14 maio, 2009

O imobilismo

Parece de propósito. A secção "Local" duma recente edição do Público tem notícias sobre:

- Eventos diversos em Gaia durante três meses, na sua condição de actual Capital da Cultura do Eixo Atlântico (distinção escassamente divulgada).

- Criação, também em Gaia, do Centro Nacional de alto rendimento para ténis de mesa e taekwondo, para além de outras obras nos campos do desporto, ambiente, educação e ciências marinhas.

- Cedência, pela Câmara de Matosinhos, de terrenos para indústrias inovadoras.

- O êxito do Festival Internacional do Teatro, realizado na Maia.

E aqui no Porto, no centro da nossa Área Metropolitana, que deveria ser a sua locomotiva? Nada! À nossa volta fervilham as notícias positivas, para nós ficam as negativas ou então o silêncio.É assim que tomamos conhecimento que o festival de teatro acima referido se realizou no Porto durante 28 anos consecutivos, e que este ano pela primeira vez não foi aqui realizado, como consequência da "política cultural" de Rui Rio.

Tenho cada vez mais dificuldade em perceber a motivação dos eleitores do Porto. RR foi re-eleito em 2005 sem ter obra para mostrar. Talvez o motivo tenha sido o facto de o candidato do PS ter sido um não-candidato. Mas em 2009, com uma prestação negativa também no seu segundo mandato, como é possível que possa aparecer como candidato capaz de conquistar nova vitória? Os aspectos negativos da sua gestão estão aí à vista de toda gente. Relevantes aspectos positivos, não conheço nenhum. Cheguei a pensar que seria má vontade minha, mas o facto é que nunca ninguém, que eu saiba, foi capaz de os enumerar. Até mesmo um ou outro dos meus amigos adeptos de RR não consegue ser mais elogioso do que dizer que "é um tipo honesto", o que é manifestamente insuficiente para o autarca de uma cidade como o Porto, em declínio e com tremendos problemas a pedir soluções urgentes.

Se RR for re-eleito há razões para todos ficarmos preocupados, pois isso significará decerto a continuação da queda da cidade e o agravar dos muitos problemas que já existem. É claro que o Porto não irá acabar em circunstância nenhuma, e um dia retomará o papel que lhe compete no seio da Área Metropolitana. Não o papel de dominador dos municípios vizinhos, mas o papel, que sempre foi o seu, de primum inter pares, que pode legitimamente reclamar sem desdouro para ninguém. O problema é que quanto mais tempo demorar a queda, mais demorada será a recuperação. É por isso que é imperioso que os eleitores portuenses dêm uma oportunidade a Elisa Ferreira para que ela possa mostrar o que vale. Pior do que o que está, não será certamente, mas espera-se que EF, durante a capanha eleitoral, exponha concreta e claramente as suas ideias e dê motivos que levem os eleitores a acreditar nela.

3 comentários:

  1. Meu caro Farinas, o problema é já era assim na 2ª eleição e o Rio ganhou com maioria.
    É por isso que independentemente das críticas, temos de apoiar a única candidatura capaz de derrotar o Rio: Elisa Ferreira.

    Um abraço

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  2. Não percebo como RR pode ser reeleito.
    Como é possível que os cidadãos do Porto o olhem como um candidato a autarca credível?...Só se for por ser do PSD, não encontro outra explicação satisfatória, ninguém de consciência na cidade tem coragem de dizer bem deste inútil!
    Já quando da sua primeira eleição eu fiquei surpreendido com a fidelização quase canina de certas pessoas aos seus cânones partidários...Alguns que na altura -Portistas com Cartão de Sócio e tudo-, partiram para o apoiar por razões meramente Partidárias, fizeram-no com toda a convicção, mesmo sabendo das suas intenções persecutórias!...Hoje não me surpreenderia que voltassem a fazê-lo, mesmo depois de assistirem todos estes anos à liderança arrogante e autista, deste cínico ditador...É este tipo de comportamento que me entristece!
    Que falta de personalidade e coluna vertebral...O que me surpreende é a constante inexistência de alternativas por parte da oposição. O PC através do Rui Sá foi em muitos momentos o principal sustento e abono de família de RR, porquê não sei, diziam-me em tempos que moram os dois no mesmo núcleo habitacional próximo de Viana, mesmo assim, admitindo essa relação de proximidade, esta hipocrisia política enoja-me...Caminhem para uma candidatura unitária!...Deixem de fora Rui Sá e ele que assuma a sua proximidade com Rui Rio, clarificando as águas...

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  3. Eu subscrevo tudo o que o Rui Farinas escreveu. Tal como ele, tenho pessoas conhecidas e até alguns familiares (poucos) que alegam o mesmo que os amigos de Rui Farinas, ou seja a honestidade de RR.
    A honestidade é um valor que muito aprecio, mas, é ou não suposto que um candidato a um cargo público como o de Pres.de Câmara o deva a ser incondicionalmente? Só porque outros não o souberam ser, vota-se?

    E os eleitores de RR o que vão fazer c/ a sua honestidade? Hospitais? Escolas? Piscinas Municipais? Recintos desportivos? Centros de Saúde?

    Por favor olhem para a cidade do Porto e olhem para Gaia e vejam a diferença. Uma definha e empobrece, a outra, cresce e dinamiza-se!

    Abram os olhos, olhem para o Porto e não para Rui Rio!

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