Ainda mal despontou a Primavera e já começa o inferno dos incêndios nas sempre descuidadas matas do país. Só em Vieira do Vinho e no Gerês, houve 53 incêndios, nos espaço de poucos dias.
O ano passado, ao contrário do que é habitual, a Natureza foi amiga com o Governo (e nossa), porque, como devem estar lembrados, a Primavera foi excepcionalmente fresca e húmida, prolongando-se quase por todo o Verão, o que o tranquilizou e pôs a salvo de mais um (entre centenas de outros) vexame de incompetência, no que concerne à política de prevenção e combate aos fogos. Haja Deus, suspirarão de alívio os mais supersticiosos.
O caso, é que a mãe Natureza, apesar das barbaridades que o bicho homem lhe faz, em nome de um suposto e muito discutível progresso, ainda é quem mais ordena, e de vez em quando zanga-se, pagando-se com juros das agressões a que a sujeitam. Só é pena, que esses juros - que se traduzem na morte de centenas de milhar de pessoas inocentes e de animais - não sejam pagos pelos principais responsáveis dos países, particularmente, daqueles que sistematicamente violam os acordos internacionais de protecção do Ambiente. Os furacões e tsunamis, deviam começar por atingir a Casa Branca e pregar uns valentes sustos a famílias como os Bushs (o Obhama merece o benefício da dúvida) e seus seguidores em todo o Mundo. Umas quantas "justiças" destas feitas pela mãe Natureza, e esta gente talvez começasse a perceber finalmente a fragilidade dos seus bunkers, da sua condição de simples mortais, e a encarar estas coisas com a seriedade que merecem.
Mas, voltando aos "nossos" incêndios prematuros, receio bem que, se este Verão não for atípico, se as temperaturas forem condizentes com a estação, não tenhamos ilusões, iremos constatar, mais uma vez, a inoperância do Estado para lutar contra este flagelo, contemplando impotentes e revoltados, mais umas centenas de milhar de hectares de floresta ardida, de algumas mortes, com casas e herdades destruídas.
A cena que se seguirá, já a conhecem: aparecerá nos ecrans das nossas televisões um ministro qualquer, para tentar contrariar os testemunhos da sua incompetência, a desculpar-se com o choradinho do costume, dos incendiários, do descuido dos proprietários por não limparem os terrenos, e a jurar a pés juntos que os meios de combate aos fogos, são suficientes. Pronto, o sentido do «dever» estará assim cumprido. Até ao próximo verão, que é como quem diz, até aos próximos incêndios...
Mas, não liguem ao que aqui está escrito, haverá sempre um f.d.p. qualquer a lembrar-nos que isto, que mais não é do que a realidade, não passa de populismo barato.
A minha convicção è que 90% dos incendios têm origem criminosa e isso nunca mereceu das entidades responsaveis a devida resposta:
ResponderEliminarInvestigação profunda .
Quem esteve no mato em Africa, sabe perfeitamente quanto é dificil pegar fogo ao mato, mesmo em periodo seco e lá não há limpeza de florestas.
ResponderEliminarHá muitos incendios ( e de grandes proporções) na floresta em Angola?! Para já não e porque será???!!!
Bem, a flora africana (eu já lá estive uns anos) é diferente da nossa, mais dispersa entremeada de terra seca, excepto em certas zonas.
ResponderEliminarSeja como for, isso não desculpa a inexistência de uma política de ordenamento e limpeza regular das nossas matas e uma fiscalização eficaz sobre os proprietários privados que não as limpam como deve de ser. Se nada disto for feito, os incêndios vão ser sempre garantidos.