22 março, 2009

Porto do passado, Porto do futuro

Intervenção do Porto na Guerra Peninsular
A histórica resistência da Invicta face aos franceses

As invasões francesas tiveram um impacto decisivo na sociedade portuguesa do século XIX e representam um momento histórico para Portugal, na medida em que conduziram à independência do Brasil e à instituição do regime da monarquia institucional.

Com efeito, foi da cidade do Porto que , durante a Primeira Invasão (1807-1808) partiu o movimento de libertação que haveria de expulsar as tropas do General Junot do país. Com a chegada das forças do marechal Soult, a capital do Norte foi rapidamente tomada e saqueada pelos franceses. Entre 29 de Março e 12 de Maio de 1809 viveu um dos seus períodos mais dramáticos, cujo climax foi o desastre da Ponte das Barcas, ainda hoje presente na memória colectiva. Já a Terceira Invasão (1810-1811) decorreu longe do Porto, onde pôde, no entretanto, preparar-se a Revolução de 1820.

(ana filipa gaspar/Público)



Clicar sobre as imagens para ampliar


Enquanto os políticos que temos se esforçam por bater todos os records da incompetência e da sem vergonhice, o Porto, vítima-mor das suas irresponsabilidades, continua, entregue a si mesmo, a resistir e a impor-se no estrangeiro. Não é só no futebol.

Os portuenses, nas últimas décadas, já se habituaram, a serem reconhecidos e respeitados lá fora, na razão inversa como são desprezados e desrespeitados cá dentro.
Qualquer cidadão normal de um país normal, terá imensa dificuldade em perceber esta política suícida e divisionista, levada a cabo pelos governantes de um país que esteve cerca de 40 anos debaixo de um regime ditatorial, no entanto, é isso mesmo que está a acontecer.

O caso relatado no recorte aqui ao lado (clicar sobre, para ler), à imagem do que vem sucedendo com a própria Universidade do Porto, é uma bofetada de luva branca no autismo dos governantes. A empresa chama-se Ablynx, e exporta 100% do que produz (projectos de investigação) e, ao contrário do Estado, combate a fuga de inteligência para o estrangeiro a ponto de a ir recuperar lá fora e reinserir no mercado de trabalho nacional.

A questão pertinente a colocar, seria procurar saber até que ponto estas pessoas terão ou não motivação para se orgulharem de ser portuguesas, antes de se orgulharem de ser portuenses...


5 comentários:

  1. Que nós somos capazes, competentes, empreendedores, como os outros, não restam dúvidas Só não temos é as mesmas oportunidades, nem as mesmas verbas, para fazermos mais e melhor.

    Um bom Domingo e um abraço

    ResponderEliminar
  2. Meu caro Rui Valente, ainda bem que deu relevo a esta notícia. Quando a li no jornal, pensei logo em comentá-la, mas não tive possibilidade de o fazer nessa ocasião. Neste período cinzento em que vivemos, notícias como esta ajudam-nos a combater a nossa depressão colectiva e auxiliam a nossa tão debilitada auto-estima.

    De salientar que o Governo da Flandres (um Governo Regional!) vai atribuir um subsídio à empresa como reconhecimento da importância dela para a Região. Em Portugal a empresa, infelizmente, não tem um Governo Regional que a possa ajudar financeiramente, e por isso terá de recorrer a Lisboa. Façamos votos para que a resposta não seja um dos pontapés que tão frequentemente recebemos do poder centralista.

    ResponderEliminar
  3. Caros Rui Farinas, e Vila Pouca,

    Quando lemos coisas destas, não dá para perceber em que pensava outro dia o Cavaco Silva quando disse aos emigrantes que "Portugal muito se orgulhava deles".

    Se eu fosse Presidente da República, nunca diria tamanha incongruência, porque me sujeitava a que um emigrante menos tolerante me respondesse algo como isto: "pois eu,Sr. Presidente, não me orgulho nada de Portugal,e muito principalmente, de quem o tem governado e me obrigou a emigrar!"...

    ResponderEliminar
  4. Olá, Rui!

    Atendendo ao seu simpático convite, cá estou (embora tardiamente) para ler seu post dominical sobre as Invasões Francesas em Portugal.

    Fiquei feliz de saber que a cidade do Porto teve papel preponderante na história de Portugal e na do Brasil também!

    Mais feliz ainda fico com este nosso "intercâmbio" de poemas e informações pra lá e para cá deste oceano, que até parece ficou pequeno demais!

    Um abração,

    Neli

    PS: Ah, que bom que colocou uma foto sua!
    Gostei de conhecer seu rosto, Rui!

    ResponderEliminar
  5. De facto, Neli

    A Net encurta as distâncias de uma forma espantosa. Ainda há poucos anos ninguém acharia isto possível.

    As amizades que se criam na Net podem ser fortes. Aqui, no Porto, já fiz alguns amigos assim, e posso até dizer, que são bons amigos. Pelo menos, há muito de comum a unir-nos, o que já não é nada mau, numa época tão egoísta e falha de valôres.

    Um abraço e não deixe de comentar as suas opiniões.

    Um abraço

    ResponderEliminar

Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...