Se há coisa que não me preocupa mesmo nada, é ser politicamente correcto. Nem sei porque deveria, considerando os exemplos, em catadupa, de incorrecções e de acções criminosas, que os nossos "honoráveis" mandantes fazem questão de praticar. Os políticos não gostam de ser demonizados? Não? Então, que aprendam depressa, a ser, e parecer sérios. Nós, já estamos fartos de os ver governar, governando-se. Por isso, a última coisa que nos devem exigir é ética e respeito, porque o respeito conquista-se com a reputação que se semeia, e como os senhores governantes semearam e continuam a semear uma péssima reputação, têm de aguentar com as consequências.
O post do Miguel Barbot fez-me retomar o tema das contrapartidas que ontem aqui abordei.
O post do Miguel Barbot fez-me retomar o tema das contrapartidas que ontem aqui abordei.
O senhor ministro das Obras Públicas Mário Lino tem-se notabilizado pela mediocridade e pelo absurdo das suas declarações contraditórias. Teimoso, pelas piores razões, anda agora a vangloriar-se de ter obtido na compra de 16 aviões Airbus para a TAP, um desconto de 57%. Um seu colega de partido, o deputado socialista Ventura Martins, não está muito convencido da bondade deste negócio e acusa o ministro Jamé (em, portugofranciú) de não ter salvaguardado o interesse estratégico do Governo e negociado contrapartidas (compensações) para a indústria nacional como fazem (com sucesso) outros países.
Pois, o nosso ministrote, mandou à fava as «estratégias» do Governo e o Plano Tecnológico, e decidiu por sua própria conta e risco negociar com a Airbus. Ora, o que se estranha mais desta decisão, ao arrepio das directrizes do próprio Governo, é o mal estar que parece ter provocado a Mário Lino, a divulgação dos relatórios sobre as compensações, antes do negócio ser fechado. Dá a nítida sensação de tratar-se de um quadro típico do velho refrão, "gato escondido, com o rabo de fora"... Não vos parece?
Será que estamos na iminência de mais um grande cambalacho à moda do BPN, BPP e Freeport?
Talvez não fosse tarde nem insensato que a PJ começasse a arrepiar caminho, no sentido de investigar como estas operações foram realmente realizadas, antes que os portugueses, sofram outro desgosto.
Além de mais, com a crise a sufocar a vida a milhões de pessoas, as festas de 500 mil euros no Ministério das Obras Públicas, para comemorar projectos (assinatura de contratos de adjudicação de auto-estradas), devia constituir, de per si, motivo bastante, para mandar prender o despudorado ministro. Digo eu.
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