento é demissão, negação de si mesmo na negação do outro.
Há muitos silêncios nascidos da omissão da nossa voz, diluída na massa anónima da desresponsabilização coletiva - se o mal é do sistema, a minha palavra não fará a diferença!
Ignorância, falta de desenvolvimento moral e cívico, cansaço, desilusão?... Não há uma causa única, nem simples e as responsabilidades dividem-se, indubitavelmente, entre o sistema, onde as condições de produção do medo, do desconhecimento, da indiferença, da má vida são geradas, e a responsabilidade individual que cabe a cada um.
É certo que a turbulência dos dias agita-nos num precipitar de necessidades, num esgotar permanente de tarefas, onde o tempo escoa e a consciência é um pequeno crepúsculo fugaz antes do adormecer. Tudo parece concorrer para esse indolente entorpecer: consumimos, produzimos e consumimos mais, num ciclo frenético, onde inscrevemos a vida sem grandes interrupções, pois também o lazer se organiza e regula pelo consumo, e as mais ingénuas distrações estão por conta de uma indústria de entretenimento que nos entra em casa com ideias "criativas", jogos lúdicos, onde o prazer leve nos embala o cansaço. No alinhamento dos telejornais as notícias sucedem-se velozes e indiscriminadas, navegando entre os dramas mais intensos e os faits divers cor-de-rosa - um jogo cénico onde a sua relevância mutuamente se anula, até ao suave esquecimento.
As sociedades contemporâneas, abertas e globais, alicerçadas num modelo de desenvolvimento neocapitalista que democratizou o consumo como modo de estar, trazem, na sua imensa complexidade, o vírus da passividade, do individualismo hedonista, da indiferença moral.
É neste presente que temos que pensar e agir. Entre o poder do "sistema" e nós mesmos há um continuum onde, formalmente, se funda a natureza comunicativa das nossas sociedades democráticas. E é pela compreensão e comunicação que se abre o sentido capaz de romper o silêncio - formar posturas de reflexão contra a tirania do imediato, desconstruir falsas evidências e factos, demonstrar ideias que mobilizem a sociedade e permitam uma "viragem cognitiva", educativa, apoiando a formação do juízo cívico e moral.
PRESIDENTE DO POLITÉCNICO DO PORTO
(JN)
* Nota do RoP: O silêncio do medo e da cumplicidade intraquila. Sempre ele. O sublinhado é do RoP.