O país não passa da cêpa torta, mas se há coisa da qual não nos podemos queixar é da falta de analistas políticos ou de peritos em matéria de economia nacional e internacional. A esta abundância de cérebros, não corresponde a qualidade de uma e outra situação. A economia mundial é o fiasco que se vê (e sente), a nacional nunca chegou a ultrapassar estavelmente as fases críticas das crises e contudo proliferam os experts em tudo quanto é canal de TV ou jornal diário. Em matéria política, estamos conversados. Para que servirá então tanto parecer "documentado"? Alguém será capaz de responder?
Tão desacreditado está o país que ninguém deve ligar patavina ao que tais sumidades dizem e escrevem, mas, apesar disso, vale a pena prestar-lhes alguma atenção. Não me refiro ao que eles dizem, porque isso pouco nos acrescenta, mas às expressões e aos tiques. Se há aspecto em que dão cartas, é o teatral. Não estivéssemos nós escaldados com os resultados de tanto savoir-faire, ao vê-los com aquele ar de vendedores de Magalhães, de quem se leva muito a sério [género Sócrates], ficaríamos todos convencidos que a crise não passa de uma coisa de somenos. Quer dizer, de (so)menos dinheiro nos nossos bolsos, até é verdade, mas não é essa a imagem que eles pretendem deixar.
O desplante do paradigma político ocidental, até já lhes permite ultrapassar com alguma leveza de consciência os roubos de igreja praticados pelas administrações bancárias, porque, há sempre disponíveis, uns pilha galinhas para encherem a folha de serviços da respeitável Procuradoria Geral e dos organismos policiais. Além de que, os partidos à esquerda do PS arrastam consigo o sempre eterno estigma comunista, ferrete que lhes dá o à vontade necessário para se prepararem para nos aumentar os impostos à má fila. O Lobo Xavier, já tratou de nos "avisar" que não são só os ricos que devem pagar a crise...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...