15 maio, 2009

Metropolitano do Porto

Comissão mista do Metro propõe túnel entre Boavista e Pasteleira
Consenso entre representantes da Câmara do Porto e da Metro: túnel na Via Nun'Álvares e passagem à superfície pelo Parque da Pasteleira

À sexta reunião, a comissão paritária encarregada de elaborar um parecer sobre a futura linha do Campo Alegre da Metro do Porto adoptou uma posição unânime: o troço entre a Avenida da Boavista e a Estação de São Bento, na Baixa portuense, não será nem todo à superfície, como pretendia a empresa, nem todo em túnel, como defendiam os três representantes da Câmara do Porto.
O PÚBLICO apurou que, a 27 de Abril, os seis elementos da comissão redigiram e assinaram uma acta final em que propõem que o metro percorra a futura Via Nun'Álvares em túnel. Foram assim acolhidos os argumentos da autarquia a favor do enterramento: como a avenida não está ainda construída, é possível adoptar a solução relativamente económica do cut and cover - aproveitar as obras de abertura da via para fazer logo uma vala para o metro e tapá-la de seguida. Por outro lado, liberta-se mais espaço na futura avenida para áreas verdes e passeios e evitam-se constrangimentos à circulação automóvel, como a impossibilidade de os carros virarem à esquerda ao entrarem ou saírem da via. O túnel proposto prolongar-se-á sob a rotunda da Praça do Império e o início da Rua de Diogo Botelho, zonas onde, na opinião dos representantes da câmara, a falta de espaço faria o metro conflituar com o trânsito e estacionamento automóvel.
De acordo com a proposta da comissão, depois da travessia do Parque da Cidlinha do Campo Alegre só vai
regressar à superfície perto da Rua de Afonso Paiva, perpendicular à Diogo Botelho, sobre a qual uma ponte pedonal de madeira liga as duas partes do Parque da Pasteleira. O atravessamento da zona verde poderá ser um dos pontos mais polémicos do novo traçado, embora a comissão tenha tido o cuidado de convidar a arquitecta Marisa Lavrador, autora do projecto do parque, para estudar a inserção do metro.
De acordo com os estudos realizados, a proximidade da ribeira da Granja e as características do terreno tornavam demasiado oneroso prolongar o túnel sob o parque.
Ainda de acordo com a proposta, o metro voltará ao subsolo no Fluvial, perto da bomba de gasolina - um pouco antes do Bairro das Condominhas, onde a proposta inicial da Metro do Porto previa o enterramento - voltando, a partir daí, a seguir em túnel até à Estação de São Bento.
Contactada pelo PÚBLICO, a Metro do Porto não confirmou, nem infirmou, ter recebido o documento final da comissão de que fizeram parte o vereador do Urbanismo, Lino Ferreira, o director municipal do Urbanismo, José Carapeto, e o presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira, todos em representação da autarquia. Os três representantes da Metro do Porto foram liderados pelo administrador Jorge Delgado. Recentemente, o presidente da comissão executiva da empresa, Ricardo Fonseca, declarou ao JN que enterrar a linha da Avenida da Boavista ao Bairro das Condominhas custaria 20 milhões, a somar aos 300 milhões já estimados para o projecto
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[Fonte:Público]

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