12 outubro, 2009

Elisa Ferreira versus Luís Filipe Menezes

Um dos grandes dramas para os eleitores, é não conseguirem descobrir o exacto momento onde a agulha descensional do princípio de Peter começa a aplicar-se aos políticos aparentemente competententes.
Esta suspeita ocorreu-me quando pensava na vitória estrondosa [70%!] e merecida, de Luís Filipe Menezes na Câmara de Gaia, e a comparava com o "fracasso" infligido enquanto líder de curta duração do PSD. Afinal, o que é que poderá explicar resultados tão contraditórios? O "pecado" sulista, elitista e liberal, ou o loby centralista de Lisboa? Ou, os dois "pecados" juntos?
De certa maneira, não obstante, com resultados e percursos diferentes, Luís Filipe Menezes quando ascendeu a líder do PSD cometeu a mesma asneira que Elisa Ferreira na candidatura à CMPorto. E não estarei enganado se disser que aquilo que traiu ambos, foi o medo de perderem. Isto é, não perceberam que a partir de determinada altura, quando a fasquia foi colocada mais alta, era preciso seguir em frente, apostar tudo, usando os mesmos "condimentos" que os guindou ao sucesso, e não [como aconteceu], realizar uma volta de 180º na estratégia.
Lembro-me, da decepção que senti quando percebi que LFMenezes mal aterrou em Lisboa na condição de líder, se esqueceu subitamente de falar da Regionalização e do excesso de zelo do seu discurso. Disse cá para mim: estás feito ao bife, já estás a recuar, já não vais lá. E foi exactamente isso que sucedeu. Luís Filipe Menezes tinha acabado de se assinar o seu nome no clube dos amigos do Princípio de Peter, o que vale dizer, que tinha atingido o seu nível de incompetência. Foi, e é, um excelente autarca, não soube abrir caminho para ser um bom Líder. Duvido que o venha a ser.
Com Elisa Ferreira, o percurso foi diferente, mas o erro foi o mesmo. Teve medo de perder, não arriscou, encolheu-se na sua simpatia e deixou-se levar por apoios dúbios de gente incompetente [como o líder da concelhia do PS por exemplo] e afundou-se.
É à luz destes dois paradigmas, que se torna cada vez mais difícil descobrir verdadeiros líderes. Para se ser líder, é preciso ter a fortuna de reunir um número de factores de vária ordem que não está ao alcance de qualquer um, mesmo dos mais competentes.

2 comentários:

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