21 setembro, 2016

Portistas, os adeptos mais tolerantes do mundo. Até quando?


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Acho curioso, e ao mesmo tempo dramático, ler os comentários de muitos portistas àcerca da situação actual do FCPorto. Curioso, porque finalmente começam a perceber que as coisas já não são como eram há três anos a esta parte e que o timoneiro-mor do clube desistiu activamente do seu cargo, embora continue a ser pago para tal. Dramático, porque nem essa evidência pontuada por um tremendo silêncio, para dentro, e sobretudo para fora do clube, e por um deplorável (para mim) desdém com os sentimentos dos adeptos, parece bastar para entenderem que só a ele, e apenas a ele, devem ser atribuídas responsabilidades por tudo o que se está a passar. Ele é o Presidente, está no topo da hierarquia, logo é a ele, prioritariamente a ele, que os sócios e portistas em geral devem pedir explicações.

Ora, quando leio comentários com propostas relacionadas com a qualidade do plantel, que o "Presidente" devia ir buscar o treinador A, e os jogadores B, C e D, posso compreender o desespero dos adeptos porque (como eu) se habituaram a ver em Pinto da Costa um líder pro-activo e competente, mas já é tempo de cair na realidade e olhar para os problemas conforme eles são agora, e não esperar que tudo volte a ser o que foi, com os mesmos protagonistas. Os problemas de agora, já não são de ontem, vão - por este andar - para os 4 anos...

Não é fácil, nada fácil mesmo, para os portistas, atalharem caminho para resolverem este grande problema que Pinto da Costa, em má hora, e ainda em vida, nos legou de herança e sem deixar testamento. Foram muitos os anos a confiar neste homem, e com toda a justiça, reconheça-se. Se os mandatos de Pinto da Costa foram tão brilhantemente geridos, desportiva e financeiramente, por que haveriam os portistas de desconfiar? Pois é, mas como diz o ditado, no melhor pano cai a nódoa. O tempo da desconfiança começou há 3 anos atrás, foi tempo demais para digerir. Está digerido, já chega. É chegado o tempo de procurar outro "pano". Procurar com muito cuidado.

Caberá aos sócios escolherem o próximo candidato ao lugar ainda ocupado por Pinto da Costa. Sem se deixarem influenciar por propostas mirabulantes do primeiro que se perfilar, porque como sabem o lugar é altamente sedutor. Para já, os hipotéticos candidatos estarão todos em modo de espera, a ver como acaba este estranho princípio de Peter do Presidente, mas eles vão aparecer concerteza.  Antes porém, será necessário  convocar reuniões pedindo esclarecimentos sobre a situação actual do clube e colocar na ordem do dia novas eleições.

O presidente foi reeleito faz pouco tempo, tem um novo mandato para cumprir, só que a avaliar pelas aparencias ainda não percebeu que esta foi talvez a derradeira oportunidade facultada pelos sócios para se redimir dos erros cometidos nos últimos anos. Se Pinto da Costa continuar a optar por espremer até à última gota a boa fé e a paciência dos sócios mais tolerantes, sem dar nada em troca, vai comprovar a muitos que afinal não era (ou já não é) o homem astuto que todos imaginávamos. E, a gracinha pode virar-se contra ele da forma mais inesperada.

Excerto do manifesto Anti-Dantas

PORTUGAL QUE COM TODOS ESTES SENHORES, CONSEGUIU A CLASSIFICAÇÃO DO PAIZ MAIS ATRAZADO DA EUROPA E DE TODO O MUNDO! O PAIZ MAIS SELVAGEM DE TODAS AS ÁFRICAS! O EXILIO DOS DEGRADADOS E DOS INDIFERENTES! A AFRICA RECLUSA DOS EUROPEUS! O ENTULHO DAS DESVANTAGENS E DOS SOBEJOS! 

PORTUGAL INTEIRO HA-DE ABRIR OS OLHOS UM DIA - SE É QUE A SUA CEGUEIRA NÃO É INCURÁVEL E ENTÃO GRITARÁ COMMIGO, A MEU LADO, A NECESSIDADE QUE PORTUGAL TEM DE SER QUALQUER COISA DE ASSEIADO!

Almada Negreiros

Nota de RoP:

Numa primeira leitura, o texto parece excessivo e desajustado no tempo. Mas, olhemos bem para a Europa, unitária e não unitária, e vejamos na classificação geral, contada de trás para a frente, se não estaremos muito perto de um lugar no podium.

No pensamento de Almada Negreiros, há até uma réstea de optimismo , quando diz que "Portugal há-de um dia abrir os olhos". Eu já cheguei à conclusão que a cegueira de Portugal não tem mesmo cura. Serei mesmo um pessimista? Como poderei sabê-lo se nem eu nem o Mundo são eternos?

19 setembro, 2016

Rui Sá quer a Câmara do Porto, ou estará apaixonado?

Há uns dias atrás referi aqui  observação pouco simpática acerca do ex-vereador da Câmara do Porto, Rui Sá. O motivo da observação resultou do modo quase obcessivo como Rui Sá vem seleccionando o alvo dos seus artigos semanais do Jornal de Notícias:

o actual Presidente da Câmara, Rui Moreira. 

Nalguns desses artigos Rui Sá até poderá ter tido alguma razão, mas é tanta a insistência em atacar o autarca portuense que acabou por esvaziar-lhes o sentido, e a credibildade. Hoje, volta à carga, como se não tivesse outros temas para falar, senão em Rui Moreira. Da regionalização, por exemplo. É curioso como a questão da Regionalização parece incomodar tanto os políticos de todos os partidos, incluindo os de esquerda. Rui Sá, parece dar-se bem com o centralismo, já que tão raras vezes escreve sobre o assunto.  

É lamentável que Rui Sá para malhar no Presidente da Câmara, para não lhe reconhecer as coisas positivas (que as tem) tanto se empenhe em isolá-las do cravo de Rui Moreira e tão grosseiramente.

Afinal, o malogrado vereador da cultura Paulo Cunha e Silva foi também escolhido por vontade de Rui Moreira, não será assim? Por que raio é que ele tem de vir agora falar do Sporting? Será para ver se provoca anti-corpos aos portuenses contra Moreira? E ele? Será portista? Que eu saiba, é benfiquista, e isso não é propriamente um orgulho para os verdadeiros portuenses.


Rui Moreira agora é do Sporting?

Poderão alguns leitores ficar chocados com a pergunta. É que, de clube, não se muda! Mas, de facto, a atuação de Rui Moreira à frente da Câmara Municipal do Porto faz-me recordar o Sporting - que não o seu presidente, evidentemente... Então, porquê? Porque os adeptos deste clube são conhecidos pela expressão "para o ano é que é!". E Rui Moreira, na Câmara Municipal do Porto, também passou a ser conhecido por "para o próximo mandato é que é!"...

Poderão considerar que estou a ser injusto, dada a imagem positiva que Rui Moreira tem. Mas, analisando com pormenor, constatamos que essa imagem resulta, principalmente, das suas caraterísticas pessoais (ainda por cima em comparação com as do seu antecessor, sempre zangado com tudo e com todos). A que se alia uma imagem em alta do Porto, situação que deriva do crescimento turístico e das iniciativas de animação que devem muito ao talento do tragicamente desaparecido vereador Paulo Cunha e Silva. Mas, infelizmente, essa imagem não se corporiza em investimentos na cidade, sendo que estes não se fazem ou vão sendo repetidamente anunciados, mas... para o próximo mandato!

Para que não me acusem, mais uma vez, de estar a ser injusto, analisarei, apenas, aquelas que Rui Moreira apresentou, pomposamente, como 22 "Ideias para Ganhar e para Cumprir". E aqui a porca torce o rabo porque podem ser ideias que serviram para ganhar as eleições, mas que, objetivamente, não foram cumpridas.... Vejamos, face à limitação do espaço, algumas. "Construir um Centro de Congressos no Palácio de Cristal": nada feito, com processos em tribunais. "Criação de um Polo Logístico em Campanhã, no edifício do antigo matadouro": projeto apresentado, mas nenhuma obra efetuada. "Reabilitar o Mercado do Bolhão no prazo de um ano": Já passaram três anos e, agora, aponta-se para 2019. "Reabilitar e expandir a Biblioteca Municipal do Porto em S. Lázaro": nada feito. "Recuperar e construir novas instalações desportivas espalhadas pela cidade": não se veem. "Devolver os guardas-noturnos à cidade": nem um. "Criar um interface rodoviário em Campanhã": obras nem vê-las.

É que apresentar projetos e anunciar obras não significa realizar obras... Naturalmente que há coisas que foram feitas e algumas bem feitas. Mas, se há traço que carateriza este mandato autárquico, é o da incapacidade da Câmara em conseguir concretizar investimentos, sendo que o problema não é falta de dinheiro, dado que os cofres municipais estão recheados!

(Rui Sá/JN)




18 setembro, 2016

Bem, empatar com o último classificado não é caso maior...



...presumo que é assim que o senhor Pinto da Costa da Era do Silêncio, estará a reagir à perda de mais dois pontos, agora com o Tondela, esse potento de fair-play e futebol do nosso imaculado campeonato. 

O problema é que o FCPorto não jogou melhor. Dois remates na 1ª parte, se tanto, à baliza do adversário, explicam a ausência de golos. Na segunda parte, mais uma vez, foi nos últimos minutos que o ritmo de jogo acelerou um bocadinho, mas com um André Silva perdulário, que sem força nas pernas nem capacidade para aguentar o choque não vai a lado nenhum.

Nuno E. Santo resolveu improvisar novamente. Colocou Ruben Neves retirando o Danilo que tem dado garantias nos últimos jogos. Lançou Brahimi, um jogador que esteve até há poucos dias na iminência de sair do clube, portanto, sem qualquer entrosamento com os colegas e que, quanto a mim retira profundidade ao ataque portista. O resultado foi o que se viu.

A equipa continua lenta, sem saber pressionar alto, deixando todo o espaço aos adversários. Não aprendeu nada com o jogo anterior, pelos vistos. Não contempla o contra-ataque rápido quando tem oportunidade para isso, o que reduz as possibilidades de ultrapassar defesas muitos fechadas.

Enfim, tudo parece voltar aos tristes tempos da tremideira e da banalidade técnico-táctica. 

A cereja no tôpo de bôlo, mais uma vez, não faltou: a arbitragem. Permissiva e cumplíce com as entradas violentas, sem qualquer repreensão aos jogadores do Tondela, que sabendo do que a casa gasta (leia-se, país), usou e abusou da vigarice para ganhar tempo. Mas essa, é uma cereja que tem um responsável por falta de comparência: chama-se Pinto da Costa.


17 setembro, 2016

Que futuro para o FCPorto?

Quando o presidente do FCPorto afirma que não lê blogues, em sintonia com Júlio Magalhães (que já o disse a mim mesmo depois de lhe ter dirigido uma carta), pergunto-me, o que é que ambos costumam fazer para avaliar o feedback dos adeptos e das audiências televisivas? A resposta, não me parece difícil de intuir, embora gostasse de a conhecer pela voz dos protagonistas, para ter uma ideia cabal do que cada um pensa das respectivas responsabilidades, se é que pensam alguma coisa. Como nem um, nem outro, dão quaisquer explicações sobre a opção do silêncio, só nos resta especular, o que não creio ser a melhor solução.

Seja como fôr, fazer este tipo de declarações, é de per si, uma manifestação de enorme arrogância, e de alheamento com a realidade dos novos tempos, incompatível com o produto que ambos, cada um na sua área, deviam procurar vender. Hostilizar o mercado, que somos todos nós, é hostilizar o negócio. Assim sendo, no dia em que a altivez se virar contra eles, estarão esgotadas todas as desculpas e a tolerância também. 

O FCPorto,  particularmente os seus administradores, possuem hoje responsabilidades acrescidas em relação ao passado. Tendo optado pela compra do Porto Canal, e por uma política editorial mista (generalista e desportiva), o empenho pela sua rentabilidade devia ser explícito e rigoroso, até pelos altos custos de manutenção que um negócio de televisão sempre implica. Uma vez decidida a parceria FCPorto/Porto Canal, deviam caminhar juntos e sempre bem sintonizados num projecto comum. Ora, não é isso que acontece. Quando vemos os noticiários generalistas do Porto Canal passarem imagens (e pareceres) sobre os clubes rivais, muito semelhantes aos canais generalistas de Lisboa, enaltecendo jogadores e promovendo esses clubes, quando eles tudo fazem para nos ignorar, ou então para nos desvalorizar, é impossível acreditar na existência de uma estratégia séria ou de um projecto patilhado. É uma aberração, um flop anedótico.     

No Porto Canal não há liberdade de opinião. Por mais que me queiram convencer do contrário, os comentadores e jornalistas que habitualmente intervêm nos programas desportivos não se sentem completamente à vontade para dizer o que pensam. O próprio Bernardino Barros, que na minha opinião é o único que vai dando alguns sinais de inconformismo com o que se está a passar no FCPorto, só vai até onde acha que pode ir, porque seguramente não se sente apoiado por quem manda. Ali, todos têm medo de ir longe demais com as palavras, mesmo sentindo vontade de o fazer. Compreendo isto (tento pelo menos), mas no lugar deles faria o que a minha consciência me mandasse. Se insinuassem sequer que a lei da rolha era a filosofia da casa, despedia-me, mas punha a boca no trombone.

O problema do FCPorto de agora já foi  definido por mim há largos mêses: está no Presidente e naqueles que o rodeiam. É um facto, não vale a pena manter duvidas. O outro, consiste apenas - mas cada vez com menor intensidade - na "hibernação" dos associados com a gestão do clube, fruto de uma longa carreira de sucessos nas mãos de Pinto da Costa. Muitos (cada vez menos, note-se), ainda se acanham de o criticar, porque  lhes resta um pouco de respeito. Continuando expectantes a ver o clube ser humilhado por árbitros, pelos media de Lisboa e com a (quase) cumplicidade do Porto Canal e do próprio Presidente Pinto da Costa, vão acabar por expulsá-lo do clube, e essa seria a pior forma de resolver o problema.

Nota:
Por mais que tentem negá-lo, o Porto Canal não tem surpervisão, tudo é feito com o maior amadorismo. Há coisa de meia-hora amunciava o próximo jogo do FCPorto da seguinte forma:


          FC Porto  F.C.PORTO  TondelaTONDELA


16 setembro, 2016

Uma bomba sobre o Porto. Já!

(Recorte do JN de hoje)

A Bloomberg é uma agência americana de informação de mercados financeiros atenta ao que acontece no mundo. Não tem sede no Porto, nem é liderada por nenhum tripeiro. Não consta portanto que a notícia tenha sido inventada por portuenses, logo  não pode nem deve inspirar suspeitas, nem ciumeira...

Para os alfacinhas, imagino, uma nova destas é uma autêntica heresia. Ou então, anda aqui a mãozinha matreira de Pinto da Costa (do antigo)...


PS
É impressionante! Se o que acabei de citar fosse a chave do Euromilhões, já estava rico! Afinal eles têm mesmo ciúmes do Porto. 

Não é que a nossa querida RTP veio logo confirmar as minhas suspeitas? Antes que a notícia sobre o Porto "aquecesse" tratou de fechar o Jornal da Tarde com uma grande reportagem de moda em Lisboa, sem esquecer de referir que a capital é que está na moda

Sobre o Porto, nem uma sílaba! São uns amores.



15 setembro, 2016

Acabem com esse vício de pôr as mãos na cabeça! Chutem mais, porra!


Detesto estes gestos, são sempre maus sinais
Não gosto de analisar os jogos do FCPorto sob o ponto de vista táctico. A táctica pode variar em função de cada jogo e da equipa adversária. É área do domínio exclusivo dos treinadores que a mim, enquanto espectador, não me entusiasma muito, embora seja naturalmente importante. Já a técnica individual e colectiva dos jogadores  e os seus movimentos, são uma área relativamente simples de avaliar por qualquer amador, dado aí residir a essência do espectáculo de futebol. 

Talvez seja por isso que prefiro o futebol prático e directo dos nórdicos, talvez tenha sido isso que me deixou pouco confortável com o tempo infinito que o FCPorto levou para marcar o 2º. golo que acabou por não acontecer e que daria à equipa outra tranquilidade na partida e uma margem de manobra maior para encarar o jogo com Leicester, em Inglaterra.

Depois, começa a ser fastidioso para mim (e talvez para muitos adeptos), dar sempre o benefício da dúvida aos treinadores novos em início de época, ora porque ainda não conhece bem os jogadores, ora porque estes não o conhecem a ele, nem o tipo de jogo que pretende implantar. É que foi com esta angustiante tolerância que acabamos o campeonato passado a jogar pior do que começamos, quando esperávamos exactamente o contrário. Se juntarmos a isso a total indiferença do Presidente pelo que andamos a passar há 3 anos para cá, e do que ele próprio precisava de fazer e não fez, que era defender com unhas e dentes o clube, a mistura é insuportável.

Uma coisa reconheço, para já, em Nuno Espírito Santo: ele mudou em pouco tempo (não totalmente é certo), aquela coisa chata e pastosa do passe para trás e para o lado que nem Peseiro teve talento para mudar. Mesmo assim, há coisas que não se percebem e que só os próprios treinadores saberão responder. Por exemplo, por que é que uma equipa a jogar em casa, a precisar de ganhar, teoricamente mais forte que o adversário, com o jogo empatado e com tempo suficiente para dar a volta, não consegue imprimir mais velocidade e objectividade ao jogo? Por que é que passam a bola devagar, devagarinho, sem intensidade, deixando avançar os ponteiros do relógio a um ritmo que só interessa ao adversário? Ok, foram os jogadores que decidiram assim. Então, qual é o papel do treinador nessas situações? Não terá meios de ordenar recados com o jogo a decorrer para fazer acelerar o jogo?  Não p e r c e b o!

Outra questão, ainda relacionada com a anterior, é execução das desmarcações, muito previsível, portanto, simples de contrariar pelos adversários. Ontem, os dinamarqueses tiveram todo o tempo do mundo para bloquear os movimentos de ataque portista porque foi sempre demasiado lento, com excepção dos últimos 10 minutos. A jogar assim em Inglaterra, não pontuamos sequer, e quando formos à Dinamarca não dou como certo um bom resultado. A parcimónia que os jogadores mostraram para chutar à baliza é de fazer irritar um morto! Por que é, por que terá de ser assim? Não haverá solução? O que é que se está a passar no nosso clube que agora só nos complica a vida? O que é que Sua Alteza Real, o senhor reverendíssimo Pinto da Costa pensará desta onda gigante e infinita de dificuldades que quando começam nunca mais acabam, ou quando acabam, rebentam?

Caro Nuno, foste jogador do Porto, não saberás o que é preciso fazer para dar fibra aos teus jogadores? Vá lá, prova-nos que és diferente dos outros, prova-nos que nem que seja por acaso, o Presidente ainda tem alguma serventia para o FCPorto.

Nota: A introduçãodo Brahimi pode resultar, mas pessoalmente penso que o homem não tem alma para jogar num clube com o FCPorto. É um jogador naturalmente triste, não acredito que passará a jogar para a equipa.


14 setembro, 2016

Barroso o cherne pôdre

Pedro Ivo de Carvalho
Furão Barroso

Há múltiplas razões para assistirmos de boca aberta ao degradante espetáculo público que se seguiu à contratação de Durão Barroso para o banco de investimento Goldman Sachs, mas há uma em particular que pinta o caso de tons ainda mais surrealistas: a desfaçatez com que o ex-presidente da Comissão Europeia (CE) e ex-primeiro-ministro de Portugal se queixa de estar a ser vítima de discriminação por parte de Bruxelas. Estava à espera de quê? Da generalizada compreensão da opinião pública europeia? De palmadinhas nas costas dos principais dirigentes políticos? "Fez bem, senhor Barroso, isto não passa de uma ardilosa maquinação para o prejudicar a si e à Goldman Sachs".

Bruxelas não quer perseguir Barroso nem a gigante multinacional para onde foi destacado. Bruxelas quer, Bruxelas precisa, é de dar-se ao respeito. O mais lustroso tapete vermelho de que Barroso poderia beneficiar não foi Jean-Claude Juncker quem lho tirou, quando equiparou o antecessor no cargo a um mero lobista que terá de ser revistado tal e qual uma empregada de limpeza sempre que entrar no edifício-sede da CE. Foi o próprio Durão que dele abdicou, ao tropeçar nos pés e numa desmedida ambição pessoal. Esse tapete vermelho chama-se prestígio, credibilidade, honra, seriedade.

Porque o "sim" de Durão à Goldman Sachs não o vincula só a ele. Arrasta a União Europeia para a lama, arrasta, até, o nome de Portugal para esse terreno pantanoso onde germinam, alegremente, interesses políticos e económicos. Barroso não é inocente. E muito menos burro. Está, por isso, consciente de que, daqui a 20 ou 30 anos, não será apenas lembrado como o primeiro português a presidir à CE, mas também e sobretudo como o presidente da Comissão que saltou diretamente para uma empresa que se alimentou da especulação financeira durante um período que coincidiu com uma violenta crise económica no Velho Continente; e que essa mesma empresa ajudou a maquilhar, durante anos, as contas públicas da Grécia, com os resultados conhecidos.

Durão escolheu o caminho. Aliás, não podemos retirar da equação o papel que lhe foi destinado pelo novo patrão: usar a experiência acumulada para mitigar os efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia (já agora: o desplante é tanto que o negociador do lado de Bruxelas é nada mais nada menos do que Michel Barnier, ex-comissário na equipa de... esse mesmo, Durão Barroso).

O agora assalariado da Goldman Sachs não pode esperar ser tratado como um estadista quando preferiu ser um lobista. Não pode querer passear-se altivo pela Europa com o nome "limpo" depois de ter optado por "sujar" a imagem com um emprego que o desqualifica enquanto decisor político. É como querer estar de bem com Deus e com o Diabo. Ora, isso é incompatível.

EDITOR-EXECUTIVO-ADJUNTO



Links de interesse

Governo falha acordo e Câmara pede 20 milhões à Banca
Rui Gomes da Silva alvo de processo disciplinar



Sobre a primeira notícia ocorre-me apenas dizer que não queria ser Presidente de Câmara em Portugal, por nada deste mundo. 

Quem ainda não percebeu que o centralismo é a causa principal pelas situações discriminatórias com o resto do país, não perceberá nunca. Não se deve contudo falar de centralismo de uma forma abstracta, porque ele tem gente a orientá-lo, facilmente identificável. Teve no passado, e tem no presente: foram todos os 1ºs Ministros deste país colonialista.  

Como criticar Rui Moreira por projectar um pedido de financiamento quando o(s) governo(s), este e o anterior, não assumem os seus compromissos com as autarquias? Como podem os autarcas avançar com as obras?

Razão tinha o falecido presidente da Câmara da Maia, Vieira de Carvalho, quando dizia que se estivesse à espera dos governantes para avançar com as obras, a Maia ainda estava na idade média. E se a Maia progrediu deve-se a ele, não aos governantes. Portanto, não são as autarquias as principais responsáveis pelo atraso do país, e sim os governos centralistas.


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Quanto à notícia dessa peçonha nominada Rui Gomes da Silva, símbolo do que de pior tem a classe política, quero ver para crer, que é como quem diz, vou esperar sentadíssimo até ao silêncio habitual, vulgo, prescrição. Como tal, cheira-me a esturro... Há aqui gato escondido, e só lhe veremos o rabinho daqui a uns tempos. Aguardemos.

  

13 setembro, 2016

Porto, num sábado à tarde




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Pouco passava das duas da tarde de sábado, já a Rua Cândido dos Reis se apinhava de gente. Do outro lado da Rua das Carmelitas formavam-se filas para adquirir bilhetes para visitar a Livraria Lello. Quem diria que isto viesse a ser possível só para entrar numa livraria...

Foi um grande prazer constatar que, ao contrário do que aconteceu nos dois mandatos de Rui Rio, e que justificou a criação do blogue As Casas do Porto, agora já começam a surgir com alguma normalidade várias casas restauradas. Ainda faltam muitas outras,  é certo, mas ninguém de boa fé pode negar a diferença.

É por isto, mas também pela particular atenção de Rui Moreira com a cultura, que não consigo perceber certos políticos que já passaram pela Câmara do Porto, como Rui Sá, que só sabe ver defeitos na gestão de Rui Moreira, mas não é capaz de lhe vislumbrar as virtudes. 

Com Rui Rio e enquanto se manteve na Câmara, nunca lhe vi semelhante obsessão.  Só no JN, os artigos contra Rui Moreira são uns atrás dos outros.

Nota: As fotos foram tiradas com o telemóvel, não têm a nitidez desejada mas servem para o efeito pretendido.

11 setembro, 2016

Leiam este livro e retirem as vossas próprias conclusões

Capa
Contra-capa

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Posso garantir que não recebo qualquer comissão pela propaganda a este livro, e que nem sequer conheço o seu autor. 

A curiosidade maior - talvez a mais esclarecedora - advem do facto de todos os políticos constantes da lista de convidados para reuniões claramente secretas, as desvalorizarem... 

A equipa e o treinador, cumpriram. O presidente, ainda não...

Layún foi, mais uma vez, muito influente no bom jogo colectivo

Insisto no tema. Insistirei sempre, enquanto não notar uma reacção clara de rejeição contra arbitragens venenosas da parte da cúpula directiva do FCPorto. 

O FCPorto de Nuno Espírito Santo inspira-me confiança.

A equipa é combativa,  já não tem medo de atacar, nem lateraliza tanto o jogo como acontecia no passado recente. Quem não é mesmo nada combativo, é o corpo directivo do FCPorto, onde se destaca a figura do presidente, omissa e permissiva com a hostilidade das arbitragens, claramente empenhadas em prejudicar o nosso clube e beneficiar os clubes da capital. Tal é a mudança, que às vezes até parece cumplíce dos árbitros. Há coisas que, por mais controlados que possamos ser não se podem tolerar. 

O critério que sustentou os dois golos do Sporting e lhe facultou a victória na jornada anterior já não foi seguido ontem no Dragão. Como a bola entrou na balisa adversária do FCPorto, então muda-se de chip e invalida-se o golo. É óbvio que, de tão traiçoeira que é, a tese da "mão na bola/bola na mão" encaixa na perfeição nos planos dos clubes da capital para pressionarem os árbitros cobardes. Porra! De que estão à espera os "lideres" portistas para falarem de coisas sérias! Andam a inaugurar casas do clube como se tudo corresse dentro da normalidade, a falar do orgulho nortenho e contra o centralismo, e são incapazes de abrir a boca para o combater frontalmente. Que valentia é essa?

Pronto, ganhámos, está tudo bem quando acaba bem. E se não tívessemos marcado mais nenhum golo além do que foi mal anulado, como seria? Como é que nos deixamos embalar por critérios tão demagógicos? Será que Pinto da Costa está a fazer tudo para perder o respeito e para arrastar com ele o FCPorto? Achará ele que é assim, com esta postura de homem vencido, subserviente, calado, que está a ajudar o clube? Não lhe bastaram três anos de deserto, desportivo e até financeiro na última época, para perceber que assim não vai a lado nenhum?

Repito: que os jogadores se apliquem, deixem a pele em campo para vencer, tudo bem, é essa a primeira condição para jogar no  FCPorto. Agora, que pensem que os jogadores têm de extrapolar essas obrigações para competências que não são as suas, é um abuso, uma demissão cobarde de quem está no topo da pirâmide com falta de memória...  

08 setembro, 2016

O cancro que democracias postiças não podem curar

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É um problema antigo, este. Na história de Portugal não consta uma única data, um espaço temporal que registe sequer um simulacro de descentralização. Só promessas, todas elas das mesmas fontes e com os mesmos obectivos: partidos políticos e engôdo para campanha eleitoral. 

Contudo, a Regionalização consta(v)a da Constituição da República Portuguesa de 1976 no "chato" artº. 256 que cedo (em 1997) foi adulterado na 4ª revisão constitucional nos seguintes pontos:

  1. A instituição em concreto das regiões administrativas, com aprovação da lei de instituição de cada uma delas, depende da lei prevista no artigo anterior e do voto favorável expresso pela maioria dos cidadãos eleitores que se tenham pronunciado em consulta directa, de alcance nacional e relativa a cada área regional.
  2. Quando a maioria dos cidadãos eleitores participantes não se pronunciar favoravelmente em relação a pergunta de alcance nacional sobre a instituição em concreto das regiões administrativas, as respostas a perguntas que tenham tido lugar relativas a cada região criada na lei não produz efeitos.
Destes factos, devemos retirar, pelo menos, duas ilações, sem grande margem de erro. A primeira, confirma que o regime português tem muito pouco de democrático, e a segunda diz-nos que o nosso povo é, na sua grande maioria, politicamente analfabeto e limitado intelectualmente.




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O orgulho "pátrio" fica-se por aqui...

06 setembro, 2016

O que é ser do Porto, hoje?


INFANTE D. HENRIQUE
O leitor, saberá responder?

Terão os portuenses de hoje a devida noção da importância do Porto na epopeia dos descobrimentos? Saberão, porventura, que as tripas à moda do Porto estão na origem dos descobrimentos, e que o seu mentor, o Infante D. Henrique, nasceu nesta cidade? Estarão ainda recordados que foi a cidade do Porto que deu nome a Portugal? Conhecerão por acaso que a fama de povo generoso lhe vem da disponibilidade espontânea de ter oferecido aos navegadores o melhor da carne dos animais, contentando-se a ficar com as vísceras (o cognome de tripeiros teve aí origem)?

Há uns anos atrás, diria que as respostas só podiam ser afirmativas. Hoje, face à inexpressividade social, cívica e política das suas gentes e de todas as classes, acho que os portuenses já nem sabem bem o que são na história deste país. Este povo generoso, distraiu-se tempo demais, permitiu que outros, através das novas tecnologias de comunicação, lhes impusessem os seus valores, a ponto de não perceberem que ao assimilá-los, estavam a esquecer os seus próprios valores. O Porto, deixou "fugir" para Lisboa as sedes dos seus jornais, dos seus bancos, das suas rádios, fábricas e empresas, com a colaboração de muitos portuenses, é preciso dizê-lo. 

O centralismo da era "democrática" foi, e é, mil vezes mais cínico que o do Estado Novo. Foi a política centralista quem ditou estas regras e "inspirou" os nossos empresários a obedeceram-lhe, indo ao cúmulo de terem de passar as sedes dos seus negócios para a capital. Foi por aí que os nortenhos, portuenses (ou não), começaram gradativamente a baixar a guarda, aceitando "normas" éticas e comerciais inaceitáveis para um país democrático.  A televisão fez - e continua a fazer -, o resto.

O Jornal de Notícias ainda existe, a sede ainda está no Porto, por agora... Mas a Administração está nas mãos de um advogado (Proença de Carvalho), sem qualquer conotação com a cidade, é quem mexe os cordelinhos nas decisões mais importantes. Tem como Director Geral Afonso Camões, outro desconhecido, um albicastrense que cedo tratou de centralizar o alinhamento editorial.   

Enfim, da generosidade dos portuenses sobra a lorpice. Nem no futebol sabem apoiar como outrora os seus clubes. Não se unem, lamentam-se em surdina. Não estão aburguesados, estão estupidificados por esse cancro repugnante chamado centralismo e vão na sua conversa, talvez por não terem outra para seguir. Os líderes do Norte abdicaram do estatuto em obediência ao dinheiro que, paradoxalmente, não lhes reforça o poder entre os outros poderes...

Será que os portuenses de hoje ainda gostam de tripas à moda do Porto, ou vão mais em caracóis..? 

Quem terá matado a alma desta nossa gente? Sabem? Será preciso fazer um desenho para que os tripeiros (todos) acordem e comecem a fazer estragos? Às vezes é preciso dar um grande berro.

PS-Falar destas coisas numa época em que a União Europeia parece uma barata tonta, parece descabido, mas não é. É prova de que os valores se degradam por ausência deles, em todo o mundo.

05 setembro, 2016

Os fogos do nosso calvário

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A imcompetência governativa também se mede por aqui

Segundo o JN e a RTP, há 100 câmaras com planos  contra incêndios para a floresta desactualizados, mantendo em vigor a cartografia e redes de defesa aprovadas pela Lei de 2006... Desses documentos, consta uma lista com as características dos territórios,  meios de combate (pontos de água, estradas e caminhos, e entidades envolvidas), incluindo limpeza das matas, planos de prevenção a incêndios, plantação de espécies autóctones que atrasam a propagação do fogo aberturas de faixas sem mato e a criação de zonas sem arvoredo junto de edificados (como casas, postes eléctricos e estradas).

Diz o presidente da Associação de Bombeiros que em matéria de incêndios, temos a legislação mais avançada do Mundo, mas que fica sempre no papel... Ah! Não nos diga uma coisa dessas! Que horror! Quem diria que num país tão amigo do ambiente e respeitador da Lei tal pudesse estar a acontecer! 

Falando sério agora, acho que ainda temos sorte pelo facto de o país não ter ardido por completo, mas já não deve faltar muito. Houvesse justiça divina, em vez das árvores, dos animais, era o Terreiro do Paço e quem tem estado ao seu serviço, que a esta hora deviam  ter esturricado. 

Assassinos.

03 setembro, 2016

Apoiar o clube não é apoiar a SAD, é puxar pelos jogadores

Tinha-o dito aqui e a quem comigo priva, que esta época ia ser muito complicada para o FCPorto. O desleixo combinado com o medo, nunca dão bons resultados. Tem sido esse o perfil de gestão da SAD dos últimos anos e do seu principal timoneiro, Pinto da Costa. Sem victórias, não há prestígio, e sem prestígio, não há jogadores cobiçados pelos grandes clubes europeus dispostos a pagar bem por eles. Logo, não há receitas relevantes. Logo, o dinheiro começa a escassear... É precisamente isso que está a acontecer no FCPorto esta época. E, já nem estou a falar das modalidades que também têm custos...

Até o endeusado Brahimi, com as qualidades técnicas que se lhe reconhessem, não teve mercado à altura do que custou e das expectativas que criou. É impressionante a imaturidade com que alguns avaliam jogadores. Brahimi (tal como o Quaresma, mas para pior) é um jogador talentoso, mas que não tem sabido explorar esse talento e colocá-lo ao serviço da equipa. Custa-me a acreditar que Lopetegui não o soubesse, e que não lho tivesse transmitido, a verdade é que não conseguiu moldà-lo nesse sentido. A questão que se coloca agora, é saber se Nuno Espírito Santo o conseguirá, uma vez que já não contava com ele... E nesse caso, se o incluir na equipa principal, podemos estar a restaurar um problema já meio resolvido que é retomar um estilo de jogo afunilado decorrente da sua pouca vocação ofensiva para evoluir no terreno com objectividade, ou de não passar a bola rapidamente aos companheiros de equipa melhor posicionados. Veremos se desta vez aprende, veremos...

A SAD, e Pinto da Costa já não têm mais margem de manobra para brincar com os adeptos. Foi algo que também antecipei quando ainda me queriam convencer dos super-poderes de Pinto da Costa e do seu eterno domínio sobre a massa associativa. Sempre disse, que era uma questão de tempo, que a continuar pelo mesmo caminho, Pinto da Costa acabaria por sucumbir na sua própria teimosia e arrogância. Ainda não saiu, mas já foi derrotado. Hoje, já são poucos os que resistem aos factos. A realidade é sempre mais forte. Tão forte, que na hipótese remota de ganharmos este ano alguma coisa ninguém de seu perfeito juízo terá coragem para lhe entregar os louros. Ele, foi o único responsável pela degradação do seu prestígio, da sua credibilidade.

Não tem desculpa.

02 setembro, 2016

A oportunidade da RTP3



A RTP3 vai passar em breve a ter emissão em sinal aberto. É uma boa notícia, ainda que não seja do agrado dos operadores privados. Precisamos de projetos descentralizados, que promovam outra agenda informativa e que criem renovadas elites. E isso é uma obrigação do operador público.

Em Portugal, a informação jornalística faz-se maioritariamente com factos e fontes de Lisboa. Em consequência, o espaço público por onde circulamos revela-se cada vez mais rarefeito, de tão asfixiado que está por um restrito grupo de elites que se vai perpetuando em diferentes palcos do poder também graças a uma lógica monocórdica que se instalou nos média. Ao nível da Imprensa, o "Jornal de Notícias", com a sua Redação central no Norte, rasga o domínio de uma Imprensa pensada a partir da capital, mas é o operador público de média quem tem mais responsabilidades na promoção da diversidade informativa e isso vai acentuar-se com a integração da RTP3 na televisão digital terrestre (TDT). Sendo emitido em sinal aberto, o canal público de informação tem de apresentar uma identidade distintiva dos seus congéneres do cabo e isso passa, acima de tudo, por uma informação diferenciada, mas que procure em permanência a audiência.

Alterando a plataforma de emissão, a RTP3 vai precisar de ajustar a sua filosofia de programação e apurar a linha editorial de informação. E isso consegue-se pela qualidade do serviço, pela diferenciação relativamente à concorrência e pela promoção de um valor internacionalmente invocado em matéria de serviço público de média (SPM): a diversidade. Que, neste caso, poderá assentar em três eixos: o da programação, o da agenda informativa e o dos convidados chamados aos plateaux.

Uma grelha de programação de um canal de informação público tem de ser ousada nos formatos que emite, rigorosa nos noticiários que produz e criativa na forma como concebe cada produto. A RTP3 será de imediato confrontada com a dúvida acerca da integração de programas que falem de futebol. Não é por serem âncoras de audiência que esses formatos aí se legitimam (ainda que o SPM tenha a obrigação de reter audiências), mas porque reúnem interesse público e conquistaram créditos nos últimos anos. No entanto, a oferta do canal de informação não se pode esgotar aí, principalmente em horário nobre. Todos sabemos que as grelhas televisivas são conservadoras, mas a RTP3 tem obrigação de arriscar. Convém lembrar que a história da televisão portuguesa mostra que o risco compensa...

A agenda informativa dos média vive hoje um gravíssimo problema de saturação e de mimetismo. Em Portugal, as redações seguem uma estrutura circular de informação, concentrada em acontecimentos que ocorrem em Lisboa. Há um país que está longe da capital e que é invisível para todos, porque não é mediatizado. Ora, tendo várias delegações no país e no estrangeiro e centros de produção descentralizados, a RTP está numa posição privilegiada para promover uma agenda diversificada. O "Jornal da Tarde", na RTP1, e o "Jornal 2", na RTP2, são projetos que todos os dias ganham forma a partir do Centro de Produção do Norte e é graças a isso que esses noticiários integram uma agenda de acontecimentos diferenciada e com indiscutível interesse (do) público. Há que reforçar esses formatos (alargando equipas e promovendo-os mais) e criar outras réplicas na RTP3. Para que os públicos se revejam numa TV informativa que pertence a todos.

Tendo desenvolvido estudos académicos sobre os convidados dos plateaux informativos da TV portuguesa desde o início dos anos 90, tenho constatado invariavelmente que apenas a RTP consegue quebrar o domínio absoluto de Lisboa. E isso acontece porque o operador público emite em determinadas franjas horárias a partir do Norte. Essa descentralização da emissão, que deveria ser mais acentuada, é o elemento mais diferenciador da TV pública portuguesa. E essa variável deve ser mais explorada nos próximos tempos no canal de informação que passa a ser acessível a todos. Portugal precisa de novas elites, de ter acesso a outros modos de pensar o país e o Mundo. E não atirem o argumento de falta de massa crítica fora de Lisboa. O "Jornal 2" prova diariamente que é possível criar um estúdio informativo diversificado. É preciso renovar as elites da TV cujo pensamento vai fossilizando. Eis aqui uma oportunidade que a RTP3 não pode perder.


Felisbela Lopes (JN)




31 agosto, 2016

Do centralismo político e desportivo

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José Maria Pedroto, o que resta do verdadeiro portismo

Digam o que disserem, no universo portista há pelo menos dois tipos de adeptos: os que amam verdadeiramente o FCPorto, e se sacrificam para o acompanhar e defender, e os que, a coberto do portismo, corroboram no jogo sujo dos seus inimigos na qualidade de comentadores. Por favor, não esperem de mim outro tipo de expressão. Quando digo inimigos, é mesmo isso, inimigos. Afirmo-o, com a mais profunda convicção. 

É preciso acabar de uma vez com a cínica demagogia de manipular as palavras. Os clubes rivais de Lisboa não são adversários, são inimigos. Não estamos em Inglaterra! Para serem só adversários, teriam antes de mais, de integrar um país civilizado, amigo  do civismo, e das boas normas de integridade.  Esse modelo de país não existe em Portugal, porque - como já diziam os romanos quando por cá andaram -, é um povo que não se governa, nem se deixa governar. Provam-no, a 1ª República (1910/1926), o Estado Novo (1933/1968) e a impoluta "Democracia" (1974/2016), o que desmente em parte o mito habitual de responsabilizar os regimes políticos pelo nosso baixo índice de urbanidade. 

Pode sempre argumentar-se que o país é constituído por outras cidades, logo, também com os respectivos clubes de futebol, e que portanto  são todos igualmente incivilizados, só que há uma razão muito forte que desmonta este argumento, é que Portugal é dominado por uma cidade/capital/governo, exorbitantemente centralista, diria mesmo imperialista. Lisboa não governa o país, governa-se a si própria mas parasitariamente, dominando e influenciando o resto do país. A diferença é que,  para os lisboetas esta situação convem-lhes, para eles está tudo bem, preferem desprezar a justiça das nossas objecções, a olhar para nós como parte integrante de um todo, com o tal sentido patriótico que muito apregoam mas não praticam.

Os problemas do FCPorto não são a minha única preocupação neste momento, as coisas são mais sofisticadas do que parecem. Claro que não ajuda nada a levantar a moral dos portistas a postura submissa do seu Presidente e as constantes demonstrações de incompetência dos últimos anos. Preocupa-me sim, e muito, as consequências. Os media lisboetas aproveitam o momento para intensificar a propaganda centralista, sem quaisquer pruridos de fair play, ignorando o FCPorto e privilegiando os clubes da capital para através disso dominarem tudo o resto.  O Jornal de Notícias é um exemplo desse domínio, tem cada vez há mais sul, e menos norte. Devagarinho, assim como quem não quer a coisa, o Benfica começa a ter o mesmo protagonismo que tem em todos os jornais de Lisboa, e não falo sequer dos desportivos... Na página "Nacional", Odivelas surge com mais regularidade que Gondomar, é assim que se lisboatiza um jornal do Porto e se amansa a cidade e uma região. 

Por isso, não dei grande importância à ideia de homenagear a Selecção Nacional na nossa cidade. Para mim, Marcelo já deve ter percebido que os portuenses, sobretudo portistas, não vão muito à missa da selecção. O histórico de discriminações da FPF e da Liga a vários níveis contra o FCPorto  é vasto e antigo. Esta homenagem pode ser uma forma de testar, para depois habituar os portuenses no seu próprio terreno aos interesses centralistas. A selecção está-lhes a servir de catalizador para nos reprimir a revolta que nos vai na alma e que não deriva apenas da situação actual do clube ou da abdicação activa do nosso presidente. As causas são mais profundas e graves. Lisboa está neste momento a tentar colonizar o Porto. Agora, que começaram a perceber que a nossa cidade é elogiada lá fora, começam a invadi-la e a adquirir espaços para negócios e imóveis para especular. 

Em circunstâncias normais, repito normais, diria: venham, cooperem connôsco, invistam, criem emprego, mas respeitem-nos. Se chegam aqui para impôr as vossas preferências, os vossos hábitos e gostos, então deixem-se estar na vossa terrinha. Nós somos um povo de tradição hospitaleira, mas amámos o Porto antes de tudo. Isto não é coutada de ninguém. Fiquem com o vosso benfiquismo no coração mas deixem o nosso FCPorto em paz, senão serão malvindos. Sim, porque em Lisboa é "natural" ouvir certos jornalistas a enganarem-se frequentemente nesse português alfacinha muito giro que nunca troca os vês pelos bês, mas troca (inocentemente, sempre), os tês pelos pês. Conhecem o Futebol Clube do Porco? Eu não, mas a existir só pode ser em Lisboa, no eucalipto-mor do país. 


Bernardino Barros, o menos mau dos comentadores do Porto Canal



Só hoje, tive oportunidade de ver o programa Universo Porto, transmitido pelo Porto Canal e ouvir os comentários de Bernardino Barros sobre a escandalosa arbitragem de domingo passado.

Embora não me reveja totalmente na dupla personalidade de Bernardino, muito soft nos estúdios da TVI24, e muito hard no Porto Canal, no contexto actual, onde o universo portista se deixou contaminar por uma estranha praga de temor, sinto-me tentado a elogiar-lhe a atitude. Basta olhar para as imagens do vídeo para os restantes comentadores e ver a diferença... 

Tal como me conheço (e aqui, arrisco-me a ser acusado de soberba) no lugar dele - sem sequer me interessar quanto pagam em Lisboa aos comentadores -, teria tentado usar na TVI24 o mesmo discurso que usei no Porto Canal e matado 2 coelhos de uma só cajadada. Teria falado para a oposição (o inimigo) e ao mesmo tempo para casa (os dirigentes do FCPorto). É bem possível que, nem me deixassem acabar de falar, mas pelo menos tentava. Se me cortassem a palavra, só tinha uma coisa a fazer: levantava-me, e abandonava os estúdios assim que me apercebesse que as câmeras estavam apontadas para mim, louvando-lhes o forte sentido de democracia... Mas as primeiras palavras seriam minhas, nada doces, seriam suficientemente sintéticas para dizer ao que ia sem precisar de grandes discursos...

Sei bem que os actuais conceitos de inteligência foram adulterados por outros que parecendo semelhantes são bastante diferentes. O chico esperto, usa os neurónios preservando a oportunidade do lucro, o inteligente sacrifica-os em nome da integridade, que é o alicerce mais sólido para a liberdade extrema. Hoje, a inteligência anda muito mal cotada, é sinónimo de lorpice, já o chico-esperto colhe materialmente os louros da inteligência, mas perde parte importante da sua liberdade e coerência. A vida está difícil, eu sei. Mas que diabo, há coisas que não têm preço. Nem fazem ideia o gozo que me dava dizer na cara daqueles escroques azeiteiros aquilo que ainda ninguém lhes disse publicamente. Afinal, ainda seria pouco, pelo muito mal que nos têm feito, actualmente... com a cumplicidade de Pinto da Costa & Companhia.

30 agosto, 2016

O FCPorto, o Porto Canal e o Medo

Por mais evidentes que sejam os factos e procure aceitar a realidade, tenho muita dificuldade em assimilar o comportamento de Pinto da Costa. Para quem se habituou a ver nele um homem sagaz, lutador e inteligente, não é fácil compreender esta mudança sem levantar suspeições. Porque, quem fez o que ele fez pelo FCPorto, e a forma como o defendeu, pode duvidar de tudo, menos do seu amor ao clube. Todavia, confrontando essa devoção quase sagrada, com o distanciamento arrogante com que agora tem brindado os portistas, manifesto  por uma capa incompreensível e  irritante de silêncio, só resta a decepção.

Pessoalmente, fiquei muito mal impressionado, quando há uns tempos atrás, no Porto Canal, afirmou que não lia blogues, provando que não se adptou aos novos tempos e que para ele o contacto com os adeptos se circunscreve aos dias de futebol no Dragão, ou às recepções nos hoteis e aeroportos, ou seja, a uma minoria. A serem verdadeiras essas palavras, percebe-se um pouco a causa da sua mudança, o afastamento pelas coisas que o deviam aproximar para seu próprio interesse e segurança. A sua mudança é igualmente notória relativamente ao Porto Canal. Além dos conteúdos desportivos, a transmissão de jogos das modalidades e do futebol junior e meia-dúzia de programas interessantes, há um desleixo irracional em termos de comunicação que também não se compreende. Tal como está, a sua utilidade é praticamente nula. 

 Por mais que o FCPorto publique protestos via newsletter no Dragões Diário, nunca fará ouvir a sua voz sem o recurso ao Porto Canal  (que é maioritariamente propriedade do FCP) e se não fôr a voz do presidente a corporizà-la. As mesmas imagens que testemunharam a roubalheira do árbitro no jogo com o Sporting teriam um impacto público incomparavelmente maior do que poderá ter tido a newsletter. Os próprios órgãos desportivos, os árbitros, os nossos adversários, começariam a olhar para o Porto Canal e para o FCPorto com mais respeito. Com o tempo, e uma contínua vigilância ao trabalho dos árbitros sempre que se justificasse, seguida de protestos claros, lá para a capital, começavam a ter um bocadinho mais de respeito por nós e inevitavelmente a desacelerar a dinâmica da roubalheira.

Pedir aos árbitros, abstractamente, para não inclinarem o campo, é um acto de subalternização humilhante, sobretudo quando o pedido é dirigido a entidades pouco respeitáveis e comprovadamente comprometidas com a ditadura centralista. O FCPorto não tem que pedir, não deve pedir, tem de EXIGIR! Pedir, é para os fadistas. Nós exigimos seriedade, não pedimos! Fazê-lo é como perguntar a um ladrão por que é que não é honesto.

No pós-jogo de Domingo, foi curiosa a influência que Rita Moreira (irmã do Presidente da Câmara) teve no ambiente habitualmente sensaborão de Cândido Costa e José Fernando Rio. Curiosa, porque foi preciso uma mulher raçuda e sem papas na língua para contagiar positivamente todos os outros. De repente, soltaram-se, pareciam estar em casa com os amigos, protestavam, riam, ironizavam com uma descontração pouco usual sobre o trabalho miserável do árbitro.

Que desperdício este Porto Canal...

Por que será que esta gente fala do Porto com aparente orgulho, quando no sangue que lhe corre nas veias parece não existir o ADN que  empresta o carácter de tripeiro?     

29 agosto, 2016

Intolerável!!!



Tem a palavra o Presidente do FCPorto, e já agora, se não se importam, também os cavalheiros que o assessoram na SAD.

Estas imagens parecem-me não oferecer dúvidas quanto ao trabalho do árbitro do jogo com o Sporting.

São suficientemente elucidativas para justificar um veemente protesto de repúdio nas instâncias desportivas nacionais (Liga e Federação) com responsabilidade na escolha destes árbitros.

Mais. Considerando o que tem acontecido nas últimas épocas, o FCPorto devia já estar já preparado para recorrer à UEFA no caso (mais que provável) de nada acontecer internamente. Estamos num país miserável, onde a seriedade não faz parte dos hábitos de quem manda. Se nem isto serve para Pinto da Costa reagir, para que servem as imagens? Se assim fôr, é caso para dizer: a porta da rua é a serventia da casa. 

O clube, é dos sócios.

28 agosto, 2016

E o circo recomeçou



Mais uma vez, repito, mais uma vez, entre muitas outras que seguramente nos esperam, o árbitro foi um ajudante precioso para a victória do Sporting. Estamos em Portugal, num país cujo povo continua a pensar (se é que este povo pensa) que a qualidade de um país se mede pelo pontapé na bola ou pelas carícias e abraços dos políticos. Pena é, que pessoas como algumas que aqui comentam, tenham de pagar uma enorme factura por serem excepções à regra da mediocridade de um povo que é também o seu mas com o qual têm poucas afinidades. O português típico é oportunista, egocentrico e com pouca vocação para a solidariedade. Critica os políticos mas só não faz as mesmas vigarices aos conterrâneos se não puder. E quanto à solidariedade, só se lembram dela quanto há uma câmera de televisão por perto. Grosso modo, são assim a maioria dos portugueses. 

Dito isto, e uma vez que o árbitro do jogo foi o protagonista principal, como aliás vem sendo hábito nestes últimos anos, com prejuízo para o FCPorto, nem tenho muita vontade de comentar o jogo da nossa equipa, mas é inevitável fazê-lo por uma questão de rigor. É que esse protagonismo traduziu-se numa série de erros, alguns  dos quais originaram dois golos irregulares (precedidos de mão na bola) que deram a victória ao Sporting. 

O FCPorto até entrou bem, pressionou alto baralhando por completo os jogadores do Sporting, criando várias oportunidades de golo, uma das quais acabou por ser concretizada pelos pés (uma vez mais) de Felipe (um defesa).  Assim mesmo, considero que não jogando mal - nota-se uma grande evolução em pouco tempo em relação à época passada - também não jogamos como contra o Roma. Há ainda muitas arestas por limar. A rapidez de execução tem de melhorar e a qualidade do passe também. Nuno E. Santo tem de ensiná-los a olhar para trás, antes de recepcionarem a bola, porque isso é fundamental para evitarem que os adversários a roubem e partam para o contra-ataque. Danilo, André André e Herrera, foram várias ocasiões surpreendidos pelas costas por não terem esse hábito enraizado. Urge fazê-lo. Numa grande equipa, a garra é importante, mas a astúcia e a inteligência dos jogadores também o são. Nós temos de ser mais "ratos" e velozes que os adversários. Jé melhoramos, sem dúvida alguma, e isso só valoriza o novo treinador que conseguiu praticamente com o mesmo plantel fazer o que Lopetegui e Peseiro não conseguiram: praticar um futebol mais ofensivo e pressionante. O FCPorto perdeu esta noite. Ainda estamos nas primeiras jornadas da nova época, temos muito tempo pela frente, e conquanto a derrota me tenha caído mal, considero que quem esteve mal foi mesmo o árbitro. Como expectava... Basta imaginar o que seria se os lances que antecederam os golos dos verdes fossem cometidos pelos jogadores portistas dentro da sua área...

Ora aqui está a primeira oportunidade (entre muitas outras que se hão-de seguir) desta época para Pinto da Costa provar que está bem vivo e que me precipitei quando concluí que já não sabe liderar. Deve começar já a falar no que é importante, ou seja, denunciar o árbitro por ter tido influência directa na classificação geral e pressionar os órgãos federativos, que não é mais do que os clubes de Lisboa fazem impunemente, na maior parte das vezes sem razão. O Nuno, limitou-se a ser cauteloso porque não lhe cabe a ele pôr as mãos no fogo por alguèm que tem essa obrigação, e fez muito bem.

Meus caros, não se esqueçam do que acabei de vos dizer, porque não é mais do que previ no fim da época passada. Não sou bruxo, nem sinaleiro, limito-me a ler sinais com realismo...

Off topic:


dispensado pelo Manchester City, Eliaquim Mangala continua à procura de uma porta de saída antes do fim do mercado. Cortejado pelo Tottenham e pelo FC Porto, é igualmente pretendido pelo Milan AC. Mas segundo as probabilidades, não seria para se juntar à Serie A. A sua entrada estava condicionada pelo departamento de Alessio Romagnoli para o Chelsea. Tal não irá a acontecer, como informou o mítico clube da Lombardia.  O internacional françês poderá em contrapartida ser de novo emprestado ao FC Porto, como vos explicamos em 14 de Agosto último. A participação do clube português na fase final da Champions dá ainda mais crédito a esta possibilidade ao antigo defesa do Standard de Liège.