Em Portugal [mas quando é que nos devolvem o nome?], os portuenses sabem-no, e muitos nortenhos também, não existe um só povo. É redonda mentira. Há pelo menos, dois. O povo do Norte e o povo do Sul. E, não são tratados todos por igual, porque seguindo à letra a filosofia orwelliana*, em Portugal, uns são mais iguais do que outros.
O filho bastardo deste país com nome nosso, é o Porto[cale]. Eles [de Lisboa] dizem que não. Sem dificuldade, através de uma comunicação social sectária e centralista, convenceram meio mundo que havia uma guerra Norte/Sul, quando foram eles a começá-la, através desses recursos mediáticos. Então, sem subtileza, mas com descaramento q.b., inverteram o sentido à guerra, que é, como bem sabemos Sul/Norte.
Das desvantagens sócio-económicas, como é o caso do Porto, às vezes retiram-se algumas valias. A vantagem do portuense em relação ao lisboeta é singular. É que, como não tem qualquer poder político [está todinho na capital], o Porto não tem como influenciar terceiros, limita-se a observar. Lisboa, tal Narciso da mitologia grega, olha para si mesma e obriga o Porto e o país a olharem para ela. Depois, há o futebol, o calcanhar de Aquiles da capital. Ela bem tenta, bem se enfeita de vaidade e órgulho (com acento), agarra-se ao passado do Benfica como um bébé à teta da mãe, mas de nada lhe tem valido. Mas, vamos aos finalmente.
Ontem, na TVI24, foi transmitido um programa daqueles onde se debatem vários temas. Um deles, o primeiro, versava a Justiça. Aí, "brilhou" que nem diamante, o nosso conhecido Emídio Rangel, ex-homem forte da SIC, dando-nos uma verdadeira lição de "ética e elevação". Pois fiquem a saber, que este senhor se mostrou indignadíssimo com o julgamento na praça pública que está ser feito ao 1º. Ministro e ao procurador adjunto Lopes da Mota! É verdade! Quem o ouvisse, e desconhecesse o seu currículo enquanto director da SIC, diria estar perante o homem mais escrupuloso do Mundo! Ora, apesar da memória curta das pessoas, os portistas nunca irão esquecer-se do trabalho execrável que sob a sua batuta prestou com programas pseudo-desportivos cujo objectivo principal foi denegrir a imagem do nosso FCPorto à exaustão. O baluarte dessa escória programática foi o célebre "Os donos da bola", onde se deu início à conspiração que durou até aos nossos dias, com filmes e apitos.
Outro dos paineleiros, era o Rui Tavares, assumido benfiquista, um rapaz que até escreve algumas coisas sérias para o Público, mas que, quando o tema passou para a vitória do Tetra do FCPorto deixou que a chinela lhe fugisse para o pé, começando por dirigir os parabéns ao portista Carlos Abreu Amorim [que também participou no programa], e acabando com as habituais insinuações à figura de Pinto da Costa.
O outro, o Rangel, também benfiquista, seguiu-lhe a peugada, com uns parabéns à vitória do FCPorto ao nível da sua óbvia hipocrisia, desejando que para o ano galhasse o Benfica e que não queria ouvir falar mais desse clube lá do Norte. Para um homem que vai a um canal de TV dar pareceres contra a justiça na praça pública, não está mal não...
Carlos Abreu Amorim, respondeu-lhes à letra, dizendo que se muitos copiassem o exemplo organizativo do FCPorto, fariam melhor do que perderem-se em pífias conspirações de apitos. O êxito do FCPorto custa a aceitar, dói, eu sei que dói, mas aprendam com ele... Esteve impecável o CAA.
Este episódio não tem nada de original, mas é nestas situações que o futebol serve como nenhuma outra coisa, para medir até onde vai a autenticidade destes fazedores de opinião quando se lhes coloca o FCPorto na frente dos olhos. Parecem touros enraivecidos!
*George Orwell
Autor do livro "O Triunfo dos Porcos"
Meu caro Rui, eles sabem porque ganhamos, só que em público não o reconhecem, porque e temos vários exemplos nesse sentido, dizer mal do F.C.Porto e de P.da Costa dá popularidade. Veja-se o Rio, que é popularíssimo em Lisboa.
ResponderEliminarUm abraço