30 julho, 2009

Promiscuidade

A Câmara Municipal do Porto constituiu-se como um dos participantes de um novo fundo de investimento imobiliário fechado - Fundo Porto Novo - juntamente com várias entidades privadas: um Banco e Imobiliárias. A finalidade é, segundo a câmara, rentabilizar os seus activos imobiliários. O Fundo tem para já seis empreendimentos, "aprovados pela câmara" (que proeza!) espalhados pelo Porto, incluindo um junto ao Parque da Cidade, onde até agora era heresia construir, mesmo do lado de fora do parque (não houve um antecessor de Rui Rio que foi por este crucificado por ter concedido um alvará de construção para a extremidade nascente do parque, embora no seu exterior?).

A minha primeira reacção à notícia da criação do Fundo foi de concordância. Rentabilizar activos parecia uma boa medida para atenuar as crónicas dificuldades financeiras da câmara. Uma reflexão mais atenta fez-me no entanto nascer dúvidas, no campo dos princípios éticos quanto à associação entre uma câmara e interesses privados da área do imobiliário ( apenas refiro "princípios éticos" por desconhcer o que se poderá passar no aspecto dos "princípios legais").

Algumas dúvidas efectivamente ocorrem. Porquê a associação com esses promotores e não com outros? São estes os que melhor servem o interesse da comunidade? Porquê? Foram contactados outros interessados com vista à tomada de correcta decisão quanto aos parceiros mais convenientes? Não se irá criar uma situação de concorrência desleal em relação a todos os outros promotores imobiliários? Quem representará a câmara na gestão do Fundo? Como actuará a câmara quando enfrentar conflitos de interesse entre a sua posição autárquica e a sua posição de participante numa sociedade imobiliária? Não haverá aqui uma situação de promiscuidade, uma bandeira tão cara a Rui Rio e que lhe serviu, entre outras coisas, para atacar o FCPorto?

Perguntas que certamente ficarão sem resposta, o que não inibe a sensação de que este envolvimento da CMP me parece eticamente censurável.

9 comentários:

  1. Meu caro Farinas, a questão da promiscuidade só se coloca em relação ao futebol e ao F.C.Porto. No resto, ele é exactamente igual aos outros, disse-o o Paulo Morais, que foi vice-presidente dele.

    Um abraço

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  2. Rui Valente, será que esteve hoje à tarde, 17h mais ou menos, no Dolce?...Bolsa escura -preta- de colocar ao ombro, levada na mão?...

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  3. Meireles,

    não, desta vez vez não era eu. Não uso bolsa e não fui ao Dolce. Mas, um dia destes vai-me encontrar mesmo.

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  4. Então não sendo o meu amigo, o mistério adensasse...

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  5. Hoje de novo no cm o FCP agora a legalização de futebolistas está sob investigação do mp.

    Pelos vistos as "hostilidades" contra o FCP começam cedo, esta època ?!

    Estes "centralistas" estão bem afinados!

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  6. Caro Meireles,

    não há mistério nenhum, é natural. Afinal, há muitas pessoas parecidas. A verdade é que aqui a foto não permite ver muito bem.

    Vai ver que vamos acabar por nos encontrar.
    Mande-me uma foto sua que assim é mais fácil.

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  7. Ok Caro Rui, estou apenas a brincar com a situação...De qualquer modo, lá estarei sempre, como é habitual.
    As campanhas contra o FCP já não me tocam muito, fazem parte de um certo folclore sazonal, assim como que uma das festas do Verão Português...Os emigrantes estão aí, há que tentar vender mais bombocas.

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  8. Estes fundos de investimento imobiliário revelam o completo desvario em que se encontra a política de habitação do executivo de RR.

    Os fundos de investimento imobiliário geridos por municípios são, presumivelmente, destinados à reabilitação urbana (afinal não é justamente esse o nome do fundo) e deveriam ter como finalidade essencial a reabilitação do património histórico da cidade cuja degradação torna-se cada vez mais visível dia após dia. São ideias que apoio a 100% e em que apenas lamento tratarem-se de fundos fechados pois não hesitaria em investir algumas das minhas parcas poupanças neles por forma a rentabilizar dinheiro de uma forma socialmente útil e candidatar-me eventualmente a uma casa da zona histórica.

    A realidade é outra: existe um claro patrocínio do município de RR a meia dúzia de interesses instalados na cidade que vão utilizar o fundo de "reabilitação urbana" com o propósito de construir de raiz habitações de luxo (estranho conceito de reabilitação) em zonas da cidade onde, por definição, não deveria existir edificação: como o Parque da Cidade, uma construção recente que já se tornou num local de passagem obrigatória da cidade.

    Abramos os olhos: o que existe aqui é um conluio entre a CMP e alguns ricaços da cidade que vão utilizar os poderes camarários por forma a aprovar de forma célere procedimentos de licenciamento administrativo e construir as suas casinhas nas zonas nobres da cidade, com claro prejuízo do interesse público ao utilizar um património público como o Parque da Cidade para fazer o seu jardinzinho privado.

    Os fundos de investimento imobiliário devem servir para a reconstrução da cidade e promover os interesses da cidade e não de meia dúzia de burgueses que até vergonha do sotaque tripeiro têm e que vivem numa ilha no centro da cidade composta pela Foz Velha, Nevogilde e Aldoar.

    VERGONHA!!!!!!!!!!!!!!

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