O Arquitecto Gomes Fernandes, ex-vereador da Câmara Municipal do Porto, incomodado com a notícia da transferência do programa Praça da Alegria para a sempre "amiga" capital, termina a sua coluna de hoje no JN, desta maneira: " Falta uma Voz que seja a síntese de muitas vontades e bastantes 'raivas acumuladas' pelo desprezo com que aqueles que nos governam e seus acólitos a partir de Lisboa, têm demonstrado pelo Norte e sua cabeça, a Invicta e Honrada cidade do Porto. Convenhamos que isto é demais, está a passar das marcas e tem de acontecer o tal 'espirro' que faça 'estremecer' Lisboa».
Na rúbrica de opinião do mesmo jornal, Jorge Fiel chamava intrujão ao Governo por este não ter honrado a palavra do anterior Secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, que tinha garantido que o corte ao financiamento público à Casa da Música seria de 20% , e não de 30%, como agora parece ter sido decidido. Logo abaixo na mesma página, é Daniel Deusdado quem arrasa de alto a baixo o actual Governo, alargando as críticas ao acervo de discriminações negativas com que o centralismo tem brindado o Porto, e todo o Norte de um modo geral.
Eu próprio estou cansado de criticar duramente o racismo político usado contra a nossa cidade e região, tanto pelo governo de Sócrates, como pelo de Passos Coelho, e não sinto que essa liberdade democrática tenha surtido qualquer efeito prático para alterar a situação. Todos estamos cansados de ser mal tratados, que é uma condição muito mais grave e abrangente do que sermos simplesmente mal governados.
Fala muito bem o arquitecto Gomes Fernandes, quando reclama dos nortenhos uma reacção mais forte, capaz de fazer estremecer Lisboa. Eu subscrevo a vontade. Mas para que isso aconteça, teria de haver outro tipo de comportamento. Devíamos começar por não dar ouvidos àqueles que, apesar de reconhecerem a gravidade da situação, não deixam de nos aconselhar a manter a mesma brandura cívica, alegando que substituir agora o governo não iria resolver nada, profetizando todo o tipo de calamidades e desgraças se tal acontecesse, mas por outro lado esquecendo de dizer o que acontecerá aos governantes caso os fracassos se repitam, e nos deixem daqui a uns tempos numa situação ainda mais insustentável que a actual.
É preciso interpretar correctamente a actuação dos governantes, porque isso não pode resumir-se candidamente a questões de competência ou incompetência. E estes governantes, não são apenas incompetentes, são potenciais criminosos, e para os criminosos que andam à solta, é preciso fazer duas coisas: primeiro prendê-los, e depois julgá-los num tribunal constituído pelos juízes mais reputados que o país ainda conservar.
Eu próprio estou cansado de criticar duramente o racismo político usado contra a nossa cidade e região, tanto pelo governo de Sócrates, como pelo de Passos Coelho, e não sinto que essa liberdade democrática tenha surtido qualquer efeito prático para alterar a situação. Todos estamos cansados de ser mal tratados, que é uma condição muito mais grave e abrangente do que sermos simplesmente mal governados.
Fala muito bem o arquitecto Gomes Fernandes, quando reclama dos nortenhos uma reacção mais forte, capaz de fazer estremecer Lisboa. Eu subscrevo a vontade. Mas para que isso aconteça, teria de haver outro tipo de comportamento. Devíamos começar por não dar ouvidos àqueles que, apesar de reconhecerem a gravidade da situação, não deixam de nos aconselhar a manter a mesma brandura cívica, alegando que substituir agora o governo não iria resolver nada, profetizando todo o tipo de calamidades e desgraças se tal acontecesse, mas por outro lado esquecendo de dizer o que acontecerá aos governantes caso os fracassos se repitam, e nos deixem daqui a uns tempos numa situação ainda mais insustentável que a actual.
É preciso interpretar correctamente a actuação dos governantes, porque isso não pode resumir-se candidamente a questões de competência ou incompetência. E estes governantes, não são apenas incompetentes, são potenciais criminosos, e para os criminosos que andam à solta, é preciso fazer duas coisas: primeiro prendê-los, e depois julgá-los num tribunal constituído pelos juízes mais reputados que o país ainda conservar.