13 fevereiro, 2016

Os contratos de milhões dos 3 grandes "vão ser anulados"


Segundo o jornal SOL, os acordos de direitos televisivos da NOS e MEO com os três 'grandes' vão ser chumbados pela Autoridade da Concorrência.
O jornal SOL avança este sábado com a notícia de que os contratos milionários dos três 'grandes' referentes à venda dos direitos televisivos vão ser anulados devido ao chumbo da Autoridade da Concorrência.
De acordo com a referida publicação, que inclui o tema na primeira página, a Autoridade da Concorrência já tinha manifestado dúvidas sobre os contratos de Benfica e Sporting com a NOS e do FC Porto com a MEO, optando agora por chumbar os contratos e obrigar a uma renegociação.
Os contratos em questão são de longa duração. O Benfica tinha a expectativa de vir a receber no total 400 milhões de euros por 10 anos devido ao acordo com a NOS - válido por três anos e renovável até um total de dez - enquanto o FC Porto chegou a acordo com a MEO por 457 milhões pelos mesmos dez anos. O Sporting, por fim, acordou com a NOS um bolo total de 515 milhões, referentes a 12 temporadas.

Casillas igual ao estatuto, ajudou à victória

Foi uma autêntica lufada de confiança para os portistas, a victória do FCPorto no campo do seu principal rival. Ontem, os jogadores conseguiram ultrapassar os fantasmas dos últimos jogos que tantas consumições nos têm causado e deram uma bofetada de luva branca ao presidente e a toda a SAD, saindo da capital do eucalipto com 3 pontos preciosos. Devo confessar que, nas actuais circunstâncias, não contava com este resultado. Houve erros? É claro que os houve, não seria de esperar outra coisa, com tão pouco tempo de Peseiro no clube. Casillas deu sinais de estar a sair do estado apático que o contagiou também a ele e anulou com grandes defesas alguns dos erros defensivos do sector mais recuado que temos vistos ultimamente. Chidozie não comprometeu, esteve melhor que alguns titulares. A aposta neste jovem talento foi um acto de coragem de Peseiro que temos de louvar, até porque não tinha muitas alternativas.Espero é que Peseiro corrija quanto antes o posicionamento de alguns atletas e acabe com aquele vício de receber a bola sempre virados de costas para o adversário (Brahimi usa e abusa desse movimento) porque é demasiado evidente e fácil de controlar pelas outras equipas. Espero igualmente que o novo treinador os convença que nós não nos contentamos com as victórias ao Benfica. As outras equipas merecem o mesmo empenho, a mesma concentração, porque só assim podemos ainda almejar ganhar o campeonato. E mentalizá-los também que se não houver essa vontade, se não dermos mais velocidade aos jogos, se não olharmos bem antes de passar a bola, estaremos a protelar a solução dos nossos problemas. Até porque, os outros vão continuar a beneficiar do manto protector dos árbitros.Finalmente, fiquei também contente por verificar que a tão apregoada máquina avassaladora dos vermelhos, afinal não é grande coisa, sobretudo quando deixa de contar com o bracinho protector dos árbitros.  

11 fevereiro, 2016

Rui Moreira ameaça TAP com boicote nortenho

Image de Rui Moreira acusa TAP de suprimir voo noturno estratégico entre Lisboa e o Porto
TAP colaboracionista do centralismo

Há uma escalada na “guerra” da Câmara do Porto à estratégiaanunciada pela TAP para este ano, no que envolve o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, e o presidente da autarquia, Rui Moreira, garante que as duras críticas que tem feito não vão parar. “Não é o momento de inverter a estratégia”, disse esta quarta-feira na reunião do executivo, em que deixou claro que as próximas batalhas podem chegar mesmo a um apelo ao boicote. A polémica já ultrapassou, entretanto, fronteiras, com o alcaide de Vigo, Abel Caballero, a pedir “uma investigação” à União Europeia por causa das declarações de Moreira sobre afutura ligação Lisboa-Vigo da TAP.
Com a garantia de apoio de todas as forças políticas representadas no executivo, Rui Moreira não aceitou a sugestão do vereador Amorim Pereira, do PSD, para que a região pare “de correr atrás do prejuízo” no caso da TAP e se concentre nas companhias que querem, de facto, estar no Porto. “Fazer exigências é uma guerra perdida. Devemos negociar com as companhias aéreas que estão interessadas no Porto: a British Airways, a Lufthansa e as low-cost”, disse o social-democrata. “Ainda não chegou o tempo de nos calarmos e conformarmos. Poderá chegar o tempo de apelarmos à população da Região Norte para não voar na TAP, mas esse tempo ainda não chegou”, contrapôs Rui Moreira.
Referindo-se às recentes alterações ao capital da companhia, que fará aumentar o capital do Estado para 50%, o presidente disse “querer acreditar” que ainda se pode “reclamar alguma coisa”, mesmo defendendo que toda a estratégia da companhia aérea, centrada em Lisboa, tem objectivos bem definidos — construir um novo aeroporto na capital, fazer o TGV e “uma nova Expo do lado sul”. “Isto já não se resolve com a regionalização, isto é um problema de regime”, defendeu o autarca, argumentando: “Temos sido uns carneiros e temo-nos iludido com promessas sucessivas. Lembro o TGV e todas as versões para o Norte. O que se vai construir vai ser Lisboa-Madrid, não tenho dúvidas. O Porto de Leixões está prestes a esgotar a capacidade, mas não é aqui que se vai investir, é no Barreiro. E vão fazer a terceira ponte [sobre o Tejo], não tenho dúvidas. É um objectivo do regime”, disse.
Durante o debate no executivo foi o próprio Rui Moreira a informar os vereadores de que a polémica ultrapassara as fronteiras do país, ao anunciar que o alcaide da cidade galega de Vigo, Abel Caballero, tinha pedido à União Europeia que investigue as declarações do autarca portuense sobre a anunciada ligação Lisboa-Vigo — um anúncio feito na terça-feira pelo governante espanhol e que está reproduzido na edição desta quarta-feira do diário galego Faro de Vigo. “[Caballero] até pode chamar a PIDE”, insurgiu-se Moreira, afirmando que não aceita “lições” do outro lado da fronteira e que mantém as críticas que suscitaram a indignação galega. “A ligação Lisboa-Vigo é um insulto ao Porto e pretende destruir o aeroporto do Porto”, reiterou.
E esta não é a única pedra no sapato do autarca. “Não me conformo com a ponte aérea [Lisboa-Porto]”, defendeu Rui Moreira, declarando aos vereadores que esta ponte aérea – que começa a 27 de Março, com voos de hora a hora, desde as 5h30 e as 22h25 –  “é muito interessante para um accionista que tem aviões parados no Brasil e não sabe o que lhes há-de fazer”, numa referência a David Neeleman, proprietário da Azul e um dos donos da TAP. “Não é o interesse da TAP que está a ser privilegiado, quem está a ser privilegiada é a White”, concluiu o autarca.
Os aviões da White Airways vão operar a maior parte dos voos da ponte aérea e são alugados à Azul Linhas Aéreas Brasileiras, a empresa de David Neeleman, que é um dos novos donos da TAP. Rui Moreira questionou se a companhia portuguesa iria agora funcionar em regime de “outsourcing”.
O Estado português vendeu 61% do capital da TAP, a 12 de Novembro de 2015, ao consórcio Atlantic Gateway, liderado pelos empresários Humberto Pedrosa e David Neeleman. A operação foi concluída ainda pelo anterior Governo PSD-CDS, e contra a vontade do PS, que viria a a formar Governo, duas semanas depois do negócio, com o apoio de uma maioria parlamentar de esquerda. Na altura do negócio – que o novo Governo entretanto alterou, com o compromisso de recomprar parte do capital até ficar com 50% para o Estado –, Neeleman prometeu fazer concorrência à Easyjet e à Ryanair, duas companhias low cost. "Vamos fazer uma Ryanair em cada nave", disse o empresário na altura, acrescentando que haveria "tarifas mais baratas".

Nota de RoP:
Tudo acontece ao Norte. Agora falo do Norte, não apenas do Porto, porque isto que está a acontecer com a TAP é demasiado grave, e interessa a todos os nortenhos. O Rui Moreira tem razão. Esta decisão da TAP tem como objectivo principal justicar a construção de uma nova ponte no Tejo e um novo aeroporto. É uma vergonha! 
Se ao menos Direcção do Porto Canal soubesse o que realmente importa para a região, já tinha, há muito, promovido programação vocacionada para assuntos desta matéria (TAP) . Mas não. Acabou com o único programa que tinha (Pólo Norte), sem dizer água vai, água vem (como é costume), e entretem-se a imitar os canais de Lisboa. Apesar de fazerem constar que são amigos, a verdade é que Rui Moreira não vai ao Porto Canal e continuamos sem saber porquê... Alguém entende isto?
Agora, também temos que lidar com o problema "NOS". O FCPorto nem sequer procurou defender os interesses dos portistas vinculados com a NOS. Lavou as mãos como Pilatos, como se não tivesse nada a ver com o assunto. É claro que tem. Não sendo a operadora, o FCPorto é parte interessada, logo devia acautelar esta situação e incluí-la nas negociações. Interessou-lhe só o dinheiro. Os vermelhos e verdes, podem não ter o mesmo retorno financeiro, mas trabalharam melhor as conveniências dos adeptos.
Os clientes da NOS vão ficar privados do Porto Canal, resignados a aceitar esta ilegalidade, sem sequer saberem se podem apresentar queixa com garantias de desvinculação gratuita, caso o entendam fazer. 
Agora, a direcção do FCPorto, directa, ou indirectamente,  só nos cria problemas, angústia e uma grande revolta. Onde isto chegou.

10 fevereiro, 2016

O meu tema, de momento, é só o FCPorto

Na insípida entrevista que deu ao anódino Júlio Magalhães, no Porto Canal, Pinto da Costa disse, entre outras banalidades, que não frequentava as redes sociais. É curioso, porque usou exactamente a mesma expressão que o director do Porto Canal na resposta dada a um mail que lhe enviei reprovando a programação e o alinhamento editorial da estação. Depois disso, já se passaram quase 2 anos (18-02-2014), e a nova grelha veio confirmar que quem estava enganado não era eu. Foi uma resposta que desmascarou a sua aparente modéstia, pois revelou-se incapaz de reconhecer a realidade e de assumir as suas próprias responsabilidades. Naturalmente, respondi-lhe à altura do que escreveu (ainda tenho comigo o email)...

Não sei a que redes sociais aludiam ambos, porque há diferenças entre elas. Se estavam a referir-se a facebooks e twiters, até podia concordar, porque, parecendo paradoxal, considero essas redes algo impessoais e pouco íntegras, dado o excessivo tráfego que suportam caoticamente, as mais das vezes para puro exibicionismo. Já me aconselharam a reproduzir o Renovar o Porto nessas redes, mas rejeitei a ideia, exactamente por pensar que pouco ganharia com uma maior exposição. Os blogues são muito mais credíveis, porque quem os gere é facilmente identificado e tem de assumir as responsabilidades do que diz, podendo também controlar melhor todo o lixo anónimo a que estão expostos.

Por isso, ignorar a blogosfera nos tempos que correm, equivale a ignorar o pensamento real do povo. Os blogues são mais populares e autênticos que os jornais e televisões, disso não restam dúvidas. Pode-se gostar, ou não, mas não custam dinheiro, nem são submetidos ao crivo da censura estratégica. Quando digo isto, claro, coloco reservas, que é o direito de calar a boca aos mal educados que não têm dignidade para se identificarem. É isso que faço e continuarei a fazer, conservando inalterável o meu sentido democrático, que sei que o tenho.

Pinto da Costa e Júlio Magalhães só podem entender-se agora, à luz da actual mudança de personalidade do presidente portista, nada condizente com o líder atento e interventivo de outrora. Há uns anos atrás, estou convencido que Júlio Magalhães não seria o homem escolhido para director do Porto Canal, nem este avançaria sem um projecto bem estruturado e ambicioso. A programação seria mais selectiva, rigorosa e politicamente pragmática. A cidade e região, seriam melhor apoiadas, não fugindo às questões mais pertinentes, como a discriminação de que é alvo, e a contestação oportuna aos abusos de toda a ordem. Com seriedade e de forma pedagógica, reservaria as horas de maior audiência para produzir os programas mais polémicos, pró-activos, mandando às malvas esse venêno chamado politicamente correcto, que só nos tem atrofiado.

Isto, digo-o, pensando que Pinto da Costa tinha essa faceta de lutador, que não era hipócrita, porque se era e já não quer ser um líder, então mais vale meter-se no aconchego do lar e deixar de vez o clube. Porque, se ele não lê blogues nem outras redes, se é indiferente às reacções dos adeptos no próprio estádio, pergunto: onde e através do quê, é que toma conhecimento do que está a passar-se? Na Bola? No Record? No Correio da Manhã? Onde?

Os adeptos (alguns) compreenderiam melhor o que está a acontecer se reparassem nas semelhanças entre a vacuidade do Porto Canal, que continua sem supervisão, e o FCPorto. Quem dirige, não controla, não dá sinais de corrigir o que está mal em tempo oportuno. Notam-se erros da mesma natureza, quer no clube, quer no canal. Só assim se entende a declaração de Júlio Magalhães ao "patrão" na sensaborona entrevista quando lhe disse que estava grato pela "liberdade" que lhe dava... Como não, se durante anos, o canal viveu de repetições exaustivas, sem imaginação nem maturidade, e com ele muito ausente? Fosse eu o proprietário, podia ter a certeza que não vinha fazer declarações públicas a gabar-se de chegar tarde aos estúdios. Só que Pinto da Costa, deve ver menos o Porto Canal que eu, e menos ainda interessar-se pela competência de quem o dirige.

Ontem, escrevi em Post Scriptum que Bernardino Barros defendia melhor o clube na TVI, que no Porto Canal. Alguém terá dúvidas? É o único, mesmo no Porto Canal, que ainda vai dizendo alguma coisa de jeito no sentido de chamar a atenção às cúpulas do FCPorto para o silêncio estúpido a que se remeteram, mas obviamente não pode ir mais longe, senão mandam-no embora.

Tudo isto traduz praticamente o que é FCPorto actual. Falo de Pinto da Costa, porque é o primeiro responsável, é ele o Presidente, mas estendo essas culpas a toda a estrutura da SAD, porque suponho ser também composta por pessoas dinâmicas, e não por monges. O FCPorto não é um convento, embora possa parecer. Todos os elementos da SAD, pactuam com o que se está a passar, como tal, são co-responsáveis. Dêem as voltas que derem, a contratação de  jogadores, do plantel, e dos treinadores, são da exclusiva responsabilidade de quem manda, não caíram no clube de paraquedas.

É uma perda de tempo apontar as espingardas para o alvo mais fraco. Podem ter a certeza que me irrito tanto ou mais que todos vós com as asneiras de alguns jogadores, mas não posso nunca dissociar essas asneiras das praticadas por quem está lá no topo. O problema só será resolvido a partir do topo. Não se iludam.

PS-Acabo de ser informado que a NOS vai deixar de transmitir o Porto Canal. Ler aqui. Nem de propósito, face ao teor do meu post de hoje. Esta notícia deixa-me reacções ambivalentes. Por um lado, acho que a direcção do FCPorto não merece a nossa preocupação, uma vez que também não se preocupou connôsco quando optou pela MEO. Por outro, é o FCPorto que está em causa. 

Às tantas, a SAD, lá do alto da sua mansa altivez, decidiu apostar no nosso amor ao FCPorto, isto é, considerou que perante estes factos todos, trataríamos de mudar de fornecedor... No entanto, há outro problema. É que, os clientes da NOS, como é o meu caso, víncularam-se a esta empresa, com o Porto Canal incluído nos respectivos pacotes. 

Pergunto se isso não nos dará o direito a reclamar, uma vez que no vão privar de algo que já constava do contrato?   

Esta SAD agora, só nos arranja encrencas. É só tiros no escuro.   

08 fevereiro, 2016

É inútil fazer de conta que temos líder


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Agora, mais a frio. Desculpem se me recuso a inverter a ordem da pirâmide hierárquica, mas tem de ser assim. Foi assim que me ensinaram, é assim que deve ser.  Se o fizesse, estaria a ir contra as minhas convicções e a contribuir para adensar os nossos problemas, que já não são poucos. Sempre que se trata de avaliar uma organização, da mais sofisticada à mais simples, seja ela desportiva, empresarial ou política, a escala das responsabilidades mede-se na descendente. 

Pode afirmar-se, sem risco de equívoco, que o FCPorto acumula em si mesmo essas três vertentes (desportiva, empresarial e política), e nem creio ser preciso explicar porquê. É talvez por essas razões conjuntas que escrevo mais do FCPorto do que seria natural, caso vivessemos num país eticamente justo e respeitador dos valores da democracia. Não vivemos. E é por saber que não vivemos num país desses, que considero inqualificável o comportamento de Pinto da Costa e do corpo directivo do FCPorto.

Podem-me dizer que não é a Pinto da Costa que compete resolver problemas do fôro político, mas isso é não compreender uma realidade indesmentível: na sociedade contemporânea quase tudo é político, pouco sobra da generosidade e do desprendimento. Não falo de política no sentido partidário, mas sim do modo como avaliámos a própria política e os efeitos daí decorrentes. 

Pinto da Costa foi (foi) um competentíssimo dirigente desportivo que elevou o FCPorto ao  mais alto nível do futebol mundial, com recursos desproporcionais aos êxitos conseguidos contra adversários nacionais e estrangeiros económica e politicamente mais favorecidos. Lutou internamente contra a macrocefalia da capital e a discriminação consequente. Essa, foi a faceta política de Pinto da Costa que devia ser da responsabilidade dos vários governos.  Realizou negócios excelentes na compra e venda de jogadores e treinadores, com idênticos resultados no âmbito desportivo, provando habilidade na área empresarial do futebol.

Foi a  trilogia Desporto/Empresa/Política, porventura dissimulada, mas eficaz, que fez dele o líder do futebol português mais temido e invejado pelos adversários e respeitados pelos portistas. Provam-no, as perseguições com julgamentos na praça pública de que foi alvo, tendo como objectivo acabar com a supremacia nacional do FCPorto. 

O certo, é que, não obstante a absolvição no vergonhoso Processo Apito Dourado (para a Justiça Desportiva e Comunicação Social), os seus delatores continuaram (e continuam) a difamá-lo e a discriminar o clube como queriam, numa despudorada falta de respeito pelas decisões dos tribunais. Se foi por desgaste físico ou psicológico que Pinto da Costa mudou, não sei, o que posso dizer é que a vil estratégia resultou. Pinto da Costa claudicou. O silêncio, à mistura com o distanciamento dos adeptos, são a prova magnânima do que agora está a acontecer no escalão principal do futebol.

Na vulgar entrevista que deu ao Porto Canal, Pinto da Costa afirmou sentir-se em boas condições de saúde para se recandidatar à presidência, mas as alterações do seu comportamento apontam o contrário. Nada  nos garante que ele esteja consciente dessa mudança, e o que é mais grave, poderá não ter a noção do mal que está a fazer a todos os portistas, que são a alma do FCPorto.

Afinal, o que se passou ontem no Dragão no jogo com o Arouca, não foi mais do que o reflexo de outro triste episódio da capitulação do dirigente portista.

Seria mais cómodo, menos comprometedor, estar aqui a falar da aselhice de José Angel, da atitude inenarrável de Maicon, ou da recontratação de Varela, mas isso seria virar ao contrário o pico da pirâmide hierárquica a que me referi no início. Era estar a lançar para cima dos jogadores e do(s) treinador(es) erros e competências de outros departamentos, que em primeira instância pertencem à área administrativa. É daí que nasce a fonte de toda a instabilidade ilustrada no rosto dos jogadores. 

Ontem, pela enésima vez, os jogadores e treinador provaram o fel amargo do que é jogar num clube sem alma para se respeitar nem coragem para se defender das arbitrariedades e dos ladrões que enchameiam o futebol português.

Meus caros, esqueçam a garra, essa coisa de jogar à Porto, porque isso, para já, não existe. Veremos na próxima sexta-feira se estarei enganado e tudo não passa de pessimismo derrotista...

Off topic:

Gostei de ouvir Bernardino Barros, ontem na TVI24. Não se coibiu de usar, alto e bom som, o verbo roubar, quando se referia ao lance de golo anulado ao FCPorto pelo fiscal de linha. De tal modo, que o ex-árbitro Pedro Henriques se tomou das dores da classe, mostrando-se muito ofendido pelo uso da expressão, mas teve de engolir em seco. Não deixou de mandar um recado ao silêncio do FCPorto, o que se aplaude, tendo em conta o medo que se instalou nas hostes portistas.

O curioso (ou, nem por isso), é que Bernardino está mais à vontade na TVI que no Porto Canal. Por que será?


07 fevereiro, 2016

Vale tudo, a jogar contra o FCPorto!

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Pinto da Costa

Mais um golo limpinho, limpinho, anulado ao FCPorto! Autor? Pinto da Costa... perdão Rui Costa (árbitro da partida), os nomes confundem-se mas vai dar ao mesmo...

Não digam que eu não previa isto. Disse várias vezes que o mau futebol não ia acabar (ninguém faz milagres), e  que os árbitros na dúvida iam continuar a prejudicar o Porto. 

E siga a rusga, que a roubalheira vai continuar, e vai ser já no antro da ladroagem, na Luz.

Os lorpas, sim lorpas, que dizem dirigir o FCPorto permitem tudo, são bons rapazes, polidos, morcões e uns cobardolas inqualificáveis.

Qualquer adversário se agiganta no estádio do Dragão. Fazem teatro, param o jogo com lesões simuladas. Vale tudo. E, acho que fazem bem. Nesta terra, quem não chora, não mama. É bem feito.

Estou farto de Pinto da Costa, da sua comandita e da falta de respeito que está a mostrar pelos portistas. 

04 fevereiro, 2016

TAL-Transportes Aéreos de Lisboa




Rafael Barbosa
(JN)
1 Cerca de 190 mil passageiros e uma taxa de ocupação média dos aviões de 90%. São os números que resumem o êxito das ligações aéreas da TAP entre o Porto e as cidades de Bruxelas, Milão, Roma e Barcelona, durante o ano passado. Números que confirmam a importância da TAP no bom desempenho dos negócios e do turismo na Área Metropolitana e na Região Norte. E um indicador de que talvez valesse a pena a TAP aumentar o número de ligações a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro. À semelhança, aliás, do que vêm fazendo várias companhias aéreas, nem todas "low cost". Acontece que nem tudo o que parece é. Pelo menos para os novos donos da TAP. Não só não vão reforçar a presença a Norte, como já anunciaram que, no final de março, as quatro ligações à Europa (só entre o Porto e Bruxelas voaram 53 mil pessoas) vão acabar. As rotas são deficitárias, diz a companhia. Acredite quem quiser. Os presidentes da Câmara e da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira e Nuno Botelho, vieram a público lavrar o seu protesto. Mas é uma denúncia que arrisca ser inócua e gera evidentes embaraços. Por uma simples razão: a TAP é agora uma companhia privada, que toma "decisões apenas em função dos seus interesses". E pelos vistos é do interesse da TAP levar os passageiros do Porto para Lisboa, e só daí para a Europa e o Mundo. Como é do interesse da TAP - agora que a sua presença se reduz a quase nada - desviar do Aeroporto do Porto as suas centenas de milhares de clientes galegos, com uma ligação entre Vigo e Lisboa. Suponho que alguns defensores nortenhos da privatização da TAP (nem que seja por omissão) já estejam a morder os lábios. Porque, como sempre, num país dramaticamente centralista, serão o Porto e o Norte os primeiros a pagar a fatura.
2 Não há muito a dizer sobre o facto de o Governo PSD/CDS ter permitido um aumento de salário de seis para 16 mil euros mensais ao indivíduo que nomeou presidente da Autoridade Nacional de Aviação Civil. É bastante dizer que é um insulto que alguém num cargo público leve para casa o mesmo que 30 portugueses que ganham o salário mínimo. Como não há muito a dizer sobre o facto de o mesmo indivíduo ter sacado um aumento com retroativos, ou seja, um "prémio" extra de 30 mil euros. Basta acrescentar que é um truque manhoso. Já se percebeu, também, que está toda a gente contra. Até o PSD e o CDS, uma vez que a culpa, segundo dizem, é da troika. O que é uma aldrabice. Não havendo muito que dizer, há uma pergunta que vale a pena fazer: quando é que os deputados do PS, BE e PCP (não vale a pena contar com os do PSD e CDS, que pelos vistos só fazem o que a troika manda) produzem uma lei que ponha fim a este triste espetáculo? De preferência, com retroativos.

Nota de RoP:
Talvez esteja na hora de António Costa avançar com a promessa de intervir neste negócio da TAP, antes que seja tarde. É uma boa oportunidade para provar que a descentralização que prometeu não fique outra vez pela intenção. E é bom também que o bloco PC/BE apoiem o governa nesta decisão. Os privados, são isso mesmo: privados. Não querem saber do interesse público. O senhor dinheiro é o primeiro e único valor que levam em conta. O resto, é conversa da treta, uma "nunomelada", ou uma "pauloportada", vai dar ao mesmo.

03 fevereiro, 2016

Gratidão de engraxar, é para oportunistas

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Diácono Remédios
Não havia nechexidade,  diria o diácono Remédios, interpretado pelo inefável Herman José... A inspiradora casual desta engraçada frase foi sua mãe, que lhe telefonou no intervalo de um programa, justificando-a por considerá-lo "um bom artista".  É para outros "bons artistas", mas sem a piada, nem a inteligência do Herman, que pretendo dirigir-me, quando digo não havia nechexidade. De facto, preferia não ter de dar explicações tão básicas.

Comentar com educação e fundamento, mesmo que discordando da opinião de terceiros, fica bem a qualquer pessoa, ainda que essa suposta pessoa a dê a coberto do anonimato. Agora fazê-lo, aproveitando o anonimato para insultar, e impôr, à custa de insinuações torpes e cínicas, as suas ideias, torna tal pessoa em pouco mais que nada, numa espécie de parasita social, invisível e inútil. Eu próprio, frequentemente, não me furto de comentar acintosamente temas e decisões com as quais discordo sobretudo quando lesam a dignidade pública. Desde políticos, e  jornalistas, a agentes desportivos. Mas faço-o, explicando porquê, através dos meus textos, dando a cara e o nome. Também já tenho louvado outras pessoas, embora algumas delas posteriormente me tivessem decepcionado...

Não é segredo para ninguém que detesto párias e gente desonesta, sobretudo quando desempenham cargos de alta responsabilidade. É por isso que às vezes digo que não servia para juíz, de acordo com os preceitos labirinticos da Justiça tradicional. Nunca aplicaria para um mesmo crime, a mesma pena a um criminoso poderoso, que a um criminoso pobre em casos de furto e corrupção. A pena maior ia naturalmente para o mais poderoso, e nem vou perder tempo a explicar porquê, até porque na justiça convencional o rico é sempre beneficiado. Logo: uma justiça arbitrária, que protege os mais fortes, é uma justiça suspeita.

Mas, não foi para falar de justiça que evoquei a frase do Herman. É para explicar a certos anónimos que a crítica, como o louvor, são opções opinativas que variam de pessoa para pessoa consoante os critérios de análise de cada indivíduo. O que devemos evitar dizer, quando não gostámos da opinião de alguém acerca de quem quer que seja, é contra-argumentar dizendo coisas do género: por que não vai você fazer melhor? Além de redutora, esta resposta traduz da parte de quem a dá um baixo sentido de cidadania, e uma total incapacidade para sustentar com argumentos idóneos o seu pensamento.

Dou-vos o caso de Pinto da Costa. Todos os que me visitam regularmente, sabem o que escrevi e denunciei, sobre a pouca vergonha que a comunicação social fez ao presidente portista. Tive o cuidado de escrever, que se houvesse algo de objectivo nas acusações que lhe imputavam, que devia pagar por isso, mas ao mesmo tempo também exigia que as investigações se estendessem a dirigentes de outros clubes, pois aquilo que vinha a público, das "frutas" e dos árbitros, era tão pueril no mundo do futebol, que não podia crer que só Pinto da Costa pudesse ser o único "envolvido". O certo, é que ninguém o condenou, a não ser o grupo vergonhoso de capangas da Comissão de Disciplina da Liga, descarados benfiquistas, e em contraste, hoje vemos dirigentes próximos de Luís Filipe Vieira ligados ao tráfico de estupefacientes e o Benfica a oferecer calmamente vouchers de refeições e camisolas como se fosse a coisa mais transparente do mundo... Mas, para a comunidade portista tudo isto é sabido, por isso passo adiante.

Estas chamadas de atenção do que fiz no passado, associadas ao apreço que sempre tive pela liderança forte e competitiva de Pinto da Costa, fez de mim um fervoroso admirador das suas qualidades. Nunca o escondi, nunca me poupei a elogiá-lo. Fí-lo, porque o merecia. Ponto. Esse mérito podia ser intemporal, e era assim que gostava sempre de o recordar. Mas... Mas, lamentavelmente, Pinto da Costa assim não quis, mudou, mudou muito, e para pior. Essa mudança, está a traduzir-se na pior fase do FCPorto dos últimos 30 anos, e ele pensa que os adeptos, só porque o admiravam antes, lhe permitem tudo, até a pior das coisas: a indiferença patenteada num silêncio nunca visto antes.

Sobre este assunto, já disse o que tinha a dizer,  não preciso de escrever um livro. Mas, foi esta desconsideração, a par de atitudes inimagináveis há uns anos atrás - como abrir as portas na festa dos Dragões de Ouro a gente que ODEIA o FCPorto - que entornou o caldo e me fez colocar um ponto final na consideração que tinha por ele. Não me conhece pessoalmente, e que importa isso? Pessoalmente também não o conheço a ele. Agora, o que quero que entendam, é que ninguém está acima dos meus próprios padrões de valores. Nem Pinto da Costa, nem ninguém. Penso pela minha cabeça e não me importo de estar só nessa "empreitada". Por isso, não me chateiem com lições de portismo, porque não vejo grandes exemplos porque me conduzir, ou mudar.  


02 fevereiro, 2016

Miguel Relvas, diz-lhe alguma coisa?





Mariana Mortágua
Banco Efisa, diz-lhe alguma coisa? Era o antigo banco de investimentos do BPN e que está parado desde 2009. Está longe de ser um banco relevante no sistema, mas tem uma mais-valia: uma licença bancária para operar em Portugal, Moçambique, Angola e na América Latina, que foi mantida à custa da injeção de dinheiros públicos, cerca de 52 milhões desde 2014.
Em julho de 2015, já depois de ter vendido o BPN, o Estado decide vender também o Banco Efisa, que até aí se encontrava dentro da Parvalorem, o veículo criado para gerir os restos do BPN. O Efisa é assim entregue à Pivot por 38 milhões de euros.
Na altura pouco se sabia da Pivot, a não ser que congregava investidores angolanos, norte-americanos e portugueses. Ficámos, no entanto, na semana passada, a conhecer um pouco mais desta história.
Miguel Relvas, diz-lhe alguma coisa? Foi secretário de Estado da Administração Local em 2004, altura em que ajudou a Tecnoforma - em que esteve Passos Coelho como administrador - a montar a fraude dos aeródromos. Mais tarde tornou-se número dois do primeiro-ministro Passos, e ministro dos Assuntos Parlamentares até abril de 2013.
Miguel Relvas já tinha sido consultor do banco de investimento do BPN antes da nacionalização. Na altura, o deputado e administrador da Kapaconsult (que tinha como único cliente o Efisa) era crucial para abrir as portas da política e dos negócios no Brasil .
Em 2012, foi o seu Governo a nomear Francisco Nogueira Leite, ex-administrador da Tecnoforma com Passos Coelho, para presidente da Parvalorem. Para além de chamar outros quadros próximos da Tecnoforma, Nogueira Leite manteve homens da confiança de Oliveira e Costa em lugares críticos da empresa. E foi ele, enquanto responsável máximo da Parvalorem, a conduzir a venda do Efisa à Pivot em 2015.
Já fora do Governo, é Miguel Relvas quem aparece, mais uma vez, a prestar serviços de consultoria à Pivot. Mas na semana passada o consultor Relvas foi promovido a acionista, e pede agora ao Banco de Portugal que ateste a sua idoneidade para ser dono de um banco, o Efisa.
Miguel Relvas e idoneidade, uma contradição nos termos capaz de arrancar uma boa gargalhada a qualquer um se não corresse o risco de vir mesmo a ser declarada.
(JN)









Nota de RoP: Em Portugal, seja em que regime fôr, o chico-espertismo não dignifica, mas promove, protege, faz enriquecer. Exactamente o que não faz a quem só sabe viver honestamente, e se arrisca a passar por burro, não o sendo.




31 janeiro, 2016

"Charme" do Porto conquista jornal dos EUA

"Charme" do Porto conquista jornal dos EUA

A estação de S. Bento é o ponto de partida para a rubrica "36 horas em", do jornal norte-americano "New York Times" (NYT), sexta-feira centrada na cidade do Porto.
O jornal elogia os "estonteantes edifícios dos século XVIII e XIX" do centro histórico do Porto, os bares alternativos e as boas vibrações da cidade, "facilitadas pelo excelente vinho", para concluir que "é difícil encontrar algo que não se goste na cidade do Porto".
A nova vaga de restaurantes, alojamentos modernos, o design dos novos estabelecimentos e a comida são elogiados pelo NYT. "Um dia ideal no Porto combina a grandeza da sua história com uma descontração a tempo inteiro", escreve Nell McShane Wulfhart.
Da estação de S. Bento, encantado com os azulejos característicos de Portugal, o autor desceu em direção ao rio, para comprar vinho do Porto ou experimentar a restauração local, da típica à moderna, com elogios a José Avillez, em Mouzinho da Silveira, e Pedro Lemos, na Foz, mas também à "miríade de confeitarias" da cidade e aos muitos locais para petiscar.
Segundo o NYT, "a fantástica amálgama de detalhes de arquitetura" da Sé do Porto resulta num edifício que vale a pena fotografar, por dentro e por fora.

O Centro Português de Fotografia, na antiga cadeia de Relação, e a Torre dos Clérigos fazem, também, parte do percurso.


(Fonte:JN)



Nota de RoP:

     

30 janeiro, 2016

O clube do regime deve andar distraído...

Segundo apurou também o JN, o presumível traficante contava com o apoio de um agente da PSP para tentar escapar à vigilância dos inspetores da Polícia Judiciária (PJ).
O despacho de acusação do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Ministério Público de Sintra tinha de ser - e foi - proferido até ao dia 23 deste mês, para evitar a libertação de Carriço e de outro arguido, também em prisão preventiva. É que ambos tinham sido detidos a 23 de julho de 2015 e o prazo máximo desta investigação era de seis meses.

O Ministério Público acaba de acusar José Carriço, o indivíduo que era diretor do Benfica quando foi apanhado com nove quilos de cocaína num automóvel do clube, de tráfico de estupefacientes na forma agravada.
Não é possível! Estes gajos são todos uns anjinhos.
A culpa deve ser do Pinto da Costa

29 janeiro, 2016

Inquietações e convenções

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Tenho alguma dificuldade em lidar com o lado convencional das palavras. Há quem goste de usar determinado tipo de linguagem, talvez para dar de si uma imagem vanguardista, de pessoa convictamente virada para o porvir, para a frentex, como diz o povo. Amiúde, falam do futuro com grande entusiasmo e com indisfarçavel desprezo pelo passado, por vezes até com vergonha. É como se descessem de um pedestal de contemporaneidade do qual temem cair. Talvez influenciados por outrém, [figuras públicas, políticos ou intelectuais duvidosos], sentem-se confortáveis nesse registo, aparentemente convictos que tal lhes garante a credibilidade. Pura fantasia. Ao invés do que possamos imaginar, pensar para a frente, se vacinados pela experiência do tempo, não nos converte em melhores pessoas, mais assertivas e optimistas. Convencionar como coisa boa o futuro, sem aprender com os erros do passado, só  porque nos confere uma imagem positiva, pode sim, transformar-nos em gente imprudente e porventura irresponsável.

Em primeiro lugar, creio que devíamos procurar saber se o que está convencionado tem o valor que lhe atribuímos. Por exemplo: o termo progresso. Que significado concreto terá para muita gente?
Ou, futuro, tecnologia, globalização, prosperidade?

Em princípio, todos estes nomes comportam uma áurea de benignidade. Mas, se pensarmos bem, depois de assimilados os aspectos positivos, veremos que afinal de contas todos trazem consigo um preço muito alto que, mais tarde ou mais cedo teremos de pagar. É um facto que não há vantagem que não traga inconvenientes. A questão que se impõem, é saber se estamos dispostos a pagar os custos dessas desvantagens.

Hoje, podemos ligar para qualquer parte do mundo em poucos segundos, controlamos aparelhos à distância, dispomos de grandes centros comerciais e hipermercados. Somos pacificamente domados pela língua inglesa, e a 'cultura' americana segue a sua marcha de influência pelo mundo. Habituamo-nos à discriminação, à violência, à barbárie Jhiadista, à migração, à indiferença, à morte de inocentes. Temos Internet, blogues, redes sociais, e no entanto, estamos cada vez mais sós. Somos convivas da virtualidade.

A ideia de grandeza, iludiu os povos com a indevida colagem à ideia de prosperidade. Sabemos hoje, que não é nos supermercados que podemos encontrar os alimentos mais saudáveis, e os anunciados postos de trabalho daí decorrentes são ocupados pelo tecnologia (progresso) dos computadores. Dizem-nos - e nós até compreendemos -, que se assim não fosse a miséria humana seria muito maior. Mas, duvidamos...

Oceanos e rios, estão cada vez mais poluídos, contagiando a nossa cadeia alimentar. Na Terra acontece o mesmo. O clima do planeta está, mais e mais adulterado pela mão do homem, em nome dessa bendita palavra chamada progresso. Os animais, são criados na escala proporcional dos hipermercados, em condições cruéis de desenvolvimento, com hormonas de crescimento, sem mesmo terem tempo para viver em ambiente natural, ou conhecerem a luz do dia. Em nossas casas, temos dezenas, centenas de canais de tv, onde impera a cultura cinematográfica da violência e do sexo, quase toda de origem americana, onde a linguagem ordinária faz escola e influencia os nossos jovens. Enfim, tudo isto, dentro daquele conjunto de expressões convencionalmente optimistas  de que vos falei mais acima.

Aqui chegado, sem poder negar as vantagens que hoje foram o futuro de ontem, o futuro da humanidade não me entusiasma. As gerações vindouras dirão de sua justiça. Acho, ainda assim, que podíamos progredir mais lentamente, mas melhor, se ponderássemos bem nos efeitos secundários. Há quem seja contra esta opinião, quem a considere até anti-progressista. Pois bem, há sempre quem se contente com a importância convencional das coisas.

Por mim, prefiro sempre a realidade. As convenções são também um preconceito.


27 janeiro, 2016

Sr. Pinto da Costa, demita-se!


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Senhor Pinto da Costa, obrigado pelo que fez no passado, mas agora, perdi-lhe o respeito. 

Perdi-lhe o respeito, porque nem você, nem ninguém à sua volta,   percebem, ou fazem  que não  percebem, o mal que estão a fazer ao FCPorto. E se não percebem, é porque estão a mais.    

E   não  confunda  as coisas.   Não é apenas por ter contratado um treinador sem saber bem o que fazia, sem ter a menor ideia das suas qualidades e experiência para treinar um clube com as ambições do FCPorto. É também porque, quando todos percebiam que o treinador estava a destruir a equipa, técnica e animicamente, e perdia (na própria casa) com uma equipa qualquer, o senhor decidiu reforçar-lhe a confiança, só o despedindo no limite dos limites, ou seja, quando já não podia mais esticar a corda. Esteve mal, muito mal mesmo. Foi incompetente.

Mas, o mais grave, aquilo que mais me envergonha  - e devia envergonhá-lo a si e aos seus colegas da SAD -, é que o vosso silêncio sirva como carta-branca, como uma descarada autorização para os árbitros o desrespeitarem, e  (o pior de tudo), desrespeitarem todos os portistas do Mundo, que são a alma do FUTEBOL CLUBE DO PORTO. 

Foi o seu silêncio contínuo, medroso, que tornou o FCPorto o clube mais humilhado, mais vulnerável do país (que o diga Lopetegui). E não admira, você nunca o defendeu. Quando o líder se faz de morto, quando não tem voz de comando e só fala por falar, pensando que está vivo, as tropas não lhe obedecem.

Lamento dizê-lo, espero que não ganhe as próximas eleições, e que os sócios saibam escolher um novo líder que não receie defender o FCPorto (se ele aparecer). Agradeço-lhe o passado, dispenso-lhe o futuro.

E que viva o FCPorto! Esse, está acima de tudo.

26 janeiro, 2016

Um sonho que mais parece realidade


Esta noite, sonhei que um jogador que o FCPorto pretendia contratar para o seu plantel tinha recusado o convite. Estranhando tal decisão, por contrastar com a realidade, que é precisamente antagónica (ainda agora tivemos prova disso com a contratação de 2 jogadores dados como certos no Sporting), procurei saber junto do jogador das razões que o levaram a declinar o convite. 


Perguntei-lhe: oiça lá, então por que razão o amigo se dá ao luxo de recusar jogar num clube com o prestígio nacional e internacional do FCPorto, quando alguns dos seus colegas até recusam melhores propostas dos clubes rivais para jogar no Porto?


O homem, fixou-me nos olhos, assim como quem se sente ofendido e responde:

- é que os colegas a que o senhor se refere devem andar distraídos!

Respondi-lhe:  então, diga lá por quê, explique-se, por favor. 

O craque retorquiu:

- muito gostaria de aceitar o convite do FCPorto, até porque, modéstia à parte, me considero um     jogador à Porto. Sou raçudo, nunca desisto de uma jogada, e não sou sarrafeiro.

- óptimo! É mesmo de jogadores desse tipo que o FCPorto anda a precisar. Com uma resposta dessas   você ainda me deixa mais baralhado, amigo  (repliquei).

- pois é, mas acho que só ia prejudicar o FCPorto...

- continuo sem perceber... Você acha-se um jogador à Porto e depois afirma que ia prejudicar o             clube? (insisti)

- eu explico. Mas não tinha necessidade, porque você, como portista que é já devia saber a resposta.

- Humm... Deixe lá ver. Não t'ou a ver.

- pronto, eu faço-lhe o desenho: que tal a imagem do Maxi Pereira, diz-lhe aguma coisa?

- Maxi? Ah, sim, diz, diz. Já estou a ver: é um jogador raçudo, à Porto, não é? E daí?

- Ó amigo, das duas uma, ou é burro, ou não gosta do FCPorto!

- Bem, também não precisa de ser grosseiro, mas se me explicar melhor...

-  Maxi, é um jogador raçudo, não é? Mas sempre que toca na bola, ou é falta, ou leva cartão. É para      isso que querem um jogador como eu? Para ser constantemente punido pelos árbitros e não                  marcarem os penalties cometidos sobre mim?

- Bem, mas para isso, está lá o Líder, o senhor Pinto da Costa, não é...

- está? estará mesmo lá? Ó amigo, das duas, uma: ou você ainda acredita no pai natal, ou tem andado   a     dormir. Esse Pinto da Costa já não existe, é passado. E eu, quero jogar num clube que tenha         quem o   defenda, não num orfanato... 

   

25 janeiro, 2016

FCPorto / Peseiro

Uma victória tirada a ferros, com as dificuldades de uma equipa completamente descaracterizada, é melhor que nada, e o possível para um treinador que nem tempo teve para conhecer os jogadores, um a um. É apenas isto que me apráz comentar sobre o jogo jogado. De resto, só o tempo - que já não é muito - poderá decidir.

Agora, há outro aspecto que me preocupa, e o jogo de ontem foi paradigmático quanto à dualidade de critérios das arbitragens com o FCPorto. Para além de faltas nítidas, claras como a água, que o árbitro perdoou ao Marítimo, houve 3 penaltis evidentes, escandalosos mesmo, que esse cão de fila dos clubes da capital teve a desfaçatez de não assinalar. 

Estes casos, que como já disse várias vezes se vão acentuar, não será a News Letter do FCPorto que os poderá resolver, é o líder, ou aquele que outrora carregou com mérito essa responsabilidade , quem tem que dar a cara.

A avaliar pelas declarações de Pinto da Costa ao Porto Canal, está tudo bem na arbitragem, portanto, o mais certo, é que o silêncio seja para continuar, o que traduz uma leviana declaração de abdicação, e incompetência, que não deixará decerto descansado o mais tranquilo dos adeptos. 

24 janeiro, 2016

ELEIÇÕES

Imagem dos resultados de notícias

Hoje, mais uma vez, não vou votar.

Provavelmente, morrerei antes de voltar a votar. Não vejo sinais para que as coisas mudem nos próximos anos. Os políticos queixam-se da abstenção, mas sabem muito bem o que eu - e outros que me acompanham -, pretendem deles. Chama-se confiança. Como não a têm, desde há muitos anos, agora exigem-lhes garantias, e é isso que nenhum se propõe dar-lhes.

A excepção a esta regra (Legislativas e Presidenciais), talvez me decida a abrí-la nas autárquicas. Por uma razão muito simples: o poder local é mais facilmente escrutinável que os outros dois poderes. E isto é tão evidente, como a resposta às dúvidas dos inimigos da regionalização. Os anti-regionalistas, não têm (nunca tiveram) argumentos sérios para negar essa realidade, e se não querem a regionalização é porque algo de estranho e inconfessável têm para quererem manter o status-quo.

Até a comunicação social ajuda os que se querem manter distraídos a abrir os olhos. Hoje mesmo, à hora do almoço a RTP e quase todos os outros canais promovia a candidatura de Marcelo sem mostrar o menor respeito pelos outros candidatos. Basta ver, e pensar um bocadinho.





22 janeiro, 2016

Rui Moreira não quer "TAP alfacinha"

Para o Porto não "serve" existir uma TAP pública "que seja alfacinha". Mas se a empresa sempre for privatizada, o mercado tratará de preencher as lacunas deixadas no Aeroporto Francisco Sá Carneiro


Rui Moreira

Ou seja, serão os privados a fazer as ligações Porto-Madrid, Barcelona, Milão e Roma que a TAP tenciona cancelar a partir da Páscoa. Esse foi o aviso feito, nesta manhã de terça-feira, pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.

"Estamos a ver se encontramos soluções alternativas ao serviço público", revelou Rui Moreira, em declarações aos jornalistas, na Câmara do Porto. O autarca adiantou ainda que reuniu, na quarta-feira, em Madrid, com um operador privado para apurar se teria interesse em substituir a TAP na ligação Porto-Milão, uma das quatro que serão canceladas pela operadora pública, a partir da Páscoa. Rui Moreira escusou-se, contudo, a especificar que operador contactou.
"Se a TAP abandona o Porto, o Porto abandona a TAP", avisou o autarca independente.

No entanto, o recurso ao mercado privado para garantir que, no Porto, continuem a existir ligações diretas com as principais cidades europeias, para Rui Moreira, só faz sentido se a TAP sempre for privatizada. Caso se concretizem aquelas que parecem ser as intenções do atual Governo de manter a empresa na esfera pública, o autarca portuense vai exigir que seja cumprido o "serviço público".

"Aí teremos que perguntar se o interesse público é só Lisboa. Aí exigimos serviço público e que a TAP não seja alfacinha, seja TAP Portugal", afirmou Rui Moreira, convicto de que o reforço das ligações Porto-Lisboa e a criação de uma ligação direta Vigo-Lisboa significa dizer "que querem que os passageiros da Galiza viagem para África ou para a América Latina através de Lisboa".

As preocupações de Pinto da Costa não são as dos adeptos

Pinto da Costa arrasa Lopetegui!
(se não é título de pasquim, o que é?)

  1. Pinto da Costa finalmente falou, porque... houve mudanças
  2. Disse não querer falar do passado
  3. Fez exames clínicos e está apto para se recandidatar a um novo mandato
  4. Percebeu, no jogo com o Rio Ave, que Lopetegui não tinha condições para continuar
  5. Convidou os sócios a candidatarem-se à Presidência do clube
  6. Disse que não gostava de ver um candidato apoiado pelo Correio da Manhã (eu também)
  7. Explicou as contratações falhadas (Adrian Lopez, Tello,Imbula, etc.)
  8. Não liga às redes sociais
  9. O problema das arbitragens é do Conselho das Arbitragens e de um tal Ferreira Nunes
  10. Está muito satisfeito com o actual Presidente da Liga, o senhor Dr. Pedro Proença
Resumindo e concluindo:

Pinto da Costa, não quis falar do passado, mas falou, e não acrescentou nada para o futuro (a não ser do seu). Não falou - também porque não lhe foi perguntado -, do problema comunicacional com os adeptos, excepto com as claques, a quem fez grandes elogios. Não gostou (como eu), que Victor Baía falasse para o Correio da Manhã, mas não abriu a boca (nem Júlio Magalhães ajudou), para dizer o que pensava do actual Jornal de Notícias, que todos os dias o honra com casos relacionadas com a criminalidade, o que significa que o considera um jornal respeitável...

Nada de novo, como se previa. A culpa é nossa, que damos demasiada importância ao futebol. Ó José Peseiro, tira-nos deste sufoco, se puderes.

PS-
Se o Jornal de Notícias não merece comentários da parte do Presidente do FCPorto, e se o Porto Canal usa esse jornal como guia para os noticiários, só falta mesmo a Júlio Magalhães incluir a página de justiça do JN e convidar Nuno Miguel Maia para os comentar... 

Júlio Magalhães seria despedido, ou promovido? Da forma como estão as coisas, acho que era promovido a administrador do canal.


21 janeiro, 2016

Sê feliz, José Peseiro!

Em qualquer organização, o princípio de aferir responsabilidades genéricas começa sempre de cima para baixo, e não ao contrário. Inverter esse sentido, é negar o secular princípio das competencias. Em qualquer organização é assim. No futebol, a regra é a mesma. Pinto da Costa foi, durante a maior parte do tempo que esteve ao leme do FCPorto, um líder de corpo inteiro e por essa razão mereceu a primazia da admiração e o respeito dos portistas, antes mesmo de treinadores e jogadores. Isto, é muito raro ver-se em qualquer outro clube do mundo. Ainda hoje é tratado carinhosamente pelos adeptos como o NGP (o Nosso Grande Presidente), e é também por isso que a sua decepção com a actual gestão do clube é maior.
Todos os dias o JN criva o nome do FCPorto
e de Pinto da Costa na página da Justiça
[Clicar na imagem para ampliar]

Uma vez mais, Pinto da Costa chega atrasado. Tem sido assim nos últimos anos. Ironicamente, numa fase de tempo em que pode disfrutar de um canal de televisão para falar à vontade, longe dos ambientes poluídos dos estúdios de Lisboa, decidiu remeter-se quase ao anonimato. A inversão de procedimentos em relação ao passado é radical, tudo agora funciona ao contrário.

Estou à vontade a falar assim. Tão à vontade que me dou ao desplante de (mais uma vez ) adivinhar o que ele (não) vai dizer logo à noite, no Porto Canal. Como agora vem sendo hábito, quando PC decide falar, é tarde. Uma coisa, é reparar tardiamente acções erradas, outra, é constatar factos que toda a gente já conhece. Não me parece que a sua opção seja a primeira. Bom seria que soubesse agir antes que os factos se consumassem, que tivesse obstado à transformação da principal equipa do clube, num grupo de homens psicologica e tecnicamente confusos.  

Isto, era o que Pinto da Costa não permitia que sucedesse há poucos anos atrás. Ai de quem se atrevesse a prejudicar o FCPorto! Com árbitros, adversários e as próprias equipas técnicas, tudo tinha que entrar nos carretos. Hoje, podem fazer-lhe tudo, continuar a colar o seu nome (e o do clube) a redes mafiosas (como faz diariamente o nosso "querido" JN), usar de critérios prejorativos nas arbitragens e na comunicação social, que ele não reage. Tudo isto é estranho, tão estranho que nem a idade, nem a saúde podem justificar. Serão resquícios do Apito Dourado? Aconselhamentos de quem o rodeia? Ficamos assim, prisioneiros dos especuladores.

Nestas condições, considero extremamente complicado o trabalho de Peseiro para o que resta da temporada. É de um bom, de um excelente banho terapeutico de psicologia, que toda a equipa precisa. O resto virá por acréscimo.   

20 janeiro, 2016

Democracia e Liberdade. Quo vadis?

Isto de se falar de democracia e de liberdade (com minúsculas) só para sermos bons meninos, para passarmos por cidadãos normais, é das coisas que mais me incomodam, e que mais têm contribuido para a estagnação geral do país. 

Há quem, imaginando-se enquadrado numa área comum de preferências, pelo facto de gostar do mesmo clube de futebol, pensa que tudo o resto os pode aproximar. Mentira. Nem tudo o futebol congrega. Nem sempre o nosso clube comum funciona como moderador ideológico. Há antes de tudo o carácter, e depois o estatuto social, financeiro e intelectual, a afastá-los. 

Cada dia que passa me capacito que no FCPorto há um grande fosso de Liberdade. Mais. Pelo que vejo: nem Pinto da Costa pode afirmar-se como um homem livre. 

Ainda ontem, no Porto Canal, Bernardino Barros dizia a propósito das correntes conspiratórias dos media contra o FCPorto, que o JN já não é o que era (descobriu tarde...), e no entanto, Pinto da Costa ainda não fez nada para eliminar o seu nome da lista do Conselho Editorial. Provavelmente, nem lê o JN, o que é de estranhar... Sobre isto, não pode haver dúvidas, o JN de agora, é mais um tentáculo do centralismo lisboeta na cidade que o fundou. O Porto deixou de ter voz activa. O seu testa de ferro chama-se Afonso Camões, um tipo de Castelo Branco, sem qualquer histórico social ou sentimental ligado ao Porto. Apareceu aqui de pára-quedas, e os portuenses consentem...

Em circinstâncias normais, se Pinto da Costa, ou alguém por ele, lê-se o JN, não permitiria que esse jornal publicasse dias, e semanas a fio, a mesma notícia, sem que nada o justificasse, apenas com o intuito de ligar o seu nome e o do FCPorto a um caso de polícia, quando afinal o principal protagonista é um ex-segurança do presidente. Ao descrever estas situações desagradáveis, sinto-me um pouco pateta por ficar sem saber se Pinto da Costa consegue distinguir a crítica construtiva, de uma notícia maliciosa. Sou levado a admitir que, além do seu estado de saúde, algo de mais grave lhe condicona a liberdade de acção... Mas só ele, saberá dizer o quê.

Vivemos todos num charco de profunda hipocrisia onde a força das palavras há muito se ausentou. Na política, como no desporto, seriedade, democracia e liberdade, são débeis ecos de intenções sem pingo de autenticidade. O artigo do JN que hoje publiquei antes deste, prova que há jornalistas que se esforçam por denunciar casos socialmente perturbantes, e no entanto, todos eles se resignam a trabalhar para jornais cuja orientação ultrapassa de longe a demagogia dos próprios políticos. Dizem, que precisam de ganhar a vida, como se fosse lexívia para a consciência, ou argumento para levar a sério de quem tantas vezes apregoa a desfesa da Liberdade e da Democracia. 

Pessoas assim, sabem perfeitamente que nenhuma destas duas condições corresponde à magnitude que deviam comportar, mas preferem fingir que acreditam, para se sentirem úteis.

PS-Vejam se tudo isto faz sentido. No clipping do JN - acima, à direita -, pode ler-se o nome de Domingos Andrade, como Director-executivo. Como devem lembrar-se, trata-se do anterior Director de Programas do Porto Canal, que entretanto foi substituído no cargo pela Ana Guedes (ex-TVI). 

Não dá a ideia que foi lá colocado para contornar eventuais reacções à nomeação do ilustre desconhecido Afonso Camões? O que terá levado a actual Administração de Proença de Carvalho & Ca., a escolher o albicastrense senão a intenção de lisboetizar o jornal, como foi logo visível?

Subvenção para a vida

PEDRO IVO CARVALHO
O centrão, esse fantasma que António Costa jurara ter guardado de vez no armário, juntamente com a roupa velha e bafienta dos invernos de má memória, voltou a assomar à janela do regime. Desta vez, para nos mostrar quão sagazes e coordenados conseguem ser os representantes dos dois maiores partidos quando chega a hora de acautelar os seus direitos e de cobrar à nação os sacrifícios que tão patrioticamente fizeram em seu nome. PS e PSD conseguem entender-se sobre mercearia. Sobre economia é que é mais difícil.
Recuemos a novembro de 2014. Depois de apresentarem e aprovarem na especialidade uma proposta para repor o pagamento das subvenções vitalícias a antigos políticos, Couto dos Santos (PSD) e José Lello (PS) decidiram retirá-la. "Em nome do bom-senso", justificaram. Da decência. Basicamente, e para sermos menos românticos, porque havia muita gente dentro e fora dos dois partidos a não entender as ¬- vamos chamar-lhes assim - urgência e justeza do pedido. Sobretudo quando tão violentos golpes tinham sido aplicados nos bolsos de quase todos os portugueses. Ainda assim, houve quem, em particular na bancada socialista, tivesse engolido em seco este desfecho e prometido avançar para o Tribunal Constitucional (TC). Assim foi.
Pouco mais de um ano depois, ficou a saber-se que 30 deputados (21 do PS e nove do PSD), entre os quais Couto dos Santos e José Lello, para quem o bom-senso é, afinal, um bocado de plasticina, pediram a reposição da atribuição daquele apoio financeiro sem limitações de rendimentos. Invocando uma parafernália de razões jurídicas e acobertando a imoralidade política que lhe está subjacente.
A alteração ao regime imposta em janeiro de 2014 era ponderada: os ex-deputados com rendimentos superiores a dois mil euros (excluindo a subvenção) perderiam essa prestação. Nos restantes casos, o rendimento ficaria limitado à diferença entre os dois mil euros e o rendimento (subvenção excluída).
Mas isso não chegava. Porque trabalhar 12 anos como deputado deixa marcas para a vida em qualquer um e fecha, como todos sabemos, demasiadas portas profissionais. Como, de resto, é evidente no percurso de vida dos 30 deputados para quem não ser prejudicado pelo exercício de um cargo público só é aceitável se isso significar ser beneficiado pelo exercício de um cargo público.
De um lado, PCP, BE e CDS. Do outro, PS e PSD. Provando que as notícias sobre a morte do Bloco Central foram manifestamente exageradas. Não só não está morto, como ainda por cima vai ter direito a uma pensão vitalícia. 
Nota de RoP:


Depois digam que não tenho razão, quando para votar ponho, como primeira condição aos  candidatos  garantias pessoais. As únicas condições que eles "respeitariam", mas não aceitam, claro, eram as de ordem pecuniária, ou patrimonial. A palavra de honra não funciona, porque para funcionar tinham de saber o que isso é, e está provado que não sabem, nem querem sequer pensar nisso.
A propósito, vi ontem na RTP1 aquela fantochada a que chamam debate. Uns, tiveram direito a 8 minutos, outros a 12 ou 15... Curiosamente, Paulo Morais que apontou baterias para o problema mais sério da actualidade (a corrupção), foi tratado como se estivesse a falar de ovnis, ou de tremoços. Acho é piada à tese dos comentadores que enchameiam a cabeça dos eleitores com a credibilidade do Marcelo, sem a conseguirem fundamentar minimamente. Podem-me dizer: então, por que não votas no Paulo Morais? A resposta já a conhecem, mas eu repito: porque não posso certificar a genuidade das suas intenções. Senão, votava. Porque sei que nada do que ele afirma é surreal, infelizmente para nós. Haverá alguém que tenha dúvidas?  
Ah, e que ninguém me venha com a treta do costume, que ele precisa de provar o que diz. Não é a ele que compete provar, é à polícia de investigação e ao Ministério Público. Ele denuncia, e isso já não é pouco. O duplo-problema, é que se calhar (para não dizer, decerto), também essas autoridades têm os rabinhos entalados...