14 março, 2016

A importância da memória


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Isto não são fotos de um filme qualquer. Foi obra real de um louco,
com a cumplicidade de um povo hoje muito respeitável... 
Ponto prévio:  não tenho qualquer vínculo   político - partidário,   e provavelmente nunca virei a ter. A razão é sempre a mesma: como já aqui referi frequentemente, perdi a confiança  nos  partidos   que têm governado o nosso país, e também nos  partidos   da   oposição,    por diferentes razões. 

De todos, ideologicamente, é sem dúvida, o Partido Comunista português o mais íntegro e pragmático. Os seus militantes, são para mim, os mais disciplinados do universo político nacional. Acontece que, o comunismo que defendem dificilmente terá condições para se impôr de forma natural, na mentalidade da maioria dos portugueses, e mesmo na mentalidade da maioria dos países europeus. Pelo menos, por agora. 

Por paradoxal que pareça, não creio que os visíveis sinais de desmoronamento da União Europeia, nem o crescente nível de desemprego, sejam suficientes para atrair os europeus  para o tradicional modelo comunista. A poderosa máquina de propaganda das sociedades de consumo tratou, e vai continar a tratar, de formatar a mentalidade dos europeus para um estilo de vida de luxos e prazeres, a que só uns poucos têm acesso, com tudo de imoral e injusto que a ilusão comporta. 

Talvez tenha sido essa  improvabilidade aparente, sustentada na realidade europeia, que inspirou ideologicamente o nascimento de partidos como o Bloco de Esquerda, e que explica a sua progressiva subida nas últimas eleições. O eleitorado mais esclarecido e popular, sente-se dividido entre optar por um partido austero, mas sério, como o PC, mas sem grandes hipóteses para governar sem convulsões (internas e externas), e confiar num Bloco de Esquerda, mais arejado, mais consumista, mas com as vulnerabilidades dos chamados partidos do arco da governação. 

Pela parte que me toca, enquanto potencial eleitor, a única maneira de me convencerem - e aqui refiro-me ao BE e à hipótes de conquistarem o meu voto -, é darem-me aquilo que exijo a qualquer outro partido: garantias. Uma vez que parecem também não ter percebido a importância deste factor, é porque ainda não descobriram a real causa das abstenções, ou então, porque não confiam nas suas capacidades.

De todo o modo, nunca serão partidos inspirados em filosofias economicistas - onde os números contam mais para um grupo muito restrito de pessoas, que as de toda uma população, que resolverão a situação dramática por que está passar a Europa e o Mundo.

Nunca nos devemos esquecer o que se passou na União Soviética comunista, nem "dos" Arquipélagos de Gulag, de Alexandre Soljenitsine.  Mas é também recomendável olhar para o que está a acontecer na Alemanha de Merkel, onde o partido da extrema direita (AfD) está a  ganhar terrenoassustadoramente.  A este propósito, cito as palavras de Niklas Frank, filho de Hans Frank, ex-governador da Polónia ocupada, nomeado por Hitler, em entrevista à Notícias Magazine:
  • Que opinião tem sobre Angela Merkel?
- Houve um momento em que senti vergonha por ela ser a chanceler alemã. Quando a economia colapsou na Grécia, nós comportámo-nos como nos velhos tempos do III Reich, como se fossemos melhores que os outros. Uma das principais figuras da CDU chegou a dizer esta frase inacreditável: «Agora a Europa fala alemão». Não consigo entender o que este indivíduo tem dentro do cérebro.
  • Mas suponho que lhe tenha agradado a posição de Merkel na questão dos refugiados.
- Com certeza que sim. Mas agora vamos ter 3 eleições regionais. Se o AfD - partido da direita -tiver perto de 20% dos votos estou convencido que a Alemanha irá acabar por fechar as fronteiras. E aqueles que querem fechar as fronteiras são pessoas da classe média e com formação. São os mesmos que fizeram que Hitler fosse possível. 
  • Lembra-se de sentir culpa?
- Sim, mas hoje não sinto.A raiva e a fúria são reacções muito mais saudáveis do que a culpa. Quando dou palestras em escolas digo sempre: «Todos nós somos inocentes, mas também somos alemães. Peço-vos por isso, que reconheçamos os crimes que foram cometidos pelo povo alemão». Isto é algo que ainda hoje os alemães não aceitam. As pessoas não querem discutir o que se passou, mas seria muito melhor se todos reconhecêssemos os crimes que cometemos. Temos sido cobardes nesse aspecto. No fnal das sessões de leitura dos meus livros aponto para o auditório e digo: «Amo a Alemanha, mas não confio nos alemães». E a prova de que tenho razão está aí, nas manifestações de violência contra os refugiados.

A extrema-direita dificilmente se distancia da sua natural zona de conforto. Quando progride, raramente é para se esquerdizar. Na sua génese, o povo conta pouco. Para a direita, o poder, como o dinheiro, estão predestinados para as mãos de certas "elites". Se não forem travados a tempo, chegam a um ponto que já não conseguem distinguir uma taça de champanhe de um tiro na cabeça de um judeu.

Não acredito na constância da moderação ideológica da direita.

PS-Peço desculpa aos leitores. De repente, vejam só, esqueci-me que perdemos a soberania e que quem manda no nosso destino não somos nós, são outros. Que gafe a minha, esqueci-me! Que querem, agora não vale a pena voltar a trás. Pode ser que um milagre nos traga a liberdade e recuperemos o direito a decidir por nós ...


13 março, 2016

Um japonês vestido de gato ou o que o Porto está a ensinar a Tóquio

Há três anos que uma casa de espectáculos de Tóquio anda a aprender com a Casa da Música, do Porto, a criar um serviço educativo na instituição. Esta semana houve mais uma visita a Portugal.
(Patrícia Carvalho/Público)
São 111 miúdos numa sala, os formadores, alguns curiosos a apreciar os ensaios e quatro japoneses muito atentos a tudo o que acontece, durante mais uma actividade do Serviço Educativo da Casa da Música, no Porto. Os miúdos, alunos de três escolas do país, batem com as mãos no peito, castigam o chão com um pé e cantam. E quando cantam, Akiko Watanabe, balança-se, bate palmas, entusiasma-se. Ela não é uma mera espectadora. Akiko, como os seus colegas, está a aprender. Um dia, lá no Japão, há-de haver um serviço educativo feito à semelhança deste, com as devidas adaptações. E ela faz parte desse caminho.
Não é bem uma ponte aérea, mas desde 2013 que há gente a circular com regularidade entre a Casa da Música, no Porto, e a Tokyo Bunka Kaikan, na capital japonesa. De cá seguem formadores que vão ajudar a desenvolver o serviço educativo da casa de concertos japonesa, de lá vêm “os melhores” formandos, para sentirem e verem como tudo acontece na Casa da Música. Desde o início da colaboração entre as duas instituições que nove escolhidos já cruzaram a distância entre o Extremo Oriente e o Porto. Agora, chegou a vez de Akiko Watanabe, soprano, Nobutaka Yoshizawa, tocador de koto (uma espécie de cítara japonesa) e Yukako Takata, pianista, rumarem ao Porto, acompanhados de Chizu Fukui, a responsável pelo desenvolvimento do serviço educativo da Tokyo Bunka Kaikan e por todo este intercâmbio estar a acontecer.
Chizu Fukui, antiga pianista, é a única dos quatro que fala inglês, e passa parte do tempo a servir de intérprete. Viveu em Itália durante alguns anos, investigando a educação musical em serviços públicos, e acabou por se deparar com a experiência da Casa da Música numa conferência em Berlim, Alemanha, desenvolvida pela RESEO, a rede europeia para a educação de ópera e dança de que a instituição do Porto faz parte e em que a japonesa participou de forma independente. “Disseram-me que a última conferência, organizada pela Casa da Música, tinha sido maravilhosa e que tinham ficado todos muito emocionados. Eu ia regressar ao Japão e ainda não sabia o que ia fazer, mas perguntei ao Jorge Prendas se podia vir cá, ver o trabalho que faziam”, diz. O director do serviço educativo “disse logo que gostava de colaborar”, relembra Chizu Fukui.
Quando, em Abril de 2011 regressou definitivamente ao Japão e começou a trabalhar com a casa de concertos de Tóquio, as sementes estavam lançadas. Em 2013, as viagens Porto-Tóquio-Porto começaram. “Tem sido um enorme privilégio e honra sermos reconhecidos por uma instituição como a Tokyo Bunka Kaikan”, diz Jorge Prendas, que já esteve seis vezes no Japão e se prepara para regressar, com a equipa de formadores, em Julho deste ano. “O grande desafio é conseguir adaptar o nosso modelo ao que é a realidade cultural e a mentalidade japonesas. Não poderíamos pura e simplesmente copiar o modelo português, não é essa a nossa perspectiva”, diz.
Chizu Fukui explica que foi exactamente essa ideia que Jorge Prendas lhe transmitiu, quando lhe disse que poderia continuar a ir ao Japão desenvolver workshops, mas que isso não iria fazer crescer raízes. Que o mais importante era ter japoneses a fazê-lo. A Casa da Música podia ensiná-los, mas depois o trabalho teria sempre de continuar em casa.
É isso que tem sido feito. Devagar, com a implementação, em Tóquio, do projecto Outreach, que é, para já, a face visível do serviço educativo japonês e que tem já envolvido algumas escolas da cidade. Nobutaka, Yukako e Akiko descrevem, com facilidade, o que mais os marcou no intercâmbio com os portugueses e riem-se quando descrevem experiências que não lhes passariam pela cabeça, se não tivesse existido o contacto com a equipa da Casa da Música.
Como mascararem-se de animais num workshop para crianças. Nobutaka ri-se abertamente enquanto descreve como actuou “com um fato de gato” para um grupo de crianças. A Casa da Música desafiou o grupo a desenvolver uma actividade para apresentarem na visita ao Porto. O resultado foi Nyao nyao chu chu, o equivalente a “miau miau” e seja qual for o ruído que um rato fará. Nobutaka vestiu-se de gato, Yukako, ao piano, de rato. Aprenderam algumas expressões em português, que agora repetem sem grande dificuldade – “bom dia”, “como te chamas”, “vamos cantar juntos”, “vamos semear”, “vamos ao circo” – e entraram num mundo novo. Nobutaka garante que quer levar este gato português até ao Japão, para ver como corre.

Os sinais de saturação começam a aparecer... E, ainda bem!


12 março, 2016

Qual garra, qual carapuça!!

Como "bom" portista, o meu dever era ficar muito satisfeito com a victória desta noite no Dragão sobre essa temível equipa que dá pelo nome de União da Madeira.  Até porque os jogadores tiveram garra, como alguns dizem, pensando que a garra tudo resolve. A verdade é que não resolve, porque o golo da salvação surgiu ironicamente  de um dos jogadores que pior jogou (Corona).

Quando a famosa garra é acompanhada de uma sucessão de passes e cruzamentos errados, quando os jogadores têm medo de rematar à baliza, e dão todo o tempo do mundo aos adversários para reorganizarem a defesa, quando a opção inteligente era rematar rapidamente, não há garra que nos valha. Às vezes, só às vezes, o que pode  haver é sorte, como foi o caso desta noite. Tanto assim é, que mesmo quando ganhávamos por 2-0,  tinha dúvidas da victória do FCPorto, tal era a anarquia do futebol portista. Como tal, custa-me muito dizer que esta foi uma victória merecida. Não foi. A posse de bola mal gerida. é uma posse irrelevante.

Já disse o que pensava sobre este assunto. O problema já é antigo, e começou com o flop da contratação de Lopetegui e a potencialização do seu futebol medroso, que pouco a pouco, foi perdendo a noção da indispensável componente ofensiva, transformando os jogadores em meninos acabados de sair da formação, inseguros e inexperientes. Na minha vida já algo avançada, não me lembro de ver um FCPorto tão descaracterizado e frágil no seu próprio estádio. Isto é a regressão mais humilhante a que jamais assisti. Se Pinto da Costa dorme tranquilo depois disto, era bom que abandonasse o clube e promovesse eleições, porque agora só está a estragar a sua famosa folha de serviços.

Estando o problema principal há muito definido, torna-se inútil falar dos secundários, mas mesmo assim não consigo perceber como é que (é só um exemplo, entre muitos) nem Lopetegui, nem Peseiro, não tiveram arte nem engenho,para convencer Brahimi a jogar para a equipa. Isto, porque ele insiste em agarrar-se à bola até a perder, mostrando-se  incapaz de aproveitar o factor surpresa para a passar ao colega melhor colocado. Persistindo em jogar para ele próprio é um jogador a menos no FCPorto, e o que é pior, é que não se limita a bloquear o jogo do Porto, faz passes sucessivos aos adversários. Isto,é inaceitável continuar a acontecer no nosso clube, mas parece que não se  passa nada. O dinheiro em caixa dá cá uma tranquilidade...

A victória,é o mais importante, é isso que conta para muitos. Com victórias destas o desprestígio do clube, esse sim, será galopante, e a culpa tem um nome: Jorge Nuno Pinto da Costa. O resto, é folclore.


Quem esteve melhor? O Presidente, ou os tripeiros?

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Marcelo Rebêlo de Sousa e Rui Moreira
A minha resposta: ambos!

Como qualquer pessoa normal, tenho a minha sensibilidade humanista, emociono-me com a bondade, com as atitudes que distinguem um homem extraordinário (ou mulher) de uma pessoa vulgar. Comovo-me com tudo que promova o bem, sem demagogias. Mas a experiência da vida ensinou-me a esperar, antes de retirar ilações sobre a coerência do carácter das pessoas, sabendo embora, que não há ninguém perfeito (eu incluído, como é óbvio). 

Vem isto a propósito do recém-eleito Presidente da República, Marcelo Rebêlo de Sousa, e da recepção calorosa que o povo lhe ofereceu no bairro do Cerco do Porto. Digam o que disserem, ninguém pode condenar Marcelo pela extasiante aproximação ao povo do Porto, do mais importante magistrado da nação. De mais a mais, quando nunca outros, antes dele, se disponibilizaram a fazer algo de semelhante. Marcelo foi inteligente. Claro que, num país onde o escárnio e maldizer faz escola, não vão faltar os perfeccionistas do costume. Vão acusá-lo de populismo, que é o adjectivo mais traiçoeiro para quem dele abusa - porque são quase sempre eles próprios os mais populistas -, e arranjar um sem número de argumentos para criticar este novo estilo de fazer política.  Aliás, ainda que possa contradizer-me, populistas, uns mais, outros menos, são quase todos os políticos. Isto é uma realidade. E se a estes juntarmos os jornalistas, nunca mais saíamos daqui, até completar a lista.  

Portanto, gostaria muito que Marcelo soubesse aliar à sua arte de comunicar com o povo, uma verdadeira preocupação com as suas condições de vida, e mostrasse coragem e vontade institucional, para intervir junto do governo (este, ou outro qualquer) sempre que tal se justificar. De outra maneira, ninguém vai acreditar na política do beijo e do abraço com que habilmente venceu as eleições. Correrá o risco de passar por impostor. Como quer que seja, gostei que se tivesse despido de preconceitos, de não se ralar com a infinidade de beijos e abraços oferecidos por mulheres e homens visivelmente carenciados de alguém que saiba (e queira) liderar ou influenciar, os seus proprios destinos.

Devo acrescentar, que aquela gente tripeira, sem papas na língua e exemplar na autenticidade, me emocionou também a mim, pela forma calorosa como recebeu o novo Presidente da República. Ele, soube para já, merecê-lo, e espero que nunca mais esqueça esta fantástica recepção. Agora, só tem de continuar. 

Por sua vez, Rui Moreira, também esteve muito bem, assim como Manuel Pizarro. O discurso do nosso autarca foi assertivo e eloquente quante baste. Discursou curto, mas disse o mais importante. A tentativa de cumplicidade com o PR na luta contra o centralismo, foi a mais relevante para os portuenses,   e para todos os que não vivem em Lisboa.

PS-Não gostei nada da atitude do BE e do PC, na cerimónia de posse do Presidente na ARepública, de não aplaudirem unanimemente Marcelo. Que diabo, era uma questão de cortesia protocolar. Talvez no futuro venham a ter motivos para o criticar, mas numa altura daquelas, pareceu-me feio. Só coloco a seguinte pergunta: se o eleito, fosse um simpatizante comunista, o que diriam os comunistas? Não me revejo nas políticas direitistas, mas há coisas que não decidem nada e caem muito mal, como foi o caso. 

11 março, 2016

Marcelo diz que o Porto é "berço da liberdade e da democracia"


O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que o Porto é "de algum modo o berço da liberdade e da democracia", afirmando que terminar as cerimónias de posse na cidade é "uma homenagem ao Porto".
"Aqui vir e aqui estar hoje a terminar as cerimónias de posse iniciadas em Lisboa é, a dois títulos, simbólico. É simbólico como homenagem ao Porto, ao seu passado, ao seu presente e ao seu futuro. É simbólico como sublinhado de virtudes nacionais num tempo atreito eadesânimos, desilusões e desavenças", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, nos Paços do Concelho.
Para o Chefe de Estado, a história da cidade "enche o Porto de glória", mas "o presente continua a fazê-lo como terra de gente de carácter, de liberdade, de convivência aquém e além-fronteiras".
"O Porto é terra geradora de elites em todos os domínios", designadamente no mundo da economia como na Universidade, na cultura como nas artes e no desporto, disse, apontando os nomes de Manoel de Oliveira, Agustina Bessa-Luis, Souro Moura, Pedro Abrunhosa, Siza Vieira, Vasco Graça Moura e Daniel Serrão como exemplos desse "património imperecível".
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "a expressão ou matriz de uma maneira de ser" dos cidadãos do Porto "não se esbateu com o tempo, antes se reforçou ganhando as camadas da nobre pátina que só o tempo sabe conceber".

CRÓNICA DE UMA CERTA CIDADE À PROCURA DE UM EQUILÍBRIO

O Porto, cidade de históricos pergaminhos, conhecida também pelos valores da sua gente – essa espécie de “alma de muralha” como Agustina lhe chamou – vive presentemente tempos desiquilibrados. Se por um lado está num momento de reconhecimento internacional, por outro sente-se uma desigualdade entre a oferta de novos serviços e bens trazidos pelo turismo e as ânsias da sua população.
A cidade nunca esteve como agora, com um sentimento tão pujante com os turistas que enchem as suas ruas. Os portuenses orgulham-se com o reconhecimento que internacionalmente a Invicta tem tido, seja como primeiro destino turístico de muitas revistas da especialidade, ou até em artigos de importantes jornais como o New York Times. O Porto, de facto, está na moda. Há lojas novas com novos conceitos. Novas ideias de exploração turística nunca até agora pensadas. Até a nível cultural as coisas mudaram. O próprio orgulho na cidade parece florescer entre as populações mais jovens.
Ora, toda esta euforia que anda à volta da cidade, apesar de louvável, pode, num futuro não muito distante, trazer problemas ao Porto, com situações que ocorrem já noutras cidades como Barcelona ou até, mais próximo de nós, Lisboa. De facto, uma massiva exploração turística, aliada a uma ganância de transformar o centro da cidade num gigantesco hotel, pode fazer com que a Invicta perca a sua alma: os seus habitantes de sempre. Aqueles que fazem as estórias da História milenar da cidade. Uma população envelhecida não está a ser substituída. A voragem turística leva a que os portuenses se sintam expulsos da cidade. Moradores de uma vida inteira no centro histórico são pressionados pelos senhorios para abandonarem as suas casas. Além disso, casas que eram apenas de habitação passam a estar desordenadamente ocupadas por hostels e pensões. Os ainda moradores do centro histórico até dizem que estão proibidos de terem vista para o rio, como a comunicação social tem assinalado, exprimindo que a cidade onde nasceram começa a ser pequena demais para eles.
Há uma população que está a desaparecer. Grave também é que quem quer voltar a habitar o centro histórico, perpetuando a memória de ser portuense, está a sentir-se expulso. Em certos aspectos os portuenses começam a sentir que não têm poder de compra para usufruir da sua própria cidade: nem na visita a certos locais como Museus ou monumentos, nem no andar nos eléctricos ou no funicular dos Guindais que se destinam, pelo preço, a turistas deixando de ser meios de transporte comuns (e pense-se no declive que o eléctrico vence nas linhas 18 e 22, que fazem dele um meio de locomoção essencial para as populações mais idosas). Perde-se assim uma espécie de alma que é o Porto: os seus moradores, esse lado inexplicável e secreto que também caracteriza as cidades com História. E essa perda traz como que uma sensação de vazio.
Verdadeiramente, o que pode interessar a um turista comum uma nova cidade como o Porto? Não apenas os seus monumentos e História. Interessa-lhe também a vida dessa cidade, as experiências dos seus habitantes. O seu lado mais íntimo, que lhe permite viver a cidade o mais próximo da forma como os seus habitantes a vivem/experimentam. Ora, o Porto atravessa o perigo de isso perder. Querendo aproximar a cidade de padrões mais europeus, locais outrora típicos, de todos e para todos, como certos cafés ou restaurantes, tornam-se “lounge” ou “gourmet” – sítios que há em todo o lado – e até um dos mais famosos pratos, a francesinha, tem alterações que a fazem ser tudo menos… francesinha. Tudo isto traz uma sensação de plasticidade, de falso, que antes não existia no Porto. Antes podia haver menos oferta, mas não faltava genuinidade.
João Sousa Dias. Foto: DR
João Sousa Dias. Foto: DR
Concluindo. Sentimos que o Porto parece estar a viver como no fio de uma navalha. Muito do que é intrinsecamente tripeiro se perde com a invasão turística sem plano. Muito do que fez o Porto ser o que é pode estar à beira de desaparecer, perdendo a cidade a sua alma, as suas peculiaridades. Queremos nós, portuenses, ter uma cidade típica, com uma identidade forte, ou uma cidade essencialmente turística, sem habitantes no seu centro histórico, uma cidade como já tantas outras?
João Sousa Dias

09 março, 2016

O paradoxo deste FCPorto

Mal comparando, associo a passividade de alguns portistas com a metamorfose de Pinto da Costa, com o baixo grau de exigência dos portugueses na hora de eleger governantes. É um facto, que o presidente do FCPorto ganha na comparação, devido a um currículo acumulado fabuloso que lhe grangeou um enorme capital de confiança, e sem paralelo no dirigismo desportivo, coisa que nenhum governante ousou imitar em 42 anos de democracia*. São áreas e graus de responsabilidade diferentes? São! Mas em 42 anos de democracia, era obrigatório termos um país melhor, mais simétrico e justo. Nunca tivemos homens para isso. Na sua área, Pinto da Costa foi um vencedor, contra tudo, e contra todos, a sério. Agora, brinca com o centralismo, e dá-lhe palmadinhas nas costas (espero que ninguém me processe)... Não é o mesmo homem.

Seria mais ajustada a comparação, se Pinto da Costa continuasse nessa onda de lutador, de competência e sucessos, ou se, pelo menos, soubesse reconhecer as suas actuais limitações e as consequências daí inerentes para o FCPorto. Assim não o entendeu, e agora arrisca-se a desbaratar esse currículo colocando os portistas divididos entre a expectativa da incerteza, e a certeza da decepção. Pior, arrisca-se a perder o respeito dos adeptos. 

Eu, estou no grupo dos portistas decepcionados. E já não tenho dúvidas que o FCPorto, a continuar nesta torrente de arrogância silenciosa com os adeptos, e de submissão fraterna com os inimigos (e do clube), está a destruir um passado de honrarias difícil de recuperar nos anos que se avizinham. A menos que, haja alguém (não vejo quem) disposto a investir muito dinheiro no clube, e que a gestão comece reduzindo, em vez de aumentar o elenco administrativo, como mesmo agora aconteceu (pasme-se), antes  das eleições. E, já que a austeridade terá de ser a regra, que procurem emprego para os familiares de preferência longe do clube, para poderem ter alguma moral quando quiserem falar dos males do centralismo.

Há outros recursos dispensáveis. Pelo menos, na minha óptica. O Porto Canal. Que utilidade teve até agora, em termos práticos? A transmisão de jogos das modalidades, e do futebol da formação? Okey, era importante! E o resto? E que respeito houve da parte do FCPorto com os milhares de adeptos clientes da NOS na negociação abrupta com a MEO, que agora se viram privados desses conteúdos? Quem lhes paga o prejuízo? A NOS? O FCPorto? Nada!

No âmbito desportivo, para que nos serviu o Porto Canal, se os convidados e colaboradores, se abstinham de denunciar as poucas vergonhas das arbitragens em sintonia com a voz do dono? Ninguém lhes pedia que imitassem o lixo dos canais de Lisboa, mas daí a transformarem debates que se impunham sérios, e pro-activos, em autênticos coros de monges beneditinos, onde o politicamente correcto (hipocrisia) era a palavra de ordem, vai uma grande distância. Júlio Magalhães já não se importou de copiar (para pior) o pior das televisões lisboetas, como as Grandes Manhãs e as entrevistas meladas aos socialites da capital. Até nisso, o FCPorto deste Pinto da Costa falhou! O Daniel Deusdado (actual Director de Programas da RTP3) podia ser uma solução interessante, até porque já tinha dado provas de empreendedor criativo com programas como a Liga do Últimos e outros. O que é aquilo no Porto Canal, senão um centro de empregos para os amigos dos amigos?

Todo este emaranhado de barretes, não podem ser simples concidências, são antes a explicação factual do desnorte que assolou o Dragão. São muitos, mas todos encolhidos na mesma concha de interesses. Neste FCPorto não me revejo.

Viva o FCPorto regenerado! Viva! 
Vivam os adeptos! Vivam!


*Entenda-se, liberdade eleitoral.Só!

08 março, 2016

Adeptos/Opiniões


Esqueçamos, por momentos, as nossas opiniões pessoais sobre os adeptos portistas acima plasmados, e levantemos algumas questões:

  1. Mesmo não levando a sério as declarações de Pinto da Costa quando disse (no Porto Canal) que não lia blogues, a pergunta que se impõe, é: também não lê jornais? Este retalho, foi cortado do JN, onde Pinto da Costa faz questão de conservar o seu nome no Conselho Editorial, apesar de agora ser mais um jornal a fazer coro com os jornais de Lisboa na campanha de branqueamento e promoção do clube do regime.  
  2. Se não lê blogues nem jornais, quais são as suas fontes de informação de referência? A Bola? O Record? O Correio da Manhã?
  3. No universo distante e hermético da SAD, não haverá ninguém que leia por ele, e o informe do que se passa fora dos gabinetes? 
  4. É com silêncio, com uma política de altivez face aos adeptos, e a aproximação fraterna aos símbolos do centralismo que pensa combatê-lo? 
  5. Será que o Presidente portista acha a grande massa adepta do FCPorto uma cambada de parvos sem voto na matéria? Se acha, está enganado, porque ainda há quem não se sinta obrigado a engolir sapos com os juros do que fez no passado.
  6. Por último, há uma coisa, a qual Pinto da Costa já não pode obstar: a liberdade de opinião. E, estes depoimentos de 4 colunáveis portistas, não são propriamente manifestos de solidariedade.  

07 março, 2016

O Xistrema é isto. Haverá dúvidas?

A Coisa
Não quero falar do jogo em pormenor. Apenas direi que os jogadores deram o seu melhor na 1ª.parte. Correram, pressionaram, e nem sequer os vi praticar aquele futebol de bola para trás e para o lado que Lopetegui tanto gostava.

Estou revoltadíssimo com o que se passou ontem, mas mesmo assim não consigo criticar os jogadores porque tenho memória. E a memória diz-me que, quando uma equipa, ou melhor, um conjunto de jogadores, andaram época e meia a serem castrados na sua componente criativa, para obedecerem a critérios de jogo de contenção, sem terem uma estratégia bem definida de ataque, é um disparate quererem que a reviravolta técnica e anímica aconteça em poucas semanas.

É que, a reviravolta que era preciso fazer, é também de ordem psicológica. Por quê? Bem, só não vê  mesmo, quem não quer. Acham que, porventura, estes atletas se sentiram - ao longo destas 2/3 épocas -, alguma vez protegidos, desta praga de «árbitros», pelo Presidente, como o que ontem esteve na Pedreira? Acham que, com a sua já longa experiência de vigarista, este gajo não fez tudo o que podia, e sabia, para condicionar a equipa do FCPorto?

Acham que o responsável por estes abusos, é o porteiro, a senhora da limpeza, ou jogador A, ou B, do FCPorto? Querem exigir garra, aos jogadores nestas condições humilhantes? Pensam que Pinto da Costa é o mesmo, que está ali para defender o clube destas provocações? É uma heresia, nestas circunstâncias, nesta anarquia directiva, pretender que os jogadores se transcendam, como antigamente, para ganhar também à equipa de arbitragem. Não sejam líricos, esse tempo já passou.

Uma coisa lhes digo. Nestas circunstâncias, em que tudo vale para discriminar o FCPorto, até acho que os jogadores mereciam uma estátua. Sabem por quê? Porque se fosse comigo, cagava-me para a disciplina, e partia os queixos com um enorme prazer a esta besta que está aqui vestida de amarelo. E nem sei se conseguia parar.

Era despedido? Paciência. Mas ficava dado o recado. Já que não há liderança, outros terão de a fazer lembrar.
  

06 março, 2016

Centralismo/benfiquismo

Sou do Porto, sou nortenho e portista. Vivi grande parte da minha vida convencido que pertencia a uma cidade e região onde, historicamente, os homens gozavam de uma reputação especial. O tripeiro, era tido como homem solidário, franco, amigo do trabalho e da liberdade. As semelhanças entre os portuenses e a generalidade dos nortenhos era grande, só sendo desvirtuada pela porcaria da clubite aguda, fruto das políticas centralistas que uma democracia bastarda só veio aprofundar. Quando me desloco a Braga, ou a Bragança, continuo a ver muitas afinidades, entre nós. Aliás, eu próprio sou o resultado do casamento entre um transmontano e uma minhota, que muito cedo vieram viver para o Porto e adoptaram a cidade como sua, em todos os aspectos.

Infelizmente, para muita gente, esses laços em comum não resistiram às multifacetadas propagandas do centralismo, que não hesitou em dividir os nortenhos, através do futebol. A benfiquização dos media é o braço armado do centralismo futebolístico. Hoje, é impensável convencer um benfiquista nortenho dos malefícios desse centralismo para a sua terra/região, mesmo que tudo o indique, ou prove que é por essa via da clubite doente, que o poder de Lisboa lhes adultera a alma, e  enfraquece as raízes. O mesmo podemos dizer de alguns portistas, que preferem ignorar o casamento de interesses entre o futebol e a política, a aceitar que os problemas antigos do FCPorto sempre tiveram a ver com o centralismo. É complicado destruir a barreira da emocionalidade clubista para deixar implantar a racionalidade política e cultural. 

Em boa verdade, acho que os nortenhos já não são o que eram. Aliás, tenho a certeza que as características dos povos se têm degradado em ritmo acelerado, cá, e mesmo noutros países por processos diferenciados. Se a benfiquização do país é a forma interna de descaracterização/desmobilização do povo português, a americanização do mundo (globalização) foi a via encontrada para dominar e adulterar as culturas nativas. As ferramentas usadas são as mesmas: os media. Ninguém terá dúvidas se lembrarmos que 90% dos conteúdos programáticos e culturais das televisões por cabo são de origem anglo-saxónica, predominantemente, americanos. Também não haverá dúvidas, quero crer, da preponderação do benfiquismo, nos media nacionais. Em resumo: ambos constituem graves atentados ao pluralismo, à democracia e à paz social.    

A juntar a isto, o Norte não tem líderes.Tem alguns homens ricos, que não é a mesma coisa. Outrora, o Norte também teve os seus milionários, mas que conseguiram impor-se, em regimes nada liberais, à prepotência do centralismo. Hoje, os Américos Amorins e os Belmiros tiveram de abdicar da sua autonomia ideológica (se é que alguma vez a tiveram), para prosseguir, sem entraves, as suas carreiras de negócios. Não será pois de estranhar, que entre esses negócios, não conste um único, na área da comunicação social, implantado no Norte... Belmiro de Azevedo, ainda ensaiou o jornal Público e a Rádio Nova, mas não teve coragem para se afirmar, renunciando à autonomia do Norte, porque outros valores falaram mais alto. O jornal Público, já não tem sede no Porto, e hoje passou para a toda sagrada Lisboa, e a Rádio Nova, é apenas um resquício de rádio para manter no activo meia-dúzia de jornalistas. 

Lamentavelmente, Pinto da Costa entendeu enveredar pelo mesmo caminho. Actualmente, salta aos olhos, que o seu objectivo, a sua meta principal, já não é o FCPorto, são outras coisas, entre as quais o corte comunicacional com os portistas. É outro homem do norte frouxo, rendido ao regime que ele diz combater, ainda que se esforce por lançar bitaites contra o centralismo, por razões de circunstância.

Resumindo: o homem do Norte, não é, nem era apenas, uma designação de homem valente do Porto. É mais abrangente: o homem do Norte não mora no Porto, nem em qualquer parte do Norte. A rendição é geral, e explica a discriminação que sofremos e que continuará a fazer escola. o que em nada nos enobrece.


03 março, 2016

É assim, com eles, a Justiça deixa-os a marinar, antes de os prender

Manuel Damásio (do clube anti-fruta e pro-coca)
Manuel Damásio foi detido há  instantes por suspeitas de branqueamento de capitais e tráfico de influências



O antigo presidente do Benfica Manuel Damásio foi detido à instantes por suspeitas de branqueamento de capitais e tráfico de influências, avança a SIC Notícias.
A detenção ocorre no âmbito da operação Rota do Atlântico, onde também foram detidos o ex-dirigente benfiquista José Veiga, Paulo Santana Lopes e uma advogada no passado dia três de fevereiro.
Manuel Damásio foi presidente do Benfica entre 1994 e 1997

02 março, 2016

Carta aberta a Miguel Sousa Tavares


Caro Miguel,

Pressinto, que após lida esta missiva, não irá ficar muito contente com o que nela digo, nem porventura consigo próprio. Isto, porque, apesar de também ter vivido em Lisboa, como o Miguel, e de me rever em muito do que escreve, sente, e pensa (excepto a atração pelas touradas, e a sua costela centralista), outras coisas há, que não consigo entender na sua forma estranha de ser portista. Vamos por partes.

A primeira, quiça a que mais confusão me trás, a este meu cérebro de provinciano,  a este gajo lá do Norte (é assim que, por aí, gostam de tratar os portuenses) carente dos eruditos ambientes da capital, é você querer convencer-se que, escrevendo no "jornal" A Bola, bem, ou mal, sobre o FCPorto está a prestar um bom serviço à grande comunidade portista (talvez sim à anti-portista)...  Pelo menos, foi isso que  me deu a entender, quando há uns bons anos (para aí dez) lhe escrevi a insurgir-me contra o seu gosto centralista, e o modo como fundamentou apreço pel' A Bola, com o facto de ser o jornal desportivo mais lido do país. Sabe uma coisa, Miguel? Às vezes, fica-se com a impressão que você não conhece a sua terra natal, - apesar de ser por demais badalada por esse mundo fora -, nem faz a mínima ideia da importância que os seus conterrâneos dão a essa coisa que você considera um jornal desportivo. 

Acredite, ou não, este que lhe escreve, desde 1977, ano da graça em que decidi regressar à terra onde nasci e amo, nunca mais gastei um cêntimo para ler, esse punhado de folhas vermelhas a que o Miguel, chama jornal. Faz ideia por quê? Não faz, pois não? Mas eu digo-lhe. Primeiro, porque de jornal  pouco tem, aliás em Portugal (não disse Lisboa) nem abundam, e depois, porque na realidade, para a maioria dos portistas, não passa de um pasquim, onde a ética, o fair play, e o senso democrático, são uma pobreza, muitos graus abaixo daquela a que (como você diz), chegou o nosso FC Porto. Mas, sossegue Miguel, porque também sou um portista ambicioso, exigente, nem estou a gostar nada do que agora está a acontecer ao FCPorto. Já fui um grande admirador de Pinto da Costa, e neste momento deixei de ser, por culpa dele, e por razões explícitas, publicadas num blogue meu, com toda a liberdade, e sem qualquer condicionante pecuniária. 

Só que há uma significativa diferença entre nós: para criticar o nosso Presidente, ou o FCPorto, nunca escolheria um antro como A Bola, que não passa de uma máquina de propaganda benfiquista e anti-portista. Nunca lhes daria o prazer de achicalhar o meu clube nesse ninho de cobras. Mais. Não leio, e muito menos compro, qualquer jornal desportivo. Sabe por quê? Por efeito dessa praga centralista que você tanto condescendia, e que se tem incumbido de esvaziar de autonomia os jornais da nossa cidade e região! Será que o Miguel ainda não se apercebeu do que está a acontecer para além dos muros da capital? Será que também não deu pela mudança subtil do histórico Jornal de Notícias que não precisou da democracia nem de Lisboa para nascer? Vai culpar-nos, Miguel? Vai-me dizer que a culpa é só nossa, dos portuenses, como se tivéssemos voto na matéria? Será que também concorda com o que se está a passar na TAP e contra Rui Moreira? Também ele, há uns anos atrás alinhava nesse preconceito anti-regionalista, mas agora parece ter aberto os olhos. E você, Miguel, continua a ver o Porto como os políticos, inapelavelmente rendido a esse eucalipto ganancioso chamado Terreiro do Paço? 

Voltando ao FCPorto, como pode o Miguel banalizar o nosso plantel, quando o maior erro começou na própria presidencia/Sad com a aquisição de Lopetegui? Acha que os jogadores são mesmo quase todos uma banalidade, que se tivessem sido treinados por um técnico conceituado não rendiam muito mais? Não acha exagerada essa vulgarização, depois de estarem meia época a serem destreinados, condicionados física e psicologicamente, por um sistema de jogo ineficiente, chato e castrador? Há de facto um pequeno lote de jogadores sem categoria para jogar no FCPorto, mas quase todos? Assim mesmo, esse plantel de nabos, foram suficentemente bons para ganhar duas vezes ao entronizado Benfica, clube mimado deste miserável regime.  

A fidelidade ao passado devia ser exigida a quem de direito, mas fazê-lo num meio de "comunicação" onde um simples coçar de cabeça constui crime, se o autor fôr o Presidente Pinto da Costa, é branquear a pouca vergonha e a má fé que desencadeou o Processo Apito Dourado, cujo cooperante empenhado foi o jornal onde escreve. A propósito, diga-me, se assim entender, se A Bola dá o mesmo protagonismo ao "caso Porta 18", do Benfica, onde o tráfico de cocaína se transformou numa espécie de hóstia consagrada pelo silêncio?

Vá lá Miguel, não queira ser mais papista que o(s) papa(s) que inundam A Bola. Aceita uma sugestão? Comece por criticar o que há de pior no jornal A Bola, que é a arbitrariedade, a falta de seriedade, e teste a capacidade de encaixe de quem lhe paga a avença. 

Tenha paciência, mas de tanto querer agradar a gregos e troianos, vai acabar por ter todos os portistas contra si. Esse, será o tiro mais aselha da sua vida de caçador. E não havia nexexidade, porque eles até lhe reconhecem os talentos como escritor (eu, incluído).

Um portista exigente, mas que não dá troco a pasquins (nem que lhe paguem).

PS-Como duvido que o Renovar o Porto chegue aos olhos de Miguel Sousa Tavares, irei hoje mesmo (5ª.feira), enviá-la para a Travessa da Queimada, para a morada do pasquim onde tanto gosta de escrever.

      

01 março, 2016

Economia do hermetismo



Descontando raras excepções, poucas são as pessoas dispostas a preferir pouco dinheiro e boa qualidade de vida, que ter dinheiro a mais, e uma qualidade de vida relativa. E a razão, explica-se bem. 

Em países como Portugal, onde o poder económico subjuga o equilibrio social, com salários cotados na lista dos mais baixos da Europa, é praticamente impossível usufruir de uma boa qualidade de vida. Isto, independentemente do estilo e gostos de cada um, dada a influência perniciosa da promoção consumista típica do liberalismo social.

Mesmo alguns excêntricos, como por exemplo, os hippies (já em vias de extinção), teriam muitas dificuldades para sustentar e educar uma família em Portugal. 

Optando  por viver de modo simples, e convencionalmente no meio da natureza, em roulotes ou cabanas, abdicando da roupagem contemporânea tradicional, da vida citadina, dos gastos por eles considerados surpérfluos, e até da própria higiene pessoal, poucos hippies teriam capacidade para resistir muito tempo às imposições culturais das maiorias regimentais. Bastaria a necessidade de educar os filhos, para os forçar a integrá-los em escolas com crianças e professores com hábitos diferentes, para tornar utópico e dispendioso essa opção de vida.  Em Portugal, só alguns estrangeiros priveligiados (alemães, americanos, ou escandinavos), com boas reformas, é que ainda se podem dar ao "luxo" de viver segundo esse padrão, com alguma qualidade de vida e poucos recursos, sendo que o "poucos recursos" de um alemão, ou de um nórdico, para um português, quer dizer, muitos recursos. 

Tudo isto, para enfatizar o realismo daí decorrente, a inutilidade dos discursos economicistas que nos impingem os media. Na política, a economia jamais ultrapassará o patamar teórico da importância, enquanto não souber contabilizar e provar, em números concretos, a relação causa-efeito da economia com a qualidade de vida dos cidadãos. Para ser levada a sério, essa avaliação deverá comportar obrigatoriamente  o acesso a todos os bens de consumo que esses mesmos media promovem, em benefíco próprio, para um público indiscriminado, como se a distribuição da riqueza fosse equitativa e tivesse uma relação directa com o estudo da produção/distribuição/consumo de bens e serviços (vulgo economia). 

Daí, me parecer inútil, por vezes ridícula, a discussão hermética das questões económicas, enquanto os especialistas na matéria não perceberem que na política, o interesse público é muito mais abrangente e heterogénio que um grupo restrito de economistas. Por isso, também, duvido que enquanto não houver capacidade para simplificar a utilidade da discussão da ciência económica na vida prática das pessoas, sem a enquadrar noutra modelo social, que não este onde vivemos, mais justo e transparente, dificilmente se aliciará o interesse popular pelas questões económicas, e apenas servirá para auto-realizar, mesmo que alucinadamente, os seus conselheiros.

Off topic:


Porto Canal: NOS interpõe providência cautelar contra a MEO

Em causa a suspensão, por parte da MEO, da distribuição do Porto Canal na operadora NOS

A NOS interpôs esta terça-feira uma providência cautelar contra a operadora MEO, no Tribunal da Comarca de Lisboa, no sentido de recuperar o direito de transmissão do Porto Canal. Se o Tribunal atender aos motivos invocados, dará seguimento à providência cautelar, que é uma ação provisória com "validade" de 30 dias, e a MEO será obrigada a libertar o sinal pelo menos durante um mês. Se até lá não houver acordo entre as partes, a NOS terá de avançar com uma ação definitiva contra a operadora concorrente, para fazer valer os direitos que a providência cautelar não acautela.

Recorde-se que a MEO suspendeu o acesso da NOS ao sinal do Porto Canal na última quinta-feira, justificando a decisão com a "ausência de contrapropostas concretas" para a distribuição do canal em causa. A decisão, de resto, foi inédita em Portugal, sendo a primeira vez que um operador suspendeu a emissão de um canal que é detentor dos direitos a outro operador sem que exista um acordo mútuo.


No mesmo sentido, O Porto Canal emitiu um comunicado em que afirmava que o contrato com a NOS havia caducado a 31 de dezembro de 2014, não tendo sido renovado automaticamente por vontade da operadora.

26 fevereiro, 2016

É só a minha opinião, amigos

Se me perguntassem, por altura da saída de Varela do FCPorto, se preferia que ele ficasse, diria rotundamente que não. Para um clube como o FCPorto, que almeja(va) competir sempre ao mais alto nível, não creio que este hábito de repescar jogadores em fim de carreira possa significar uma boa gestão de recursos humanos. Falo de Varela, como podia falar do Quaresma, jogador talentoso mas demasiado caprichoso para assimilar o (já saudoso) espírito de jogador à Porto. Até podem dar jeito, em circunstâncias extremas de necessidade, mas se nunca chegaram a interiorizar esse espírito quando chegaram e ainda eram jovens, não é na idade do retiro que o vão fazer. Isto, nada tem a ver com patinhos feios, porque ambos tiveram bons momentos no FCPorto, contribuindo para a conquista de campeonatos e troféus, mas sim com as suas próprias características.

Só citei estes dois exemplos, para ilustrar, aquilo que me parece ser uma das falhas da gestão, contratação e formação dos plantéis, nas aberturas de mercado das últimas épocas. Claro que há circunstâncias específicas que podem justificar estas situações, mas não me parece que tenha sido o caso. O que me parece, é que a pesquisa prévia de jogadores para as várias posições não está a ser feita com o cuidado habitual, nem da parte do clube, nem da parte do(s) treinador(es) contratados. Duvido que actualmente haja, no departamento de scouting do FCPorto, um critério de selecção de jogadores que comporte, para além do aspecto técnico e físico, a componente do carácter. 

Quando Brahimi chegou ao FCPorto, e o vi jogar pela primeira vez, logo pensei que ali podia estar um grande craque, no entanto, recordo-me bem da sua expressão de espanto quando marcou golos nas primeiras jornadas na conversão de um par de livres soberbos. Hoje, já não tenho a mesma opinião sobre ele, e percebo porque é que ele próprio se espantou do que fez.  A Brahimi, falta-lhe a inteligência dos grandes jogadores, de saber quando devem jogar para o colectivo, ou optar pela finta objectiva. Brahimi é um auto-deslumbrado que se acha melhor do que é, talvez também porque não teve mestre que o ensinasse a ser melhor. Parece (digo eu), que ainda nenhum treinador lhe disse que não é a agarrar-se à bola, rodopiar sempre da mesma forma, uma e outra vez, para logo a perder, que crescerá como jogador, ou será aquilo que pensa que é, sem ainda o ser. O espírito colectivo dele não é dos melhores, para poder identificar-se como um jogador à Porto. Como ele, há mais. Tello (já cá não está) mas também foi sempre um jogador apagado, e foi para o Torino. Sérgio Oliveira, tem habilidade, mas muito pouca alma. José Angel é um barrete.

Depois, temos jogadores que podem ser reabilitados do agora confirmado síndrome de Lopetegui, se houver talento,tempo e determinação para isso, porque estão irreconhecíveis. É o caso de:  Ruben Neves, Aboubakar, Corona, Evandro (acho-o interessante, mas sub-aproveitado), Martins Indi, e Bueno (lesionado). Herrera é imprevisível, ora está bem, ora liga o "complicómetro". Finalmente, temos aqueles que dentro da anarquia geral do nosso clube (refiro apenas o futebol sénior), são na minha opinião os mais fiáveis e aguerridos. Refiro-me concretamente a: Danilo, Miguel Layún, Maxi Pereira, Marcano, André André, Suk, (Marega?!) e  os guarda-redes. Da equipa B, gostaria que fossem paulatina e oportunamente lançados jogadores como:  Ismael Diaz (possante e jogador de equipa), Omar Govea (médios), Chidozie, Verdasca, Victor Garcia (defesas), Gleison (pé esquerdo fantástico) e André Silva (avançados).

O lançamento de jogadores B para a equipa principal, obedece aos cuidados que qualquer treinador experiente tem de ter para escolher o melhor momento para o fazer, mas, entre optar por séniores cujo rendimento foi por demais testado sem grande sucesso e arriscar meter alguns da B com provas dadas, sou apologista da segunda hipótese.

De resto, só a SAD e o respectivo presidente sabem o que pretendem fazer. Se vão enveredar outra vez pelo caminho suícida do experientalismo (Lopeteguisadas)  e do silêncio, ou se tencionam defender como lhes compete o FCPorto, e fechar negócios de jogadores com o cuidado e rigôr que se impõe. Se não estiverem para aí virados, então façam o favor de se retirarem e promover eleições.

PS-Não falo do jogo de ontem, porque agora é tarde demais para esperar milagres. Se ganharmos um trofeuzinho este ano, já fico contente. Ao que chegamos, Porto!



LANÇADO CONCURSO PARA OBRAS NO MERCADO DO BOLHÃO


A Câmara do Porto anunciou esta sexta-feira o lançamento do concurso público para “o desvio de uma linha de água que atravessa o mercado do Bolhão no subsolo”.
O concurso, a cargo da empresa municipal Águas do Porto, marca o arranque das obras de reabilitação do emblemático mercado, as quais irão arrancar no próximo verão.
Segundo a autarquia, através do seu portal oficial na internet, Porto.pt, os trabalhos implicam a “intervenção de uma tuneladora para desviar a linha de água que será encaminhada pela rua Sá da Bandeira, o que vai permitir uma intervenção no mercado mais segura e possibilitar a construção de uma cave logística no subsolo para cargas/descargas e áreas técnicas”.
O projeto de requalificação do Mercado do Bolhão em si, da autoria do arquiteto Nuno Valentim, terá concurso internacional lançado “nos próximos meses”. O valor total previsto é de 27 milhões de euros, 23 milhões dos quais comparticipados por fundos europeus.
(Porto24)
Image de Lançado concurso para obras no Mercado do Bolhão

24 fevereiro, 2016

5 Pontos para quem de direito reflectir

Ponto 1 - Sou dos que acreditam que a violência não se combate com violência, apenas, e só, nos países civilizados (nórdicos e pouco mais). Em países terceiro-mundistas, ou de fachada democrática só há uma naneira: responder à letra. A fachada nos regimes, é como a teoria das coisas, não serve para nada, excepto para isso mesmo: mascarar, ludibriar, enganar, iludir.

Ponto 2 - Na Europa dita comunitária, Portugal é um dos países em que a democracia se aproxima mais da fachada. Só serve praticamente para eleger assalariados do Estado, para depois fingirem que governam.

Ponto 3 - Há vários tipos, e fases de violência: a violência precursora, a que germina o mal, que provoca, que suscita raiva, e a violência consequente, a que atinge vias de facto. Uma, é o rastilho da outra.

Ponto 4 - Nem sempre é a violência de faca e alguidar, a mais infame. O pior dos crápulas, é aquele que - vestindo pele de cordeiro - incita o ódio, falando de paz e de bons costumes. A comunicação social é o meio onde pulula o maior número de difusores da violência precursora.

Ponto 5 - Não havendo confiança num regime de Justiça eficiente, sem capacidade para intervir rapidamente como elemento dissuasor da violência, e como garante da paz social, sou a favor da justiça pelas próprias mãos. A pior das chagas, é o sentimento de injustiça, é alguém sentir-se só como na selva, numa situação dessas. 

Começo pelo ponto 4. Ninguém duvidará que neste momento, sem ainda terem decorrido  24 horas da visita dos super-dragões à tasca do pai do árbitro Jorge Ferreira, já Portugal inteiro está a par da ocorrência e a comentá-la consoante a forma tendenciosa como foi difundida. Da televisão aos jornais, as vozes do regime, com maior o menor subtileza, logo trataram de enfatizar o caso, colocando o árbitro no papel de vítima, e os dragões, no de carrascos. 

Os portistas andam há tempos a queixar-se da falta de atitude de Pinto da Costa face às arbitrariedades de que o FCPorto tem sido alvo, ao ponto de - como é o meu caso -, acharem que é tempo de eleger outro Presidente precisamente por isso, e ao fim de meia temporada a sermos desrespeitados e lesados por más arbitragens, eis senão quando um árbitro decide finalmente marcar um penalti a favor do nosso clube, e passamos num ápice a ser o emblema eleito pelos media como o batoteiro-mor do futebol nacional. Até aqui, estiveram todos calados. Viam o que todos víamos (mesmo os que não querem ver): o Benfica a ser levado ao colo pelas instâncias dirigentes da arbitragem (Federação), e o Porto, a ser roubado (sim roubado) de todas as formas e feitios e não se lembraram da abrir os telejornais a denunciá-lo, nem os jornais de dar honras de 1ª página aos pobres coitados dos árbitros (esses inocentes incompreendidos).  Foi preciso um longo jejum sem beneficiarmos de uma grande penalidade, para subitamente se virarem todos contra o FCPorto. Mas, haverá dúvidas sobre a honerabilidade desta gente? Julgam que nós somos como eles? Além de vígaros, estúpidos?

Alguma vez estes gajos se preocuparam com o que nos andam a fazer? Alguma vez estes gajos esperam que me associe a eles qualquer que seja a causa? Nunca! Semeiam ódio, levam de volta o desprezo, a repugnância! E, digo mais. Se, perante a incompetência e os critérios discriminatórios dos órgãos que tutelam o futebol as cúpulas do Governo lavam as mãos como Pilatos, então, usemos o chavão da terra do árbitro-vítima e passemos à prática: façamos justiça à moda de Fafe.

Se não gostam de ler estas coisas, actuem, provem-nos que servem para alguma coisa! Não estejam à espera de uma desgraça para depois virem para as câmaras de televisão armados em pacifistas, quando deviam era demitir-se por serem corresponsáveis pelo lixo que se instalou no futebol e na comunicação social lisbonária. 


PS-Como é que estes gajos da APAF têm o desplante de fazer este tipo de declarações, senão personalizando o que há de mais repugnante no ser humano, que é, a HIPOCRISIA? 

23 fevereiro, 2016

Anónimos com os neurónios no anus

Passam por aqui certos "melros", muito cheios de verdades (as suas) que não conseguem esconder a mixórdia de que são feitos:  fanatismo, baixo nível intelectual e raiva. 

São tão estúpidos, que nem sequer se dão ao cuidado de começar a comentar com um pouquinho de moderação, o que faz com que nem sequer me dê ao trabalho de ler o resto. Para quê, se já sei ao que vêm? Só tenho pena é de não poder ver a cara deles (sempre protegida pelo anonimato),  no momento em que clico para eliminar os dejectos daquilo que julgam sair de um cérebro, e sai de uma outra coisa qualquer... Pode até dar-se o caso de serem produtos de uma aberração da natureza, e terem dois anus, em lugares distintos.

Estas "coisas" anónimas pertencem ao grupo de portugueses que nos envergonham onde quer que estejam, e nos fazem passar pelas piores humilhações aos olhos dos povos civilizados que nos visitam. São daqueles que pegam de estaca a puxar da bandeira nacional, a cavalo ou de mota, desde que à frente da selecção esteja um treinador do (tipo Scolari), que não convoque jogadores do FCPorto, mesmo que tenham acabado de brilhar a nível nacional (e internacional), ou que dê entrevistas a dizer que o Porto fica lá longe, para cair em graça nas hostes centralistas plantadas no regime.  

São os mesmos que saem a terreiro para tratar de Jhiadista o Presidente da Câmara do Porto, só por denunciar a intenção da TAP cancelar vôos de interesse económico e estratégico para uma parte considerável do país (Porto, Norte e Centro). Os mesmos que, a nível desportivo, acham que só eles têm o direito a reinvindicar tudo, árbitros, justiça, privilégios, proibindo os outros portugueses do direito a zelarem pelos seus interesses quando têm razões para isso. Contestam tudo que não entre directamente no seu minúsculo mundo de conveniências. Depois, ainda se acham no direito de nos dar lições de cidadania como se fossem exemplos imaculados, quando não passam de miseráveis.  

Mas, não há imbecilidade que não traga vantagens, que é: dar-me garantias de que o que escrevo, os incomoda, e se incomoda, é porque sabem que estou a falar verdade.

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Já agora, talvez seja pedir muito aos imbecilóides com o anus na mona, que leiam o que aqui escreve este "mafioso" senhor, que é apenas o Reitor da Universidade do Porto, a mais prestigiada do país (é mentira, já sei!), de onde estão sempre a sair os melhores cérebros, para ver se também ele está a dizer patetices. Mas, é inútil, quando os neurónios estão no sítio errado, o melhor mesmo é continuar a ignorá-los. 

22 fevereiro, 2016

Assobiem a quem merece assobios, não aos jogadores

Como atrás referi, não acredito que para ganhar campeonatos, a garra e a mística, bastem. São aspectos muito importantes, mas que não resolvem tudo. Foi o caso do jogo de ontem. A equipa transcendeu-se, virou um resultado adverso, mas os problemas ainda lá estão. 

A uma equipa descomandada (equipa/clube), técnica e tacticamente perdida, é uma crueldade lançar para cima dos jogadores o fel do nosso descontentamento. A seguir ao Presidente, e aos elementos da SAD, são os "calhaus" dos pipoqueiros e assobiadores, que mais me incomodam neste Porto miserável. Burros, são incapazes de compreender a génese de uma hierarquia. Ofuscados pelos êxitos do passado, onde só episodicamente perdíamos - sem com isso deixarem de ver bom futebol -, não têm coragem para dirigir os apupos a quem os anda a pedir nos últimos anos, e os merece: o Presidente/SAD.  Em vez disso, de procurarem apoiar a equipa e tentarem compreender os porquês do seu desnorte, preferem baralhá-la mais, num sádico e apressado coro de assobios, enquanto os verdadeiros responsáveis sorriem nas bancadas como se nada daquilo lhes dissesse respeito.

Se é esse o melhor padrão de exigência destes "portistas", então talvez seja melhor irem assobiar lá mais para o sul, para a cidade dos eucaliptos, e levarem consigo toda a estrutura mandante. Sim, porque hoje, parece que, à excepção dos super-dragões*, os amigos do presidente encontram-se nas redações dos pasquins de Lisboa, ou na Madeira, e os mal amados, são todos os portistas como eu que não gostam do que está acontecer.

Posso enganar-me, e não me importava nada que isso acontecesse, mas não acredito que Pinto da Costa regresse aos bons velhos tempos. E não acredito, porque se esta estranha mutação fosse apenas um momento infeliz, um descuido pontual, Pinto da Costa já tinha voltado à normalidade, e o seu distanciamento face a factos de maior relevância teria acabado. Tudo continua na mesma. O silêncio permissivo de PC com a protecção que continua a ser dada ao Benfica mantem-se, e os prejuízos ao FCPorto também. Esses prejuízos ao nosso clube em contraponto com os benefícios ao Benfica, são causados, ora descaradamente, ora co.m subtileza. Eles não são burros, mas mesmo assim, a arbitrariedade é por demais descarada. Pinto da Costa continua a deixar que o FCPorto seja lesado, dentro e fora do campo. Mas não deve. Assim sendo, só quero que deixe o clube e promova eleições, pois agora está a prejudicá-lo. Nesta altura, a sua anunciada recandidatura à Presidência é uma má notícia. Por quê? Porque a passividade de hoje, é certo, vai manter-se no futuro, e os problemas do FCPorto também.

Para o ano, teremos de começar tudo de novo, recolocar jogadores e contratar outros. Isto, já para não falar do treinador. Se o rigor fôr o que tem sido até aqui, os resultados serão iguais. Só que, há um problema:
teremos candidatos credíveis para ocuparem o seu lugar? Se os há, estarão dispostos a hipotecar o prestígio do FCPorto, com mais temporadas como esta, para se candidatarem?

*
O JN, o mesmo jornal que "honra" Pinto da Costa com o seu nome no Conselho Editorial, não hesita em noticiar os desacatos violentos no jogo entre Vila Caíz e o Canelas 2010 da Divisão de Honra da A.F.do Porto. Cito: "pela frente, o conjunto da casa tinha a equipa dos distritais do Porto que mais tinta faz correr. A liderança da prova ajuda, os 8 elementos dos Super Dragões que a integram (com Fernando Madureira ou Macaco, à cabeça) também, mas o que mais os tem posto na ordem do dia são as faltas de comparência dos adversários -no fundo, um voto de protesto contra as ameaças e agressões de que se queixam".

Não é difícil intuir que os jogadores do Canelas foram provocados, aliás consta também da notícia, mas, mais uma vez, o odioso da ocorrência vai nitidamente para os superdragões. Não advogo a violência, mas às vezes não há outra alternativa. Só que, até esse recurso,  devia ser dirigido a outros protagonistas, e não a pequenos adversários . Talvez ele se justificasse mais noutros palcos... 


21 fevereiro, 2016

Como é que chegamos aqui?

Como é que, algures pelo caminho dos últimos anos, perdemos a independência?
Como é que permitimos, todos, povo e governantes, o que se está a passar?
E não me venham com a dívida. A dívida ajuda e muito, mas não é a questão central. A questão central é que ao abdicarmos de soberania, abdicamos também de democracia.
E estamos agora governados por uma burocracia anónima, sem legitimidade eleitoral, que responde aos seus donos e nós não somos donos de nada. Nem sequer de nós próprios. 

(Fonte: JPP/Abrupto)