31 dezembro, 2007

O regresso da Santa Aliança

H I P P O C R A T E S
Finjamo-nos de desentendidos e de inocentes e agradeçamos a Luís Filipe Menezes o facto de ter lembrado um dos pactos obrigatórios que tem vindo a garantir a existência do Bloco Central. Com aquela candura fingida que usa nas suas declarações, o líder do PSD lembrou que estava decidido dividir, entre os dois maiores partidos do regime, o Banco de Portugal e a Caixa Geral de Depósitos. Convenhamos que não é exactamente assim. O bolo a repartir não eram as instituições, propriamente ditas, mas sim as suas presidências. Há uma diferença, evidentemente, mas agora sabemos que o pacto existia, e isso é importante.

Finjamo-nos de ainda mais inocentes (como se a candura de Menezes não nos impressionasse), para nos perguntarmos se é mais importante ter um representante partidário na presidência de cada um dos bancos do regime, ou, pelo contrário, colocar lá gestores acima de toda a suspeita.

Estes pactos não são originalidade portuguesa; existem como um contrato subterrâneo em vários países onde o Estado desempenha um papel essencial na economia. Mas a reivindicação desse pacto, da forma pública e cândida como Menezes a mostrou, é que parece uma novidade. Parece - mas não é. Os cargos públicos são normalmente distribuídos como uma espécie de garantia da sobrevivência do Bloco Central, o político e o dos interesses. Simplesmente, é tal a conivência entre aquilo que devia ser o debate político, e o que se tem visto ser a lógica dos interesses do "centrão", que já não há diferenças entre uma coisa e outra. Ou seja, para o que nos interessa a política morre às mãos dos interesses dos dois partidos do regime. Para quem pensava na política como uma arte nobre, um lugar de debates, um território de causas e de ideias - o retrato não é edificante.

Isto acontece, não nos esqueçamos, por causa do BCP, o principal banco privado português, a que a lógica de outros interesses conduziu à subserviência e à irrelevância como instituição, a ponto de os seus principais accionistas estarem dispostos a entregar a sua direcção ao presidente da CGD, positivamente conotado e ligado ao PS. Convenhamos que não é exactamente assim não foi o Estado nem o governo (entidades misteriosas que se confundem cada vez mais, à boa maneira latino-americana) que impuseram o presidente da Caixa ao BCP. Foram os accionistas do BCP que, manietados e cercados (pela ameaça de investigações policiais, pela descoberta de fraudes e de manipulação, pela evidência de actos de gestão que podem ser criminalizados), recorreram ao presidente da Caixa, convidando-o a livrarem o banco de mais trapalhadas. Em outros países, um convite desta natureza seria amplamente discutido. Em Portugal é apenas o sinal de um "capitalismo menor", subserviente e incapaz de existir sem os favores do Estado, colocando-se sempre a jeito e para melhor absorver favores, simpatias, influências e até negligências - como a do Banco de Portugal diante das operações irregulares que o BCP terá cometido desde 2000.

O ano termina desta maneira com o Estado fortalecido e com os cidadãos indefesos. Os interesses dos grupos financeiros coincidem com os interesses do Estado; é uma santa aliança que deixa os cidadãos ainda mais desprotegidos, incapazes de reagir diante do encerramento de centros de saúde e de blocos hospitalares, indefesos diante do autoritarismo da máquina do Estado, abandonados às extravagâncias fiscais, sitiados pela vida difícil que se anuncia para 2008. É nisso que coincidem indecorosamente os partidos do regime, transformados em auxiliares do Estado em vez de se colocarem do lado dos cidadãos. Só isso explica o comportamento vergonhoso de eleitos que não se manifestam e aplaudem tanto o encerramento de hospitais como as perseguições políticas a que assistimos durante o ano de 2007. Estamos bem entregues a esta gente, não há dúvida.


Francisco José Viegas
(do JN de 31/12/2207)

Comentário de "RenovaroPorto"
Destaquei a negrito aquilo que me pareceu resumir o essencial do artigo de José Manuel Viegas e limito-me a deixar no ar esta simples questão:

descontando os tiros (com vítimas mortais) da noite do Porto, este tipo de criminalidade de que Francisco M. Viegas nos fala, não justifica o levantamento imediato de um processo de investigação por parte da Procuradoria Geral da República? Se não, por quê? Suporá porventura o senhor Procurador que este tipo de corrupção é inofensivo para os cidadãos do Porto e do resto do país? A do futebol, será assim tão diferente, para pior?

Outra situação preocupante:
Já foi dada a respectiva informação pública por parte P.G. de quem violou o segredo de justiça com a divulgação a Ferro Rodrigues de que o seu nome constava do Processo Casa Pia? Se foi (como Ferro Rodrigues declarou em Tribunal) Saldanha Sanches, quem informou este senhor? Neste caso, vamos investigar como deve de ser ou ficamos por aqui?

Será que as autoridades responsáveis pelas investigações da criminalidade nacional se contentam (como parece) com a noite portuense e apenas com os "Brunos Pidás"?

O que Francisco M. Viegas nos relata, será porventura ficção? Conspiração? Calúnia? Invenção? Mas por que raio é que continuamos a cerimoniar com os adjectivos qualificativos quando se trata de actos ilegais alegadamente praticados por gente poderosa?

Não será este hábito execrável uma forma aviltante de branqueamento do poder político?

27 dezembro, 2007

Ser tripeiro de "gema", para quem não sabe o que é...

Uns chamam-lhe saudosismo, outros passadismo. Alguns consideram fora de moda, inútil e, quando não, reaccionário o culto da memória consagrada como apego às referências e respeito pelas gerações que nos antecederam. E também de compreensão do significado humano dos acontecimentos que moldaram a História.

O Porto sempre foi cidade ciosa das suas memórias - sobretudo as ligadas aos faustos que marcaram o progresso do país. Uma cidade "grave, ponderada e séria" (no dizer de um jornalista francês) não poderia ser fútil, fácil, inconsistente, do tipo Maria-vai-com-as-outras, como agora é moda para agradar a ímpetos modernizadores com tanto de oportunistas como de invertebrados. Cultivador emérito da memória da cidade é o meu jovem amigo e leitor fiel destas crónicas, João Manuel, que, com a sabedoria das suas 87 primaveras e a persistência de um cidadão honrado, vai contribuindo, através do riso, para vermos a quantidade de reis nus que proliferam nesta maltratada República. Mas, para ele, cultivar a memória é também retratar, em flash-back literário, momentos, factos e personagens inesquecíveis que revelam o quotidiano portuense ao longo do século XX. Nos bons e nos maus momentos. Evocando-os graciosa e nostalgicamente, traz-nos a ambiência e a recordação de momentos perdidos num tempo sem regresso.


Brindou-me agora com um texto em verso, original, autorizando-me a fazer o que quisesse com ele. Acho-o tão carregado de simpatia pela realidade simples e anónima da cidade que resolvi, a título de brinde natalício, partilhá-lo com os leitores. Chama-se "Razão de ser" e começa assim "À porta senti bater / E ao espreitar pelo postigo / Nesse instante quis saber / Quem vinha falar comigo! // Era a saudade!... // Com vagar a porta abri / E logo lhe disse ali: / - Ó saudade, vai-te embora / Não venhas lembrar-me agora / O passado que passou!... // Ela que era teimosa / Pediu licença e entrou / - Que me vens aqui falar? / Para quê eu recordar / A vida que foi vivida / Tão alegre e tão sentida? / Ó saudade, vai-te embora / Para quê eu recordar / Ainda o sol a nascer / Na Rampa da Corticeira / Lá andava a carquejeira / Rampa abaixo! Rampa acima / O suor molhando o chão / Cada peso, grande rima / Pra ganhar o negro pão!"


A Calçada da Corticeira serve de introdução ao episódio seguinte (sugerido por uma destas minhas crónicas, alusiva às praias fluviais da margem esquerda), que nos traz imagens desses "dias do vinho e rosas" em que dificuldades e amarguras não apagavam a esperança, nem muita gente (contrariamente ao que o país visto a partir da capital por série televisiva recente faz crer) se deixava amarfanhar pela opressão. Vamos, pois, atravessar o Douro "O Santos era um senhor / E, na margem, lá estava / Era um grande nadador / E que bem que ele ensinava. // - Vamos prà água, rapazes / Com força para aquecer / Todos juntos são capazes / De nesta "luta" vencer // E era quem mais nadava / E o caíque a acompanhar / E se a força a algum faltava / O Santos logo atirava / A corda para se agarrar // Do outro lado era a margem / Do "Borras" e do "Aurélio" / E ali seria a paragem / Para o tal pequeno almoço / Sem espinha nem caroço! // De fígado eram as iscas / O presunto com a brôa / E essas tais "pataniscas" / Mesmo à moda de Lisboa... / Para o "môlho", o moranguinho / Vindo da Quinta da Vinha / Do Sabastião Ferreira Mendes / Portista e Homem de Bem / Que garrafas sempre tinha / Para oferecer a alguém! // Havia o jogo da bola / Malha e até sueca... / Tronco nu e de calções / Era assim a patuscada / Porque aquelas ambições / Eram Amizade e mais nada.


É claro que, para os defensores do Simplex das emoções (quantas menos melhor, para não nos virem incomodar), falar da Quinta da Vinha e dos inesquecíveis piqueniques que lá se faziam aos domingos, nada diz. Mas quanta doçura de viver eles significavam para os catraios como eu, ávidos de experiências e sensações, nem que fossem ao pé da porta num almoço no campo. Talvez por isso, o poema acaba dividindo-se entre certo apelo ao esquecimento (para que as ausências não magoem demasiado) e a inevitabilidade da memória "Ó Saudade, vai-te embora / E fui fechar o postigo! / O tempo foi porta fora / Fiquei a falar comigo / Do que fui e o que sou... // De repente // Reparei que naquela hora // Teimosamente // Sempre a saudade ficou!".(Vendo bem, quem tinha razão era a inesquecível Ilse Losa ao interrogar-se "O que seríamos nós sem as nossas recordações?...")


Helder Pacheco
(Prof.e escritor)
do JN de hoje

21 dezembro, 2007

O HOMEM A ABATER

TÊEM MUITOS MAIS DEFEITOS QUE TU, E APENAS POR ESSA RAZÃO, TE INVEJAM, DIFAMAM E PERSEGUEM. COMO UMA PEÇA DE CAÇA. ENTRETANTO, VESTEM A MÁSCARA DA SERIEDADE E PROTEGEM OS PEDÓFILOS, SEM PINGO DE VERGONHA...

FALO DE ALGUNS INIMIGOS POLÍTICOS E CLUBÍSTICOS, FALO DO CENTRALISMO QUE FARIA INTIMIDAR O PRÓPRIO SALAZAR (CONHECIDO COMO UM DITADOR).

DEIXA-OS FALAR E PROSSEGUE O TEU TRABALHO DE SUCESSO CONTRA "TUDO E CONTRA TODOS" PORQUE SÓ TENS CONTIGO OS PORTUENSES E PORTISTAS DE TODO O PAÍS A TEMPO INTEIRO, QUE NÃO SÃO CAPAZES (COMO ALGUNS INFELIZES) DE SEPARAR A CIDADE DO PORTO DO CLUBE QUE COM TANTO SUCESSO E COMPETÊNCIA ADMINISTRAS E ENCHES DE ORGULHO.

VIVA O FUTEBOL CLUBE DO PORTO! VIVAS TU PINTO DA COSTA, E QUE MORRA DE PÔDRE O CENTRALISMO!

FIZESSEM O MESMO PELO PAÍS, OS NOSSOS 'GOVERNANTES' , ESTARÍAMOS TODOS MUITO MELHOR, COMO O F. CLUBE DO PORTO.

SÓ ELES É QUE TÊM 'CORAGEM' PARA DIZER O CONTRÁRIO, E SÓ ELES MERECEM UM 'APITO NEGRO' PARA OS PROCESSAR E CONDENAR PELAS PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS DESDE O 25 DE ABRIL A ESTA PARTE.

O DESEMPREGO PROSSEGUE.

FELIZ NATAL A TODOS!

Nos sapatos do 'outro' ou HÁ LIMITES MESMO NA LUTA POLÍTICA

Caro Dr. Pacheco Pereira,Vamos supor que algum intelectual renomado, vá lá, um fazedor de opiniões para além da própria, a propósito do processo Casa Pia (I e II), dos ditos daqueles dois advogados casapianos ou dos seus livros, das revelações retardadas da dra. Catalina, das juras dos políticos das últimas décadas sobre a atenção desvelada que deram ao assunto, se lembrava de sentenciar:-

«que há um "meio" muito pouco saudável EM LISBOA, que se tem vindo a criar nos últimos 20 anos, que goza de consideráveis cumplicidades e complacências, policiais e políticas, no PS e no PSD, onde tudo acontece e parece que nada acontece, e que, quando se diz aquilo que é uma evidência, cai o Carmo e a Trindade»;


ou:- «… Numa também típica reacção "italiana" - os mafiosos dos Sopranos quando são perseguidos pelos seus crimes respondem que se trata de uma perseguição aos italo-americanos -, levantam-se vozes indignadas a defender, imaginem, LISBOA E O BENFICA…»;

e ainda:-
«… E é exactamente por isso que a doença que grassa já há uns anos (…) me preocupa e não me cala. Não foi o PORTO que a inventou, foram LISBOETAS que a fizeram e que a mantêm com todos os maus argumentos e com a única lógica que conhecem, a do poder e a do dinheiro, com a mesma dimensão do Bada Bing. Tenho a veleidade de considerar que, falando desta doença e destes "meios", sirvo melhor a minha terra…».

Como ficariam o Carmo e a Trindade acima citados? O que julgariam os lisboetas de tais analogias? O que sentiriam ao verem-se envolvidos na subtil leviandade de se tomar a parte pelo todo?Só fiz este exercício para que se saiba o injusto murro no estômago que alguns, como eu, sofreram ao ler o seu texto.

CAA
(Extraído do Basfémias)

20 dezembro, 2007

O Dr Pacheco Pereira é intelectual e abruptamente desonesto

O Dr Pacheco Pereira , no seu "Abrupto" , foi intelectualmente desonesto quando perorou sobre as ligações perigosas entre a claque dos Superdragões e os mais recentes acontecimentos na noite do Porto.
Segundo este distinto político que não vai a nenhum sufrágio de jeito há longos anos, a melhor forma de acabar com a violência no Porto é extinguir a claque portista .

Este subido raciocínio deste intelectual que se diz do Porto porque cá terá nascido , mas que de portuense e nortenho nada tem há muitos anos,estriba-se no facto superveniente que se resume em poucas palavras. Todos os males que vêm ao Porto ( e daí talvez ao resto do país...) têm origem no F. C Porto e nas seus adeptos organizados em claques.

Mesmo dando de barato que possa existir algum membro de uma claque dos SuperDragões que venha a ser julgado culpado por qualquer crime , esta generalização é tão abusiva como intelectualmente desonesta.

Aceitando este raciocínio como válido seríamos obrigados a pensar que uma pessoa intelectualmente tão dotada como o dr Pacheco Pereira, também acha que é imprescíndivel acabar com a raça dos benfiquistas para devolver a segurança ao país , depois de se ter descoberto que o cabo Costa,o famoso serial killer de Santa Comba Dão, era não só adepto ferrenho do SLB... como até presidente da Casa do Benfica de Santa Comba Dão!

Caro ex-conterrâneo Pacheco Pereira : por amor de Deus , não finja que é estúpido , ou no mínimo , não faça de nós estúpidos. Deixe -se ficar na Marmeleira a gozar a reforma que a política lhe arranjou e não fale do que não sabe !
Exército de Salvação Nacional

Batalhão Bússola
Destacamento Roberto Ivens

Manuel Serrão

ESTADO DE DIREITO OU PARA ENDIREITA?

Com tanta trapalhada com os meandros da Justiça Nacional, é de facto muito complicado descobrir um atalho que nos possa projectar para um discurso optimista.
Demagogia e populismo, são as expressões mais ouvidas, usadas e abusadas pelos profissionais da política sempre que confrontados com factos incómodos e para os quais não encontram resposta. Espartilhados no colete de forças das suas contradições, a fuga para a frente manifesta com melancólicos recursos à política da frase-feita, é o singular argumento que lhes sobeja para tentar reforçar a credibilidade das suas teorias.

O artigo na última página do jornal Público de hoje, da jornalista Helena Matos, faz um enquadramento perfeito dos três casos mais mediáticos relacionados com a criminalidade (UGT, Casa Pia e Noite Branca) acentuando-nos a sensação de insegurança e descrédito com as mais altas e instituiuções deste país.

Fundamentemos: foram precisos 20 anos (7 300 dias), entre presunções de inocência e suspeições para o Tribunal decidir absolver 36 dos principais arguidos no processo UGT. Isto, nunca será justiça em parte nenhuma do bom senso humano, porque da má fama, entretanto gerada à sua volta, esses arguidos nunca mais se livram.

O mais escandaloso destes casos, pela circunstância de envolver crianças desprotegidas, o Casa Pia, em que alegadamente estão relacionadas figuras públicas - como políticos, embaixadores, médicos e advogados - arrasta-se penosamente no tempo, cruzando-se agora com fundadas suspeitas pelas recentes alterações ao Código do Processo Penal que contempla prazos mais curtos para a prescrição de processos... Coincidências? Que dizer de uma Justiça que pela sua lentidão excessiva se põe a jeito da especulação pública?

Por último, sobre os supostos responsáveis pelo mais recente assassinato do segurança Beto Maluco, adivinha-se alguma precipitação no enquadramento criminal por parte das entidades judiciais ao qualificá-lo de "terrorista", tendo como não despiciendas as graves acusações da mulher de Bruno Pinto (Pidá) que denuncia a existência de um telemóvel justificadamente remetido por um agente da PJ com mensagem para tentar angariar testemunhos contra o seu marido.

Afinal, o que se estará a passar? A Polícia Judiciária e o próprio Ministério Público estarão tão coesos como o Governo faz crer? O ministro da Administração Interna garante-nos confiar plenamente na investigação policial. E nós? Poderemos confiar?

Que estranhos jogos serão estes, entre membros da mesma equipa que a população não consegue entender? Será porventura neste clima de suspeita fundamentada pela própria acção das Instituições do Estado (Procuradoria Geral , Ministério da Justiça e da Administração Interna) que o senhor Ministro da Justiça pensa convencer a opinião pública que esta guerra semi-silenciosa entre pares não passa de "estados de alma"?

19 dezembro, 2007

Rui Rio bajula Lisboa

Por mais que nos esforcemos, não se consegue descobrir nas intervenções de Rui Rio, desde que é Presidente da Câmara, uma única que nos dê a convicção de estar de bem com o Porto e com os Portuenses.

Pelo contrário, Rui Rio não perde uma oportunidade para se mostrar crispado e frio quando fala do Porto e bajulador subserviente quando se refere a Lisboa.

Particularmente ( e creio que para muitos portuenses), não é novidade nenhuma o seu desejo inconfessado de se guindar um dia à Presidência do PSD provavelmente para chegar a 1º.Ministro, mas mesmo assim chega a ser revoltante a sua apetência indomável para nos passar atestados de menoridade.

Já todos sabemos, também, da guerra que moveu ao Jornal de Notícias e ao seus jornalistas, a quem acusa de perseguição e de outras maldades. Agora, arranjou outros inimigos; virou-se contra a Polícia Judiciária e para o DIAP do Ministério Público do Porto. D.Quixote não faria melhor com os seus moínhos de vento. É caso para se perguntar de que é que gostará Rui Rio no Porto.

Enquanto o Porto cai de pôdre e sujo e as poucas obras que se realizam surgem a conta-gotas, Rui Rio preenche o tempo no site camarário com elogios pegajosos ao Procurador Geral, possivelmente por ter tido a infeliz decisão de gerar problemas hierárquicos no seio da própria Procuradoria e da Polícia Judicária, e qualifica os agentes locais de incompetentes...

Mais uma vez, enganou-se Sr. Rui Rio. Incompetente é o senhor e já teve tempo para ter percebido isso. Vá para Lisboa por favor.

É ASSIM MESMO SENHORES, DÊEM-SE AO RESPEITO

Nenhum procurador do DIAP do Ministério Público do Porto aceitou voluntariamente integrar e equipa especial para investigar as mortes e crimes da noite do Porto nomeada pelo Procurador Geral da República!

Magistrada lisboeta Helena Fazenda teve de recorrer à ajuda de dois procuradores provenientes do DCIAP de Lisboa devido à recusa dos 45 procuradores do DIAP do Porto!

18 dezembro, 2007

DesNORTE?

Aqui, o articulista do JN destaca e compara "os tiques e as poses" dos indivíduos ligados à noite do Porto, como uma imitação da marginalidade norte americana , mas logo à noite, quando chegar a casa, é bem capaz de não dispensar um bom filme de violência importado da terra do Tio Sam...

Afinal, de que nos queixamos? Não é destes produtos "culturais" americanos que os portugueses e grande parte da Europa Comunitária mais consomem?

Os resultados já começam a notar-se: há cada vez mais assassinatos nas escolas europeias praticados por alunos contra alunos. Pode não explicar tudo, mas que contribui para o aumento da criminalidade, disso não devemos ter dúvidas.

oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

O senhor Ministro da Justiça, Alberto Costa, congratulou-se com a articulação perfeita entre a PJ e o Ministério Público, quanto ao sucesso da accção da PJ do Porto na operação "Noite Branca", mas esqueceu-se de acrescentar que essa "articulação" não emperrou devido ao voluntarismo de alguns agentes que não são remunerados por serviço extraordinário.

Pergunta inocente:
será que dos cerca de 56 mil contos de que o Governador do Banco de Portugal (se fosse 1º.Ministro corava de vergonha se com estas aberrações tivesse a lata de mandar o povo fazer sacrifícios) dignamente precisa de levar todos os mêses para casa para fazer o seu transcendente trabalho, não sobra algum para pagar esse trabalho de risco aos agentes da PJ? Não seria mais profícuo dar-lhes as condições que a função exige para então lhes pedir uma maior rapidez de acção e apresentação de resultados?

Um Governador do Banco de Portugal será mais útil à sociedade do que a segurança de todos nós? Será esta comparação demagógica?

Mais: atrevo-me a considerar o Governo parcialmente responsável pelo aumento da criminalidade na cidade do Porto. A centralização tem destas consequências e podem tornar-se crónicas se os responsáveis políticos continuarem convencidos que o empobrecimento da região e o desemprego não tem qualquer relação com a criminalidade. Qualquer idiota compreende isto, menos quem devia.

PS:
Exmo. Sr. Procurador Geral da República:
Não seria oportuno trocar de "agulhas"? Em vez de V. Exa. mandar e nomear para o Porto equipas de investigação e Procuradores Adjuntos, fazer ao contrário e nomear uma equipa do Porto para trabalhar em Lisboa? É que pela capital, os intocáveis investigadores parecem estar meio adormecidos do processo Casa Pia. Não lhe parece? Tantos anos e ainda nada? Estranho...

17 dezembro, 2007

MegaNatalices










Ontem, ao fim da tarde, em Gonçalo Cristóvão

Às autoridades competentes

Heiii!? Psssst!? Heiii!? Psssst!? Ó faz favor?!!!

Desculpem-nos V. Exas., mas já nos dói a voz e as mãos, de tanto recordar a V. Exas. que continuamos à espera que aqueles meninos que foram vítimas de uns tubarões famosos aí da capital sejam ressarcidos (se é que isso ainda é possivel) dos crimes brutais de que foram vítimas. Exactamente, é isso mesmo! Estamos a referir-nos ao famoso caso "Casa Pia". Afinal quem é culpado? Quem é inocente? Em Lisboa! É verdade Exas., em Lisboa! Parece impossível, Exas., mas é em Lisboa!

Ficamos muito gratos que velem rapidamente pela segurança do Porto, que se limpe depressa a cidade dos criminosos da noite, mas gostaríamos de ver resolvido esse hediondo crime que despedaçou definitivamente a vida de muitas crianças em Lisboa.

É que, já são passados alguns anitos e cá pelo Porto o pessoal anda um tanto confuso e já começa a coçar a cabeça para perceber em que é que a Polícia Judiciária de Lisboa é mais célere e competente que a sua congénere do Porto. Cá para nós, parece-nos que o contrário é capaz de ser eventualmente mais verosímil. Não acham, V. Exas.?

Já agora, a pretexto das eventuais ligações das claques dos super-dragões ao crime no Porto, sugerimos que vasculhem as claques benfiquistas dos Diabos Vermelhos porque consta por aqui à boca pequena que também têm ligações ao crime na capital, incluindo ao atrás referido, o chamado processo "Casa-Pia". É só uma sugestão de quem vive no Porto.

Muito obrigado a V. Exas.

Bofetada de luva branca

OPERAÇÃO DA EQUIPA DE INVESTIGAÇÃO AOS CRIMES DA NOITE PORTUENSE FORAM DA RESPONSABILIDADE DA POLÍCIA JUDICIÁRIA DO PORTO MANDATADA PELO TIC (TRIBUNAL DE INSTUÇÃO CRIMINAL) DO PORTO, SEM QUALQUER ORIENTAÇÃO DA EQUIPA DE LISBOA DESIGNADA PELO PROCURADOR GERAL PINTO MONTEIRO!

15 dezembro, 2007

Elites falhadas

Transcrevo este comentário retirado do Público que subscrevo na quase totalidade. Este episódio da guerra dos "seguranças" permite-nos avaliar a imensa mediocridade das elites que nos dirigem. Começando no procurador, passando pelo "comentadeiro" Pacheco, pelos ministros da tutela, inspectores do MAI e acabando no senhor presidente da Câmara do Porto. Prova disso foram as declarações néscias feitas por estes figurões e a imensa palhaçada da operação especial desta noite com 500 agentes e enorme aparato. Estas coisas fazem-se todos os dias, sistematicamente, discretamente e com eficácia. Este tipo de operações só servem para os jornalistas colherem umas imagens que ficam sempre bem nos telejornais. É folclore!


15.12.2007 - 00h43 - Anónimo, Ribeira-Porto


Se a democracia fosse directamente proporcional ao sentimento “opinativo”, Portugal, resolveria o deficit a vendar democracia em pacotes. Ler os comentários a esta notícia, é viajar nos meandros da ignorância, entre o ingénuo, e o intencionalmente malicioso na sua demagogia. Duas ou três considerações. Não há nenhum problema de insegurança na Ribeira do Porto, a não ser quando jogam alguns tipos menos simpáticos contra o club da terra, e que acaba com umas cadeiras pelo ar, e meia dúzia de corridas. Nada comparável com Paris, Atenas, Berlim, Milão, ou até a pacata Oslo. No Porto, morreram uns tipos, que se queriam matar entre si, e não tem nada a ver com a populaça da cidade, a noite de copos e cervejola, a noite das danças e dos fumos. Nada. A morte de 6 tipos, resume-se a um animal que deu um murro mal dado noutro, e por isso o matou. Do mesmo animal, que fez mais uma dúzia de sacanices, até que algum mais corajoso resolveu resolver o assunto. A mais uns tiros que a partir dessa historia, foram acertando no tipo que estava ao lado. E de lado em lado, despacharam 6. Há polícias nos negócios dos streep, e da importação de umas bailarinas, e de uns avisos às rusgas etc.? Há de certeza. Onde? No Porto, em Lisboa, em Freixo de Espada à Cinta, em Alcagoitas de cima. Desde quando? Desde o tempo do Vasco Santana, e do Aniki Bobo. Os polícias do Porto, sabem o que investigam? Sabem tudo, onde estão, com quem estão, quem mandou, quem disparou...Sabem eles, e sabe qualquer tipo que tome 3 cafés na Ribeira, entre as 7 da matina e a hora de almoço. Como sabem os catraios que jogam a bola nas ruas do património mundial. Toda a gente sabe. Então porque não fazem nada? Claro que fazem, só não os arrecadam... Para quê? Perguntem aos políticos que fazem as leis, e aos “corporativistas” do sistema judicial, porque é que as fazem. Porque raio há-de um polícia, sujeitar-se a levar com uma rajada, para arrecadar um tipo que vai para a rua passado 24 horas, porque o “flagrante” não existiu? Porque raio, há-de um policia, interferir no andamento de uma situação, que melhor que qualquer tribunal, vai resolver questões há muito adiadas? Mas oh gente de Lisboa, da câmara, do parlamento de onde quiserem...Alguém avalia a perda para o país da “partida” destes 6 cavalheiros? Terrível, são os que ficam nas passadeiras, quando vão para a escola... Os investigadores de Lisboa, vão resolver tudo? Nada, de nada. È mais um episodio na guerra Porto-Benfica, ou Poder central-regiões, ou algo similar, que outra coisa. Sabem o que é aquele sentimento de tentativa de diminuir uma cidade, uma região, uma entidade, seja de que forma for? Os Policias do Porto, coitadinhos foram ofendidos? Não. Têm simplesmente uma reacção corporativa. Num pais que nunca saiu do corporativismo. Que está nos juízes, nos advogados, nos médicos, nos farmacêuticos. E só não está nos sapateiros, nos arrieiros, nos caldeireiros, porque, a despeito de manterem as ruas com os seus nomes, os que o eram, hoje são...policias, médicos, advogados etc... Basta de tanto delírio. Opinem menos e resolvam os assuntos com competência. Começando por dar condições efectivas à policia, por exemplo. E não só armas, carros, e telefones, mas também, leis que se cumpram que coloquem os criminosos nas cadeias, fazendo das cadeias não estancias de ferias e escolas de crime, mas lugares, onde quem quer comer, que o produza, quem quer ser inserido socialmente, que comece a investir nisso.

14 dezembro, 2007

VÁ DE RETRO SATANÁS!!!

Caros conterrâneos

Este é o rosto da CALÚNIA, mascarado de Nossa Senhora da Purificação, também conhecida por Nossa Senhora da "LUZ", hoje travestido em S. Domingos Amaral...


Humilhar o Porto, as suas instituições, a sua gente mais dedicada, é o que está a dar, lá para as bandas da nossa diligente capital.


Descobrimos mais um franchisado no negócio de Mal-dizer-o-Porto. Reparem bem nas semelhanças entre a imagem da Santa aqui representada e a do autor deste honestíssimo artigo e digam-me se não é caso para desejarmos o Inferno.

A polícia do Porto não presta?

Saúdo todos os participantes nesta Bússola e faço-o na consciência de uma ausência relativamene longa e pela qual começo por me penitenciar... Assim sendo, também teria que ter um motivo forte para recomeçar a minha "postulação" - prometo que serei assíduo - e ele foi-me dado hoje pelo presidente da Câmara do Porto.

Pois o edil atira-se de "faca nos dentes" à Polícia Judiciária portuense - "não é a primeira vez que a PJ/Porto falha", afirma. De facto, não é a primeira vez que Rui Rio mostra desagrado pela actuação das autoridades policiais do Porto, seja porque não tratou os arrumadores tão severamente como pretendia quer porque noutros casos as suas investigações não foram tão longe como desejaria...

O que me faz impressão não é propriamente a crítica à autoridade policial que, desde que seja legítima e dentro do enquadramento cívico necessário, é obviamente aceitável e até ´alutar. O que me incomoda é que seja o presidente da Câmara do Porto, o presidente da Junta Metropolitana do Porto, a trazer para a praça pública uma crítica tão mordaz e claramente excessiva a quem tentará o melhor que pode cumprir a sua missão.

Parece-me até que caberia a quem representa o poder político autárquico do distrito o papel de "estranhar" que para resolver casos tão difíceis e mediáticos como este da "Violência ligado aos negócios da noite" ou até do Apito Dourado seja preciso entregá-los a alguém da capital... O problema é relativamente simples: ou no Porto não há polícias capazes ou eles são de algum modo coniventes com a situação. E, então, há que pedir responsabilidades a quem ao longo dos anos foi montando a máquina policial no distrito, lhe foi nomeando responsáveis e formando agentes... Não foi no Porto que isto aconteceu nem é sua a última responsabilidade. De certeza.

O que há que exigir é mais e melhores agentes e inspectores, mais meios e condições, e melhor direcção. Atacá-los, humilhá-los na praça pública não me parece razoável e muito menos proveitoso...

A não ser politicamente, especialmente junto da opinião pública mais a Sul sempre pronta a juntar a sua voz a quem critique o Porto e o Norte.

Publicado por Rogério Gomes (no Bússola)

13 dezembro, 2007

Quo Vadis Pacheco?

Lê-se hoje no Público que Pacheco Pereira, portuense, intelectual sempre pronto a botar opinião sobre tudo e mais alguma coisa, professor universitário numa instituição conceituada na área das ciências sociais, historiador com muitas obras publicadas, enveredou pela demagogia mais básica. Num registo populista, bem ao gosto dos leitores do Correio da Manhã, público que aliás conhece bem, resolveu estabelecer uma ligação directa entre a onda de violência na cidade do Porto e os Super Dragões. Tal como um tal de Domingos Amaral que não tem pejo em fazer insinuações torpes e tirar conclusões espúrias, Pacheco deixou-se levar pelo ressentimento.

Fernando Madureira, famoso líder dos também famosos Super Dragões - uns tipos que ululantes e enjaulados assistem aos jogos do FC Porto -, mais conhecido como "o macaco", também ele autor duma coisa a que chama "livro", demonstrou, apesar da ausência de títulos académicos e obra publicada que possam ser comparados a Pacheco, possuir um maior lastro sociológico que o grande intelectual. Lapidar disse que a " claque é grande", que engloba diversos "grupos e classes sociais" e que nela coexistem "polícias e ladrões... não somos mais do que uma micro-sociedade". Não se pedia que Pacheco tivesse o discernimento de João Cardoso Rosas, mas esperava-se mais. A sorte de Pacheco é defrontar-se semanalmente com Jorge Coelho e não com o Madureira. Era uma abada!

Entretanto o procurador acordou e chegou à conclusão que pelo menos a PJ do Porto não é a "melhor do mundo". Falta saber se a emenda não é pior que o soneto.

Noticias JN

Região Norte TV

Dentro do pouco que posso fazer pela região faço. Deixei a TVCabo para passar para a TVTel. Motivos? O primeiro, por estar descontente com o serviço (e preço) da TV Cabo. O segundo, pela TVTel ser uma empresa do Norte. Até agora não estou arrependido.
Só se espera, é que o novo canal agora anunciado, se deixe definitivamente de subserviências centralistas e que aposte na prata da casa porque há muito potencial e temática por aí.
Falem do Norte, do interior transmontano, do Alto Douro, de Braga, de Guimarães, enfim de toda a região e esqueçam Lisboa. Invistam aqui, porque é aqui que está o futuro.

Novo Bolhão para 2009

Se o plano sair do papel é de aplaudir, porque já vem tarde. As eleições aproximam-se, não é...


Pinto Monteiro entrega a Lisboa homicídios no Porto

Dizia o Director do JN, ontem - carregado de razão - que o Poder no Porto já não é o que era. Está domesticado, cordato, irreconhecível. Continuo a pensar que o Porto precisa de um Líder. Um Líder mesmo, porque de amostras estamos bem servidos.

De novo, o ódio de Pacheco Pereira

Outra dúvida que não tenho, é sobre o desprezo que Pacheco Pereira dedica à terra de onde consta ser originário.

Este político arrogante, tal como o seu fiel amigo Rui Rio, é dos portuenses mais atípicos que a cidade já conheceu.

Hiper-convencido dos seus dotes intelectuais (que alguns lhe reconhecem), deixa-se trair amiúde pelo seu perfil ressabiado contra os portuenses, em particular contra aqueles que tiveram o azar (a felicidade, digo eu) de gostar do clube mais representativo da cidade, o F. Clube do Porto.

Da mesma forma se trai, quando se vê compelido a comentar algum acontecimento desagradável de claques ou de dirigentes de futebol afectos à zona da capital, sendo fácil notar-lhe muita contenção nas palavras e uma suavidade tolerante que nunca usa quando a crítica tem como alvo o clube azul e branco.

Raramente o ouvimos referir-se, com a contundência que o notabiliza, a barbaridades perpetadas em recintos desportivos da capital e quando o faz tem sempre o cuidado de não se exceder para não cair em desgraça na plateia e no palco que lhe mima o ego e abastece a carteira.

Recordo aqui há uns anos, a agressão bárbara sofrida por atleta de hóquei-em-patins do FCPorto, em que sofreu traumatismo craniano provocado por adeptos benfiquistas em Lisboa e nunca me dei conta de ter feito um comentário categórico de repulsa ao acontecimento. Passa-lhe sempre ao lado, são minudências...

Ontem vi, como vejo muitas vezes, o programa "Quadratura do Círculo", e de novo Pacheco Pereira extravazou no azedume que nutre pela cidade que o viu nascer. De novo, os seus comentários roçaram os limites da calúnia e da insinuação, dando claramente a entender (quase levando Lobo Xavier a perder a compostura) que os recentes crimes ocorridos no Porto estariam ligados às claques dos super-dragões e ao F. Clube do Porto.

Em suma: nem os adversários do clube portuense conseguem ser tão insinuantes quanto este produto híbrido do Porto.

Se há palavra que lhe assenta que nem uma luva, só pode ser esta: DIFAMADOR

O Tratado do Centralismo

Em tempos idos, Cavaco Silva lançou uma frase que se tornou célebre, disse: "raramente me engano e nunca tenho dúvidas!"

Longe de mim emitá-lo, mas entre esta frase e aquilo que penso, é que às vezes, tenho dúvidas.

Neste momento, por exemplo, tão tenho dúvidas em desligar as televisões onde estão a tentar convencer-me que algo de extraordinariamente importante está a acontecer em Lisboa. Ao que parece, trata-se de uma cerimónia onde será assinado um tal Tratado de Lisboa do qual (como sempre) muito pouco se sabe das suas vantagens para nós e para a Europa. Tal como a entrada para a Comunidade Europeia não se reflectiu na qualidade de vida dos portugueses, este deve ir pelo mesmo caminho. Adiante.

Apesar disso e como vem sendo costume, há muita vaidade em LISBOA (parece que orgulho mesmo), rejubila-se com o feito e até já se compara o acto à partida das caravelas dos descobrimentos...

Há um pormenor nesta cerimónia do qual não duvido, que a classe política se sente realizada nestes palcos, mesmo que no futuro se venham a revelar inconsequentes.

12 dezembro, 2007

"Nós por cá"

Para alguns "optimistas" militantes do burgo esta crónica será ficção ou prazer masoquista?

Mais uma "malandrice" de Pinto da Costa...


Parabéns ao F.C.Porto e a Jorge Nuno Pinto da Costa!


O Futebol Clube do Porto, é a única equipa portuguesa ainda em prova na Liga dos Campeões Europeus e acaba de passar aos oitavos de final em 1º lugar no seu Grupo.


Os clubes de Lisboa perdem. Contudo, fazem capas de Jornais e abrem Telejornais...


É a "normalidade d e m o c r á t i c a de Lisboa em todo o seu esplendor

RENOVAR A LINHA DO DOURO






Pela reabertura da linha ferroviária Pocinho/Barca de Alva e reabilitação da Linha do Douro






Subscreva aqui petição online

Nunca o C......o foi tão "certeiro"

Parece que o Primeiro Ministro terá dito que desta vez os sacrifícios serão distribuídos de forma mais justa. Mais Justa é o C...........o!!!!

São 23 horas, cheguei agora a casa e trabalhei hoje doze horas. O meu filho já está a dormir. Este ano já paguei em impostos e multas dezenas de milhares de euros. Todos os meses pago um balúrdio de TSU, tenho custos financeiros indescritíveis por causa da forma como é cobrado o IVA, pago o PEC sobre um rendimento que pode não acontecer e este f...o da p...a vem-me dizer que os sacrifícios serão distribuídos de forma mais justa ? O C........o!!!

Tenho semanas durante o ano em que trabalho 20 horas por dia. Este fim de semana não sabia sequer que dia era, no dia da greve de uma chusma de pan...eiros andei na estrada a pagar portagens e a trabalhar para poder pagar impostos, comecei numa p...a duma garagem sozinho e dei trabalho a uma carrada de gente a quem pago o IRS, a Segurança Social, Seguros de Trabalho e todas as taxas que o estado me exige. Não negoceio salários brutos, por isso que vão para o C.......o com as contribuições dos trabalhadores.
Pago salários decentes e recuso-me a pagar o salário mínimo, seja a quem for, investi e perdi, arranjei-me, voltei a investir e falhei de novo, recuperei e investi de novo e consegui, e estes pan....eiros do C........o vêm agora dizer-me que os sacrifícios são distribuídos de forma justa?
Como o Guterres que f.....eu o pais todo com o rendimento mínimo garantido, a pior opção económica de sempre. Nem sabem sequer o que é não dormir, desesperar, cair e levantar sem pedir um tostão que seja ao f da p... do Estado?! Nem subsidio de desemprego nem o C.......o?! E tenho que ouvir todos os dias as queixinhas dos policias, dos funcionários, dos professores com horário zero (!), dos funcionários dos correios, dos anacletos e afins, que fujo ao fisco, que exploro os trabalhadores, que tenho que pagar mais impostos, que sou um parasita?!

Já paguei todos os impostos de facturas que até agora não consegui cobrar (IVA e IRC), paguei IRC sobre stocks que não sei se algum dia conseguirei vender e os sacrifícios são distribuídos de forma justa?! Justo é o C.......o!! Os 2000 funcionários da CM de Albufeira trabalham das 9h às 15h com intervalo para almoço e de caminho a mesma CM entrega e paga serviços a empresas privadas; decidiram mudar a escada da parte velha, fecharam-na, derrubaram a antiga e colocaram a estrutura em metal, e após quinze dias retiraram a mesma estrutura e colocaram-na em madeira! E ainda queriam fazer um elevador até à praia!!! E eu pago.

Num qualquer Instituto mais de 50 chulos tratam de 9(!) putos. E eu pago. Inventam Institutos e Fundações. E eu pago. Inventam as SCUTS. E eu pago. O PEC. E eu pago. O Presidente apela ao patriotismo. E eu pago.

Sr. Presidente, com todo o respeito que me merece: Vá s f...., você e os camaradas no avião fretado que foram passear para a China. A CM de Paredes de Coura faz Parques de estacionamento sem trânsito. E eu pago. O anacleto Sá Fernandes rebenta com o C........o do orçamento da CM de Lisboa. E eu pago. O Sócrates vai á borla de avião Falcon da Força Aérea. E eu pago. Sacrifícios?! De quem, o C......o?!

Prestam-me um serviço de merda na saúde, a educação é tão miserável que sou obrigado a por o meu puto num colégio privado, nem me atrevo a cobrar dividas em Tribunal devido à miséria que é a Justiça. E pago. Preciso de uma cirurgia e tenho dezasseis mil pessoas em lista de espera, pelo que se não tivesse um seguro de saúde estaria como milhares de desgraçados que se calhar já morreram. E eu e eles pagamos. Os sacrifícios são distribuídos de forma justa? Como??!! O C........o!
E aquela esfinge pa.....eira de óculos que preside ao Banco de Portugal, que ganha mais que o secretário do tesouro dos E.U.A., está à espera de colectar mais 0,03% do PIB com o aumento do IVA? Pois tenho uma pequenina novidade para o reconhecido génio. Talhos, advogados, lares, lojas de moveis e outros pequenos negócios que conheço já têm a contabilidade e pagam impostos em Espanha e eu, assim que seja possível, no ano da graça de 2008 pagarei todo o IVA, IRC e contribuições em Vigo.

A chulice destes f... da p.... que vão cobrar ao C.......o! E quero que se f.... a solidariedade e a conversa de merda porque não me sai do corpo para o dar a chulos. Por alma de quem? Mais Justo?!

Pois é, meus amigos, Justo é o C..... que os F......!!!!!!!!!!!


(Desabafos de um cidadão anónimo revoltado)

11 dezembro, 2007

Os 99 anos de Manoel Oliveira

«O mais premiado cineasta português de todos os tempos, Manoel de Oliveira, que hoje completa 99 anos, disse à agência Lusa que está determinado a realizar todos os filmes que ainda tem em projecto.

"Continuo enquanto me deixarem e enquanto tiver saúde", disse à Lusa Manoel de Oliveira, garantindo que quer realizar todos os projectos que tem, sem dar prioridade a nenhum em especial."Não quero chegar a parte nenhuma, [o cinema] foi só a minha paixão, foi quase que instintivo", afirmou o cineasta.Manoel de Oliveira escusou-se a falar sobre o seu passado, sublinhando que está concentrado apenas nos planos para o futuro."Não olho para os filmes que fiz", frisou.Manoel de

Oliveira nasceu no Porto em 11 de Dezembro de 1908, mas foi registado como se tivesse nascido no dia seguinte.Com 76 anos de cineasta e 99 de idade, Manoel de Oliveira é o mais velho realizador de cinema do Mundo em actividade e o mais premiado do cinema português."Douro, Faina Fluvial" (1931), "Aniki Bobó" (1942), "Benilde ou a Virgem Mãe" (1974), "Amor de Perdição" (1979), "Francisca" (1981), "Le Soulier de Satin" (1985), "Os Canibais" (1988), "Vale Abraão" (1993) e "o Quinto Império" (2004) são alguns dos mais de 40 filmes que realizou."Belle Toujours" e "Cristóvão Colombo - O Enigma" (com estreia marcada para 10 de Janeiro) são as obras mais recentes de Manoel de Oliveira, que tem em projecto "O estranho caso de Angélica" e a adaptação para cinema do conto de Eça de Queiroz "Singularidades de uma rapariga loira".


PARABENS!

Duas notas positivas contra quatro negativas (do JN)

Contra o silêncio (de David Pontes)
Haverá, evidentemente, quem leia este artigo e o considera 'populista'. Nada mais artificial. Vale a pena ler e reavivar a memória da historinha da cena do Metro de Lisboa com a actriz contratada para derrubar Fernando Gomes, com sucesso, diga-se.

A sala de visitas (de Alberto Castro)
"...que a crítica à ousadia da ACP tenha, em alguns casos, vindo do... Porto é demonstrativa do Estado de indigência em que certos círculos nortenhos se deixaram encurralar".
"este raciocínio é paradigmático da mesquinhez e do medo dos que, habituados a ter mercados cativos, convivem mal com o potencial aparecimento de concorrência."
Mais populismo? Tudo manifestações provincianas...

Noite à 8 anos sem o contolo das polícias
Pois é, se calhar, o tempo é curto para encontrar uma pista convincente para condenar Pinto da Costa ( o grande vilão do Norte) e não chega para tarefas "menores"...

Universidade do Porto está nas 500 melhores do Mundo
Maior Universidade portuguesa, maior produtor de ciência no país (de Portugal, entenda-se), são alguns dos pontos positivos que nos fazem manter a esperança.

Trabalhadores da Unicer em greve
a empresa liderada por Pires de Lima eliminou em 2006, mais de 400 postos de trabalho. Este é mais um político, entre muitos, que não lhe chega a macrocefalia lisboeta. Político e ex-deputado,acentue-se, desce à província - como se por cá não houvesse gestores competentes - para comer a "chicha" de uma empresa do Porto e despedir pessoal. Um exemplo a 'seguir' e imaginar o que faria se fosse Poder...

4 Ligações novas e Linha Amarela estendida até Vila d'Este
Se este estudo da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) for para diante é uma boa notícia para o Porto

10 dezembro, 2007

... e o resto é paisagem

Acabei de ver no noticiário da RTP2, uma notícia acerca do lançamento de uma campanha governamental, baseada num audio-visual, destinada a dar uma nova imagem de Portugal no estrangeiro. O chefe da orquestra é o inefável ministro da Economia, o mesmo que patrocinou a parolíssima e idiota ideia de transformar o Algarve em allgarve. Sem rir, e com o ar mais solene possível, afirmou que se pretende que o país dê uma imagem de inovação, capacidade empreendedora, e não sei mais o quê.

Até aqui tudo bem, é o habitual show de irrelevâncias e fantasias a que os nossos governantes nos habituaram e que ninguém cá dentro leva a sério: é mesmo para inglês ver, só que estes também não vão acreditar. Basta olhar para as estatísticas, económicas e outras.

Mas o que sinceramente mais me irritou foi que, além de todas as figuras (menos uma) apresentadas como símbolos deste tal Portugal renovado, serem figurões de Lisboa, a banda sonora é um fado cantado por uma qualquer fadista lisboeta.

Por muito que queiram na capital, o fado não é a canção nacional. Nada tenho contra quem gosta dele, apenas apresento aqui o meu protesto (inofensivo e inóquo infelizmente) contra mais um abuso centralista: reduzir todo país à área da capital e pretender que os símbolos locais lisboetas sejam forçosamente símbolos nacionais.

Nada disto é novidade, eu já devia estar habituado. Mas não consigo!

PORREIRO, PÁ!!!

Porreiro pá! Como nós somos bons, pá! Como podemos sentir vaidade por estarmos a governar tão bem, pá. Tu, viráste as costas às responsabilidades que assumiste perante o teu povo para arranjares um bom emprego que te dá prestígio e dinheiro, embora nada de importante realmente faças e apesar disso, ainda há portugueses que se orgulham de ti. Vê lá, pá!

No fundo, o nosso povo até é porreirinho pá! Então,se até um treinador brasileiro o convenceu a pendurar bandeirinhas nas janelas sem nada ter ganho e a desprezar os portistas, como é que nós não havíamos de tocar no seu orgulho nacionalista por termos conseguido trazer a Lisboa tanta gente ao mesmo tempo? Ó pá, isto é como lhes dar uma laranja sem sumo, porque o que realmente importa é mostrar-lhes a laranja. Quando derem conta que a laranja afinal não existe entretanto, já cá não estamos e os que nos sucederem que se safem que aprendam a aldrabar com classe e com porte de estadista que isto não é para todos. Não é pá? Porreiro.

Os ditadores é que vieram comprometer um bocado os nossos princípios democráticos, mas nestas ocasiões já sabes pá, temos de fazer uso da técnica do palavreado que aprendemos quando éramos novatos e chapamos-lhes com aquela da "real politik" e toda a gente engole pá! Tás a ver pá?

É preciso também, falar-lhes de optimismo pá, sobretudo quando os assaltos aumentam na razão directa das ondas crescentes de desemprego que é para eles se sentirem "comprometidos" com o regime. Vê lá tu pá, que há alguns que até já comeram aquela do "todos somos responsáveis" que tantos debates e crónicas de propaganda nos custou. Sabes pá, isto dá algum trabalho pá, mas vale a pena. É que sem conseguirmos alterar uma vírgula ao estado das coisas - a não ser para pior - somos tidos como pessoas importantes e confessa lá que isso não te realiza? Anda lá, confessa pá.

Porreiro, pá.


O mundo do avesso

Enquanto o nosso primeiro-ministro, com aquele sorriso de provinciano deslumbrado consigo mesmo, reunia com o maior ajuntamento de facínoras que jamais foi feito na Europa, as coisas cá pelo Porto, e não só, pioraram.
Enquanto os nossos governantes andam entretidos a "resolver" os problemas de África, precisamente com aqueles que são os principais responsáveis pela infame situação dos povos desse continente, a incompetência das nossas polícias ganha contornos de record europeu. A famosa Polícia Judiciária - "uma das melhores do mundo" - depois de meses a ser literalmente gozada pela imprensa britânica, continua a sua incomparável saga de incompetência mostrando-se absolutamente incapaz de travar a onda de criminalidade violenta que assola o Porto. Depois de seis assassinatos em apenas 4 meses, vídeos na Internet e entrevistas nos jornais, a PJ continua às aranhas. Parece que só é capaz de sacar confissões às mães das infelizes joanas deste mundo. O senhor presidente da Câmara, nos intervalos da sua vida entre o gabinete da Câmara e os fins-de-semana em Viana, diz umas vacuidades sobre a situação.
Mas nada disto admira num país cujo procurador geral ouve ruídos estranhos no telemóvel, pensa que não é necessário um esforço suplementar na investigação do caso Casa Pia, apesar dos fortes indícios de continuada actuação de redes pedófilas em volta da instituição. Mas para fazer uma entrada de leão, e dar circo aos famosos "seis milhões" de cidadãos, nomeou uma procuradora especial para investigar a batota no jogo da bola. Esta, por sua vez, veio cá com grande aparato, usou três automóveis, e deslocou-se em grande velocidade pela cidade em holliwoodescas manobras de diversão.
Aquilo que interessa, aquilo que verdadeiramente afecta a vida dos cidadãos, ninguém mostra vontade de querer resolver. O senhor Sócrates e um tal de Durão (o tal que viu, com aqueles que a terra há-de comer, documentos que provavam a existência segura de armas de destruição maciça no Iraque, e mais tarde desertou do cargo de primeiro-ministro quando se apercebeu que não tinha arcaboiço para a dureza da tarefa), convivem com cleptocratas como o senhor presidente de Angola, déspotas como o senhor Mugabe e ditadores senis e ridículos como Ghadaffi (parece que é assim que o homem se chama agora) e esquecem-se dum país real que se afunda e onde cada vez mais, particularmente nesta região, os seus melhores voltam a ter que emigrar aos milhares.
A festarola parece que custou largos milhões de euros. Não faz mal, fecham-se mais umas escolas, maternidades e urgências no interior.
Tirem-de daqui!!

09 dezembro, 2007

Já acabou esta palhaçada da cimeira Euro-africana?

Uf! Até que enfim. Acabou esta feira de vaidades inconsequentes no esplendoroso palco de Lisboa.

Pelo menos agora, fica mais atenuada a imagem ridícula que os políticos dão quando se esforçam por nos convencer que estão a tratar de coisas sérias. Haja estômago para tanto cinismo.

Filhos de um deus menor

A primeira fase do Metro do Porto está a terminar pelo que, compreensivelmente, se começam a lançar ideias concretas para a segunda fase. Cada uma delas é acompanhada por uma reticência: "se o governo estiver de acordo e autorizar".

Este condicionalismo provavelmente não choca muita gente, por considerarem normal que seja o governo a decidir. A mim choca-me, e choca-me porque corresponde a passarem-nos um atestado de menoridade intectual e cívica. Pergunto-me porque raio uns supostos "patrões" que estão em Lisboa, é que vão decidir se para nós, portuenses, é mais conveniente termos uma linha circular, uma ligação entre Senhora da Hora e Hospital de S. João, ou outro qualquer percurso? Nós aqui no Porto damos porventura palpites sobre a expansão do metro deles?

Eu sei qual é o argumento que o governo considera decisivo para justificar esta interferência. "O dinheiro é dado por nós, portanto cabe-nos decidir o que vocês vão fazer".

Eu penso, e gostaria que uma grande maioria pensasse da mesma forma, que o dinheiro não é "deles". O governo deveria ser apenas considerado como uma espécie de fiel depositário do dinheiro dos impostos que são pagos por todos nós, que é nosso, e que portanto o governo não deveria nunca arrogar-se o direito de se considerar o seu légítimo proprietário, dispondo posteriormente dele segundo lhe dá na sua real gana. Quando muito, seria admissível que fosse negociado um limite máximo de investimento para a segunda fase. Mas uma vez acordado esse valor, a decisão quanto ao desenho de expansão da rede, deveria ser uma competência exclusivamente local, em moldes que estariam préviamente definidos.

Estou perfeitamente consciente de que, nas circunstâncias actuais, este desiderato é perfeitamente quimérico, mas é nesse sentido que deveríamos caminhar. O primeiro passo, sem dúvida, será conquistar uma regionalização que efectivamente descentralize e delegue poderes. Daí, a importância transcendente que o próximo referendo irá ter.

07 dezembro, 2007

Novo canal regional do Norte

Vamos lá ver, se é desta vez que vamos ter um canal 100% nortenho sem metástases centralistas...

As preocupações dos canais tv/empresas com a conquista rápida de mercados, leva-os a cometer sempre os mesmos erros, contando-se entre eles um muito particular, que é a obsessão de repetir o que já se faz em Lisboa e para Lisboa.

Infelizmente, continua a haver entre nós muitos "melros" que quando entram nestas coisas da TV não resistem a prestar vassalagem à capital, como que para transmitir a ideia politicamente correcta de bons meninos muito "cosmopolitas".

Nada mais errado, se começarmos a ver e ouvir nos écrans da nova RNTV (o nome confunde-se com a anterior NTV) as mesmas pessoas que os canais centralistas nos impingem há séculos...Há muita gente interessante no Porto e em todo o Norte do país, basta saber ir ao seu encontro.

A oportunidade terá de ser dada a gente do Porto e de todas as outras cidades do Norte de forma declaradamente prioritária e assumidamente regional. Há muita juventude local com talentos e capacidades à espera de uma opotunidade para se revelarem sem terem de imigrar para a capital do Império. Esperemos portanto,que desta feita não se cometam erros de um passado ainda recente que mais uma vez nos impediram de dar um importante passo em frente em termos de autonomia cultural e informativa.

NOTA: Este canal será transmitido, por cabo, 24 horas por dia em todo o país pela TVTel



Oliveira Marques sim, João Cravinho não!

Os novos bons costumes "democráticos" mandam que sejamos cinicamente educados mesmo para quem da educação retirou muito pouco. Por isso serei comedido nos meus adjectivos.

O "Termómetro" do JN de hoje, atribui duas setas ascendentes a João Cravinho e Oliveira Marques respectivamente, mas, do meu ponto de vista, só uma delas se compreende e aplaude: a de Oliveira Marques, obviamente.

Oliveira Marques, teve um papel preponderante no projecto do Metro do Porto, apesar das dificuldades financeiras que (como já vem sendo hábito) o Estado tem criado à sua sustentabilidade. Como sempre, o Estado persiste em dar maus exemplos. Através dos governos, o Estado faz aprovar e propagandear os investimentos públicos que lhe convém para recolher votos, mas depois vira as costas ao planeamento atempado dos respectivos financiamentos.

Assim mesmo, com todas estas incongruências da parte do Governo, Oliveira Marques fez o seu trabalho com distinção. Teve, é verdade, algumas falhas na concepção técnica de alguns detalhes (como o sistema de aquisição de títulos, a leitura de zonas, a falta de protecção solar nos monitores das box de títulos, etc.), mas, ultrapassados esses e outros pormenores importantes, o grosso da obra é altamente lisonjeiro para a sua administração.

Agora, João Cravinho? O protótipo do político portuga, que na oposição diz uma coisa e mal põe os pezinhos no governo, diz outra? O JN, ter-se-à esquecido do entusiasmo que este cavalheiro mostrava com a Regionalização quando o PSD governava, e mal o PS venceu as eleições perdeu completamente o pio, nunca mais tocou no assunto?

Este homem que se fosse do Norte e adepto do FC do Porto tinha toda a comunicação social a censurá-lo por "misturar" política com futebol e vice-versa, mas como é simpatizante do Benfica não se coíbe, mesmo fora do contexto desportivo tecer loas ao seu Benfica como se isso fosse a coisa mais natural do Mundo e sem que ninguém ouse criticá-lo?

Este homem que agora se cola ao mega projecto da OTA e anda outra vez arrogantemente convencido que os portugueses são parvos e que só existem dentro da grande Lisboa?
E é a um homem com estas características, que nada fez de verdadeiramente notável pelo país que o JN considera meritório o lugar que lhe ofereceram no Banco Europeu de Reconstrução de Desenvolvimento? Não será antes provocatória para a população uma promoção desta natureza artribuída a um homem que só se notabilizou pelo método ziguezagueante de fazer e estar na política. O JN hoje equivocou-se. O Jornal de Notícias de hoje, promoveu o oportunismo na política como se os portugueses já não tivessem que baste. Assim, definitivamente jamais seremos um país de gente séria. João Cravinho, devia ser sim, era irradicado da vida política, porque é um dos muitos que nos vem enganando, compulsivamente.

05 dezembro, 2007

Destaques do JN de hoje

Tempo de máscaras (de António Pina)

Será que o Porto se importa?
(de Helena Teixeira da Silva e José Miguel Gaspar)

Os pequenos partidos são uma falsa questão

Para não recuarmos ainda mais no tempo vamos considerar que a discussão só tem 17 anos, lembrando-nos do ano em que o então primeiro-ministro e líder do PSD, Cavaco Silva, tentou aprovar uma reforma do sistema eleitoral que haveria de ser rejeitada pelo Parlamento.17 anos depois, esta reforma que prevê a criação de círculos uninominais num sistema misto onde conviverão com um círculo nacional, volta a estar em cima da mesa e, como sempre acontece nestas coisas, por iniciativa do partido que não está no Governo.

Agora como então, os dois maiores partidos, PS e PSD, aparentam forte motivação para fazer vingar a proposta, tecendo os maiores elogios à principal virtude que lhe está subjacente a introdução dos círculos uninominais aproxima os eleitores dos eleitos.Logo aqui se percebe a urgência desta transformação. Se os dois principais partidos reconhecem e valorizam a necessidade de aproximação dos eleitores aos eleitos, é porque não duvidam que no sistema vigente existe um enorme e irreversível afastamento entre quem elege e quem é eleito.

O aumento exponencial da abstenção que se tem registado nos últimos actos eleitorais terá múltiplas razões, mas esta falta de identificação crescente entre quem vota e quem se apresenta a votos será um dos factores cruciais deste desencanto que tem afectado as recentes eleições.

Outro dos motivos deste alheamento que tem marcado os resultados eleitorais das legislativas tem também a ver com o desrespeito que permite que os primeiros nomes das listas nem sequer cheguem a tomar posse como deputados, ou abandonem os seus lugares quando a legislatura ainda se encontra bem longe do fim. Isto só é possível porque no actual modelo não existe (nem se cria…) qualquer ligação sólida e responsável entre o candidato a deputado e os eleitores do seu círculo distrital.Agora como então, o único argumento que parece ensombrar a discussão é a ideia de que a criação destes círculos uninominais prejudica a representação dos pequenos partidos.

Dito assim, até podíamos ser levados a pensar que estávamos perante um momento enternecedor da política portuguesa, quiçá inspirado pela época natalícia os grandes partidos que tudo mandam e tudo decidem na vida política nacional estão deveras preocupados com os pequenos partidos. Que bonito!Se há estórias que têm um final feliz, esta não é de certeza uma delas.

Os numerosos deputados dos dois maiores partidos estão preocupados, e muito, é com os seus lugares e com a possibilidade de não conseguirem a reeleição, num quadro em que os eleitores tenderão a afastar quem poucas ou nenhumas provas de respeito por eles deu nos últimos anos.

Por outro lado, os estados-maiores dos dois partidos também não esquecem que o seu controlo e influência sobre todos e cada um dos deputados sofrerão profundas alterações. Tornando-se mais dependentes dos eleitores do que das direcções partidárias, os novos deputados terão uma maior tendência para pensar pela sua cabeça e votar na defesa dos seus interesses, que passarão a ser muito mais regidos pelo sentimento e pelas cabeças dos eleitores do seu círculo, em vez de se alinharem invariavelmente pelas orientações dos chefes do partido.

Para que esta reforma não tenha o mesmo triste fim, era preciso que Sócrates e Menezes tivessem total consciência da imperiosa necessidade de a conseguir impor aos seus correligionários. Bem ao estilo divertido daquela série inglesa que fez as delícias de muitos dos meus serões, o "Yes minister", não será nunca por culpa dos dois líderes que ela ficará mais uma vez no tinteiro, ou como se deveria dizer nos tempos que correm, no desktop. Menezes e Sócrates sabem muito bem que as eleições respectivas dificilmente estarão em causa.

O problema está e estará sempre nos homens que os rodeiam, muitos dos quais perfeitos desconhecidos, mas cuja vida e sobrevivência política estão intimamente ligadas a uma suposta legitimidade eleitoral, que sempre têm conseguido com mais facilidade na frequência dos corredores do Poder do que no trabalho de campo junto dos seus verdadeiros eleitores.

Aqui está uma boa oportunidade para o dr. Menezes dar mais um sinal de que na sua eleição não foram só algumas moscas que mudaram.

Manuel Serrão

Fonte: JN

04 dezembro, 2007

Incúria, discriminação ou ignorância?


Há já alguns mêses (quase um ano), por razões de ordem familiar apontei aqui na Baixa do Porto esta singular ocorrência:

em vários quarteirões das redondezas da Rua Coronel Almeida Valente, só a placa toponímica desta rua e da Rua do Dr. Carlos Ramos,permaneciam inalteradas, com o antigo fundo branco. E permanecem ainda...

Como se pode constatar pelas fotos expostas, placas de outras ruas das proximidades (quase todas) foram devidamente substituídas pelas verdes. A questão que me intriga e quero aqui colocar ao senhor vereador do urbanismo da C.M.P., é a seguinte: será por incúria, discriminação ou ignorância que a placa do meu avô ainda não foi substituída?

Se foi por ignorância, posso ajudar:

O Coronel Almeida Valente de quem tenho muita honra de ser neto foi:
Militar ilustre, nascido em 2/12/1874 e falecido em 20/11/1949 que se notabilizou nas campanhas coloniais da 2ª. década do séc.XX
Aposentado da vida militar,foi vereador da CM do Porto,tendo sido convidado para presidir à autarquia, recusou o convite.
Foi Presidente do Tribunal Militar do Distrito do Porto e também Presidente da Associação de Proprietários e Lavradores do Norte de Portugal
O Primeiro de Janeiro destacou a sua morte assim:

"desaparece uma das figuras mais brilhantes da vida portuguesa
contemporânea!"
"como político - político na mais nobre acepção da palavra - comportou-se
sempre como um português de lei!"

Se a C.Municipal do Porto puder e quiser, fico muito grato que quem de direito. me informe qual destas três situações motivou e motiva tal tratamento.

Rui Valente
(Publicado também no blogue a Baixa do Porto)

PACHECO PEREIRA

Por falar em centralismo; já viram este ex-político- político e pseudo-intelectual-intelectual ou vice-versa, "portuense", (por sinal muito acarinhado pela SIC centralista de Pinto Balsemão) preocupado com a macrocefalia governativa?

Sendo um homem cotado de inteligente, há qualquer coisa de estranho nesta forma de ver os problemas nacionais...Qualquer coisa parecida como confundir Lisboa com o país...Qualquer coisa de muito pouco popular, muito característica de tão híbrida personagem...

RAMALHO EANES

Goste-se ou não (a relevância das figuras públicas não se deve orientar por simpatias), Ramalho Eanes é das personalidades mais íntegras que o Portugal de Abril conheceu. A prova, é que não agradou nem à esquerda nem à direita.

Ora, se o ditado diz que no centro é que está a virtude e que na política o centro não existe, não é exagero afirmar que Ramalho Eanes é um virtuoso. Não genericamente, mas naquilo que é essencial a um Presidente da Republica: coragem e integridade.

Num tempo onde alguns "amigos de Peniche" deixaram vazios os seus lugares no Estádio do Dragão por se terem deixado impressionar com a "caça ao homem" movida a Pinto da Costa pela ditadura centralista, Ramalho Eanes é igual a ele próprio: um HOMEM DE CORPO INTEIRO!

ISTO É DEMOCRACIA

Enquanto estes "pardais" (Renato Sampaio e Marco António Costa) se trocam de mimos à volta de uma causa (Regionalização) que nenhum (PS e PSD) chegou verdadeiramente a defender e respeitar, nós vamos assistindo, serenamente, como "bons" espectadores, à espera das próximas eleições, para tudo ficar como dantes...

03 dezembro, 2007

MEMORANDUM CASA PIA VII

O Escândalo Casa Pia rebentou nos finais de 2002, quando um antigo aluno da Casa Pia em entrevista à jornalista Felícia Cabrita, alega ter sofrido de abusos sexuais, enquanto jovem. Os principais responsáveis desses abusos eram figuras públicas e um ex-funcionário da Casa Pia, Carlos Silvino, mais conhecido como Bibi.

A 29 de dezembro de 2004, o Procurador-geral da República, José Souto Moura, acusa formalmente várias personalidade de abusos sexuais a menores (pedofilia):Herman José e Carlos Cruz, duas estrelas da televisão portuguesa.O arqueólogo Francisco Alves e o antigo médico da Casa Pia, Ferreira Diniz, o ex-Ministro da Segurança Social do governo de António Guterres e actual deputado do Partido Socialista, Paulo Pedroso e o embaixador Jorge Ritto.

O julgamento iniciou em 25 de Novembro de 2004, com sete arguidos: Carlos Silvino, Carlos Cruz, Jorge Ritto, Ferreira Diniz, Manuel Abrantes, Hugo Marçal e Gertrudes Nunes. O caso arrastou-se durante anos, com audiências públicas e não públicas para auscultar as alegadas vítimas. Em DEZEMBRO DE 2007 o caso ainda decorre.

O tema - valha-nos isso - não envolve o Porto, mas indigna todo o país. Os media tradicionais andam ao "ritmo" do regime e já se devem ter "cansado" de o pressionar. Nós não. Todas as semanas faremos questão de lembrar aqui esta vergonha nacional. Para que os respectivos responsáveis possam ter a noção exacta da valia da sua honorabilidade.

A Justiça criminosa

Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso.

Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.

Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia que se sabe que nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.

Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.

Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços do enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.

E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogues, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.

Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muito alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?

Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.

Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.

Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?

Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?

Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?

Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?

Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?

Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.

No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém? As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não substancia.

E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu?

E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?

E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente"importante" estava envolvida, o que aconteceu?

Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.

E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?

E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?

O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.

E aquele médico do Hospital de Santa Maria suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?

E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.

Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento. Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.

Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.

Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade. Este é o maior fracasso da democracia portuguesa e contra isto o PS e o PSD que fizeram? Assinaram um iníquo pacto de justiça.

de Clara Ferreira Alves

(Fonte OFC)