Cara Elisa Ferreira,
A senhora, saberá melhor que ninguém, o quanto a sua cidade, e a sua gente, têem sido desprezados pelo partido pelo qual se vai candidatar à Câmara Municipal do Porto. O PS. Outros partidos antes dele, também não fizeram melhor, mas isso só aumenta a sua responsabilidade.
A sua condição de candidata independente não lhe pode bastar para confiar na vitória e livrá-la de uma derrota anunciada. Por isso, se ama o Porto, se tem ideias e garantias para fazer mais e melhor que Rui Rio, desista do lugar no Parlamento Europeu. Não só marcará a diferença em relação à mediocridade reinante dos seus colegas, como aumentará, decisivamente, as probabilidades de vencer o actual presidente. Se não o fizer, será responsável por termos de aturar - com as terríveis consequências que isso acarretará para o Porto - mais um mandato de Rui Rio, completamente estéril de acções importantes.
Eu também acho que devia abdicar do Parlamento Europeu e em caso de derrota, ficar na Câmara, mas não acredito que isso vá acontecer.
ResponderEliminarNo entanto, acredito qu etal como aconteceu com Fernando Gomes, apesar disso, vai ganhar.
Um abraço
não vai abdicar. não pode. é uma daquelas personagens que depende inteiramente dos cargos políticos para sobreviver. nunca porá em causa o salário e o modo de vida. este é um dos problemas capitais do sistema político português. também não vai ganhar a eleição. a sua campanha, até agora,tem sido uma coisa confrangedora.
ResponderEliminarNão acredito que possa concorrer à Câmara do Porto e em caso de vitória não abdique do Parlamento Europeu, seria o absurdo total...Até porque um cargo impede o cumprimento do outro, em termos práticos.
ResponderEliminarAgora se lhe pedem que abdique das eleições para o PE e posteriormente, concorra ao Município do Porto aí tudo é possível...
É animador o panorama político local, sem dúvida...
ResponderEliminareu tambem acho que a Elisa devia dizer.
ResponderEliminarSim ou Sopas.
Porto ou europa.
Eu até que votava na Elisa,
mas moro em Leça(matosinhos)
O Porto infelizmente está cheio de velhinhos que vota rio.
onde mora a maioria de antigos Portuenses?
o rio para muita gente é um excelente contabilista.
mas depois de ler isto,
eu sinto-me muito bem.
é só seguir.
De uma cidade diferente a um clube odiado
Há uma frase muito antiga, que outros agora procuram copiar, que diz “O Porto é uma Nação”. Frase antiga e verdadeira, oriunda de uma época em que a cidade do Porto e as cidades vizinhas eram mais pequenas, em que os jogos do campeonato eram sempre aos domingos à tarde e correspondia ao bairrismo característico dos portuenses, sempre e desde a época medieval ciosos das suas liberdades e autonomia, prontos a defendê-las perante o bispo da cidade ou qualquer nobre que nela pretendesse habitar. Foi durante séculos uma cidade burguesa, industrial e popular, ao contrário de Lisboa, Coimbra, Braga e outras, com bandeira própria e comerciantes e marinheiros que percorriam os portos europeus e não só. Depois a centralização do poder, no tempo da monarquia absoluta, da Primeira República e a Ditadura do Estado Novo, até 1974, com um ligeiro intervalo durante o Liberalismo, retiraram a esta cidade a maior parte dos seus direitos e valores. Através dos meios de comunicação de cada época, principalmente no século xx, esses valores foram sendo apontados como “provincianos” e só os da capital eram propagandeados e exaltados. A conclusão foi a inevitável: na cidade, no Norte e no resto do país muitos dos habitantes adoptaram a maneira de falar, de vestir e até os gostos desportivos da capital, pobres colonizados que passaram a assistir a espectáculos bárbaros como as touradas e a preferir a cor vermelha ou a verde, ligadas aos árabes, em vez das tradicionais cores nacionais, o azul e branco.
Antes e depois do 25 de Abril de 1974 até hoje, a cidade do Porto e a sua região foram discriminadas, vilipendiadas, numa palavra roubadas. E que fizeram os partidos políticos e os deputados que foram eleitos nas suas listas pelo distrito? Se podemos não aceitar mas compreender o seu comportamento durante os períodos de ditadura, o mesmo não podemos fazer após a instauração daquilo a que ouvimos chamar “democracia”. Os actuais partidos políticos, quase todos fundados em 1974 ou depois, têm-se limitado a prometer mais igualdade a nível nacional e maiores investimentos na região. Apenas promessas que os deputados, por aqui eleitos, esquecem mal se apanham na Assembleia da República, traindo as suas promessas e os cidadãos desta região.
A nacionalização de empresas durante o “gonçalvismo” e, mais tarde, as “privatizações” com Cavaco Silva provocaram profundas alterações a nível económico e social em Portugal, levando a uma excessiva concentração de recursos nacionais e da União Europeia na região de Lisboa, com investimentos caríssimos já realizados ou em projecto, enquanto a região do Porto pouco tem recebido.
Com os meios de comunicação social todos instalados ou dirigidos de Lisboa, principalmente as televisões, assistimos a sucessivas campanhas de exaltação dos clubes de Lisboa enquanto se omitem, se menosprezam e se apoucam os feitos nacionais e internacionais do F.C. do Porto. Assistimos, inclusivamente e durante anos ao lançamento de uma campanha de incitamento ao ódio a este clube na SIC, por parte de certos “jornalistas” de nacionalidade portuguesa e estrangeira. Em muitos órgãos da comunicação nacional celebram-se, nos bastidores ou mais às claras, as derrotas internacionais e nacionais do clube, reflectindo-se essa animosidade na forma como são redigidas e transmitidas as notícias. Clubes que muito gastam em centenas de jogadores e nada ganham são quase todos os dias exaltados em primeiras páginas de jornais, enquanto as notícias do Porto aparecem em tamanho minúsculo. Outro exemplo, que todos os portistas conhecem, foi a campanha “montada” contra Pinto da Costa. E que aconteceu a Carolina Salgado, Leonor Pinhão, Luís Filipe Vieira e muitos outros envolvidos neste caso e em outros? Nada, pois a justiça não existe em Portugal. A Justiça costuma ser representada com uma venda nos olhos, mas é um escândalo e um descrédito para o Ministério Público e outros órgãos a ela ligados o que está a acontecer. Mais uma vez, dois pesos e duas medidas! Os criminosos passeiam-se e são soltos, principalmente quando têm como cor o vermelho, mas se um azul e branco fizer algo cai o Carmo e a Trindade, frase lisboeta tão conhecida. Autocarros incendiados, adeptos atacados, recintos de hóquei em patins com jogadores agredidos por adeptos são alguns dos frutos do ódio pregado contra o clube azul e branco.
Enquanto muitas câmaras municipais ajudam com terrenos que depois os clubes vendem (Braga, Benfica, Setúbal) os clubes dessas cidades ou lhe cedem o estádio municipal e uma enorme verba (Guimarães) e algumas constroem estádios onde o clube da cidade joga sem grandes despesas (Braga) e nas regiões autónomas da Madeira e Açores os governos regionais apoiam os clubes locais, nos últimos oito anos o F.C. do Porto, hoje em dia a maior marca da cidade, tem sido hostilizado por um político profissional que ascendeu ao cargo de presidente da dita, que não tem seguido uma política isenta, já que só tem olhos para o “seu” clube e para números, ignorando os benefícios que o clube azul e branco tem trazido à cidade, à região e ao país. Nada a esperar de um indivíduo que, enquanto deputado, nunca defendeu a cidade e o Norte e faz parte de um grupo de políticos desta cidade e do seu partido que não têm um mínimo de sensibilidade e respeito pelos habitantes desta cidade e região.
Mais que um clube
Perante toda esta realidade indesmentível e apesar de todas as campanhas dirigidas contra ele e as pessoas a ele ligadas, o clube continua a vencer, de forma clara, os seus adversários em campo e aqueles que procuram alcançar na secretaria o que não têm capacidade para alcançar no terreno de jogo.
O número de adeptos aumenta cada vez mais, tornou-se o melhor clube português a nível internacional, basta comparar os troféus conquistados.
Para a maioria dos seus adeptos, vivam onde viverem, as suas vitórias são um lenitivo para as dificuldades que atravessam e embora contentes, só o encaram como um clube desportivo. Mas, para uma parte cada vez maior desses adeptos, principalmente para os do Grande Porto e seu distrito, mais conscientes e conhecedores do que se passa em Portugal, aqueles que poderemos classificar como uma “vanguarda”, o F.C. do Porto já não é só um clube desportivo, embora o melhor de Portugal. Tornou-se mais do que um clube, pois passou a encarnar e a representar os valores, os anseios e o desejo de justiça de quem se sente, todos os dias, discriminado, prejudicado, maltratado, traído pelos políticos que nos deviam representar e defender e não o fazem, por carreirismo ou defesa de outros valores desportivos ou materiais. Se os partidos políticos não cumprem o seu dever, se alguns deputados e políticos não defendem nem representam efectivamente quem os elegeu, então é natural que cada vez mais portugueses, principalmente no Grande Porto, apoiem fervorosamente o clube e esperem dele mais do que apenas vitórias. Querem que a única instituição nacional, de fora de Lisboa, capaz de enfrentar e vencer os clubes de Lisboa, os vingue e sacie a sua sede de justiça contra os eternos protegidos de uma capital ingrata e madrasta para a maioria dos portugueses.
É por isso que certos “jornalistas” e “ comentadores” televisivos e não só, que se consideram importantes e “opinion makers”, não conseguem compreender que, ao celebrar mais uma qualquer vitória, muitos adeptos do Porto insultem e ataquem aqueles que consideram inimigos, inimigos da sua cidade, da sua região, do seu clube, até do seu país, pois se esses indivíduos e os dirigentes e adeptos dos seus clubes passam a vida a atacar o clube e a região, é compreensível que aqueles que, no Porto, continuam a defender os valores da cidade e da região e não gostam de dever nada a ninguém lhes respondam à letra. Contas à moda do Porto! Quem ataca e prejudica o clube, a cidade, a região e os portistas, estejam eles onde estiverem, terá a resposta que merece. A cidade do Porto é a mãe da liberdade em Portugal enquanto Lisboa sempre se submeteu e viveu à custa do poder vigente. Para nós, o tempo da submissão já acabou, excepto para os colonizados, para os cobardes subservientes e para certos políticos que nos atraiçoam.
Por tudo isto F. C. do Porto – Mais do que um clube!
desculpa lá Rui,Vila Pouca,António Alves,Meireles,
e todos os outros que eu sei que são muitos.
Abraços
Caro portodocrime
ResponderEliminarAinda bem que gostou do meu post "Mais do que um clube", dedicado à vitória do F.C.do Porto, publicado no meu blog "zangado" e de que transcreve uma parte. Expressa apenas a maneira de pensar e os sentimentos de alguém, natural e residente no Porto,que gosta da sua cidade e região e se sente indignado com a realidade actual. Daí a escolha que fiz do pseudónimo "zangado".
Acho que nós, os portuenses,os habitantes do Grande Porto e do Norte precisamos de fazer algo, senão cada vez viveremos pior e subjugados.
Ainda bem que o fiz sentir bem.
Cumprimentos
Dupla candidatura, sim. De Força e Convicção.
ResponderEliminarObservando o calendário eleitoral, assume-se tarefa árdua conseguir entender a excitabilidade que se tem gerado à volta da candidatura de Elisa Ferreira à Câmara do Porto. Em bom rigor aliás, encontro uma razão. Existe um pressentimento disfarçado que poderá estar ali uma candidatura vencedora.
Parece evidente e manifesto que ninguém pretende trazer à memória os recentes indicadores das sondagens como argumento de que os 9 pontos que separam os candidatos sejam suficientes para Rui Rio não ter preocupações. Está fresca a memória da campanha eleitoral 2001, em que Rui Rio partia para a eleição a vinte pontos de distância de Fernando Gomes. Ou ainda, a vitória tangente de Santana Lopes, em Lisboa.
Num exercício de esforço, não consegui encontrar argumentos que colhessem para os ataques que lhe são feitos.
Embora seja recorrente dizer-se que não se entende porque é Elisa Ferreira candidata a dois lugares, incompatíveis entre si. Ora sendo a tomada de posse dos eurodeputados a 13 de Julho, seguido de um período de inactividade parlamentar e assumindo funções, de forma mais intensa, em Setembro, é natural que Elisa Ferreira diga que só vai assinar. Entendi, confesso, como sinal de convicção e força. Se a ideia fosse enganar os eleitores, a candidatura à câmara do Porto seria feita depois de dia 7 de Junho, falta já muito pouco. Mas não.
Pôr-se-ia a questão de porquê então ser candidata ao Parlamento Europeu se está tão convencida da vitória no Porto. Não me cabendo a mim fazê-lo, eu tenho uma certeza, o Parlamento Europeu beneficia muito de deputados portugueses com a qualidade de Elisa Ferreira. Se Elisa não for Presidente da autarquia, inegavelmente, Portugal estará bem representado em Bruxelas e isto só era possível de uma forma: garantir aos portugueses que ela seria Eurodeputada na eventualidade de não presidir à autarquia portuense. O mesmo se passa com Ana Gomes. O Parlamento precisa destas pessoas ainda que possam agora ter optado por funções autarcas.
Mas os ataques ou críticas parecem estar apenas dirigidos a Elisa Ferreira. Mas será caso único? O que fez, tem feito e irá fazer Ilda Figueiredo? Não foi e não é ela cabeça de lista da CDU à Câmara de Gaia e igualmente ao PE? E porque não se fala?
Não se fala simplesmente porque são candidaturas, com todo respeito, inofensivas. Já a de Elisa Ferreira… em Outubro saberemos.
Caro João Pedro Lopes,
ResponderEliminaro comum eleitor não costuma perdoar estas duplas candidaturas, até porque ficou escaldado com o abandono de Fernando Gomes para o Ministério da Adm.Interna. Sentiu-se traído. Agora, quer alguém que assuma por inteiro o Porto, e é bem capaz de voltar a votar em Rui Rio se Elisa não mudar de estratégia.