26 julho, 2008

Soldados para a rua, já!

Hoje, apetece-me efabular um pouco. Os últimos acontecimentos, não sei porquê, estimularam-me a inspiração...

A quase história, passa-se num pedaço de terra rectangular, situada na Europa Ocidental, que se fez país de Norte para Sul, conquistando terras aos mouros, com os nortenhos como principais responsáveis pelo seu crescimento para as dimensões actuais. Isto é um facto. Porém, hoje, tanta tem sido a degradação de valores nesse naco de terra, que até os factos da própria história parecem ser cada vez mais irrelevantes para uma certa região do país...

A explicar esta conclusão, não são precisos mais do que uns breves minutos para rebobinar a memória das "desmistificações" e recordar alguns dos paradigmas semi "perdidos" do povo do Norte, com especial incidência para o povo do Porto... Bastará recordar apenas alguns dos pergaminhos que a história nos legou e que agora o Big Brother de Lisboa nos pretende usurpar. Um deles, talvez o mais simbólico pela própria força que exprime, foi o episódio das tripas que originou a nossa alcunha de tripeiros. Na guerra peninsular, o povo do Porto cedeu, patriótica e generosamente a carne dos animais às tropas combatentes contentando-se em alimentar-se com as vísceras. Dessa desprendida e "banal" atitude dos portuenses (ironia das ironias), resultou um prato fabuloso: as tripas à portuguesa. Com jeitinho (a ASAE ajuda), e a doença das vacas loucas, não tarda muito extinguem-se no país as tripas e com elas, a história que lhe está associada...

Não quero alongar-me em mais referências, caso contrário, transformarei o post num imenso livro*, ainda que os livros estejam agora na berra e não nos faltar matéria-prima de sobra para os escrever, por isso, darei somente mais um outro inofensivo exemplo. O da alcunha de "povo trabalhador" que a história nos atribuiu. Esse mesmo.
Já todos nos cansamos de ouvir e ler algumas almas iluminadas da capital "contorcerem-se" física e mentalmente para esvaziarem de sentido essa nossa reputação de povo virado para o trabalho. Pois, hoje, na óptica mais informal da intelectualite centralista, somos apenas uns párias, mandriões, provincianos e (esta é a mais recente), uns mafiosos!!! Assim o deu a entender também, o Sr. Domingos Amaral, nobre filho do ilustre jurista Freitas do Amaral.

Ora, nesse país da Europa tão antigo em fronteiras demarcadas, mas ainda assim tão indefinido, existem govêrnos, quarteis, escolas, empresas, hospitais, tribunais (há?) e todo o tipo de organismos, onde é suposto existir um dirigente, um chefe, um presidente, enfim, alguém que zele pela respectiva manutenção da ordem e do cumprimento de tarefas.

Eis senão quando, surge um "iluminado" para contestar a tradicional hierarquia dos poderes e pôr tudo com a cabeça à roda. Esse iluminado chama-se Freitas do Amaral! Sim, esse mesmo, a versão masculina da Zita Zeabra!

Como estamos numa coisa chamada erradamente Portugal - sim, porque quem teria propriedade histórica para assim se chamar seria o Porto, e menos este meio país complexo e complexado tal como está agor - tudo se pode esperar. Infelizmente, as surpresas são tão disparatadas, crescem e multiplicam-se tanto, que já não são propriamente surpresas.

Não nos surpreendamos pois, se à imagem do que - de certo modo - já está a acontecer com a PJ e a própria Procuradoria Geral, que amanhã, haja um motim num quartel com os soldados a desobedecerem ao general, que nas empresas os empregados corram com o patrão, com o réu a punir o Juíz (isto aconteceu há pouco), porque tudo é mesmo possível, aqui, nesta terra de oportunistas bem cotados. Há sempre uma "lei" misteriosa debaixo da manga, bem escondida, como um Ás de trunfo de jogar cartas para servir qualquer freguês, e se o freguês pagar bem, tanto melhor.

Por este andar, ainda vamos ver os filhos do Dr. Freitas do Amaral a faltarem-lhe ao respeito, a correrem-no da sua própria casa a pontapé, com Lisboa toda a aplaudir. Ou melhor, o Benfica todo a aplaudir.

E o Govêrno, na Tribuna de Honra, a assistir.

*Com raro sentido de oportunidade, o Dr. Freitas do Amaral aprendeu depressa a lição. Se a ilustrérrima, reverendérrima,doutorérrima,bacharelérrima,fidelérrima,amantérrima,professorérrima, D.Carolina Salgado (filha devotérima e exemplérrima), publicou um livro, porque não haveria o ilustrérrimo especialista, de publicar também? Se todos podem ganhar dinheiro à custa de Pinto da Costa, por que não ele também? Afinal, não há um mercado de "6 milhões" à espera e de braços abertos? A vida está para os espertos.

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