13 maio, 2009

Cá se fazem, cá se pagam

Não tenho a certeza, se o José Sócrates está ou não envolvido no escândalo Freeport. Não tenho a certeza, se o Dias Loureiro é ou não culpado no escândalo BPN/BPP. Não sei, mas tenho a minha opinião. O que sei, seguramente, é que o que estes senhores estão a passar é bem merecido. Sei, e digo mais. Digo, que qualquer julgamento na praça pública, de qualquer figura do Estado, com maior ou menor estatuto, é mais do que merecido! Ponto.
É merecido, porque todos estes cavalheiros se mantiveram no mais cobarde e cumplíce silêncio, a assistir ao longo de um ano, a sucessivos julgamentos na praça pública a Pinto da Costa, sem esboçarem o mínimo sinal de repúdio, sem terem uma palavra a recomendar bom senso. Deixaram a "procissão" prosseguir como se nada de anormal se estivesse a passar, e agora, ironia das ironias, o feitiço virou-se contra eles. A ambiguidade que caracteriza os políticos, é o ideal para a especulação, por isso, ninguém poderá censurar-me se pensar que o silêncio foi premeditado, talvez até, quem sabe, para desviar a atenção pública dos cambalachos de que agora são suspeitos. Só resta saber, é se eles, estão ou não inocentes.
Continuemos agora com o caso Freeport a ver se conseguimos compreender esta trapalhada. Após reunião convocada pelo Procurador Geral da República acerca das denúncias de pressões sobre magistrados que investigavam o caso, a PGR apressou-se a emitir no mesmo dia um comunicado afirmando que estes reconheciam "não existir qualquer pressão impeditiva ao bom andamento das investigações". Hoje, os jornais anunciam que afinal existiram pressões, apontam o dedo acusador ao Procurador Geral Adjunto, Lopes da Mota, Presidente da Eurojust*, como o responsável directo pelas ditas pressões, que por sua vez teria ordens do Ministro da Justiça para suspender o inquérito. Afinal, o Sr. Procurador Geral mentiu, ou mentiram os senhores magistrados queixosos? Como é que vai ser cozinhado este imbróglio? Quantas mais aldrabices e contradições estarão neste exacto momento a ser forjadas?
*Eurojust
Orgão da União Europeia criado para tratar de crimes com a cooperação entre países

1 comentário:

  1. O que se pode esperar da Justiça num país onde a mais alta figura do Ministério Público é apanhada numa menira descarada? Que confiança pode merecer? E que país é este que o deixa continuar nas
    suas altas funções como se nada de importante se tivesse passado?

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