09 fevereiro, 2012

Porto Canal (II)

Não tenho conhecimento directo e integral de qual o posicionamento que o Porto Canal de Júlio Magalhães (JM) pretende adoptar. Apenas li as declarações de JM num forum qualquer aqui no Porto (aquele para o qual foi convidado o prof. Marcelo...) transcritas no post de 03 deste mês do nosso amigo Rui Valente. Li também declarações do director de programas do canal, que foram publicadas na imprensa no final do mês passado. Não é muito mas é o que tenho.

Entrando de rompante no assunto, devo dizer que há muita coisa de que não gostei e que sobretudo as declarações de JM me deixaram com um pé atraz, a juntar à peregrina ideia do convite a Marcelo.

JM afirma que "quer um canal do Porto aberto para todo o país" ( inclui convites a centralistas?). Diz também que quer " fazer do Porto Canal uma referência do serviço público". Juntem-se estas afirmações ao facto do canal ir de seguida abrir uma delegação em Lisboa, e aí as minhas desconfianças aumentam.

Eu não quero um canal que tenha a pretensão de ser um canal nacional igual aos outros. Muito menos quero um canal que pretenda fazer "serviço público" que é obrigação da RTP.

Eu não quero um canal politicamente correcto, de bem com deus e o diabo, que faça de conta que não existe uma relação colonizador/colonizado entre Lisboa e o Norte, que dê palmadinhas nas costas daquela execrável fauna centralista que pupula na capital e que nos ofende e nos humilha sistematicamente, incluindo a CS que nos ignora em tudo quanto é programa televisivo de debates.

Eu não quero um canal que se apressa em abrir uma delegação em Lisboa, num gesto que me cheira a submissão e vassalagem para com os poderes constituidos.

Eu quero um canal que não tenha vergonha em assumir que é regional. Que assuma também que há um problema Norte-Sul resultante da filosofia colonizadora/exploradora do poder centralista instalado em Lisboa, que rouba ao Norte dinheiros do QREN que lhe estavam alocados, que nos suga empregos e investimentos, que toma decisões que mexem com o nosso dia-a dia, sem se darem ao incómodo de levantar os rabos das poltronas do Terreiro do Paço para virem auscultar no terreno os nossos problemas ,as nossas necessidades, os nossos anseios. Que destroi uma maravilha como o vale do Tua contra o sentir de uma Região,com o pretexto de construir uma pequeníssima barragem que quasi nada acrescenta à nossa capacidade hidroeléctrica.

Eu quero um canal que, assumindo sem complexos que somos espoliados pelo poder central, seja agressivo, polémico e combativo, que tome para si o papel de defesa dos legítimos interesses de toda a Região, a começar pela regionalização. Que seja o aglutinador de todos aqueles que anseiam que surja finalmente um orgão de comunicação social que não esteja subordinado aos interesses centralistas em que nós, aqui no Norte, não nos revemos.

Será que Júlio Magalhães, oriundo do mundo convencional da TV lisboeta, é o homem indicado para esta pedrada no charco? Ou será que vai optar por um canal tipo "água com açucar"?


ps Fico curioso de saber se o Porto Canal estabelecerá algum tipo de colaboração com o Movimento Partido do Norte, que faria todo o sentido, ou se optará por se manter de costas voltadas.

08 fevereiro, 2012

Câmara do Porto agrava a punição aos grafitos

Carla Sofia Luz [JN]

A Câmara do Porto prepara-se para proibir e multar quem pinte grafitos ou afixe cartazes em edifícios "visíveis do espaço público". A alteração do Código Regulamentar do Município prevê também sanções para os proprietários que nada façam para limpar aquelas inscrições das fachadas.
Câmara do Porto agrava a punição aos grafitos
Câmara inclui ainda oroibição de graffiti


A norma é nova e deixa claro que a manutenção dos grafitos em "imóveis visíveis do espaço público" dará direito a multa, "quando os infractores tenham sido identificados e o proprietário não tenha deduzido a respectiva queixa-crime". A Autarquia agrava, assim, as proibições contra os grafitos.

Até agora, só era proibido, e punível com coima, afixar cartazes, inscrições com grafitos ou outra publicidade em árvores, em mobiliário urbano, em imóveis classificados e em equipamentos municipais. Nada dizia sobre as propriedades privadas. Com esta alteração das regras, os grafitos passam a ser interditos em todos os imóveis visíveis do espaço público.

Também incorre no pagamento de multa quem mantenha árvores, arbustos, silvados ou sebes a obstruir a visibilidade das placas de toponímia, para além de tapar os sinais de trânsito e prejudica a iluminação pública.
As alterações ao Código Regulamentar, que serão submetidas a votação, terça-feira, na próxima reunião da Câmara do Porto, trazem ainda outra novidade: o horário das esplanadas poderá ser restringido em relação ao horário de funcionamento do estabelecimento de diversão nocturna, sempre que o ruído incomode os vizinhos.

A Autarquia, liderada por Rui Rio, mantém a punição, com direito a multa, a quem cuspa para o chão ou urine na via pública.



Comentário de RoP: 

Por mais boa vontade que haja, é tremendamente difícil para mim aplaudir as decisões de Rui Rio. Este tema, dos grafitos, por exemplo, é dos tais que tudo apontaria para concordar com Rui Rio. Mas, a obsessão doentia de Rui Rio em encarar os problemas pela via mais fácil, isto é, pela proibição, em vez de o ajudar, acaba por prejudicá-lo.

Em relação aos grafitos, há protagonistas de diferentes categorias. Existem excelentes artistas, a quem a Câmara devia disponibilizar espaços próprios para poderem dar expressão ao seu talento, e existem grupos clandestinos de borradores do espaço público que pura e simplesmente só sabem sujar tudo quanto vêem pela frente.   

É impressionante a precisão como Rui Rio parece chegar tarde e deslocado aos acontecimentos! Comecemos pela limpeza da cidade. Haverá alguém que possa afirmar, sem estar a fazer o frete ao presidente da Câmara, que a decisão de entregar a limpeza da cidade a uma empresa privada, tornou o Porto mais limpo? É claro, que não. É já rotineiro vermos os contentores do lixo completamente a transbordar e com sacos de dejectos fora do mesmo. Agora, Rui Rio lembrou-se de multar os cuspidores militantes, mas não faz a sua parte, que é manter a cidade asseada.

Quanto tempo ainda levará Rui Rio a perceber que tem muito caminho pela frente, até criar hábitos de civismo nas populações? As bicicletas, doutor Rui Rio, podem continuar a circular sobre os passeios públicos, e nas ruas, em sentido proibido? Podem atravessar as estradas com o vermelho? E já agora, teve tempo para observar o impacto ambiental provocado por essa praga americana que são os chiclets? Já se deu conta na imensa mancha de nódoas negras que polvilham os passeios das estações de Metro? O que é que vai fazer? Multar todos os seguidores de " Jorge Jesus" que andam por aí? Então multe, e comece pelo treinador do Benfica, para variar...

O Presidente da CMPorto só sabe proibir, mas é incapaz de fazer o mais difícil, que é criar condições para que as pessoas possam ser civilizadas. Colocar parquímetros para estacionar é fácil, mas devolver a moeda ao cliente quando a operação é cancelada, dá muito trabalho, não é assim? Por acaso não lembra ao Dr.Rui Rio multar o líder do seu partido por ter aldrabado os eleitores? Faça isso homem, faça as coisas em grande! 

Quanto a urinar na via pública, presumo que a solução passará igualmente pela multa. A não ser que tencione castrar os prevaricadores... Já lhe ocorreu instalar umas dezenas de mictórios públicos como faziam os autarcas de outros tempos? Não tem dinheiro? Exija-o ao governo do seu partido e vá buscá-lo às verbas das SCUTS! 

07 fevereiro, 2012

Porto Canal e Marcelo Rebelo de Sousa? Não!

Vendo as coisas pelo lado mais optimista, pode-se dizer que ainda é cedo para começar a recear pelo futuro do Porto Canal, mas, se as avaliarmos com o peso das mais recentes experiências do Porto em matéria de televisão, talvez se justifiquem algumas cautelas.

O FCPorto decidiu escolher o jornalista Júlio Magalhães para liderar o projecto do Porto Canal, o que, numa primeira abordagem, parece merecer a aprovação de toda a gente. Júlio Magalhães é um homem do Porto e um jornalista competente, que ao contrário de outros, nunca se desligou totalmente da sua cidade, nem mudou a residência para Lisboa, apesar de ter que ir para lá todas as semanas trabalhar. São detalhes, mas detalhes importantes, se os compararmos com outros, como Judite de Sousa, José Alberto de Carvalho e Fátima Campos Ferreira, que sucumbiram sem pestanejar ao "efeito difusor" da grande capital, e nunca mais quiseram saber do Norte para nada. Mas, será isso suficiente, para fazer de Júlio a pessoa certa para o lugar de Director-Geral do Porto Canal? Eu, tenho dois tipo de resposta para esta questão. Se for apenas para desenvolver a estação de tv, para ampliar o seu raio de acção a Norte, mas com protagonistas políticos já conhecidos que nada têm a acrescentar a um projecto que se quer novo, diria que Júlio Magalhães serve. Agora, se for para criar e liderar  uma nova forma de fazer televisão, politicamente mais ousada, interventiva e fracturante com o centralismo, nesse caso, já não sei...

É que, sinceramente, a ideia de chamar Marcelo Rebelo de Sousa ao Porto para "abraçar" a causa regional não me parece que vá fazer de Marcelo um regionalista. Marcelo, gosta de ser comentador da TVI e é, e sempre foi, um centralista inveterado, como se pôde comprovar durante todos estes anos na TVI, onde não foi capaz de seleccionar a Regionalização sequer uma vez para tema do seu programa de domingo à noite. Se Júlio acredita que a presença de Marcelo na TVI pode ser uma mais valia para o Norte, então é porque confunde a amizade com a política, e isso é cometer um erro de palmatória.

Por isso, estou intrigado. Ignoro se o FCPorto tem um plano estratégico para o Porto Canal e se Júlio Magalhães o conhece, e se, a propagada cobertura a Norte vai mais além do mero voluntarismo, ou se tem uma componente ostensivamente política em matéria de regionalização, como seria suposto ter. É que, o que se continua a ver nos estúdios do PCanal para discutir os nossos problemas, são exactamente as mesmas figuras públicas que aparecem nos outros canais, e que já sabemos o que valem.

Tenho a ideia de que o FCPorto ainda não pesou convenientemente a grande oportunidade que é para a cidade e para o próprio clube ter um canal de televisão, nem o diamante que tem nas mãos para lapidar e se tornar na jóia da coroa dos nortenhos. Seria bom que não facilitasse logo no arranque. Se é um projecto novo, a cara tem de dizer com a careta. E, para já, os sinais não são muito animadores. Mas, esperemos que não passe de um pressentimento. E Marcelo Rebelo de Sousa não é de todo, o melhor.

04 fevereiro, 2012

Porto Canal (I)

Com a intervenção do FCPorto, o Porto Canal passa por uma espécie de "segundo nascimento" que justifica uma enorme expectativa quanto ao posicionamento que vai adoptar. Num país doentiamente super-centralizado em todos os domínios, aos quais não foge a Comunicação Social, o aparecimento de um orgão que se pretende voltado para a Região Norte, é um evento promissor que, quem sabe, poderia indiciar o início de uma nova época em que o desequilíbrio Lx/resto do país pudesse ser atenuado. Para que isso seja possível, o novo Porto Canal não poderá limitar-se a pretender ser mais um igual aos outros.

A sua estratégia terá de ser inteligente e realista, com objectivos sensatos e bem definidos, com um público-alvo criteriosamente escolhido. Eu diria mesmo e, se fosse o responsável máximo pelo canal assim o faria, que a questão da definição de objectivos e posicionamento e da estratégia para os alcançar, é tão complexa e vital ,que não deveria estar limitada a uma só pessoa, por muito profissional e experiente que fosse, nem sequer confinado a um grupo restrito só porque são dirigentes do canal. Eu, no lugar do responsável máximo, trataria de ouvir um alargado leque de pessoas de variadíssimos campos e sensibilidades, individualidades de destaque na Região ou simples anónimos que no entanto poderão ter sugestões válidas.

Para bem do canal e para um completo aproveitamento da sua capacidade influenciadora das populações nortenhas, espero que o grupo dirigente não se arvore em detentor único da verdade e tome decisões estratégicas só "porque sim", só porque é dirigente. Esta circunstância não lhe dá o direito de errar clamorosamente, e deste modo alienar uma válida tentativa de afirmação de um canal de TV nortenha.

Penso que a opção inicial que foi tomada pelo FCP quando decidiu responsabilizar-se pela gestão do canal, foi a mais correcta. Quiseram um canal que não fosse apenas um canal mais ou menos sectário de um clube desportivo, mas sim um canal que pretende ir além disso e por-se ao serviço de uma certa ideia de "nortismo", ao mesmo tempo que no plano desportivo dá prioridade absoluta ao FCPorto, assumindo o seu portismo, ao contrário da CS lisboeta que pretende esconder o seu ódio ao FCP abrigando-se atrás duma pretensa neutralidade e idoneidade, atitude que acaba apenas por ser um reflexo representativo da sua falência moral e profissional. Como diz o Rui Valente no seu post de ontem, não queremos essas prostitutas no Porto Canal.

Se aplaudo a opção inicial para o canal, tenho fortes reservas em relação a opções estratégicas tomadas posteriormente a nivel de gestão, que me suscitam fundadas dúvidas. Para não tornar este texto demasiado enfadonho, continuarei estes comentários o mais brevemente possível.

03 fevereiro, 2012

Jhon Denver

Preocupações de Júlio Magalhães denunciam a cobardia das elites nortenhas


Suponho que valerá a pena ler as declarações de Júlio Magalhães proferidas 4ª.feira passada, na tertúlia do café Astória, no dia em que assumiu a direcção do Porto Canal para confirmarmos que o mal do Norte está nas suas elites:

«A RTP tem esvaziado a sua redacção do Porto e a primeira vaga de despedimentos já falada vai começar por esta delegação. São 400 no Porto mas esquecem-se que em Lisboa são 2000. E ao que sabe será uma saída forçada de 150 profissionais. A SIC fez um grande investimento num estúdio fantástico em Matosinhos mas agora não tem operacionalidade. E na TVI também houve esse esforço na minha direcção mas agora não se vê na nova grelha conteúdos que possam ser desenvolvidos no Porto», falou, munido de profundo conhecimento de causa. Mediante isto, Júlio Magalhães foi directo aos desígnios que o acompanham no projecto que acaba de abraçar.
  
«Está aberto o espaço e esta é uma possibilidade única de ter um canal do Porto aberto para todo o país. Queremos fazer do Porto Canal uma referência, também de serviço público, oferecendo amplitude de conteúdos em difusão por cabo. E, finalmente, quanto mais possível, dar expressão a vozes do norte de todas as áreas, chamando massa crítica e formando talentos», sublinha Júlio Magalhães, esperançado em dar a volta às dificuldades inicias encontradas, autêntico espelho fiel de um país dominado pelas directrizes da capital.

«Além de ser importante sensibilizar a norte algumas instituições para que deixem de estar de costas voltadas, o entrave maior que já comecei a sentir prende-se com a tentativa de estabelecer parcerias com empresas de cá, que me remetem para as suas sedes em Lisboa», relatou Júlio Magalhães, já desprendido «da cadeira do poder na TVI», desgastados por algumas lutas internas e apostado em dar um rumo mais revigorante ao Porto Canal e para isso apelando a uma maior união e cumplicidade em torno das novas ideias.»

Só espero é que Júlio Magalhães não caia no mesmo erro das elites nortenhas, e se lembre de convidar para o Porto Canal os despedidos da RTP, alguns dos quais são cúmplices do centralismo. Se não for cuidadoso no recrutamento e selecção de pessoal, arrisca-se a destruir o novo projecto do Porto Canal. Gente que se dá bem com Deus e com o Diabo, é do pior que há para o canal dar o tal salto de qualidade.

Espero também que não caia na armadilha de escolher como convidados, toda a comandita de figuras públicas e privadas, que nada de bom fizeram pelo Norte. Que deixe o Prof. Marcelo lá pela TVI, pois nunca o ouvimos preocupado com a discriminação centralista contra o Norte. 

Nós precisámos de despoluir o ambiente de protagonistas papagaios e fúteis, precisámos de esperança, de gente nova e descomprometida com o passado. Não precisámos de ouvir cassetes usadas.    

 

02 fevereiro, 2012

Totoloto - a vigarice do costume. Jacpots destes ninguém quer

Totoloto
Sorteio: 009/2012 - Quarta-Feira Data do sorteio: 01/02/2012

Chave: 7 9 23 27 43 + 1 Ordem Saída: 7 23 43 9 27 + 1


Prémio Acertos Número de vencedores Valor
1.º Prémio 5 Números + Nº da Sorte 0 (1)
2.º Prémio 5 Números........................1              € 26.493,15
3.º Prémio 4 Números.................  279              € 118,69
4.º Prémio 3 Números..............  9.518              € 3,47
5.º Prémio 2 Números.........  124.397              € 1,59
Nº da Sorte Nº da Sorte 60.850 Reembolso do valor da aposta de Totoloto
Estatísticas
Nº de Bilhetes/Matrizes 535.742
Nº de Apostas 1.486.709
Receita ilíquida apostas € 1.338.038,10
Montante para prémios € 662.328,86
                                                                                       (1) Previsão 1º Prémio c / Jackpot € 3.200.000,00

Lucho Gonzalez, um Senhor

LUCHO GONZALEZ, UM LÍDER
A menos que me escape qualquer coisa, eventualmente obscura, a decisão de Lucho Gonzalez regressar ao FCPorto, abdicando de 6 milhões de euros a que teria direito no final do contrato com o Marselha, de desistir de vários prémios, e de se disponibilizar a ganhar no FCPorto menos de metade do que ganhava, a atitude deste excelente e honrado jogador, é, a todos os níveis digna de louvor. É um "Comandante" no futebol, é verdade, mas mesmo assim, atribuía-lhe de bom grado a Torre de Espada, a condecoração mais prestigiante que se pode entregar a um militar. Isto, diga-se de passagem, já não se usa...

Mesmo admitindo que o FCPorto o possa recompensar com qualquer prémio extraordinário, a decisão do Lucho, para além de sensibilizar os adeptos que já nutriam por ele uma admiração especial, vem de certa maneira também pôr o dedo na ferida ao patriotismo de alguns nativos [e não são assim tão poucos] que gravitam no nosso futebol. Que me lembre, até hoje, ainda não tive o prazer de ver exemplo semelhante, em termos de desprendimento ao vil metal, da parte de jogadores portugueses. Pelo contrário, o que temos visto, são Figos a trocar de clube por uma paixão cega, mas às pesetas [no Barça foi apelidado de pesetero], para depois de terminada a carreira e de engordada a conta bancária ceder à hipocrisia de discordar da representação na selecção nacional de jogadores estrangeiros legalmente nacionalizados... Este, é o tipo de"patriotismo" mais cobarde, bacôco e contraditório que alguma vez se pôde imaginar. Mas, em Portugal, fez, e continua a fazer, escola [que o confesse Scollari].

Mas, Luís Figo, nem sequer é quem fica pior na fotografia, até porque, ganância à parte, como profissional, foi um jogador modelar, em termos de aplicação nos jogos, tanto nos clubes onde jogou, como na selecção. Como tal, é justo destacar-lhe a competência que enquanto futebolista justificou o bom dinheiro que ganhou.

O mesmo é impossível dizer de quem devia dar o exemplo e nunca o dá: os senhores políticos. Esses, a avaliar pelo resultado prático do seu "futebol" - que é a governação do país -, nem sequer foram homens para mostrar capacidade para jogar numa "liga de honra", nem muito menos numa "profissional"...  Os resultados são desastrosos e fracos, e quanto à  honra ou à dignidade, estamos conversados.

Lucho, em comparação com a escumalha política, é sem dúvida de outra dimensão, um exemplo para guardar e mais tarde recordar.

Neo-liberalismo

O actual governo liderado pelo pseudo social-democrata Passos Coelho é, sem sombra de dúvidas, o mais liberal de todos os governos que têm passado pela democracia portuguesa (com ou sem troika). Tem vindo a criar todas as condições para uma vaga de privatizações nas mais diversas áreas (saúde, educação, transportes, etc.), cortando serviços em todos os sectores de modo a que os cidadãos procurem agilizar a sua vida recorrendo por necessidade aos privados.

É o maior retrocesso civilizacional, sem precedentes, o que se está a passar actualmente em Portugal, especialmente nestes sete meses de governação dos partidos neo-liberais no poder. (Nunca Sá Carneiro fez tanta falta como agora)! 

Andamos quase todos a pagar impostos, cada vez mais elevados, para ter serviços destinados aos cidadãos, mas os iluminados que governam o país acham que se os trabalhadores portugueses trabalharem mais horas, com menos dias de férias e menos feriados, fica o problema resolvido, enquanto os lucros das vendas de empresas públicas e o apuro dos impostos cobrados, continuarão a ser geridos para pagar a troikas, a boys e afins, sobrando os trocos para os poucos serviços sociais que vão resistindo.

A redução dos défices público e privado tem sido paga pelo português comum, que depende do seu salário ou da sua pensão para viver, além dos mais desfavorecidos que vêem o S.N.S. ser desmantelado aos poucos, os aumentos dos transportes serem brutais, a energia ser cobrada aos prêços mais elevados da Europa (onde o salário mínimo é 4 vezes superior ao português), etc.etc.
 
Não foi o povo que governou este país ao longo dos últimos 38 anos de democracia. Os que governaram e governam estão muito bem na vida. Mas é o povo que se torna sempre o “bode expiatório” e que tem que pagar as crises.

“Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição”! Governam-se!
 
Renato Oliveira

(Porto)



Nota de RoP:
Este post foi enviado pelo Renato Oliveira para o Correio do Leitor do Jornal de Notícias

O JN e os tiros nos pés

O JN de hoje mostra-nos - sem emitir opinião -, um vídeo alegadamente de cariz sexual, da Fundação Leizaola para promover a língua basca. Depois de ter vizualizado o referido vídeo, devo confessar que esperava outra coisa, mais hard-core,  menos púdica... Aliás, pessoalmente, até achei as imagens algo inocentes para terem causado tanta polémica em Espanha. Mas, conhecendo a realidade espanhola, até se compreende, dada a resistência que o governo central espanhol tem colocado a todas as lutas pela independência de um povo que, linguística e etnograficamente nada tem a ver com o castelhano. Se o governo espanhol nunca mostrou o mínimo interesse em negociar a independência  com os bascos, quer pela via do diálogo, quer por cedência à pressão subversiva e violenta da ETA, onde está a maldade deste vídeo? 

Já agora, seria interessante saber se a administração e a directoria do "nosso" JN têm opinião formada sobre este assunto, e se aplaudiriam o Renovar o Porto se decidisse divulgar as três ou quatro páginas diárias com imagens de publicidade à prostituição, sem um outro objectivo, que não, o comercial. Se o fizessem [por exemplo], para promover a Regionalização, talvez nem fosse má ideia. Pelo menos, mais digerível e objectiva, era certamente.

PS-Impossível ler o texto deste post em qualquer jornal nacional. Espero que já tenham percebido porquê...

01 fevereiro, 2012

Benfiquistas acusam o toque quando ouvem a verdade

Se há coisa que me dá particular prazer, é fazer  com os centralistas o mesmo que eles fazem com o resto do país, isto é, ignorá-los, fazê-los passar - ainda que por breves momentos -, pelo garrote da censura, deixá-los entregues à sua própria pequenez . 

Hoje, deparei na caixa de comentários com um dessas criaturas, toda melindrada com o que escrevi sobre o Eusébio, tentando injectar-me aquelas "verdades" fabricadas à medida das suas conveniências e dos seus esfarrapados valores. Tão grande é o desprezo que essa gentinha me infunde, que nem sequer me dei ao trabalho de ler o comentário até ao fim, pois já conheço, de cor e salteado, a megalomania ancestral do discurso. Mas, confesso que me dá um certo gozo confrontá-los com a realidade de uma democracia falsa e falida, feita à medida dos seus interesses, que nem mesmo Salazar ousaria praticar. 

30 janeiro, 2012

A justiça sem papas na língua do nosso procurador-geral




A entrevista que o procurador-geral distrital do Porto concedeu e o JN publicou na edição de ontem é enorme demonstração de cidadania.

Se o bem e o serviço públicos estiverem nas mãos de homens como Alberto José Pinto Nogueira. Um procurador frontal, que não se refugia no cargo para se inibir de testemunhar e clarificar o que a maioria dos portugueses intui mas não entende as razões de fundo. Ou seja: que os mais graves problemas de que sofre a justiça têm origem na política. Seja por deficiente ou excessiva legislação, seja por abuso de poder, geralmente associado à ideia de que as funções e cargos de serviço público podem ser um guarda-chuva para comportamentos pessoais postos em causa e susceptíveis de escrutínio judicial. E judicioso.

Para aqueles que, em Portugal, defendem com unhas e dentes a necessidade de aceitarmos, todos, a avaliação contínua como forma de implantação da meritocracia, as respostas que Pinto Nogueira dá às questões que ensombram a nossa sociedade deveriam constituir a magna carta da reforma das reformas: a da justiça. Porque sem ela, e com a crise a vergastar--nos, dificilmente nos uniremos e mais dificilmente ainda seremos solidários.

O mais entusiasmante do que pode ser esta reforma das reformas é que ela requer austeridade. Exactamente! Austeridade nas leis, por exemplo. Que é o que responde Pinto Nogueira quando lhe perguntamos se também ele tem ideia de que os ricos se safam sempre: "Têm dúvidas de que se eu tiver um processo desses, ele nunca mais acaba? Para combater é preciso leis mais simples".

Austeridade também na resposta à questão de sabermos se faz sentido combater a corrupção criando um novo crime de enriquecimento ilícito: "Esse novo crime partiu da cabeça de uma pessoa que andou a investigar a Câmara de Lisboa [...] e no fim disse: Não acusamos porque não é crime".

Ainda austeridade quando responde sobre o receio do que a política ainda possa vir a fazer à justiça: "Tenho medo é dos telefonemas dos políticos. Já houve um que telefonou para cá porque uma procuradora do DIAP o acusou. Queria que eu demitisse a procuradora... E, não contente, telefonou ao procurador-geral".
Austeridade, por fim, quando aborda o problema da mediatização da justiça a propósito da "Operação Apito Dourado", uma das mais badaladas: "[...] perguntaram-me o que achava da ideia de formar uma equipa especial. Quando saí do gabinete, já estavam a anunciar na televisão. Sem um único magistrado do Porto. Porquê. Eram especiais de quê? Ressuscitaram processos de forma infundamentada que nem chegaram a julgamento"

29 janeiro, 2012

Se os media andam a dormir, nós não andamos!



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 Totoloto
Sorteio: 008/2012 - Sábado Data do sorteio: 28/01/2012
Chave:1528333642+2Ordem Saída:1536423328+2
PrémioAcertosNúmero de vencedoresValor
1.º Prémio5 Números + Nº da Sorte0(1)
2.º Prémio5 Números0(2)
3.º Prémio4 Números165€ 476,90 
4.º Prémio3 Números6.857€ 6,37 
5.º Prémio2 Números107.408€ 2,44 
Nº da SorteNº da Sorte88.382Reembolso do valor da aposta de Totoloto
Estatísticas
Nº de Bilhetes/Matrizes665.761
Nº de Apostas1.962.554
Receita ilíquida apostas€ 1.766.298,60
Montante para prémios€ 874.317,81
(1) Previsão 1º Prémio c / Jackpot€ 2.900.000,00
Observações
(2) Nos termos do Regulamento, o montante do 2º prémio acresce ao montante do 3º prémio.


Ainda espero da Santa Casa da Misericórdia uma resposta clara e transparente, sobre as dúvidas que aqui tenho levantado e lhe tenho comunicado. Na prática, o que conta são os resultados, e os resultados, neste novo ciclo de concursos [que se prevê longo], continuam a dar-me razão: não há prémios, e sem premiados, [com o 1º. prémio], não vale a pena mesmo jogar. No sorteio de ontem, inclusivé, também não houve apostas premiadas com o 2º. prémio... 


Tirem as vossas próprias ilações e passem-nas a amigos e familiares que costumem desperdiçar dinheiro neste jogo.

27 janeiro, 2012

O Estado caloteiro


Sem grande dificuldade, seria possível encher o espaço desta crónica com números que atestam uma das maiores vergonhas da nossa República - os calotes que o Estado prega, ao mesmo tempo que, sem corar, apregoa ser uma pessoa de bem. Como esse seria um exercício aborrecido para o leitor, a introdução deste texto pode resumir-se usando palavras de Miguel Cadilhe: "Um Estado 'caloteiro' é absolutamente condenável do ponto de vista da ética da República, envergonha-nos a todos. Mas em tempos de crise isso ganha uma outra gravidade do ponto de vista da economia", disse o ex-ministro das Finanças ao JN (ver edição de ontem).

É difícil contrariar a opinião de Cadilhe. Mas é fácil acrescentar-lhe outra "gravidade": aquela que afecta os trabalhadores e respectivas famílias. É ver, na mesma edição deste jornal, o caso da PMH. A empresa fornece material hospitalar a todos os hospitais públicos. Tem 900 funcionários: 560 em Samora Correia e 340 em Penafiel. Está à beira de mandar os trabalhadores para casa, porque o Estado lhe deve 8 milhões de euros. Quer dizer: como o Estado não é pessoa de bem, arrisca-se a ter quase mais um milhar de portugueses a engrossar as já volumosas listas do desemprego.
O exemplo é grave, se pensarmos no número de famílias que podem ser afectadas (muitos dos companheiros das funcionárias da PMH estão igualmente sem trabalho). Mas é apenas uma pequenina ponta (com o devido respeito pelos eventuais afectados) de um dos tremendos icebergues que gelam a nossa economia.

As causas primeiras deste estado de coisas são tributárias de um modo de vida muito português: aquele que se agarra ao facilitismo, ao laxismo e ao chico-espertismo para escapar por entre os pingos da chuva. Que atire a primeira pedra aquele que, perante uma exigência do Estado, não procurou ziguezaguear para tentar escapar à dita cuja.

Verdade: os portugueses têm suficientes razões de queixa do Estado para procurar vingança. Verdade: o Estado arranca-nos o couro e o cabelo sem sequer pedir licença. Verdade: as coisas vão piorar antes de melhorar. Desconfio, no entanto, que mesmo quando melhorarem, as coisas, estas coisas dos calotes, manter-se-ão mais ou menos como estão.

Estamos a falar de um terrível círculo vicioso em que (quase) ninguém paga o que deve a tempo e horas. O Estado não paga às câmaras, que por sua vez não pagam às empresas, que por sua vez não pagam ao Fisco, à Segurança Social e aos trabalhadores, que por sua vez não pagam impostos e somam despesa... E por aí fora até à asfixia do sistema. Numa economia sem liquidez como a nossa, esta é a verdadeira morte do artista. Até porque, mesmo quando o nó parece desbloquear-se, aparece sempre um burocrata a pedir mais um papel que faz o processo voltar ao início. Faz lembrar aqueles jogos em que o traiçoeiro dado nos atira para uma casa cuja penalização é regressar ao início. Sucede que, nos jogos, temos tempo e a coisa é a brincar. Na vida real, não temos tempo e a coisa é a sério.
Regresso a Miguel Cadilhe: "O Estado agrava a crise, em vez de a moderar".

[do JN]

26 janeiro, 2012

O pobre Cavaco...

O regresso da Velha Senhora




A Antena 1 acabou com a rubrica de opinião "Este Tempo" após, numa crónica de Pedro Rosa Mendes, aí ter sido criticado o servilismo do Governo face ao regime corrupto de Luanda e o tipo de jornalismo que, pago a peso de oiro com dinheiros públicos, sabuja, sob o diáfano manto da "informação", cada poder do momento.

A decisão recorda-me episódios idênticos vividos no JN antes de 1974. Um em que uma crónica de Olga Vasconcelos sobre Indira Ghandi, filha de Nehru (que ordenara a invasão da "Índia Portuguesa"), levou à ordem de encerramento da rubrica onde fora publicada; e um outro que pôs fim ao Suplemento Literário dirigido por Nuno Teixeira Neves por aí não ter sido devidamente louvado um medíocre romance do escritor do regime Joaquim Paço d'Arcos. Os dois jornalistas só não foram despedidos porque tiveram o apoio do então director Pacheco de Miranda e, no primeiro caso, também do chefe de Redacção Costa Carvalho.

As personagens são agora outras, ou as mesmas com outros nomes, mas as semelhanças são inquietantes (só não há na Antena 1 Pachecos de Miranda nem Costas Carvalhos). E vivemos, diz-se, em democracia, regime em que a Velha Senhora, a Censura, não tem, diz-se, lugar.

Mas por algum motivo 64,6% dos portugueses estão hoje, segundo o "Barómetro da Qualidade da Democracia" apresentado há dias, insatisfeitos com a democracia que temos, quando em 1999 mais de 80% a consideravam "boa" ou "muito boa".

A tendência do Totoloto é [de novo] acumular jackpots sem dar o prémio principal


 Consultar Sorteios
 
 Totoloto
Sorteio: 007/2012 - Quarta-Feira Data do sorteio: 25/01/2012
Chave:89152943+13Ordem Saída:29439815+13
PrémioAcertosNúmero de vencedoresValor
1.º Prémio5 Números + Nº da Sorte0(1)
2.º Prémio5 Números1€ 26.710,41 
3.º Prémio4 Números134€ 249,16 
4.º Prémio3 Números6.346€ 5,26 
5.º Prémio2 Números88.317€ 2,26 
Nº da SorteNº da Sorte139.872Reembolso do valor da aposta de Totoloto
Estatísticas
Nº de Bilhetes/Matrizes540.172
Nº de Apostas1.498.901
Receita ilíquida apostas€ 1.349.010,90
Montante para prémios€ 667.760,40
(1) Previsão 1º Prémio c / Jackpot€ 2.600.000,00



Recebi resposta da SCMisericórdia [em baixo] ao meu último e-mail, e como poderão constatar, continuam sem dar respostas concretas às questões que tenho colocado. Que esta situação é prejudicial ao apostador e altamente vantajosa para a Santa Casa, parece não haver a mínima dúvida.


Caro Apostador,


Agradecemos, desde já, o seu e-mail, o qual mereceu a nossa melhor atenção.
Relativamente à questão que nos colocou, vimos por este meio informar que, que tomamos devida nota das suas sugestões. Para nós são importantes os contributos de todos os nossos jogadores, porque só com este tipo de “feed-back” podemos trabalhar para uma melhoria constante da prestação dos nossos serviços.
Estamos disponíveis para qualquer esclarecimento adicional através da Linha Directa Jogos, 808 20 33 77 das 8h às 24h todos os dias da semana.

Boa sorte onde quer que esteja.

Stephanie Martins

Jogos Santa Casa

25 janeiro, 2012

Eusébio...e os oportunistas da capital do império

Eusébio
Para quem, como eu, teve oportunidade de ver Eusébio jogar e até congratular-se com os dois únicos êxitos europeus do clube que representou, por nessa altura me encontrar fora do país, não precisa - como tentam fazer certos fundamentalistas benfiquistas que nem sequer o viram dar um chuto -, de o meter à força pelos olhos e ouvidos do povo.

Eusébio não carece da hiper-propaganda centralista para ver reconhecido o seu valor, porque ela já foi sobejamente vendida. Nem tão pouco de enaltecer a sua qualidade enquanto futebolista, ou a sua dignidade, enquanto Homem. Bem pelo contrário. Ao querer impingir Eusébio ao país, de forma sensacionalista, como se fosse um ícone nacional, o centralismo mediático pode até estar a manchar a imagem do jogador. Sendo eu portista, como é público, digo aqui, sem sofismas, que admiro e gosto de Eusébio, sobretudo pela sua simplicidade, tão diferente do clube que representou, arrogante e desrespeitador...

Por isso, gostar e admirar Eusébio, não deve, nem pode ser confundido com o clube onde jogou e mostrou a sua grande qualidade. É que o centralismo, ao pretender elevar Eusébio à condição divina de património nacional, está a aproveitar o seu 70º aniversário para, através do homem glorificar o Benfica, tentando ofuscar o valor de jogadores igualmente talentosos de outros clubes.

Enquanto português, endereço os meus parabéns pessoais sinceros a Eusébio, porque não sendo ele português de origem [é Moçambicano], à época era cidadão do império colonial, podendo assim representar o país na selecção nacional.

Parabéns pessoais, foi o que atrás escrevi... Porque, ao Benfica e àquilo que esse clube representa, antes e depois do 25 Abril/74, não desejo nada de bom. Goste-se ou não, o Benfica como clube, simboliza o centralismo crónico e discriminatório de que o resto do país e o Norte em particular, tem vindo a ser vítima. A esse símbolo, desejo justamente o mesmo que o doente deseja ao mal de que padece: que morra no inferno. E se for no da Luz, tanto melhor.

Agora, leiam isto:

Já imaginaram a quantidade de programas ditos desportivos e de "verdade desportiva" se produziam nos vários canais das televisões e dos jornais centralistas, se em vez do Eusébio, fosse um jogador do FCPorto a fazer as mesmas declarações? Já? Vá lá, não é preciso queimar os neurónios...Você já sabe.

Não, não serei eu quem vai seguir o exemplo da má-língua e da sacanice lisbonária e começar a malhar nas palavras que Eusébio, na sua ingenuidade característica de homem simples proferiu há muito tempo. Mas, só de imaginar a bagunça, os processos e as ameaças que por aí andariam se o mesmo se passasse com alguém ligado ao FCPorto, dá-me vontade de os esganar...

"Coragem", dizem eles

 


Se há palavra hoje abastardada é a palavra "coragem". De um eleito que faz o contrário do que prometeu dizem os apaniguados que é "corajoso", apesar de um dos sinónimos mais nobres de "coragem" ser "constância"; o mesmo ou outro eleito conformam servilmente e obedientemente as suas politicas a ditames externos, e isso é "coragem" e não cobardia; medidas de austeridade impostas aos mais pobres e vulneráveis são "corajosas"; o destempero de uma velha política, agora dita "senadora", contra o direito à saúde dos mais idosos é um "acto de coragem"; um presidente titubeante que assina, sem pestanejar, o que lhe põem à frente e tolera a subversão de valores e direitos que jurou defender é, também ele, "corajoso".

"Coragem" chegou ao português vindo do francês"courage" que, por sua vez, deriva de "coeur", "coração", em cujas cavernas habitam, na generalidade das culturas, não só a inteligência e a sabedoria como a própria divindade, além de "disposições interiores" como a constância, o ânimo ou a rectidão, em oposição ao que é traição, pusilanimidade e fraqueza e pequenez de carácter .

Assim, "corajosos" são hoje os que, humilhados e ofendidos, sobrevivem sem ceder à tentação da servidão; os que não traem por um prato de lentilhas ou uma assessoria; e todos aqueles (jornalistas, magistrados, funcionários, cidadãos em geral) que, em tempos de debandada moral, teimam, apesar de tudo, em manter-se inteiros.

Nota de RoP: 
Se o leitor é pessoa bem formada, e livre de amarras partidárias, diga lá se o que Manuel António Pina aqui escreve sobre a ideia que os políticos hoje têm da "coragem", não é exactamente assim. Eles invertem e pervertem tudo, o carácter dos Homens e das palavras! Como é  possível haver quem vote nesta gente e queira com ela mudar o país? Como?

24 janeiro, 2012

Resposta de Renovar o Porto à Santa Casa da Misericórdia

Cara Stephanie Martins,

Retribuindo os agradecimentos que me dirigiu, passo a responder ao seu e-mail.

O facto de me informar que «todos os jogos sociais do Estado são submetidos a estudos de viabilidade e de mercado», não me dá garantias, enquanto eventual jogador, de valer a pena jogar no Totoloto. O que quero dizer simplesmente, é que, pesado o lado aleatório, e as dificuldades próprias dos jogos de sorte, este novo sistema de 49 algarismos do Totoloto [5 algarismos + 1(da sorte), para o 1º.], reduz drasticamente as possibilidades de acerto no 1º. prémio, e até no 2º., como é patente dos resultados de sucessivos concursos [33 concursos consecutivos com Jackpot, e 13 sem 2ºs prémios!]. O que é estranho, dado que quando os números iam de 1 a 45, era frequente haver totalistas, e mais do que um, muitas vezes. O que significa que a alteração só veio prejudicar os apostadores. Comparativamente com o Euromilhões, e apesar do universo de apostadores ser maior que o do Totoloto, é mais "frequente" encontrar totalistas no Euromilhões. Acresce, que os prémios do Totoloto não são atractivos na relação «probabilidade /preço/valor do prémio», pelo menos é essa a minha conclusão.

Poderá também confirmar - relendo o meu mail anterior -, a sugestão que fiz não reclamava a identificação dos premiados, como se infere da sua resposta, mas sim a localização e divulgação dos futuros premiados. Como concordará, isso é feito frequentemente com o Euromilhões quando há apostadores premiados em Portugal e até no estrangeiro. Daí, continuar a estranhar que a Santa Casa da Misericórdia não se disponibilize naturalmente a fazer o mesmo. Isso, não só teria o efeito de consolidar a confiança dos apostadores, como também poderia aumentar o seu número.

Pela minha parte, enquanto a frequência de premiados for a que se tem verificado,  não volto a jogar no Totoloto. Mas, claro, a decisão de manter, ou não, as coisas neste pé, é vossa.

Com os melhores cumprimentos,
Rui Valente 

----- Original Message -----

Totoloto . A resposta é ambígua,não convence...

Da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa, e a propósito do deserto de primeiros prémios  do Totoloto, recebi hoje resposta ao e-mail que tinha enviado e aqui publiquei. Leiam e tirem as vossas próprias conclusões.
RV


Caro Apostador,
Agradecemos desde já o seu contacto, o qual mereceu a nossa melhor atenção.

Relativamente às considerações que nos transmitiu sobre as alterações ao Totoloto, em vigor desde 13 de Março de 2011, informamos que todos os jogos sociais do Estado são submetidos a estudos de viabilidade e de mercado cujos indicadores servem de base à sua definição. Neles constam as probabilidades associadas às diferentes categorias de prémios, no entanto, e serem apenas probabilidades, não garantem níveis de frequência e valor dos prémios atribuídos; consequência da dinâmica e imprevisibilidade que revestem este tipo de jogo.

Quanto às restantes recomendações que apresenta, o DJSCML tem o dever de proteger a identidade dos premiados, não fornecendo quaisquer informações que contribuam para os identificar/localizar, exceto quando exista uma autorização expressa dos mesmos ou quando o teor da informação veiculada não ponha em causa o seu anonimato.

Estamos disponíveis para qualquer esclarecimento adicional através da Linha Direta Jogos, 808 20 33 77 das 8h às 24h todos os dias da semana.

Boa sorte onde quer que esteja.

Stephanie Martins



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23 janeiro, 2012

O provedor da mediocridade

Cavaco Silva
Cada vez que abre a boca, Cavaco destrói por completo o ar altivo de falsa elevação que tantas horas de treino lhe custou. 

Cavaco é o espelho do país, decadente e desequilibrado. Um Presidente casual, como casuais são a maioria dos políticos do nosso país. Mas ele lá está, na Presidência da República. Que desgosto...

Mas, tal como com Sócrates e Passos Coelho, tenho muita honra em nunca ter votado nele. Ao contrário de Cavaco, que raramente se engana, eu procuro não me enganar, e engano-me às vezes. Nunca me enganei foi em relação a Cavaco.

22 janeiro, 2012

Pinto da Costa no Conselho Editorial do JN

Entre outras figuras públicas do Norte, como Rui Moreira e Manuel Serrão, Pinto da Costa foi convidado pelo Jornal de Notícias. Ver vídeo, aqui.

Totoloto, e a aldrabice continua...


 Consultar Sorteios
 
 Totoloto
Sorteio: 006/2012 - Sábado Data do sorteio: 21/01/2012
Chave:1723242747+10Ordem Saída:2317242747+10
PrémioAcertosNúmero de vencedoresValor
1.º Prémio5 Números + Nº da Sorte0(1)
2.º Prémio5 Números0(2)
3.º Prémio4 Números225€ 356,99 
4.º Prémio3 Números13.105€ 3,40 
5.º Prémio2 Números160.625€ 1,66 
Nº da SorteNº da Sorte117.208Reembolso do valor da aposta de Totoloto
Estatísticas
Nº de Bilhetes/Matrizes675.467
Nº de Apostas2.003.359
Receita ilíquida apostas€ 1.803.023,10
Montante para prémios€ 892.496,43