O centralismo exacerbado está a provocar um cada vez maior distanciamento das pessoas do Norte relativamente a Lisboa.
Muitos de nós alhearam-se da selecção nacional.
Movemos montanhas para ir ver um jogo do Porto, mas não alteramos a hora de jantar para ver um jogo da selecção.
Temos famílias divididas por causa do centralismo.
Nunca senti vontade de ir a Lisboa mostrar aos meus filhos aquilo que os meus Pais me mostraram.
Quando me interpelam no estrangeiro de onde sou, respondo – SOU DO PORTO. Podendo completar que é uma cidade situada no Noroeste da Península Ibérica.
Não digo que não sou português, mas o que espontaneamente respondo é que sou do Porto.
Já ouvi conversas de café onde nortenhos indignados dizem que preferiam ter a capital em Madrid, pois assim seriam muito menos dependentes de Madrid do que são hoje de Lisboa.
Ironia da história: toda a região do berço da Nação Portuguesa, refiro-me à zona Norte, é hoje mais dependente de Lisboa do que todas as outras regiões que ficaram sob a alçada de Leão e Castela!
Lisboa, que é uma cidade muito bonita, é cada vez menos destino preferencial das pessoas do Norte.
Quando nos sobra algum tempo e dinheiro, preferimos, cada vez mais, ir de carro até à Galiza. Onde nos sentimos em casa. A fronteira natural do Rio Minho não é suficiente para nos afastar, se calhar une-nos. Seguramente que a fronteira politica também não conseguiu afastar-nos…
Ou então, se houver mais disponibilidade de tempo e de dinheiro, e apesar de todos os boicotes ao aeroporto Sá Carneiro, metemo-nos num avião e vamos a uma cidade europeia por muito menos dinheiro do que o que custa ir a Lisboa de avião.
Nós estamos a acordar, será que eles vão acordar a tempo?
Manuel Cerqueira Gomes
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Miguel de Vasconcelos, herói ou traidor?
ResponderEliminarA dúvida está instalada, cada vez mais no espírito, principalmente, de muitos portuenses.
Um abraço